Lenine e Trotsky – a mesma luta!

Já só faltam 3 dias para que Jerónimo Sousa e Francisco Louçã se encontrem para estudar eventuais alianças eleitorais.

Lenine e Trotsky dão voltas nos túmulos!

Mais tarde, quando a aliança der para o torto, quando o “governo patriótico e de esquerda” se revelar pouco patriótico e nada de esquerda – esperemos que Jerónimo não dê com uma picareta na cabeça do Louçã, como fizeram ao inventor da “doença infantil do comunismo.”

Nota: alguém se lembra deste palavreado?…

Sempre a aprender…

Ao fim de todos estes anos, é difícil ouvir falar de qualquer coisa de que nunca tenha ouvido falar.

Posso não saber o que é, mas já ouvi falar…

No entanto, confesso que nunca tinha ouvido falar da “dívida soberana” e das “agências de rating”, senão de há uns tempos para cá, desde que se descobriu que Portugal podia ir à falência. É o mesmo que não saber o que é o nervo facetário. E muitos médicos não sabem…

Enfim, o bloqueio do nervo facetário é uma técnica muito difundida na medicina brasileira e que é usada nos doentes com fibromialgia e que também começa a ser usada, agora, em Portugal, para melhorar a dor crónica.

Ora bem: há quem diga que a fibromialgia nem sequer existe, mas as agências de rating e a dívida soberana, sim, existem!

Parece que o dinheiro que Portugal deve, está na mão de especuladores financeiros. Mas quem serão esses especuladores?

Segundo Louçã, é fácil: os responsáveis são Ricardo Salgado, Carlos Santos Ferreira e Fernando Ulrich, que pedem “empréstimos de curto prazo ao BCE [Banco Central Europeu], a um por cento” e depois reciclam “esse dinheiro comprando títulos do seu próprio país a quase sete por cento”.

Em breve, Louçã vai poder juntar àqueles três vampiros, o nome do líder do maior país comunista do mundo. Parece que a China está interessada em comprar parte da dívida externa portuguesa. Aliás, a China já é detentora de dois terços da dívida externa norte-americana…

Mas Louçã também não gosta da China. Para ele, o modelo de sociedade perfeita encontra-se, encontra-se… encontra-se…

Ou não se encontra…

Voltando às coisas que aprendi ultimamente…

Aprendi que os portugueses se transformaram em especialistas em Orçamentos.

É vê-los, sentados à mesa do restaurante, a discutir onde cortavam na despesa, onde iam buscar na receita – eles, que nem o orçamento lá de casa são capazes de gerir!

Fazem-me lembrar aquele rapaz, o Passos Com Três Ésses Coelho que, infelizmente, é líder do maior partido da Oposição.

E digo infelizmente porque se o tipo ganha as eleições – como é natural que o faça, com tanta ajuda de toda a comunicação social – vamos ficar ainda mais tramados do que já estamos!

E porquê?

Porque o tipo não percebe nada do que se passa à volta dele. Aliás, um líder político que tem como seu mentor um fulano como Ângelo Correia, que foi ministro da Polícia nos anos 80, alvo da chacota geral, nomeadamente de muitos textos do Pão Comanteiga em que o ministro era o centro da brincadeira e do gozo – um político assim, não merece qualquer credibilidade…

Um político que  deixa que se publique a sua biografia nos termos em que o jornal Sol o faz, num texto da Felícia Cabrita que faz chorar as pedras da calçada. Eis o resumo:

«Filho de pais apanhados pela tuberculose, viveu a infância no Caramulo e em Angola. Na ex-colónia fintou a morte e ganhou uma irmã adoptiva. O regresso a Portugal foi para ele um pesadelo – até ao momento em que descobriu Álvaro Cunhal. A sua professora de canto diz que podia ser um grande barítono. Mas desde cedo enveredou pela política. Começou no PCP, transferiu-se para o PSD, teve conflitos com Cavaco e chegou à liderança. É casado em segundas núpcias com Laura, de quem tem uma filha”.

É este filho de tuberculosos que diz que os políticos deviam ser responsabilizados civil e criminalmente se não cumprirem o Orçamento.

Disse e reafirmou.

Seguindo esta lógica, Santana Lopes, por exemplo, com a jiga-joga do Frank Ghery, devia ter sido condenado a prisão perpétua.

E Teixeira dos Santos, se falhar a descida do déficit, não lhe resta senão a forca.

Democracia musculada, a do Passos…

Eu não vos disse que ele não passava de um Ánhuca?…

O que eu aprendi com a negociação do Orçamento

Que Sócrates e Passos Coelho querem fazer de conta que pouco têm a ver com a discussão em torno do Orçamento.

Que aquilo é lá uma coisa entre aqueles dois ursos brancos.

Que, afinal, a aprovação do Orçamento só é importante para o PS e o PSD – para o Bloco, os comunistas, o Paulo Portas e o Alberto João, o melhor era chumbar o documento e… e…

Que todo este teatro só serviu para nós dizermos: «ufa! até que enfim que há acordo! que contente que eu estou pelo facto de o iva ter subido para os 23% e me irem sacar 10% do meu ordenado! Estava a ver que não conseguiam chegar a acordo! Assim, quando me forem ao bolso, sei que é por acordo entre os dois maiores partidos de Portugal!»

Que Paulo Portas já explicou que ele teria solução para todos os problemas orçamentais mas, como ficou de fora da negociação, junta-se ao problema, em vez de ajudar a uma solução.

Que Jerónimo de Sousa já teria resolvido isto há muito tempo, tomando as mesmas medidas que Vasco Gonçalves (quem?) tomou em 1976.

Que Louçã, apesar de tudo, anda muito arredado porque, no fundo, ele poderia propor sair da União Europeia, mas continua a gostar das camisas Gant.

Que, ao fim e ao cabo, como eu já disse, tudo se resumiu, afinal, ao IVA do leitinho com chocolate.

O PS, partido de esquerda, acha que leite com chocolate é para a burguesia endinheirada.

PSD, partido de direita liberal, acha que leite com chocolate é um direito adquirido da classe média.

Vitória da direita: o leitinho com chocolate ficou a 6%!

As comparações de Paulo Portas

Fazendo lembrar os seus tempos de director de O Independente e criador de títulos de primeira página, Portas disse: ” Sócrates está para a justiça social como a vuvuzela está para a música clássica”.

O Portas sempre foi um cómico que se perdeu na política, embora, na Assembleia da República, algumas das suas intervenções estejam ao nível do stand up.

Mas com aquela comparação, Portas pode ter iniciado uma nova moda na política portuguesa.

Assim, comentando a proposta do PSD para a revisão constitucional, Sócrates poderá dizer que Passos Coelho está para a Constituição como o parafuso está para a Torre Eiffel.

Ou questionado quanto à possibilidade de uma aliança à esquerda, o líder do PS poderá dizer que Jerónimo de Sousa está para o futuro da democracia como os sinais de fumo estão para o iPhone.

E quanto à eventualidade do Bloco integrar um futuro governo, caso Manuel Alegre seja Presidente, Jerónimo de Sousa poderá dizer que Louçã está para a credibilidade política como a BP está para a defesa do ambiente.

Finalmente, se perguntarem a Passos Coelho a sua opinião sobre a hipótese do PS se coligar com o CDS-PP, o líder do PSD dirá que Paulo Portas está para a competência governativa como o submarino está para a aviação comercial.

Obrigado, Portas!

A tia de Louçã

No debate quinzenal, na Assembleia, Louçã disse que Sócrates, de debate para debate, estava “cada vez mais manso”.

Sócrates fez cara de poucos amigos e murmurou qualquer coisa.

Como não falou para um telemóvel, os jornalistas tiveram que recorrer à ajuda de um tipo que é capaz de ler nos lábios, para perceberem o que o primeiro-ministro disse, em resposta à provocação de Louçã:

– Manso é a tua tia! – foi o que ele disse.

Ora como é costume chamar “manso” aos bois, acho que Sócrates até foi moderado, pois poderia ter respondido, com toda a propriedade: “Manso és tu, meu ganda boi!”. E eu teria aplaudido!

Ou poderia, ainda, ter dito algo deste género, que seria, provavelmente, a minha escolha: “mansa é a zona genital da tua tia!”

Utilizava, assim, o eufemismo “zona genital”, em vez do termo mais corrente, porque se encontrava na Assembleia da República e ainda vai tendo algum respeito pelos deputados da Nação.

E é assim que a tia de Louçã entra na política portuguesa. Pela porta grande.

Oposição unida…

Não é só para lixar as contas do Governo que a Oposição se une.

Também na luta contra a sida, Louçã, Portas e Jerónimo se juntam – o que é muito meritório.

No entanto, se dermos uma olhada ao Diário de Notícias de ontem, ficamos com algumas dúvidas quanto à justeza dessa campanha: será que a luta contra a sida, na visão de Louçã, Portas e Jerónimo, envolve relações lésbicas?

Não há dúvida que se existissem apenas relações sexuais entre mulheres, a sida seria erradicada (a espécie humana também, mas isso agora não interessa para nada…).

Malta do DN: mais cuidado com a paginação…

A felicidade de um trotskista

Ontem ouvi o Louçã contar uma história que me deixou os cabelos em pé.

Foi numa espécie de reportagem intimista que a RTP fez com os candidatos dos principais partidos.

Louçã contou que conheceu Marcello Caetano aos 14 anos, em casa de uns amigos dos pais.

E então, o Sr. Professor perguntou-lhe: “E tu, meu menino, vais estudar para que faculdade?”

E o Louçã respondeu: “Vou para Económicas”.

O Marcelo fez uma cara feia e exclamou: Ui! É só comunistas!”

Conclui Louçã: “Foi um dos dias mais felizes da minha vida!”

Um dos dias mais felizes da vida do Louçã foi quando o Marcelo Caetano lhe disse que a faculdade de Economia era um antro de comunistas?

Que triste tem sido a vida de Francisco Louçã!…

Cegos, surdos, mudos

Os cegos de Santa Maria nunca pensaram vir a ser tão famosos.

Desde há uma semana que todos os telejornais abrem com notícias sobre os 6 doentes que tiveram a infelicidade de serem intervencionados, naquele dia.

Primeiro, a culpa era da droga injectada nos olhos dos doentes, que é fabricada pela Roche e que não seria a indicada, porque o Infarmed já tinha sido avisado pelo próprio laboratório produtor, e que outros centros oftalmológicos não a usavam, sabe-se lá se os médicos não a teriam usado para beneficiar a Roche e, assim, conseguir um lugar num maravilhoso cruzeiro no Mar Morto, para duas pessoas, com estadia e pequeno-almoço e a possibilidade de assistir a um congresso sobre cegueiras iatrogénicas.

Depois, a culpa era da farmácia hospitalar, bem que o Sr. Cordeiro da ANF avisou, que as farmácias hospitalares, ao ficarem fora do controlo da Associação Nacional das Farmácias iriam começar a fazer porcaria e estava-se mesmo a ver que a farmácia do Hospital de Santa Maria não percebia patavina daquilo e tinha preparado mal as seringas e o Sr. Cordeiro é que sabe porque, em terra de cegos, quem tem um olho, é rei.

Mas, afinal, a culpa poderá ter sido de uma contaminação. O Avastin não faz mal nenhum, a farmácia é uma gaja porreira, só que anda para aí um maluco à solta, que decidiu misturar o medicamento com um produto tóxico qualquer, só para cegar aqueles 6 desgraçados.

Já temos a Maria José Morgado em campo, a investigar.

O problema é que ainda vamos descobrir que, afinal, tudo foi obra de extra-terrestres, que andam a fazer experiências em nós, e só não vê quem não quer, porque o pior cego é o que não quer ver, e eles querem ver se somos resistentes ou quê, para depois nos darem injecções nos olhos, para ficarmos todos ceguinhos e eles nos poderem colonizar à vontade.

Cega não estará, mas surda tem estado a Joana Amaral Dias, com a malta toda a ligar-lhe e ela sem ouvir o telemóvel.

Toda a gente quer saber quem está a mentir: o Sócrates ou o Louçã?

O Louçã diz que o Sócrates convidou a Joana para as listas do PS, por Coimbra ou, no caso de não querer, outro lugar em qualquer organismo do Estado, porteira no Museu dos Coches, guarda nas latrinas da estação do Rossio ou mesmo Directora-Geral dos Directores-Gerais.

Sócrates, por seu lado, diz que não vê a Joana há meses (outro ceguinho…).

E os jornalistas, preocupados com tão importante assunto, vá de ligar para o telemóvel da moça e ela, surda que nem uma porta, não o ouve e não atende.

Cegos e surdos poderemos não estar, mas mudos ficamos nós com este país tão pequenino, com uma política que tropeça no diz-que-disse, que parece uma capelista de bairro e se resume a uma paróquia pequenina, com cheiro a naftalina.