“O Caderno Proibido”, de Alba de Céspedes (1952)

Alba de Céspedes nasceu em Roma em 1911, trabalhou como jornalistas na década de 1930, publicou o seu primeiro livro cinco anos depois; foi também nesse ano que foi presa pela primeira vez, devido a actividades antifascistas. Faleceu em Paris em 1997.

“O Caderno Proibido” é um livro surpreendente que nos ajuda a perceber como era o ambiente da pequena-burguesia italiana (e portuguesa também, embora ainda mais pobre, penso eu).

A narradora é uma mãe de família, casada com um homem pouco ambicioso. Entre eles já não atração erótica e é suposto não haver porque já se considerem velhos, apesar de ainda não terem cinquenta anos. Têm uma filha que, a pouco e pouco, está a romper com as convenções e um filho, mais convencional. Valéria – é o nome da narradora – trabalha num escritório porque a família precisa de mais um salário; além disso, encarrega-se de todo o trabalho doméstico.

Certo dia, decide, num impulso, comprar um caderno e nele escrever um diário, que se manterá secreto.

À medida que vai escrevendo o seu diário, sempre às escondidas, Valéria cai-se descobrindo a si própria e questionando as convenções, embora não sinta coragem para as ultrapassar.

Um livro surpreendente, que aconselho.

“Antologia do Conto Erótico Brasileiro” (2024)

Eliane Robert Moraes organizou esta antologia, que vai desde contos escritos por Machado de Assis até a autores dos nossos dias, mais precisamente, desde 1886 a 2003.

Para nós foi uma completa desilusão. A culpa deve ser da “Antologia da Poesia Portuguesa Erótica e Satírica”, coligida pela Natália Correia, que tanto prazer nos deu.

Esta Antologia brasileira tem muito pouco de erótica e os textos são muito pouco interessantes.

Para além do texto ordinário e asqueroso de Reinaldo Moraes e da sua “cinta caralha”, apenas vale a pena salientar o conto de Ignácio Loyola Brandão, “Obscenidades para uma dona de casa”, em que aprendemos alguns sinónimos de pénis que desconhecíamos” (“Repete essa palavra que não suo. Nem pau, nem pinto, cacete, caralho, mandioca, pica, piça, piaba, pincel, pimba, pila, careca, bilola, banana, vara, trouxa, trabuco, traíra, teca, sulapa, sarsarugo, seringa, manjuba”).

O resto, é um deserto de erotismo.

“Canção do Profeta”, de Paul Lynch (2023)

Com este seu quinto romance, Paul Lynch (Irlanda, 1977) venceu o Booker Prize de 2023 e, na minha opinião, é um dos melhores romances dos últimos tempos.

Quando o comecei a ler percebi que estava perante o nascimento de um estado fascista. A acção decorre na Irlanda quando um Partido de Acção Nacional ganha as eleições e começa, a pouco e pouco, a impor as suas regras, a colocar os seus apaniguados nos lugares importantes, a proibir greves e manifestações. Faz-nos logo lembrar qualquer coisa, não é verdade?

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A situação do país vai-se deteriorando, as liberdades vão sendo cada vez mais limitadas e vamos conhecendo todo o drama através da família Stack.

O pai, Larry Stack, professor, desaparece logo no princípio da história, quando está a organizar um protesto. A mãe, Eilish, bióloga, fica responsável pelos quatro filhos, Mark, adolescente, Molly e Bailey, a caminho da adolescência e Ben, um bebé de colo. Há ainda um avô, Simon, já com sintomas de demência, que vive noutra parte de Dublin.

Paul Lynch consegue escrever toda a história num crescendo de drama, que culmina numa guerra civil e na fuga do que resta da família. Eilish vai enfrentando cada vez mais dificuldades, num crescendo dramático. Ao colocar a acção no seu próprio país, na Irlanda, o autor consegue que nós façamos auto-relacionamento com mais facilidade. Todos nós vemos, diariamente, imagens horríveis do que se passa, por exemplo, em Gaza, mas a vida em Gaza é muito diferente da nossa; aquelas famílias palestinianas sempre viveram em guerra e, por maior que seja o nosso sentimento de solidariedade, sentimo-nos distantes delas. Ao lermos a descrição das vicissitudes por que Eilish vai passando, facilmente nos identificamos com ela. E perguntamo-nos: não poderá acontecer algo de semelhante entre nós? A coberto da liberdade e da democracia, não existirão forças que disso se aproveitam para instituir uma ditadura?

Como diz alguém, já quase no fim do livro:

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“eu costumava acreditar no livre-arbítrio, se me tivesse perguntado antes de tudo isto acontecer ter-lhe-ia dito que era livre como um passarinho, mas agora já não tenho tanta certeza disso, agora não vejo como é possível o livre-arbítrio quando fomos apanhados em tamanha monstruosidade, uma coisa leva a outra coisa até ao raio da coisa ter a sua própria dinâmica e já não haver nada que possamos fazer, agora vejo que o que eu julgava ser liberdade na verdade era luta e que nunca houve liberdade nenhuma.”

Quando acabei de ler Canção do Profeta, respirei fundo e senti-me, de certo modo, aliviado por ter terminado o meu “sofrimento”, que não o daquela família.

E o final é surpreendente.

Aconselho vivamente.

É uma edição da Relógio de Água, com tradução de Marta Mendonça.

“Os Nossos Desconhecidos”, de Lydia Davis (2023)

Desta autora norte-americana (Massachussets, 1947), já tínhamos lido “Contos Completos”, mas esta nova colectânea é mais, digamos, radical.

Que dizer deste conto, intitulado “Momento Matrimonial de Irritação – Coco”:

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“Após muitos dias, ele disse à mulher:

«Podias fazer alguma coisa com este coco?»

A maioria destes textos são assim, curtos, simples frases ouvidas ao acaso. Outro exemplo, intitulado “Solteirona Melancólica”:

“O que é aquilo,

Tocando-lhe tão delicadamente durante o banho

Ah,

Um marcador de livros a flutuar…”

Na contracapa, diz-se que este livro é “gracioso, engraçado, estranho, surpreendente, improvável, persuasivo e comovedor”.

Estou de acordo com a maioria dos adjectivos.

“O Contrário de Nada” (The Rabbit Hutch), de Tess Gunty (2022)

Começo por dizer que não compreendo a escolha do título em português. “O Contrário de Nada” é, com efeito, tudo e este livro de estreia de Tess Gunty (nascida em 1993 em South Bend, Indiana) tem tudo e mais alguma coisa – mas, na minha opinião “A Coelheira” seria o título adequado. Rabbit hutch é um edifício de apartamentos de renda acessível que fica em Vacca Vale, uma cidade em decadência – e é nesse edifício que habitam as personagens que povoam o livro.

Para romance de estreia, Tess Gunty (que diz que demorou cinco anos a escrevê-lo) revela já uma maturidade digna de uma escritora mais experimentada. Vejamos os seus próximos livros.

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Não se pode dizer que o livro tenha uma personagem principal, no entanto, Blandine é, sem dúvida, a figura central. Uma jovem que viveu em várias famílias de acolhimento e que tem uma obsessão pelas místicas católicas que foram trespassadas pelas espadas ardentes dos querubins. Mas há muitas outras personagens, como os três jovens que dividem o apartamento com Blandine, a vizinha de baixo, Joan, que acaba por ser a única pessoa que vai visitar Blandine ao hospital, no fim do livro, e muitas mais.

A escrita de Tess Gunty é torrencial.

Exemplo na página 20:

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“Tiroteio, assassínio, derrame de crude, terrorismo, incêndio, rapto, bombardeamento, cheias. Vídeo engraçado no qual uma mulher abre a porta do carro e se lhe depara um urso-pardo sentado ao colante a comer o que ela comprou no supermercado. Assassínio, assassínio, guerra. A Internet está enervada.”

O humor e um bom poder de observação, na página 88:

“Ampersand é o único estabelecimento comercial em Vacca Vale que não pertence a um franchising e que se assemelha a uma cafetaria. Aberto por um par de hipsters optimistas, atrai um número desproporcionado de pessoas de boina”.

Outro exemplo na página 135:

“Por falar em escândalos, ouviram que a Kayla fez um pterodáctilo a três gajos do lacrosse? O quê, meu, não sabes o que isso é? São três gajos e uma rapariga. Os tipos poem-se lado a lado, de pé. Ela faz um broche ao tipo do meio e, ao mesmo tempo, bate punhetas aos dos lados. Portanto, parece um pterodáctilo em voo”.

Listas, a autora gosta de listas, como esta, na página 192:

“A sua mãe era irlandesa; a actriz gostava de ouvir cantigas irlandesas, de ouvir irlandeses ler livros, rezar orações. Gostava de ter laranjeiras no quintal, de ver pessoas apanhar fruta. De madressilva, lilases, cloro, trovoadas, pinheiros, sabonete sólido, cabelo por lavar, fósforo, incenso na missa do galo, cigarros, fogueiras, gasolina, peles: gostava dos aromas dessas coisas.”

Ou esta outra lista das alterações provocadas pela gravidez (página 195):

“Um dia, deixou de ser soprano. A pele retesou-se. Sentia os ossos…soltos. O cérebro sofria de um efeito retardatário e balbuciava como se tivesse envelhecido décadas no espaço de semanas. Era como se tivesse apanhado um vírus na colónia de férias: não parava de espirrar, tinha comichões, afrontamentos, perda de memória, suores. Já não conseguia dançar. Desenvolveu uma halitose impossível de controlar. Todos os canos da sua canalização interna avariaram.  As veias no peito começaram a parecer as dos úberes das vacas. A gravidez deu-lhe cabo da pele, separou-lhe o osso pélvico, fez-lhe crescer cabelos no peito, duplicou-lhe o volume de sangue, inchou-lhe as articulações, provocou-lhe acne e melasma e dores de cabeça e náuseas e premonições. Escureceu-lhe o umbigo. A vagina ficou azul”.

Tirando o título, gosto da tradução de Eugénia Antunes (e não sei se a ideia foi dela).

E claro que aconselho fortemente este livro.

“Amy e Isabelle”, de Elizabeth Strout (1998)

Depois de Olivia Kitteridge, já devorámos diversos livros desta escritora norte-americana, nascida em 1956.

Todos têm uma característica comum: descrevem o dia-a-dia de uma pequena comunidade, com as tragédias de cada família, os enganos e desenganos, as perfídias, os sonhos e os pesadelos e tudo sempre tendo como pano de fundo a passagem do tempo, as estações do ano, as árvores e as flores e os pássaros, a chuva e o vento, as noites cálidas e as madrugadas frias.

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O quotidiano de pessoas simples que, vendo bem, não são tão simples assim. No caso deste livro, as protagonistas são uma mãe, Isabelle, e uma filha Amy, e uma pequena comunidade, Shirley Falls. Há um envolvimento de Amy com um professor, há uma criança que desaparece, há uma funcionária da fábrica que é histerectomizada e cujo marido a troca por outra, há muitos segredos escondidos, incluindo por parte da mulher do pastor lá do sítio.

 Ao longo do livro, vamos assistindo ao crescimento da Amy e à sua passagem à idade adulta.

Vale a pena, como todos os restantes livros de Elizabeth Strout.

“A Filha Única”, de Guadalupe Nettel (2020)

As escritoras mulheres continuam a dominar.

Ultimamente tenho lido livros de qualidade, escritos por mulheres e cada vez gosto mais delas!

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Este livro é um excelente exemplo. Li-o em dois dias, em duas viagens, de Lisboa ao Porto e vice-versa.

Guadalupe Nettel é uma escritora mexicana que, com este livro, foi finalista do Booker Internacional de 2003.

O livro aborda uma questão complexa: ter ou não ter filhos. É aceitável não os ter?

A história é narrada por Laura, que decidiu não ter filhos e ela conta a história da sua amiga Alina que, depois de ter decidido não ter filhos, acabou por alterar a sua ideia e procurar a natalidade a todo o custo. Acabou por engravidar e enfrentar um grande problema: uma filha com uma doença genética incompatível com a vida, aparentemente.

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Paralelamente, conhecemos a história da vizinha de Laura, viúva recente, e com um filho de oito anos violento e revoltado e ainda a pequena história dos pombos que estão a chocar ovos na varanda de Laura.

Aconselho vivamente!

“Annie John”, de Jamaica Kinkaid (1983)

Jamaica Kinkaid é o pseudónimo da escritora Elaine Potter Richardson, nascida em 1949 na ilha de Antígua e Barbuda. Aos 17 anos, deixou a sua ilha natal e emigrou para Nova Iorque. Acabou por se tornou colaboradora da revista New Yorker e este “Annie John” foi o seu romance de estreia.

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É um pequeno livro que se lê de uma penada e que nos deixa tristes por acabar, ao contrário de muitos calhamaços que agora se escrevem e que não precisavam de ser tão densos e longos.

O livro, quem sabe autobiográfico, conta-nos a história de uma menina, Anni John, que vive numa ilha caribenha com o pai, um homem já velho, e a mãe, muito mais nova que ele e com quem Annie tem uma relação muito próxima – relação que se vai modificando à medida que ela cresce.

Todo o livro é delicioso e escolho este pedaço como podia escolher outro qualquer:

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“Passámos pelo consultório do médico que disse três vezes à minha mãe que eu não precisava de óculos e que lhe recomendou que, se eu sentisse que tinha a vista fraca, tomasse um copo de sumo de cenoura por dia, para a fortalecer. Isto aconteceu quando eu tinha oito anos. todos os dias, no intervalo, corria para o portão da escola, onde a minha mãe me esperava com um copo de sumo de cenoura acabadas de ralar e espremer; depois de beber, corria outra vez para me juntar às minhas colegas. Bem sabia que não tinha problema nenhum nos olhos, mas tinha lido recentemente, no The Schoolgirl’s Own Annual, uma história cuja heroína, uma rapariga poucos anos mais velha do que eu, me impressionara tanto com o modo como estava sempre a endireitar os óculos pequenos e redondos, com armação de tartaruga, que senti que precisava de ter uns óculos iguais”.

Recomendo!

“A Idade do Vício”, de Deepti Kapoor (2023)

Poucas informações se obtêm sobre esta escritora indiana que, neste momento, vive em Portugal. Consigo perceber que cresceu no norte da Índia e que trabalhou como jornalista durante algum tempo. Este livro, publicado em 2023, é o seu segundo romance ““ e que romance.

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São 646 páginas com todos os ingredientes para fazer um grande filme de aventuras ou uma série de televisão ““ e parece que os direitos do livro foram comprados por uma produtora subsidiária da Disney.

A história deste calhamaço gira em torno de Ajai e de Sunny. Ajai é um miúdo pobre, cuja mãe acaba por vender a uns ricalhaços, depois de ficar viúva. Depois de muitas atribulações, Ajai vai tornar-se o servo de Sunny, o filho de um grande senhor do Uttar Pradesh, que enriqueceu graças í  especulação.

Por um lado, vemos a luta que Sunny trava consigo próprio, tentando agradar ao pai, mas nunca conseguindo. Por outro, vemos a luta de Ajai que, ao mesmo tempo que se quer manter fiel a Sunny, se vê sempre subjugado por ele.

Lê-se com um grande livro de aventuras…

“A Mercearia do Mundo”, direção de Singaravélou e Venayre (2022)

Ora aqui está um livro muito curioso que, ao longo de quase 500 páginas, elenca numeras comidas e bebidas que, de algum modo, são icónicas de determinados lugares do Mundo.

E a escolha é muito diversificada, desde o vinho do Porto ao hambúrguer, passando pelo attiéké, o parmesão, o guacamole, o húmus e muitos mais.

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Cada entrada desta espécie de dicionário tem o seu autor e não ocupa mais do que duas ou três páginas.

Algumas curiosidades:  

Acerca do caril: “…Esta mistura de especiarias em pó transforma-se, assim, numa mercadoria para exportação: ao regressar a Inglaterra, os nababos ““ nome dado aos britânicos que tinham vivido e trabalhado na Índia ““ saudosos dos sabores indianos, são dela grandes consumidores.”

A propósito da baunilha: “…A vanilina é uma molécula que está presente tanto na verdadeira baunilha como nos produtos de síntese com aroma de baunilha, e apenas algumas máquinas conseguem distinguir a diferença entre as duas. (…) o castóreo ““ a secreção das glândulas anais do castor ““ foi utilizado para obter um aroma de baunilha mais em conta para os produtores. (…) Mais recentemente, a cientista japonesa Mayu Yamamoto conseguiu produzir uma fragrância de baunilha a partir de estrume de vaca.”

Sobre a malagueta: “…Esta substância (a capsaicina, que existe na malagueta) é também o principal ingrediente do Pepper-spray (erradamente traduzido por gás-pimenta, uma vez que o spray é feito com extracto de malagueta e não com pimenta, e esta não possui capsaicina).”

Sobre a charcutaria: “…A Armour, em Chicago, é a maior fábrica de charcutaria do mundo, em 1900. Mais de 50 milhões de porcos são, então, processados todos os anos pelos matadouros dos Estados Unidos, que concentram 40 por cento dos porcos do planeta”

Sobre o spam: “…Apesar do sucesso, o spam continua a ser objecto de troça. Em 1970, um famoso sketch dos Monty Python põe em cena dois clientes de um restaurante que só serve pratos de spam, incluindo um lagosta í  Thermidor, com camarões ao molho mornay, servida í  moda provençal, com chalotas e beringelas, guarnecida com patê de trufas, regada com aguardente e servida com ovo estrelado e spam (…). A palvara spam é dita 132 vezes em dois minutos.”

Sobre a pimenta: “…A pimenta é também muito usada na medicina chinesa. É um remédio valioso para dores de estí´mago, problemas renais ou, misturada com rabanete, para crises epilépticas.”

Sobre o whisky: “…valorizado, num primeiro momento, pelas suas virtudes medicinais, detalhadas cuidadosamente nas Crónicas, de Holinshed (1577): «Tomado com moderação, retarda o envelhecimento, fortalece a juventude, facilita a digestão,… afasta a melancolia, ilumina o coração, alivia a mente, restaura o ardor… Para dizer a verdade, é um licor soberano, se tomado de forma razoável»”

Sobre a carne de cão: “…O fragmento 22 do Huang Di nei jing su wen ““ mcompilação médica atribuída ao mítico imperador Amarelo, que terá vivido no III milénio a.C. ““ aconselha, no caso de doença cardíaca, a ingestão de alimentos ácidos: feijão, ameixa, cebolinho e carne de cão”. O livro termina com um postfácio de Francisco José Viegas que sublinha a influência da nossa História em muitos dos alimentos listados, sobretudo graças aos navegadores