Passos com três ésses

Passos Coelho veio à superfície e participou num comício da AD no Algarve.

Escusava de se ter incomodado.

E porquê Passos com três esses?

S de sonso (sujeito que esconde as suas verdadeiras intenções), porque Passos não quer que a AD vença com maioria absoluta, quer que a AD vença, mas seja obrigada a aliar-se ao Chega para governar. E aí, o Montecoiso tem de dar o dito por não dito. Portanto, o sonso Passos não foi ao comício ajudar Montecoiso – foi apertá-lo.

S de sujo (ignóbil, indecente, sórdido, torpe, em que há fraude), porque Passos esteve envolvido naquela cena da Tecnoforma, que nunca foi esclarecida e, depois de ter prometido, na campanha eleitoral, que não iria tocar nas pensões nem subtrair subsídios de Natal, foi isso mesmo que fez depois, quando chefiou o governo.

S de sacana (finório, espertalhão…), porque Passos teve a lata de se referir à imigração e de a ligar à falta de segurança, durante o discurso que proferiu no comício no Algarve. Passos sabe que Portugal é um dos países mais seguros do mundo e sabe que os imigrantes, neste momento, são essenciais para manter em funcionamento muitos sectores da nossa economia, nomeadamente, o turismo. No entanto, apesar de saber isso, deu a entender que são os imigrantes que provocam a insegurança que algumas pessoas não sentem, mas acham que existe.

Mas três esses são poucos para Passos!

Safardana, sacrista, sevandija, sabujo, sórdido, sebento – tudo isto sem ofensa, claro!

Para quando a sua adesão ao Chega?

O Ventura já tem o boletim de inscrição pronto. Basta assinar.

O Chega não chega!

O debate com os dez partidos sem assento no Parlamento, mostrou que, afinal, o partido do Ventura é apenas um de entre muitos, e que devíamos prestar mais atenção aos Chegas que para aí andam. Afinal, os reaccionários portugueses não têm razões de queixa. Têm muito por onde escolher, caramba! Percebemos que, afinal, a comunicação social tem sobrevalorizado o Chega do Ventura, esquecendo todos estes pequenos Chegazinhos que adoptaram outros nomes.

Pergunto, por exemplo, por que razão um fascista insiste em votar no Ventura quando tem um partido como o Ergue-te? Ainda ontem, o líder desse partido, o extraordinário Pinto Coelho defendeu o fim do direito à greve e propôs que a Ponte 25 de Abril se volte a chamar Ponte Salazar, algo que poderá mudar a vida de toda a malta que atravessa aquela ponte todos os dias.

Estás a pensar votar no Ventura? Não sejas burro – vota no Pinto Coelho, porra!

Mas há mais!

És contra o aborto e achas que essa história do aquecimento do planeta é uma grande treta? Então, por que carga de água hás de votar no Ventura, quando tens um partido, o ADN, liderado pelo extraordinário Bruno Fialho, que defende que a IVG deixe de ser paga pelo SNS e critica aquilo que chama fraude climática. Isso é que é ser de Direita! O Ventura é um aprendiz, caneco!

E isto é para não falar na Nova Direita, o partido daquela senhora chamada Ossanda Líber. Até o nome dela é parecido com Líder. Deve ser dela a liderança da Direita. Ela diz que quer limpar a Direita e afirma que Portugal não pode depender da emigração e avisa que há partidos de esquerda infiltrados na escola. Alguma vez o Chega teve a coragem de dizer tal coisa?!

Quanto ao RIR, o tal partido que diz que deve levar-se a sério, a sua nova líder, Márcia Henriques, diz que, nas escolas, os miúdos comem pior do que os cães, coisa de que o PAN nunca se lembrou, muito menos o Chega!

Outro partido que quer limpar a direita é a Alternativa 21, que junta, em coligação, o Movimento Partido da Terra, que diz derivar do partido fundado pelo arquitecto Ribeiro Telles, cujo corpo se afundou na tumba ao ouvir isso, e o Aliança, o partido fundado pelo Santana Lopes, o ex-e-actual- membro do PSD.

Já o líder do Nós, Cidadãos, Rocha Afonso, disse ser preguiçoso, como qualquer português, e isso é lá com ele. Por sua vontade, não se candidatava a estas eleições, mas, enfim, não teve outro remédio…

O líder o Partido Trabalhista é aquele senhor que se despiu no Parlamento da Madeira. Não teve grande êxito e tenta, agora, ser eleito, para mostrar os pêlos do peito no Parlamento da República.

Todos estes líderes de todos estes partidos mostraram ser muito mais disruptivos que o panhonhas do Ventura.

Ao pé deles, o Andrézinho não passa de um principiante.

Se são verdadeiramente de direita, votem em qualquer um deles e caguem no Ventura!

O Grande Debate

O debate entre Pedro Nuno Santos e Luís Montenegro decorreu.

Todos foram unânimes.

Curioso, o nome do teatro. Capitólio, como o outro. Por isso, um dos debatentes capitulou.

Os moderadores eram três, um por cada estação de televisão. Os directores também.

Foi, também, o debate com mais protecção policial.

Em redor do teatro, algumas centenas de polícias fizeram um cordão para proteger os dois políticos e os três moderadores.

Eis alguns dos momentos mais altos do debate:

Esta é a verdadeira razão que leva Montenegro a não querer debater com o Rui Tavares e o Paulo Raimundo

Ficámos a saber – aparentemente, com alguma estupefação – que o líder do PSD, Luís Montenegro, se recusa a participar nos debates pré-eleitorais com o líder da CDU, Paulo Raimundo e com o líder do Livre, Rui Tavares. No seu lugar, indicou o nome do desconhecido Nuno Melo, que parece que é o líder de uma agremiação chamada CDS, uma sigla que talvez signifique Centro Democrático Social, mas não há a certeza.

As televisões, em uníssono, disseram que não era possível essa alteração, que o acordo tinha sido que os debates decorreriam entre os líderes dos partidos e/ou coligações com assento parlamentar.

Ripostou o PSD que, em 2015, também Jerónimo de Sousa, então líder da CDU, tinha sido substituído por Heloísa Apolónia, líder de Os Verdes, para debater com Paulo Portas, da coligação Prá Frente Portugal, no lugar de Passos Coelho.

O problema é que qualquer destes quatro políticos faziam parte de partidos com assento no Parlamente, ao passo que o tal Melo, ninguém sabe quem é, muito menos o dito CDS.

Enfim, perante a recusa do Montenegro, há quem diga que ele tem medo de debater com o Tavares e o Raimundo – e, no fundo, têm razão.

O que, de facto, acontece é que Montenegro é um perigoso esquerdista encapotado, uma espécie de agente secreto da esquerda radical que milita num partido de direita para o minar por dentro. Se Montenegro for eleito e se se tornar primeiro-ministro de Portugal, a primeira coisa que ele vai fazer é uma aliança política-económica com Cuba.

É por isso que ele teme confrontar-se com Tavares e Raimundo: teme ser descoberto, receia que, durante o debate, se descubra que, afinal, ele é um trotskista dos sete costados.

E isto não é especulação; foi uma fonte de Belém que me assegurou ser verdade.

Agora, aguentem-se…

Albuquerque, o vice-rei da Madeira

Há arguidos e arguidos.

Prevaricações e prevaricações.

Suspeitas de corrupção e suspeitas disso mesmo.

Participações em negócio e negócios em participações.

Um parágrafo de um comunicado da PGR lixou o Costa, mas o Vice-Rei da Madeira está acima disso tudo. Com aquele ar de Frankenstein de risco ao meio, franze as sobrancelhas e diz que até calha bem ser arguido; desse modo, poderá explicar tudo quando for ouvido… daqui a uns meses.

Quanto a Montenegro, mantém aquele sorriso espúrio, conseguindo dizer uma coisa e o seu contrário, praticamente na mesma comunicação.

E o Ventura esfrega as mãos. Corrupção por todos os lados, menos por um, chamado Chega que, no entanto, alberga tipos que, vivendo em Coimbra, receberam subsídios de deslocação por terem casa em Luanda.

Ainda há dúvidas em quem votar?…

“Como Mentem as Sondagens”, de Luís Paixão Martins (2023)

Que as sondagens mentem com quantos dentes têm, já a gente sabia, mas confirmámos agora, depois da leitura deste livrinho do consultor LPM, o tal careca de boné, que é apresentado como o tal que conseguiu a maioria absoluta para o António Costa.

Exagero, claro – quem conseguiu essa maioria absoluta foram os eleitores que, borrifando-se nas sondagens que davam um empate técnico entre PS e PSD, decidiram votar em massa no PS.

Paixão Martins, com abundância de citações norte-americanas, explica como as sondagens têm tudo para induzir em erro: a amostra é pequena, o inquérito está mal conduzido, a interpretação dos jornalistas é abusiva e a distribuição dos indecisos é uma catástrofe!

Gostámos de ler e aconselhamos a todos, sobretudo a quem está à espera da próxima sondagem para decidir em quem votar.

A indecente e má figura de Passos Coelho

Esclarecimento: Pedro Passos Coelho foi um político português que exerceu o cargo de primeiro-ministro entre 2011 e 2015.

Quatro anos.

Foi líder da Juventude Social Democrata entre 1990 e 1995 e licenciou-se em Economia pela Lusíada em 2001, com 37 anos. Mais vale tarde do que nunca…

Esteve também ligado a uma coisa chamada Tecnoforma e parece que não pagou segurança social durante uns anos porque achava que não era preciso, mas não tenho bem a certeza.

Assim de repente, não me lembro de mais nada.

Enquanto foi primeiro-ministro, cortou salários e pensões, eliminou subsídios de natal de férias, bem como feriados nacionais, seguiu escrupulosamente os desígnios do FMI, indo além dos mesmos e foi humilhado nas eleições seguintes, não conseguindo que o programa do seu governo fosse aprovado na Assembleia da República, apesar de, aparentemente, ter tido mais votos que os restantes partidos.

Desde então, refugiou-se na sua casa, em Massamá, rapou a cabeça e assumiu a figura de um D. Sebastião dos subúrbios.

Triste a nação que sonha em ser salva por uma personalidade como esta!…

Aproveitou agora a queda do governo do Costa, para emergir do pântano em que se encontrava e, mostrando à superfície aquela cabecinha rapada, disse de sua justiça, que Costa se demitira por “indecente e má figura”.

Trata-se de uma frase feita que Coelho terá aprendido algures, talvez no seio do PSD, onde Durão Barroso se retirou para a União Europeia e Santana Lopes foi demitido após meia-dúzia de meses como primeiro-ministro – ambos por decente e boa figura. Ou ele próprio, Passos Coelho, que, apesar de ter tido mais votos, foi incapaz de fazer passar o seu programa de governo no Parlamento, por deficiente e péssima figura.

Passos Coelho não é digno de representar a população de Massamá!

Marcelo Sem Cunha de Sousa

Marcelo não meteu nenhuma cunha.
Não senhor!
Limitou-se a receber o mail do Dr. Nuno Rebelo de Sousa e a encaminhá-lo para o Chefe da sua Casa Civil.
Será possível fazer alguma coisa quanto a isto? – perguntava.
Tratem disto como se o Dr. Nuno não fosse meu filho.
Não quero cunhas, é só para saber…
A Casa Civil reenviou para o gabinete do Primeiro-Ministro.
O Presidente da República quer saber se se pode fazer alguma coisa.
Mas nada de cunhas – é só para saber. E não foi o filho que pediu.
Mas o mail é do filho do Presidente?
É do filho do Presidente, mas é como se fosse outra pessoa qualquer.
Compreendi-te!
O Gabinete do Primeiro-Ministro reenviou para o Ministério da Saúde: o Presidente está interessado nisto. Foi o filho que pediu, mas como se não fosse.
Sem cunhas, sem cunhas!
O Ministério da Saúde reenviou para a Administração do Hospital de Santa Maria.
Assunto delicado: o Presidente faz questão, aliás, é o filho do Presidente, mas faz de conta que é outro cidadão qualquer – mas nada de cunhas, ok?
A administração acatou a sugestão.
E assim se fechou o círculo.
Sem cunha nenhuma!
Não percebo por que estão tão ofendidos.

Cavaco precisa de uma segunda opinião

A culpa parece ser da confusão no SNS.

É óbvio que a medicação não está a fazer efeito.

Todos nós vimos as sincinesias que o senhor apresenta sempre que está em público. Para quem não se lembra, os movimentos sincinésicos são movimentos involuntários e desnecessários, que, por vezes, os mais idosos efectuam. Frequentemente, esses movimentos são efeitos secundários da medicação que se toma para outras patologias.

Parece-me que Cavaco Silva está completamente tomado por esses movimentos e deve ser isso que complica a escrita dos seus textos para o Público.

Hoje, por exemplo, fez publicar um texto em que diz que todos os cronistas e comentadores foram enganados pelas contas certas do PS. Todos, mas todos, sem excepção – menos ele, claro, o iluminado Sr. Silva, o tal que é tão honesto que ainda há de nascer alguém mais honesto do que ele – ele, que nada teve a ver com o sr. Loureiro, muito menos com o seu chefe de bancada, Duarte Lima.

Claro que estou a ser injusto.

Sou a favor do envelhecimento activo.

Com 84 anos, Cavaco merece ter voz activa num partido de futuro como o PSD!

Os jovens devem rever-se nele, no seu exemplo, no homem que aproveitou os dinheiros da União Europeia para asfaltar o país, que reduziu os barcos de pesca, que cortou as entradas dos futuros médicos nas faculdades, que amarfanhou a agricultura.

No entanto, talvez fosse melhor alterar-lhe a terapêutica…

Que dizem?

Teorias da Conspiração

Está-se mesmo a ver que Marcelo Rebelo de Sousa e a Lucília Gago, a Procuradora-Geral da República (para quem, daqui a uns meses, pergunte quem é essa?), combinaram, entre si, o modo de queimarem rapidamente o primeiro-ministro. Marcelo perguntou a Lucília se ela tinha alguma coisa que pudesse lixar o António Costa e ela respondeu que havia uma investigação sobre o lítio, o hidrogénio verde e ofícios correlativos que talvez pudesse envolver o Costa, mas que era uma coisa muito ténue. O Presidente da República disse logo para ela desenvolver o caso, que aquilo era o suficiente. Estava farto do Galamba e da impertinência do Costa! Vamos lixá-lo!

Ou então, não foi nada disso.

Foi o Ministério Público que, desde o tempo do Sócrates, quando acabou com as férias judiciais de três meses, que estava deserto para lixar os governos do PS. Assim que apareceu esta investigação, sugerida pela Dona Sandra Felgueiras, aproveitou e montou toda esta narrativa, de acordo com os apaniguados do André Ventura, porque toda a gente sabe que as polícias estão infiltradas pelo Chega.

Ou então, nada disto é verdade.

A verdade é que António Costa estava farto desta treta e não sabia como se havia de libertar. A mulher dele já lhe tinha dito que há que tempos que ele não lhe tocava e que não aturava mais reuniões de trabalho. Foi então que ele se lembrou de pedir ao Galamba para aceitar uns almoços e uns jantares pagos pelo data center de Sines, de modo a provocar o Ministério Público. Foi, aliás, o próprio Costa que meteu umas notas de 50 euros em quatro ou cinco envelopes e os escondeu no gabinete do Escária, de maneira a causar toda esta polémica. Ficou, assim, livre para ir namorar com a mulher.

Ou então, também não foi nada disto.

Se calhar, a verdade tem a ver com a força popular conseguida por Montenegro e Rui Rocha. Ambos, juntos, estão a entusiasmar multidões, de tal maneira, que o próprio Ministério Público achou que era altura de divulgar este processo escandaloso de corrupção, em que foram pagos jantares que ascenderam a 100 euros, de modo a fazer cair, finalmente, este governo corrupto até aos ossos e deixar que Montenegro e Rocha possam, enfim, liderar um governo, juntamente com Ventura.

Que lindo será o futuro de Portugal!