A Água

A água é um dos líquidos mais úteis ao homem e sem ela a nossa economia chegaria à ruína. Aliás, já anda lá perto…

Felizmente, apesar da seca que assola o país real (porque o outro, o país imaginário, já é uma seca desde o tempo do Eça de Queiroz, pelo menos), apesar da seca, dizíamos, a água encontra-se facilmente. Basta procurá-la, por exemplo, nos rios, mares, oceanos, lagos, lagoas, albufeiras, riachos, ribeiras, poços, charcos, pântanos, sargetas, fontes, nuvens e, por vezes, também nos canos, não é pal?

Sem água, seria o desemprego, as indústrias arruinar-se-iam. Note-se, por exemplo que, sem água não haveria submarinos, banheiras, bidés, lavatórios, torneiras, paquetes, navios, bisnagas, garrafas, boias, nadadores-salvadores, fatos de banho, âncoras, pescadores, minhocas, linguados, safios e outros peixes, algas, alforrecas, corais,  ilhas, quedas de água, cascatas, cataratas, arquipélagos, porta-aviões, borrifadores, chuveiros, canos, desentupidores, canalizadores, estações elevatórias, o homem da Atlântida, piscinas, pranchas de saltos, barbatanas, termas, mangueiras, bombeiros, o deserto deixava de fazer sentido, ninguém tinha sede, não teria piada nenhuma atravessar o Canal da Mancha a pé ou ir a Cacilhas de mota, não haveria chuva, nem chapéus de chuva, nem aguaceiros, nem gabardinas, nem galochas, cargas de água, trombas de água, até mesmo o desporto perderia várias modalidades, a natação, o polo aquático, a pesca submarina, não haveria naufrágios, maremotos, inundações. Enfim, vendo bem, talvez até fosse bom que não houvesse água!

Mas há água!

Pior ainda, existem diversas qualidades de água. E nem sempre no estado líquido. Com efeito, encontramos a água no estado sólido, sob a forma de gelo ou água mineral. No estado líquido, citemos a água-ardente, que é “um fogo que arde se beber”, como já dizia Camões; a água-pé, que me dispenso de comentar porque não gosto de conversas baixas; a água-rasca, espécie de água de má qualidade, utilizada para tirar manchas de tinta; a água-mole, utilizada para furar pedras duras – processo que requer muita persistência; a água destilada, que se obtém correndo 3 mil metros com um copo de água na mão – a meio do percurso, o copo começa a suar e a água destila; a água potável, armazenada em potes; a água lisa, para lavara a Mona; a água salgada, com a qual se preparam as lágrimas dos portugueses; a água doce, para bolos e outras guloseimas, etc…

Antigamente, também se fabricava a chamada água de colónia, mas como os novos métodos de exploração dos países do 3º mundo, a sua denominação mais correcta será água das ex-colónias.

Ah! e a água benta, que é a água da chuba, quando batida pelo bento.

  • in Pão com Manteiga, Rádio Comercial, 20-09-1981

Antigamente também havia super-heróis

Os super-heróis não são uma criação recente, como se poderia supor. Já na Antiguidade, muitos homens e mulheres se distinguiram pelos seus feitos, merecendo o epíteto de heróis. No entanto, se tivessem vivido no século 20 e vendessem as suas histórias a uma qualquer empresa de banda desenhada, certamente que seriam tão super-heróis como o homem aranha ou o super-homem.

Façamos uma rápida recapitulação dos grandes super-heróis de antigamente, sem preocupações cronológicas.

Todos se recordam de Spartakus que, com uma fisga de ir aos passarinhos furou o olho do gigante Adamastor num combate que se tornou célebre em todo o Egipto. Ou Alexandre o Grande que, à frente de um exército montado em elefantes, atravessou os Himalaias, derrotando os Persas em Ormuz, sem lugar para dúvidas nem lugar para mortos, que foram aos milhares. Todos se recordam também do pequeno David, possuidor de uma farta cabeleira que, graças à sua força bruta, impediu que o Circo de Roma se desmoronasse durante o terramoto de 1755. Foi também nessa data que Joana D’ Arc se tornou famosa ao transformar o pão que levava aos pobrezinhos esfomeados, em rosas perfumadas, ao ser interpelada por Lord Nelson que acabava de chegar da batalha de Aljubarrota, na qual, à frente de um pequeno exército, derrotara as hordas dos temíveis Hunos, que pretendiam conquistar o Peloponeso.

Foi a histórica batalha de La Lys, em que também se distinguiu Guilherme Tell que, com um único tiro de pistola, acertou em cheio na maçã de Adão de Gengis Khan, pondo fim ao reinado de terror daquele impiedoso imperador jugoslavo.

Não menos famosa foi Deuladeu Martins, uma super-heroína lusa que, munida de uma pá de padeiro, esmagou o crânio do gigante Golias – essa fera hedionda, possuidor de um único olho, situado a meia distância.

Citemos ainda Bufalo Bill, espadachim exímio que, num duelo nunca visto, porque era noite, e estava escuro, derrotou Napoleão na grande batalha de Trafalgar, quando os ingleses, fartos e cansados da Guerra dos Cem Anos procuravam, a todo o custo, submeter os povos das Antilhas britânicas.

Outro grande nome foi, sem dúvida, Nabocudonosor, mas esse não foi herói.

Herói foi, no entanto, Robin dos Bosques, cavaleiro da Transilvânia que, durante a noite, se transformava num insaciável vampiro, conhecido pelo nome de Conde de Sabrosa, que aterrorizava toda a região limítrofe do seu castelo. Ou esse outro herói, o dr. Frankenstein que, graças a um produto químico que ele próprio fabricava no seu laboratório secreto, se transformava em dr. Jeckyl. Os americanos lembram-se bem dele e da sua actuação decisiva para a independência dos Estados Unidos,

 E o grande Ulisses que, na batalha de Trancoso, preferiu ser decepado a deixar a bandeira nacional nas mãos dos austro-húngaros, acabando por morrer com a bandeira nos dentes.

E os nomes dos super-heróis de antigamente poderiam seguir-se. Seria uma lista interminável.

El Cid, o campeador, herói britânico, que preferiu juntar-se aos povos árabes e lutar pela sua independência, nas ardentes areias do deserto paquistanês.

Robinson Crusoe que, com um golpe de espada trespassou a enorme baleia Moby Dick.

Bem-Hur que, mercê da sua super-força, afastou as águas do Mar Vermelho para deixar passar os Curdos, que fugiam dos agressores gauleses.

Lawrence da Arábia, que ficou na História como desbravador da selva africana, enfrentando feras, antropófagos e a malária, acabando por morrer às mãos de King Kong, terrível chefe etíope que, na altura, dominava todas as tribos a norte do Tibete.

Ou Sir Lancelot e D’Artagnan, dois dos famosos cavaleiros da Távola Redonda, que se distinguiram na busca da pedra filosofal, derrotando dragões e monstros fantásticos, como o de Loch Ness e o da Lagoa de Melides.

Que nos desculpem as memórias dos que não foram aqui citados, mas para todos os super-heróis de antigamente aqui fica a nossa homenagem e o nosso muito obrigado.

  • in Pão com Manteiga, Rádio Comercial, 13.9.1981

Uma tarde de bola nos anos 60

Ao ver a transmissão de um jogo de futebol na Sportv, lembrei-me dos tempos em que ia à bola com o meu pai.

Íamos a pé, claro, até porque não morávamos muito longe do velho Estádio da Luz. Nas imediações do estádio, lá estava o velho pregão que gritava “Cá está o tabaco! Olhó tabaco! Cá está o tabaco!”. Tinha uma pequena baliza, na frente da qual estavam dois maços de tabaco. Tudo o que tinhas de fazer era pagar uma certa quantia e chutar uma pequena bola. Se conseguisses deitar abaixo os dois maços de tabaco, eram teus.

Mais à frente, alguém vendia chapéus feitos de cartolina branca, de forma cónica, mas, se te quisesses proteger do sol, também podias colocar um lenço de assoar na cabeça, com um nó em cada ponta.

No entanto, o que mais me espanta, sempre que penso nessas tardes passadas no velho Estádio da Luz, ao lado do meu pai e dos seu amigos e familiares, é o facto daquelas alminhas, que falavam o dialecto do Bairro Alto, serem também capazes de falar inglês.

Naqueles tempos, não havia cantos – só corners. O guarda-redes era o Keeper, os defesas eram os backs e o árbitro nunca assinalava foras de jogo, mas sim off sides. Por outro lado, o liner, era muitas vezes apelidado, ternurentamente, de bandeirinha.

Aos domingos à tarde – naqueles tempos, os jogos eram sempre ao domingo à tarde – o meu pai e a malta do Bairro Alto, eram todos bilingues!

José Mário Branco (1942-19.11.2019)

Tomei contacto com a música de José Mário Branco, pela primeira vez, em novembro de 1971, no extinto Cinema Roma.

Encontrei notícia desse encontro aqui, num texto de Rogério Santos, Estudos da Rádio em Portugal.

Diz o autor: “De indicativo musical composto pela banda Pop Five Music Incorporated, o programa (Página Um) (…) fez emissões ao vivo (…) do cinema Roma, aqui a estrear os discos de José Mário Branco (Mudam-se os Tempos, Mudam-se as Vontades) e de Sérgio Godinho (Os Sobreviventes) (novembro de 1971). Os discos foram apresentados faixa a faixa pelos autores, em entrevista em directo, conduzida por Adelino Gomes. Como os músicos viviam exilados em Paris, no palco puseram-se duas cadeiras, e, no lugar deles, um gravador e as bobinas da música. O espectáculo foi público e estiveram cerca de 50 pessoas”

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Eu fui uma dessas 50 pessoas.

Em novembro de 1971, tinha 18 anos e não perdia uma emissão do Programa de rádio Página Um, da Rádio Renascença, apresentado por José Manuel Nunes e com reportagens de Adelino Gomes (que haveria de ser meu colega jornalista na redacção da RTP, depois do 25 de Abril).

O Programa passava música anglo-saxónica e música de intervenção portuguesa (Zeca Afonso e quejandos).

Os Pop Five Musica Incorporated era uma banda pop-rock que integrou, entre outros, o irmão de Sérgio Godinho, Paulo Godinho, David Ferreira, Tó Zé Brito, Miguel Graça Moura.

Lembro-me que, sentado na plateia do cinema Roma, fiquei logo fascinado com a música do José Mário Branco. Como era possível aquela sonoridade num disco de um português?

Todas as músicas eram excelentes: Cantiga para pedir 2 tostões, Cantiga do fogo e da guerra, O charlatão, Queixa das almas jovens censuradas, Nevoeiro, Mariazinha, Casa comigo Marta, Perfilados de medo, Mudam-se os tempos, mudam-se as vontades.

Os arranjos eram todos diferentes do que tinha ouvido até aí. Era possível fazer uma música de intervenção com qualidade e moderna!

Claro que comprei o disco, assim que saiu em Portugal, e acompanhei a carreira do José Mário Branco, mesmo naquele período mais ou menos louco do GAC (tenho os vinis todos e, ainda hoje, cantamos, em coro, Na herdade de Albernoa… e destaco o grande Pois Canté!).

Como não gosto muito de fado, a carreira do José Mário Branco como produtor de discos de fado, nomeadamente, do Camané, passou-me ao lado – mas não posso esquecer o Inquietação e aquela espécie de melopeia/manifesto anti-FMI, que ainda hoje me emociona e tenho dificuldade em ler todo aquele arrazoado, sem um nó na garganta.

Os meus sinceros agradecimentos a José Mário Branco

O Coiso – na net há 20 anos!

O Coiso saiu í  rua, pela primeira vez, em 7 de Março de 1975 e afirmava ser “o semanário de maior penetração no país”.

Era feito nas tipografias do saudoso jornal República, e tinha como principais mentores, o director comercial desse jornal, ílvaro Belo Marques, o Ruy Lemos (director), o grande Mário-Henrique Leiria (chefe de redacção), o José António Pinheiro e eu próprio. Os cartoons e bonecos em geral estavam a cargo do Carlos Barradas, Carlos Brito, Fred – e muitos outros colaboraram nessa pequena loucura durante 11 semanas.

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Depois, o jornal República fechou, vítima dos acontecimentos turbulentos do chamado prec (processo revolucionário em curso), e O Coiso acabou. Ainda se publicaram mais dois números, com uma redacção muito desfalcada, e O Coiso murchou de vez.

Sempre senti O Coiso como meu, por razões que eu cá sei e, por isso, em novembro de 1999, meti O Coiso na net.

E, com maior ou menor assiduidade, O Coiso cá tem andado – e já lá vão 20 anos!

Parabéns ao Coiso!

25 de Abril Sempre!

Em novembro/dezembro de 1973 estávamos em plena crise petrolífera, por causa da guerra israelo-árabe.

As filas para as bombas de gasolina eram a regra e só podíamos pí´r 20 litros por bomba. A 21 de novembro, os jornais noticiavam que a velocidade máxima tinha sido estabelecida nos 100 km/hora na autoestrada (ah! ah! ah!), que terminava ali para os lados de Aveiras de Cima, e 80 km/hora fora das localidades.

No entanto, a principal notícia ficava escondida e tinha a ver com os estudantes universitários.

Um decreto-lei determinava que as Universidades podiam recusar a matrícula a estudantes.

E porquê?

Porque tinham tido más notas? Porque não tinham conseguido a média necessária para entrar na Universidade?

Parece que não.

As Universidades podiam recusar a inscrição de estudantes que “justificadamente fossem considerados como prejudiciais í  disciplina dos estabelecimentos”. (notícia de 25/11/1973)

Cerca de um mês depois, a 12.12.1973, o jornal República noticiava que a Faculdade de Letras tinha suspenso dez alunos e que no Instituto Superior Técnico, dois estudantes tinham sido presos depois da polícia ter invadido a sala de alunos.

E ainda há quem queira 300 salazares!…

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White Album – 50 anos!

Faz hoje 50 anos que foi editado aquele que é, na minha opinião, o melhor álbum dos Beatles – o famoso duplo ílbum Branco.

50 anos!

Sem comentários…

Comprei-o no ano seguinte, no dia 27 de Fevereiro de 1969 (faltava menos de um mês para completar 16 anos!…) – sei a exacta data porque, naquela altura (e ainda hoje…), tinha a mania de numerar e datar as coisas que comprava.

O White Album foi o primeiro LP que comprei com o meu dinheiro, com as moedinhas que fui poupando, andando í  pendura no eléctrico do Arco do Cego até Benfica, ou andando a pé entre as chamadas paragens zona, de modo a comprar bilhetes mais baratos.

Comprei este duplo LP numa loja de discos (uma discoteca…), na Praça de Londres, um pouco acima do Café Mexicana (já não deve existir hoje em dia…).

O álbum estava numerado e, a mim, calhou-me o nº 510204.

É um disco do caraças!

Tens lá tudo, desde rock da pesada (Helter Skelter) a música country (Don’t Pass Me By), desde baladas (Julia) a experiências (Revolution 9), rock puro (Back in the USSR) e pop vulgar (Ob-La-Di, Ob-La-Da), grandes canções (While Guitar Gently Weeps, Mother Nature’s Son, Long, Long, Long) e algumas loucuras (Rocky Racoon, Yer Blues, Wild Honey Pie) e muitas coisas mais.

E posso acrescentar: todas as faixas valem a pena!

Para mim, continua a ser o melhor disco dos Beatles (seguido, de perto, pelo Abbey Road…).

Mas 50 anos, caramba!…

Nota: as fotos abaixo contém alguns acrescentos… o álbum era mesmo completamente branco…

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Expressamente lixo

Entre 1974 e 1977 fui jornalista. Com carteira profissional. Trabalhei na redacção do Telejornal da RTP. Naqueles tempos conturbados do post-25 de Abril, fui sub-chefe de redacção, responsável pela última edição do Telejornal, que ia para o ar já depois da meia-noite.

A 28 de Outubro de 1977, já com o curso de Medicina terminado, deixei a profissão. Organizaram-me um jantar de despedida, no restaurante “O Jacinto“. Presentes cerca de 50 jornalistas da RTP (Hélder de Sousa, Cesário Borga, José Eduardo Moniz, Adriano Cerqueira, Mário Cardoso, Avelino Rodrigues, Nuno Vasco, Bessa Tavares, Pedro Luís de Castro, Sarsfield Cabral, Carlos Albuquerque e muitos outros.

Fiz um discurso, claro.

Do alto dos meus 24 aninhos, zurzi nos jornalistas, como correias de transmissão do Poder.

O discurso terminava com esta frase:

“Espero que um dia destes, os jornalistas constituam uma espécie em vias de extinção. Paulatinamente, serão substituídos pelos mensageiros da correspondência colectiva”.

De certo modo, estava a antecipar as redes sociais, e não podia adivinhar que elas poderiam ser tão más ou piores que os jornalistas…

Tudo isto vem a propósito do título de primeira página do Expresso de ontem.

Os tipos da página Os Truques da Imprensa Portuguesa têm desmontado, com eficácia, coisas semelhantes, mas elas não param!

—Portanto, segundo o título do Expresso, António Costa deu 1200 milhões de euros ao PCP e ao Bloco de Esquerda!

Mas onde é que isto já chegou?!

Os partidos da chamada geringonça já negoceiam milhões entre eles?

Logo no subtítulo, ficamos a saber que desses 1200 milhões, metade vai para os pensionistas que, como toda a gente sabe, são todos do PC ou do Bloco…

Vejamos então o que diz a notícia, no interior do jornal:

“As cedências do Governo aos partidos de esquerda vão custar cerca de 1200 milhões entra 2016 e 2019. Este valor corresponde ao acréscimo de despesa (ou diminuição da receita) acumulado durante os quatro anos de legislatura perante o que estava originalmente previsto pelo PS. É um montante que corresponde a cerca de 0,5% do PIB mas que, na prática, acaba por não ter grande impacto orçamental já que está diluído por vários anos e, além disso, o crescimento económico tem batido as expectativas iniciais.”

Se um tipo ler só o título, fica indignado com o facto do Costa andar agora a dar milhões aos parceiros da geringonça e depois, afinal:

  1. O dinheiro é para os portugueses, independentemente de quem votam;
  2. Os 1200 milhões são distribuídos ao longo de quatro anos
  3. O impacto desse montante no PIB é desprezível

Sendo assim, qual é a grande manchete do Expresso de ontem?

Porra nenhuma!