O recorde de Jardim

Informação perturbadora: Alberto João Jardim já é o político português há mais tempo no poder desde a implantação da República!

O recorde pertencia a Oliveira Salazar, esse brilhante democrata, que esteve no poder 36 anos e 84 dias, até que caiu da cadeira abaixo.

Pois esse outro brilhante democrata, que dá pelo nome de Alberto João Jardim, está no poder há exactamente 36 anos e 90 dias.

É verdade que é na Madeira, o que pode ser uma desculpa, mas mesmo assim!…

Coelho au Madeira

Passos Coelho foi ao Congresso do PSD-Madeira.

Alberto João Jardim, apesar de ser contra o “regime do contenente”, recebeu o primeiro-ministro condignamente, sem insultos nem bocas foleiras, embora alguns congressistas tenham ensaiado uns apupos tímidos.

Só hoje percebi a razão que levou Jardim a portar-se tão bem: é que recebeu a garantia de que, mais uma vez, os contribuintes vão abrir os cordões à bolsa para o financiar.

Com efeito, podem ler, por exemplo aqui http://sol.sapo.pt/inicio/Economia/Interior.aspx?content_id=63228, que lá vão mais mil e cem milhões para as jardinices…

Portanto, acalmada a fera, foi com aquele sorriso palerma que Passos Coelho subiu ao palco para se insurgir contra os que “protestam vocalmente contra o governo”.

Vocalmente?!

Este Passos Coelho não deixa de me surpreender com a sua verve!

Portanto, os que protestam arremessando pedras, fazendo gestos obscenos com os dedos médios ou quebrando montras, são poupados – mas os que gritam, vociferam ou cantam slogans, são admoestados por Coelho.

Diz a criatura:

«Não tenho nenhum problema em enfrentar a impopularidade, posso bem com aqueles que pensam diferente de mim e posso bem com aqueles que acham que estamos a seguir um caminho de austeridade excessiva».

Coelho pode bem com os que pensam de maneira diferente e pode bem com os que acham que há austeridade a mais.

Isto é, Coelho pode bem com milhões de portugueses.

Coelho é Poder.

Cada vez mais isolado.

Cada vez mais orgulhosamente só.

E o homem concluiu:

«Confio muito na inteligência dos portugueses».

Se o dissesse com o típico sotaque beirão ainda seria mais tenebroso.

Estamos mesmo tramados!

PS – Coelho au Madeira: esfole-se o coelho, lave-se muito bem, regue-se o bicho com vinho da Madeira e leve-se ao forno, com batatas e rodelas de cenoura; deixe-se alourar para ficar ainda mais burro e beba-se o Jameson. Todo!

Jardim mostra o caminho

Notícia do DN:

«A ausência de “entusiasmo” e de “pressão imprescindível de Lisboa” junto da Comissão Europeia para resolver o impasse do Centro Internacional de Negócios da Madeira, cujo fim poderá estar para breve, “justifica uma reflexão sobre a nossa saída”, leia-se Madeira, “do âmbito da União Europeia, se necessário, a exemplo de outros territórios autónomos noutros Estados soberanos europeus”, avisou ontem Alberto João Jardim.»

O Jardim quer sair da União Europeia?

É para já!

Pode sair imediatamente e juntar-se à Grécia.

Após dois ou três meses de convívio com Jardim, era ver os gregos a pedir, de joelhos, o reingresso na União Europeia!

Madeira – farol da Democracia

Na véspera de uma Greve Geral, em que milhares de portugueses irão mostrar a sua indignação perante as medidas de austeridade que nos estão a atirar para a recessão, num momento em que muitos se interrogam sobre o destino da Democracia, numa altura em que o capitalismo selvagem parece estar a tomar conta das nossas vidas – eis que a Madeira, a Pérola do Atlântico, nos mostra o caminho.

Como?

Simples!

Os deputados do PSD na Assembleia madeirense decidiram que um único deputado pode votar pelos restantes 25.

De facto, por que raio é que 25 deputados se hão-de deslocar à Assembleia, quando um único pode fazer o trabalho de todos?

O PSD continua com a maioria absoluta, mas mais curta do antes; com efeito, o PSD tem apenas mais dois deputados do que a soma dos deputados da Oposição. Imagine que, por exemplo, dois ou três deputados do PSD têm outra coisa mais importante para fazer do que ir apanhar secas na Assembleia. O partido fica em minoria e pode perder votações.

Nada disso.

O líder da bancada do PSD vota e o seu voto vale pelos 25 deputados!

É assim mesmo!

Obrigado, Alberto João, pelo exemplo que continuas a dar!

E obrigado pelos 3 milhões que vais gastar no fogo de artifício!

Eu próprio já contribuí para os teus foguetes, com metade do meu subsídio de Natal!

Espero que te rebentem na peida, pá!

Jardim dixit

O DN recorda, hoje, algumas frases lapidares do Alberto João. Ei-las:

Sobre a possível candidatura de Cavaco a Belém: «A ida do professor Cavaco para Belém seria nociva ao país e ao PSD. O sr. Silva devia ser expulso do PSD.»

Sobre a candidatura de Passos Coelho à liderança do PSD: «Acha que depois de 30 e tal anos de política, estou para ser liderado por ese indivíduo?»

Sobre António José Seguro: «Esse senhor chegou a secretário geral do PS? Desculpa, o que eu me lembro do sr. Seguro é de andar a distribuir preservativos pelas praias».

Sobre Sócrates: «Sócrates está obcecado contra um povo, que é o madeirense, e quer fechar a imprensa que lhe é adversa. É nitidamente um Mugabe».

Sobre Guterres: «É um tonto… e caloteiro».

O facto deste gajo estar no poder desde 1978, sem que ninguém, nunca, o tenha posto na ordem, é um daqueles mistérios insondáveis.

E claro que vai ganhar as eleições novamente – pois se até o sr. Silva o desculpa…

Ó Alberto, isto é mesmo bar aberto?!

Então, Alberto?

Escondeste as facturas e os recibos, varreste a contabilidade para debaixo do tapete.

Disseste: que se foda o Continente!

O Sócrates estava-te a pisar os calos e tu fizeste-lhe um manguito, mais à sua lei das Finanças Locais.

Que se foda o Sócrates, também!

Toca a continuar as obras, que o que o povo quer é inaugurações.

E que aí vinha a Troika?

Pois que se fodam a Troika, a União Europeia e o FMI!

É tudo uma cambada de maçons e de membros da Internacional Socialista!

E parece que, agora, estão todos escandalizados, lá na Europa…

Pois que se foda a Merkel, que até o Berlusconi diz que é uma gorda mal fodida, e que se foda o Sarkozy e mais a escanifobética da mulher!

Que se foda a Europa e o Passos Coelho e o Paulo Portas e o Sr. Silva!

Que se fodam todos e deixem o Alberto em paz, carago!

Coisas que eu li na imprensa

1. Em 2010 ocorreram menos 4500 AVC e menos 300 enfartos que no ano anterior (DN de 9/4)

Fica provado que a crise beneficia a prevenção primária dos eventos cardiovasculares e que o governo Sócrates fez bem à saúde dos portugueses.

2. O Expresso compara Portugal à Finlândia. Os números são muito semelhantes: enquanto nós temos 25% de carga fiscal sobre as empresas, os suomis têm 26%; o endividamento das famílias também não é muito diferente (100% para nós, 129% para eles); os gastos do Estado até é maior na Finlândia (56,2% do PIB) do que em Portugal (48,2%).

Sendo assim, como se explica a diferença do êxito destes dois países?

Pistas: número de polícias por mil habitantes – 520 em Portugal, 150 na Finlândia; número de advogados por mil habitantes – 260 por cá, 34 na terra do sol da meia-noite…

3. Perto de Praga foi descoberto um esqueleto pré-histórico datado entra 2500 e 2800 AC. Trata-se de um homem que, no entanto, foi enterrado segundo os procedimentos usados para as mulheres (inclinado para a esquerda e com a cara virada para ocidente, sem armas nem jóias).

Os arqueólogos especulam: terá sido um transsexual?

Quer dizer: se já não é politicamente correcto dizermos “homem das cavernas”, teremos que passar a dizer “homem, mulher ou maricas das cavernas”?

4. A América Latina continua e merecer o trocadilho de América Latrina.

Desta vez é na Guatemala.

O presidente Álvaro Cólon não pode ser reeleito. A Constituição proíbe, para que não aconteça como na Venezuela de Chavez, que se vai eternizando no trono.

Sendo assim, a sua mulher, Sandra Torres pensou em candidatar-se. Mas a constituição também não permite que nenhum parente do presidente se possa candidatar, para que não aconteça como na Argentina, em que a esposa (Cristina Kirchner), sucedeu ao marido, Nestor (e o marido só não irá suceder à esposa porque, entretanto, morreu de enfarto).

Mas Álvaro Colom e Sandra Torres já encontraram uma solução: divorciaram-se!

5. Quem devia passar a pertencer à América Latrina era a Madeira, enquanto fosse chefiada pelo Alberto João.

Caladinho durante uns tempos, talvez fruto de ordem médica, após o enfarto, ei-lo que volta à ribalta e diz a maior quantidade de disparates por segundo no 13º Congresso do PSD-Madeira.

Exemplos:

– para acabar com as greves nos transportes propõe “ensinar os militares a pilotar aviões comerciais ou a conduzir comboios ou até o metro”

– o “Estado-polvo, o Estado-paraíso, triunfo dos idiotas, não é mais que uma paródia de República que estamos aqui a aturar, um regime socialista tipo chinês, que destruiu a classe média”

– Teixeira dos Santos é “criminoso”, por causa da zona franca, mas também “malcriado” e deveria “ter levado umas palmadas do presidente da República”

– Se fosse primeiro-ministro, Jardim, assim que chegasse a São Bento, anularia vários decretos, nomeadamente, dois: a liberalização da droga e os casamentos entre pessoas do mesmo sexo, que são “novos costumes de gente aberrante”.

Claro que Alberto João já se esqueceu das boquinhas e olhinhos que fez a Sócrates, quanto este lhe deu milhões para a reconstrução da Madeira, após as enxurradas.

Isso tem pouca importância para este tipo, que não precisa de artimanhas para se eternizar no poder.

Manuela asfixiada

A D. Manuela inventou a “asfixia democrática”.

Segundo ela, no Continente, as pessoas têm medo de exprimir as suas opiniões porque podem colocar em risco os seus empregos. Pelo contrário, na Madeira, é o Paraíso democrático.

Ontem, até o Paulinho das feiras lhe chamou a atenção para o facto de um debate como o que estava a decorrer entre ambos, seria impossível na Madeira.

A D. Manuela acha que não. Que na Madeira é que se pratica a verdadeira democracia.

E porquê?

Porque, diz ela, Alberto João Jardim “é eleito há muitos anos, por voto secreto e com maiorias sempre crescentes”.

Ó D. Manuela – isso também o Saddam Hussein, que era sempre eleito por 99% dos eleitores, e o Nyyazov, que foi presidente do Turquemenistão entre 1991 e 2006, e ainda o Karimov, que é presidente do Uzbequistão desde 1991, e o Kadhaffi, que está no poder desde a Idade Média!

Todos com maiorias sempre crescentes!

E ai de quem não votar neles!

D. Manuela, a senhora está-me a descair – eu pensei que fosse uma política inteligente e digna e, afinal, a senhora é trapalhona, pouco séria nos argumentos e já deu provas, em anteriores legislaturas, quer como ministra da Educação, quer como ministra das Finanças, de ter muito pouca abertura democrática.

Portanto, se sente asfixiada, sugiro-lhe Ventilan – 1 a 2 inalações de 8/8 horas e consulte um pneumologista.

As melhoras…