O holandês invejoso

Jeroen Dijsselbloem é um invejoso.

Já toda a gente sabe que ele disse que não se pode gastar o dinheiro todo em álcool e mulheres e, depois, vir pedir dinheiro emprestado.

E eu só quero perguntar-lhe: porquê?

Por que raio não se pode gastar o dinheiro todo em álcool e mulheres?

E o que tem de mal ir, depois, pedir dinheiro emprestado?

Onde está escrito que isso está errado?

Seria correcto, por exemplo, gastar o dinheiro todo em doces e panados de frango?

Ou gastá-lo todo em canabis e rapazinhos imberbes?

Ou então, aproveitar o trabalho dos outros e ir lá colher os frutos, como fizeram os holandeses da Liga Hanseática, depois dos portugueses se terem desleixado com os copos e as gajas?

Ou ainda, sacar as empresas dos outros e cobrar-lhes os impostos?

É bom que o nome de Dijsselbloem fique registado porque o tipo há de aparecer por aí, no Algarve ou em Ibiza, nem que seja quando estiver reformado.

Nessa altura, a gente conversa.

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A gente acredita, que remédio!

O desempenho da selecção nacional de futebol no Europeu fez disparar o uso do verbo “acreditar”.

Se googlarem a palavra “acreditar”, encontram mais de 750 mil entradas!

Exemplos:

  • “Marcelo diz í  selecção que hoje há mais razões para acreditar” (TSF, 11/7)
  • “Orgulhoso da minha equipa. Orgulhoso do meu país. Fazê-los acreditar” (Ronaldo, 10/7)
  • “Portugueses têm mérito de acreditar até ao fim” (Matuidi, citado pelo Record, 10/7)
  • “Vamos acreditar. Vamos ganhar” (Fernando Santos, 6/7)
  • “Portugueses têm que acreditar connosco” (Nani, 6/7)
  • “A base do nosso sucesso é acreditar que tudo é possível” (Nani, 30/6)
  • “Continuo a acreditar que só vou no dia 11 para Portugal” (Fernando Santos, 30/6)

E por aí fora…

Chegamos, portanto, í  conclusão que, afinal, nada disto é fruto do esforço, da dedicação, do trabalho, do suor ou da sorte – afinal, é tudo uma questão de crença.

É como na religião: ou acreditas ou és descrente.

Um verdadeiro católico não precisa de provas da existência de Deus, porque acredita.

Assim foi com a nossa selecção – nem precisou de fazer grandes jogos (aliás, não ganhou nenhum jogo nos 90 minutos, embora também não tenha perdido nenhum). Bastou-lhe acreditar.

O Passos e o Portas também nos quiseram fazer acreditar que a saída tinha sido limpa.

E, no entanto, os buracos vão aparecendo: o Banif, a Caixa, o buraco de 50 milhões na electricidade… e começamos a acreditar que a saída limpa, afinal, foi uma saída badalhoca…

Mas o acreditar também se está a meter entre o António Costa e as sanções da União Europeia.

A União Europeia não acredita nos números do nosso governo e o senhor da cadeira de rodas, no fundo, acredita que vamos precisar de um novo resgate.

Por seu lado, o primeiro ministro fartou-se de dizer que não acreditava que as sanções fossem para a frente e, agora que elas vão mesmo avançar, acredita que a multa será zero.

Em suma, a malta não tem mesmo outro remédio senão acreditar!

Sanções ou Sansões?

A União Europeia está preocupada com os 0,2% acima do défice de 3% de Portugal em 2015.

É compreensível.

Comparado com isso, os milhões de refugiados, o Brexit e os atentados terroristas são peanuts.

O que a UE não pode aturar é países pindéricos que ultrapassem os 3% de défice.

Outros podem fazê-lo, como a França, mas não são pindéricos.

E se há um Tratado Qualquer que diz que se devem aplicar sanções a esses países, por que não?

Nunca se fez?

Alguma vez havia de ser a primeira.

António Costa escreveu uma carta ao Sr. Junkers, explicando por que razão as sanções não devem ser aplicadas.

A oposição queria conhecer o conteúdo da carta mas o governo diz que é privada.

Para mim, acho que a carta deve ser mais ou menos assim:

“Exmo. Sr. Presidente Junkers,

É pá, deixa-te mas é de merdas e mete as sanções no cu!”

Perante isto, a UE decide mesmo avançar com as sanções.

E serão as seguintes:

  1. Mário Centeno é despedido e vem para cá o Schauble durante um ano
  2. Todos os supermercados têm que seguir o exemplo do Pingo Doce e pagar impostos na Holanda
  3. O alemão passa a ser ensinado na escola básica e torna-se a segunda língua oficial de Portugal para já; daqui a 6 meses, em todos os PALOP, incluindo a Guiné Equatorial
  4. A Caixa Geral de Depósitos é integrada no Deutch Bank
  5. O nosso euro passa a valer 0,5 euro franco-alemão

Para combater estas sanções, Costa precisará de vários Sansões…

Para inglês ver…

A União Europeia sempre foi para inglês ver.

Puritanos, os ingleses da Old England sempre desprezaram os que viviam í  grande e í  francesa.

Aderiram í  CEE por puro spleen, porque não tinham mais nada para fazer.

Sempre desdenharam.

Diz-se que quem desdenha, quer comprar, mas os ingleses queriam, sobretudo, vender.

Agora, querem regressar ao velho British Empire, como se ainda mandassem na Índia e na ífrica do Sul e continuasse a ser rule Britannia, Britannia rules the waves.

Faz lembrar o Angola é nossa

Claro que Marcelo Rebelo de Sousa, o Presidente de todos os Presidentes, já emitiu a sua opinião.

No final do jogo contra a Hungria, Marcelo estabeleceu novas regras: no final dos jogos da selecção, os jornalistas têm que ouvir o seleccionador, um jogador de campo e o Presidente da República.

Marcelo tem sempre um opinião a emitir.

O que é que isto tem a ver com o Brexit?

Tudo!

Com a saída do Reino Unido, as quatro equipas nacionais britânicas vão passar a participar nos campeonatos da Commonwealth e deixamos de nos preocupar com a Inglaterra, o País de Gales e a Irlanda do Norte.

Resta a Escócia, que votou a favor do Remain e que merece todo o nosso amor.

I love scotch, if you know what I mean...

marcelo brexit

Está quieto, ó Portas!

Agora ficámos a saber quem é o culpado pelas novas medidas de austeridade que o governo do Costa se viu obrigado a tomar.

E o culpado foi o Paulo Portas.

Sem que ninguém lhe encomendasse o sermão, o futuro ex-líder do CDS foi a Bruxelas falar com o presidente da Comissão Europeia e disse-lhe isto:

“Estive em Bruxelas esta semana, pedi ao senhor Juncker que não fosse intransigente porque se houvesse um desacordo grave o problema não era para o Governo, era para Portugal e os portugueses seriam os primeiros a ser prejudicados mais dia menos dia”.

E pronto, está-se mesmo a ver que Junker, perante este pedido, apertou com o Costa o mais que pí´de, porque deve ter pensado que Portas estava a ser sarcástico.

E só podia ser: então o CDS ganhou as eleições em coligação com o PSD e o Costa é que formou governo e o Portas, ainda por cima, quer ser bonzinho e ajudá-lo, pedindo ao Junkers para não ser intransigente?

Estava a gozar, certamente!…

E toca de apertar o torno ao Costa.

Retira-te mas é para os teus negócios de família e deixa-nos em paz, ó Paulinho!…

Uns açoites no Coelho

Quanto mais te baixas, mais se te vê o cu – lá diz o velho ditado…

Passos Coelho e sus muchachos tudo fizeram, ao longo destes três anos, para satisfazer os credores e a Comissão Europeia.

Eles diziam mata, o Coelho dizia esfola, mesmo que isso fosse uma enorme contradição (um coelho a defender o esfola é o mesmo que uma marta a pugnar por uma estola…).

Mas nada deste esforço é reconhecido.

Eis que, depois de tantos cortes, a Comissão Europeia vem dizer que o «Governo perdeu “apetite político” nas reformas mais ambiciosas», como titula hoje o DN.

Entre essas reformas, a Comissão Europeia destaca a das pensões.

Com efeito, o Governo subiu a idade da reforma para os 66 anos, mas é pouco!

Ainda hoje a Direcção Geral de Saúde revelou os números das causas de morte e parece que, finalmente, o cancro ganha vantagem e está quase a ultrapassar as doenças cardiovasculares.

Ora, toda a gente sabe que, com os avanços da medicina, o cancro se está a transformar numa doença crónica.

Portanto, se começarmos a morrer mais de cancro do que de enfarto de miocárdio, a esperança de vida poderá aumentar ainda mais.

É perfeitamente aceitável que um tipo continue a trabalhar aos 67 ou 68 anos, mesmo com um cancro da próstata, ao contrário de um palerma que morra aos 50 com enfarto – esse, sim, nunca mais vai trabalhar na puta da vida!

Tudo isto tem sido discutido entre o nosso formidável Presidente e os seus conselheiros.

Quando a gente pensa que Cavaco se está cagando para a prisão de um ex-primeiro ministro, para o descalabro da PT ou para a requisição civil da TAP, a verdade é que o homem está a pensar estas coisas importantes e ainda ontem disse esta frase essencial: «é uma ilusão pensar que os problemas do país estão resolvidos».

Vejam bem a dimensão deste pensamento, o alcance desta frase, a profundidade desta ideia: Cavaco diz-nos que os problemas do nosso país não estão resolvidos!

Porra, Cavaco! que grande desarrincanço!

É preciso ser um grande Presidente para chegar a essa conclusão!

Enfim, com um primeiro-ministro e um presidente destes, de que é que estávamos í  espera?

O nosso homem em Bruxelas

Chama-se Moedas, Carlos Moedas.

É o nosso novo comissário na União Europeia. Ainda não se sabe o que vai comissariar, mas parece não ser grande coisa.

Trocos, portanto.

O Diário de Notícias, ontem, prestou um serviço público, divulgando um currículo resumido de Moedas.

Logo no início diz-se que foi “um dos melhores alunos do 9º ano do Liceu de Beja”. Quantos seriam?

Resta saber que tipo de aluno foi Moedas no 10º, 11º, 12º ano…

Acrescenta-se que é “filho do Zé Moedas, um histórico comunista de Beja, cofundador do Diário do Alentejo”.

Se Moedas filho tivesse seguido as pisadas do Moedas pai, talvez fosse agora chefe de redacção do Avante!

O currículo continua com a carreira universitária: Carlos Moedas fez o curso de Engenharia Civil no Instituto Superior Técnico, terminando em 1993 e “fez o último ano do curso na École National des Ponts e Chaussées de Paris e trabalhou até 1998 na área de engenharia para o grupo Suez Lyonnaise des Eaux, em França”.

Quem diria que um tipo que estuda numa escola de pontes e passeios e trabalha, depois, em água, vem a ser um dos principais negociadores do governo com a troika?

Mais tarde, Moedas integrou a equipa do banco de investimento Goldman Sachs (O Saque do Homem de Ouro, em tradução livre), na área de aquisições e fusões – o que explica como ficámos fundidos…

Aderiu ao PSD em 2009, foi eleito por Beja e nomeado secretário de Estado adjunto de Passos Coelho – uma ascensão meteórica, apenas explicável pelo facto de ser um engenheiro civil e, como Passos é advogado, precisava de alguém que percebesse de contas.

E com um apelido como este, quem melhor que Moedas?

Como diria Eça: uma choldra, menino!

A sangria é nossa!

O Parlamento Europeu aprovou por 609 votos a favor e 72 contra, uma resolução que diz que a sangria, com essa designação, só pode ser produzida em Portugal e Espanha.

Se qualquer outro pais quiser produzir uma bebida que saiba a sangria, terá que chamar-lhe “bebida aromatizada í  base de vinho”.
De entre os 70 votos contra, destaca-se o do deputado português, Rui Tavares.

O líder do novo partido Livre justificou-se dizendo que foram tantas as matérias votadas que “não se lembra” de ter votado contra a sangria.

Se calhar, o Tavares já tinha bebida uns copitos de sangria…
Enfim, cada país tem a zurrapa que merece: o whisky para a Escócia, o champanhe para a França e, para Portugal, uma mixórdia.

Merkolândia

Merkel e Sarkozy entenderam-se.

Falava-se em Merkozy.

Quando Hollande foi eleito, houve quem sonhasse que ele iria fazer frente í  Merkel.

Engano, claro.

Depois de uma reunião em Paris, Merkel disse: “com esta nova etapa da nossa relação, queremos fazer avançar a Europa e fazer dela o continente mais forte do mundo”.

Uma nova etapa na relação entre Merkel e Hollande?

Hollande é tenrinho demais para Merkel.

Merkel já o papou…

merkel e hollande