Coisas que eu li na imprensa

1. Em 2010 ocorreram menos 4500 AVC e menos 300 enfartos que no ano anterior (DN de 9/4)

Fica provado que a crise beneficia a prevenção primária dos eventos cardiovasculares e que o governo Sócrates fez bem à saúde dos portugueses.

2. O Expresso compara Portugal à Finlândia. Os números são muito semelhantes: enquanto nós temos 25% de carga fiscal sobre as empresas, os suomis têm 26%; o endividamento das famílias também não é muito diferente (100% para nós, 129% para eles); os gastos do Estado até é maior na Finlândia (56,2% do PIB) do que em Portugal (48,2%).

Sendo assim, como se explica a diferença do êxito destes dois países?

Pistas: número de polícias por mil habitantes – 520 em Portugal, 150 na Finlândia; número de advogados por mil habitantes – 260 por cá, 34 na terra do sol da meia-noite…

3. Perto de Praga foi descoberto um esqueleto pré-histórico datado entra 2500 e 2800 AC. Trata-se de um homem que, no entanto, foi enterrado segundo os procedimentos usados para as mulheres (inclinado para a esquerda e com a cara virada para ocidente, sem armas nem jóias).

Os arqueólogos especulam: terá sido um transsexual?

Quer dizer: se já não é politicamente correcto dizermos “homem das cavernas”, teremos que passar a dizer “homem, mulher ou maricas das cavernas”?

4. A América Latina continua e merecer o trocadilho de América Latrina.

Desta vez é na Guatemala.

O presidente Álvaro Cólon não pode ser reeleito. A Constituição proíbe, para que não aconteça como na Venezuela de Chavez, que se vai eternizando no trono.

Sendo assim, a sua mulher, Sandra Torres pensou em candidatar-se. Mas a constituição também não permite que nenhum parente do presidente se possa candidatar, para que não aconteça como na Argentina, em que a esposa (Cristina Kirchner), sucedeu ao marido, Nestor (e o marido só não irá suceder à esposa porque, entretanto, morreu de enfarto).

Mas Álvaro Colom e Sandra Torres já encontraram uma solução: divorciaram-se!

5. Quem devia passar a pertencer à América Latrina era a Madeira, enquanto fosse chefiada pelo Alberto João.

Caladinho durante uns tempos, talvez fruto de ordem médica, após o enfarto, ei-lo que volta à ribalta e diz a maior quantidade de disparates por segundo no 13º Congresso do PSD-Madeira.

Exemplos:

– para acabar com as greves nos transportes propõe “ensinar os militares a pilotar aviões comerciais ou a conduzir comboios ou até o metro”

– o “Estado-polvo, o Estado-paraíso, triunfo dos idiotas, não é mais que uma paródia de República que estamos aqui a aturar, um regime socialista tipo chinês, que destruiu a classe média”

– Teixeira dos Santos é “criminoso”, por causa da zona franca, mas também “malcriado” e deveria “ter levado umas palmadas do presidente da República”

– Se fosse primeiro-ministro, Jardim, assim que chegasse a São Bento, anularia vários decretos, nomeadamente, dois: a liberalização da droga e os casamentos entre pessoas do mesmo sexo, que são “novos costumes de gente aberrante”.

Claro que Alberto João já se esqueceu das boquinhas e olhinhos que fez a Sócrates, quanto este lhe deu milhões para a reconstrução da Madeira, após as enxurradas.

Isso tem pouca importância para este tipo, que não precisa de artimanhas para se eternizar no poder.