Há livros para todos os gostos e sobre tudo e mais alguma coisa.
Dino Baldi, ensaísta e tradutor de textos clássicos, decidiu fazer um livro em que nos conta as mortes de numerosas personagens da antiga Grécia, do Império Romano e de outras civilizações da chamada Antiguidade Clássica.
Para além da descrição pormenorizada de como essas personagens morreram, Baldi aproveita para contar alguns pormenores curiosos das suas vidas.
Por exemplo, a propósito do imperador Cláudio, conta:
“Todavia, no geral, parece que não foi um mau príncipe, tendo sido, pelo contrário, bastante justo e tolerante, considerando a média dos seus antecessores. Certa vez, por exemplo, ponderou emitir um decreto através do qual autorizava que as pessoas arrotassem e se peidassem durante os banquetes, ao saber que um indivíduo quase morrera após se ter contido na sua presença.”
Uma das características do livro – que, com a descrição de tantas mortes, se torna um pouco monótono – é, sem dúvida, os nomes de algumas personagens e o modo como se relacionam, como se vê por este naco:
“Os seus filhos, além de irmãos de Agripina Menor, Nero César e Druso César, foram escolhidos como herdeiros por Tibério após a morte de Germânico e do filho Druso Menor, embora por ordem de Sejano o primeiro tenha sido exilado na ilha de Ponza com a acusação de homossexualidade e subversão, onde morreria por suicídio ou fome, o segundo tenha sido aprisionado nos calabouços do palácio imperial, sendo que também ele morreria de fome, constrangido a comer, segundo dizem, o estofo da cama. Druso Menor já estava morto, envenenado com toda a probabilidade pela mão da mulher, Cláudia Lívila, irmã de Germânico e neta de Augusto, bem como de Sejano, que aspirava secretamente à sua mão e ao império”.
E continua neste tom por mais umas quantas páginas.
Ficamos aliviados quando o livro chega ao fim…




Philip Roth é, neste momento, um dos meus escritores favoritos.