Quem é Marques Mendes?

Ninguém sabe.

Será que é porta-voz do Presidente, uma vez que foi escolhido por Marcelo para o Concelho de Estado?

Ou será, antes, porta-voz escolhido por Montenegro para ajudar o PSD a ter esta vitória esmagadora nas eleições, conseguindo mais 54 mil votos que o PS, quase um estádio da Luz cheio?

Há quem diga até que ele nem sequer existe e que é uma espécie de robot criado pelo canal de Balsemão.

O que é certo é que há vários anos que Marques Mendes surge, todos os domingos, a garantir banalidades na estação televisiva adequadamente chamada Sic – outra coisa não seria de esperar, aliás.

Antes das eleições, açoitou o PS por não satisfazer as reivindicações dos polícias, professores, médicos, enfermeiros, engenheiros agrónomos, desentupidores de canos e ofícios relativos. Agora, que o PSD vai formar governo, garante que não se pode dar tudo a todos!

Gente de má fama, goza com Mendes, dizendo que ele não está à altura da posição que ocupa. E que não é tão bem informado como diz ser.

Será que é, afinal, um espião?

Assim uma espécie de agente secreto – qual 007 ao contrário, isto é, faz de conta que é pequenino, mas, no fundo, é um homenzarrão mascarado?

A verdade é que ninguém sabe, ao certo, por que carga de água ele continua a cagar sentenças todos os domingos na Sic.

Pouca gente viu Marques Mendes fora da televisão. Eu, por exemplo, nunca o vi na rua, com a mulher, a fazer compras ou a passear o cão. É por isso que há quem diga que ele só existe na televisão, isto é, mesmo dentro daquele pequeno rectângulo, o que está de acordo com o seu tamanho.

Se calhar, Mendes não tem existência real – é apenas uma espécie de fantoche.

É isso mesmo…

Um fantoche…

Grande Revista à Portuguesa

Em cena, no Politeama, a Grande Revista à Portuguesa é um espectáculo com texto de La Féria e Marina Mota e João Baião como cabeças de cartaz.

Consta que este fim de semana, a sala ficou às moscas, já que os espectadores foram todos desviados para a sala em frente, isto é, o Coliseu dos Recreios, onde, muito adequadamente, se recreavam os militantes do PSD, em mais um Congresso.

Diga-se que é difícil superar estes meninos em sentido de humor.

O mais engraçado deles todos chama-se Luís Montenegro e foi ele que disse que «a vida das pessoas não está melhor, mas o País está muito melhor».

Concordo!

Eu também disse que a Medicina seria muito melhor se não existissem doentes e a Escola seria óptima sem alunos.

Do mesmo modo, o País está muito melhor – o que atrapalha são as pessoas.

Claro que esta afirmação está de acordo com o apelo de Passos Coelho, para que os portugueses emigrem.

Mas no Congresso, os comediantes sucederam-se.

Nem vale a pena falar em Passos Coelho que, sempre que discursa, consegue arrancar largos e generalizados bocejos.

Falo, por exemplo, do Paulo Rangel, esse grande cómico que vai ser cabeça de lista às Europeias e que disse que essas eleições «não serão um teste à governação mas sim à liderança do PS».

E eu que pensava que as eleições europeias se destinavam a discutir as grandes questões… europeias!

psd-risosAfinal, não!

É que, sendo assim, não valia a pena fazermos eleições legislativas!

Fazíamos as europeias e decidíamos já se o António José Seguro vai ser primeiro-ministro ou não…

E os quadros desta verdadeira Revista à Portuguesa continuaram com a eleição de Miguel Relvas, outro grande cómico, para o Conselho Nacional do PSD e com o discurso de Luís Filipe Menezes, outro comediante, que culpabilizou Paulo Portas por ter perdido as eleições no Porto.

Mas o melhor estava para vir, no último dia do Congresso.

Vieram todos, incluindo os três irmãos Marx: Marques Mendes, Santana Lopes e Marcelo Rebelo de Sousa.

Cada um ao seu estilo, lá foram dizendo as suas piadas.

Marcelo, então, parecia mesmo estar a fazer stand up comedy, fazendo rir toda a plateia.

Visto de fora, parecia que estávamos perante um Congresso de um Partido que governasse um país rico, um daqueles que empresta dinheiro aos outros!

Estamos mesmo lixados, porra!

 

Marques Mentes

Nunca vejo os comentário de Marques Mendes.

Não lhe reconheço know-how para se armar em comentador político.

Sempre me fez lembrar o sr. Lionel, o simpático merceeiro da minha rua – sem desprimor para este último.

Esta gente tem sempre opinião sobre tudo.

Se rebenta um cano na rua, se as laranjas andam azedas, se o seleccionador escolhe o Hugo Viana em vez do Ruben Micael, se a televisão não dá nada de jeito, se o Vitor Gaspar aumenta os impostos, se Barak Obama não é tão preto como parecia à primeira vista – eles têm sempre uma sentença para dar.

E portanto, embora nunca veja os comentário do Mendes, acabo por ter conhecimento deles através dos jornais, que fazem essa coisa fantástica que é comentar os comentários dos comentadores!

Mendes disse que  a próxima visita de Angela Merkel é “a visita da chanceler de um país amigo, de um líder da União Europeia e uma oportunidade para Angela Merkel conhecer melhor Portugal e até de ouvir as queixas dos portugueses”.

Fiquei perplexo!

Então a Merkel vem aqui, ao Monte de Caparica, ouvir as queixas da malta do Picapau Amarelo, da malta que perdeu o subsídio de desemprego ou o rendimento de inserção, dos diabéticos que deixaram de estar isentos, dos doentes dependentes que passaram a pagar 10 euros por um domicílio médico?

É Mendes, tu mentes!

A Merkel vai directa do aeroporto para a sala onde estarão reunidos os grandes economistas portugueses que foram incapazes de prever a crise que estava para vir, incluindo tu, que já foste do governo e que – tão visionário que és – não conseguiste vislumbrar a merda que vinha a caminho.

Claro que, depois de ela nos cair em cima, é fácil apontar os erros.

Disseste tu, pelos vistos, que António José Seguro é um “político de plástico”.

Olha, pá: eu não gosto do Seguro, acho, de facto, que o tipo é um pouco postiço. Mas se o gajo é um político de plástico, tu és de plasticina.

Merecias que te fizessem o que os meus netos fazem à plasticina: bolinhas.

Pequeninas…

Muito pequeninas…