Montura e Ventenegro

Ventura diz que se encontrou com Montenegro cinco vezes para discutir o Orçamento e que o primeiro-ministro lhe pediu que saísse pelas traseiras, para não ser notado.

Verdade ou mentira?

Ventura também diz que Montenegro lhe ofereceu um compromisso: o Chega poderia vir a fazer parte do Governo se aprovasse o Orçamento.

Verdade ou mentira?

Ventura ainda disse que o “não é não” de Montenegro já não fazia sentido.

Verdade ou mentira?

Pouco interessa se é verdade ou mentira.

Quem se mete com o fogo sai sempre chamuscado.

Coisas que o Aguiar Branco deixa que o Ventura diga na Assembleia da República

A propósito da construção do novo aeroporto em Alcochete que, segundo o governo da AD, poderá demorar dez anos, o histérico do Ventura disse, no Parlamento, que o aeroporto de Istambul foi construído em cinco ou seis meses – isto, apesar de “o povo turco não ser conhecido por ser muito trabalhador”.

Em que se baseou o biltre do Ventura para dizer isto? Tinha, em seu poder, estatísticas que provavam que o povo turco é calaceiro?

Claro que não! Na sua habitual ignorância e má-educação, disse aquilo como poderia ter dito outra alarvidade qualquer. Ventura julga-se superior. Todos os seus súbditos dizem que ele é brilhante, uma suprema inteligência. Vai daí, o homenzinho incha. Para ele, os turcos são uma coisa tão longínqua, tão distante, tão inferior, que só podem ser preguiçosos.

Todas as bancadas í  esquerda se indignaram com a frase do Ventura, mas o Presidente da Assembleia da República, Aguiar Branco recusou intervir, dizendo que não queria coartar a liberdade de expressão.

Portanto, dizer que o povo turco gosta pouco de trabalhar, não é um insulto – é liberdade de expressão.

Nesse caso, podemos, na Assembleia da República, dizer que uma determinada etnia é burra, perguntou a deputada do PS?

Podemos, respondeu o Presidente. Não são insultos – são liberdades de expressão.

Vou ajudá-lo. Aqui estão 800 “liberdades de expressão” que André Ventura e seus apaniguados poderão usar, a partir de agora, no Parlamento.

abafa-a-palhinha, abécula, abelhudo, aberração, abichanado, abjecto, abutre, açambarcador,  afectada. agarrado, agiota, agressivo, alarve, albanairo, alcouceira, alcoviteira, aldrabão, aleivoso, alimária, alquiteque, amalucado, amarelo, amaneirado, amaricado, amigo-da-onça, analfabeto, analfabruto, anhuca, animal, anjinho, anormal, apanhado do clima, aparvalhada, apóstata, arrelampado, arrivista, arrogante, artolas, arruaceiro, aselha, asno, asqueroso, assassino, atarantada, atrasado mental, atraso de vida, atrofiado, avarento, avaro, ave rara, aventesma, azeiteiro, azelha

Bacoco, bácoro, badalhoca, badameco, baixote, bajulador, baldas,  baleia, balhelhas, balofo, banal, banana, bandalho, bandido, bandoleiro, barata tonta, bárbaro, bardajona, bardamerdas, bargante, barrigudo, basbaque, basculho, básico, bastardo, batoque, batoteiro, beata, bebedanas, bêbedo, bebedolas,  beberrão,  begueiro, besta, besta quadrada,  betinho, bexigoso, bichona, bicho do mato,  biltre, bimbo, bisbilhoteira, boateiro, bobo, bobo da corte, boca de xarroco, boçal, bode, bófia, boi, boneca de trapos,  borracho, borra-botas,  bota de elástico, brigão, broa de unto, brochista, bronco, brutamontes, bruto, bruxa, bufo, burgesso, burlão, burro

cabeça de abóbora, cabeça-de-alho-chí´cho, cabeça-de-vento, cabeça no ar, cabeça oca, cabeçudo, cabotino, cabra, cabrão, cabresto, cábula, caceteiro, cachorro, cacique, caco, cadela, caga-leite, caga-tacos, cagão, caguinchas, caixa de óculos, calaceiro, calão, calhandreira, calhordas, calinas, caloteiro, camafeu, camelo, campónio, canalha, canastrão, candongueiro, cão, caprichosa, caquética, cara-de-cu-í -paisana, cara de pau, caramelo, carapau de corrida, careca, careta, carniceiro, carraça, carrancudo, carroceiro, casca grossa, casmurro, cavalgadura, cavalona, cegueta, celerado, cepo, chalado, chanfrado, charlatão, chatarrão, chato, chauvinista, chibarro, chibo, chico-esperto, chifrudo, choné, choninhas, choramingas, chulo, chunga, chupado das carochas, chupista, cigano, cínico, cobarde, cobardolas, coirão, colérico, colonialista, comuna, cona-de-sabão, convencido, copinho de leite, corcunda, corno, cornudo, corrupto, coscuvilheira, coxo, crápula, cretino, cromo, cromaço, criminoso,cunanas, cusca

debochado, degenerado, delambida, delinquente, demagogo, demente, demónio, depravado, desajeitado, desastrada,  desaustinado, desavergonhada, desbocado, desbragado, descabelada, descuidada, desdentado, desengonçado, desfrancelhado, desgraçado, desgrenhado, deshumano, deslavado, desleal,  desleixado, desmancha prazeres, desmazelada, desmiolado, desengonçado,  desenxabida, desnaturada, desnorteado, desonesto, desordeiro, desorientado, despistado, déspota, desprezível, destaivado, destrambelhado, destravada, destroço, desvairado, devasso, diabo, ditador, doidivanas, doido varrido, dondoca, doutor da mula russa, drogado

egoísta, embirrento, embusteiro, empandeirado, empata-fodas, empecilho, emplastro, emproado, enconado, energúmeno, enfadonho, enfezado, engraxador, enjoado da trampa, enrabador, esbirro, escanifobética, escanzelada, escarumba, escrofuloso, escroque, escumalha, esgalgado, esganiçada, esgroviada, esguedelhado, espalha-brasas, espalhafatoso, espantalho, esparvoado, esqueleto vaidoso, esquerdista, esquisito, estafermo, estapafúrdio, estoira-vergas, estouvada, estroina, estropício, estulto, estúpido, estupor, execrável, explorador

faccioso, facínora, factotum, fala-barato,  falhado, falinhas-mansas, falsário, falso, fanático, fanchono, fanfarrão, fantoche, fariseu,  farrapo, farropilha, farsante, farsolas, fascista, fatela, fedelho, feio, feioso, feia-comó-demo, fersureira, figurão, filho da mãe, filho da puta, fingido, fiteiro, flausina, foção, fodido, fodilhona, foleiro, forreta, fraco-de-espírito,  fraca figura, fracalhote, franganote, frangueiro, frasco, fria, frígida, frívolo, frouxo, fufa, fuinha, fura-greves, fútil

gabarola, gabiru, galdéria, galego, galinha choca, ganancioso, gandim, gandulo, garganeira, gato pingado, gatuno, gazeteiro, gigolo, gimbras, glutão, gordalhufo, gordo, gosma, gralha, grosseiro, grotesco, grunho, guedelhudo

herege, hipócrita, histérica,

Idiota, ignorante, imaturo, imbecil, impertinente, ímpio, impostor, impotente, imundo, incapaz, incompetente, inconveniente, indecente, indigente, indolente, inepto, infame, infeliz, infiel, ingrato, imprudente, insignificante, intriguista, intrujona, invejoso, insensivel, insignificante, insípido, insolente, intrujão, insuportável, intolerante, intriguista, inútil, invertebrado, ínvio, irresponsável, irritante

Jacobino, jagunço, javardo, judeu

labrego, labroste, lacaio, ladrão, lambão, lambareiro, lambe-botas, lambéconas, lambisgóia, lamechas, lapa, larápio, larilas, lavajão, lazarento, lerdo, lesma, leva-e-traz, libertino, limitado, língua-de-trapos, língua viperina, linguareira, lingrinhas, lontra, lorpa, louco, lunático,

má rês, macabro, maçador, madraço, mafioso, maganão, magricela, malcriado, mal enjorcado, mal fodida, malacueco, malandreco, malandrim, malandro,  maléfico, malfeitor, maltrapilho,  maluco, malvado, mamalhuda, mamarracho, mandrião, maneta, mangas-de-alpaca, manhoso, maníaco, manipulador, maniqueista, manteigueiro, mãos-rotas, maquiavélico, marado-dos-cornos, marafado, marafona, marginal, maria-vai-com-as-outras, maricas, mariconço, mariola, mariquinhas-pé-de-salsa, marmanjo, marrão, marreco, marreta, masoquista,  massacrante, mastronço, matacão, matarroano, matrafona, matrona, mau, medíocre, medricas, medroso, megera, meia-leca, meia-tijela, melga, meliante, menino da mamã, mentecapto, mentiroso, merdas, merdoso, mesquinho, metediço, mijão, mimado, mineteiro, miserável, mixordeiro, moina, molengão, mongas, monhé, mono, mostrengo, monstro, monte-de-merda, mórbido, morcão, mosca morta, mouco, mula, mula de carga, múmia

nababo, nabo, não-fode-nem-sai-de-cima, não-tens-onde-cair-morto, narcisista, narigudo, nariz-arrebitado, nariz-empinado, nazi, necrófilo, néscio, neurótico, nhonhinhas, nhurro, ninfomaníaca, nódoa, nojência, nojento, nulidade,

obcecado, obnóxio, obstinado, obtuso, olhos-de-carneiro-mal-morto, onanista, oportunista, ordinário, orelhas-de-abano, otário,

pacóvio, padreca, palerma, palhaço, palhaçote, palonça, panasca, paneleiro, paneleirote, panhonhas, panilas, pantomineiro, pãozinho sem sal, papa-açorda, papa-hóstias, papagaio, papalvo, paranóico, parasita, pária, parolo, parvalhão, parvo, paspalhão, paspalho, passado, passarão, pata-choca, patarata, patego, pateta, patife, patinho feio, pato, pató, pau mandado, pau-de-virar-tripas, pedante, pederasta, pedinchas, pega-de-empurrão,  peida-gadoxa,  pelintra, pendura, peneirenta, pequeno burguês, peralvilho, pérfido, perliquiteques, pernas-de-alicate, pés de chumbo, peso morto, pesporrente, petulante, picolho, picuinhas, piegas, pilha-galinhas, pílulas, pindérica, pinga-amor, pintas, pinto calçudo,  pintor, piolho, piolhoso, pirata, piroso, pitosga, pobre de espírito, pobretanas, poltrão, pomposo, popularucho, porcalhão, porco, pote de banhas, preguiçoso, presunçoso, preto, promíscuo, provocador, proxeneta, psicopata, pueril, pulha, punheteiro, puta, putéfia

Quadrilheira, quatro-olhos, quebra-bilhas, queixinhas, quezilento

Rabalhusco, rabeta, rabichola, rabugento, racista, radical, rafeiro, raivoso, ralé, rameira, rameloso, rancoroso, ranhoso, raquítico, rasca, rascoeira, rasteiro, rata de sacristia, reaccionário, reaças, relaxada, reles, repelente, repugnante, réptil, ressabiado, retardado, retorcido, rezingão, ridículo, roto, rufia, rústico

sabujo, sacana, sacripanta, sacrista, sádico, safado, safardana, salafrário, saloio, salta-pocinhas, sandeu, sapatona, sarnento, sarrafeiro, sebento, seboso, sem classe, sem vergonha, serigaita, sevandija, sicofanta, siflitico, sinistro, simplório, snob, soba, sodomita, soez, somítico, sonsa, sórdido, sorna, sovina, suíno, sujo, superficial

tacanho, tagarela, tanso, tarado, tarado sexual, taralhouca, tavolageiro, teimoso, tinhoso, tísico, títere, toleirão, tolo, tonto, torcionário, torpe, tosco,  totó, trabeculoso, trafulha, traiçoeiro, traidor, trambolho, trapaceiro, trapalhão, traste, tratante, trauliteiro, tresloucado, trinca-espinhas, trique-lariques,  triste, troca-tintas, trogalho, troglodita, trombalazanas, trombeiro, trombudo, trouxa

Unhas de fome, untuoso, urso

Vaca gorda, vadio, vagabundo, vaidoso, valdevinos, vândalo, variado, vasola, velhaco, velhadas, vendido, verme, vesgo, víbora, viciado, videirinho, vigarista, vígaro, vil, vilão, vingativo, vira-casacas

Xenófobo, Xé-xé, xico esperto

zarabulhento, zarolho, zé-ninguém, zelota, zero í  esquerda

André Passos Ventura Coelho

—

Foi esta estrangeirinha que o Marcelo arranjou, com a ajuda da Gago.

Deitando abaixo um governo de maioria absoluta que ia a meio do mandato, proporcionou a eleição de 50 deputados grunhos e os lacraus começaram a sair de debaixo das pedras.

O Passos com três esses já tinha começado a levantar aquela cabeça em forma de melão, agora ainda mais saliente, graças ao rapanço ““ mas com o lançamento do livro “…Identidade e Família”, a coisa está mais séria.

O livro reúne textos de retrógrados ilustres, nomeadamente, João César das Neves, José Ribeiro e Castro, Gonçalo Portocarrero de Almada, Paulo Otero, e outros. Nesses textos, ataca-se a chamada ideologia de género, a alegada destruição da família tradicional, a possibilidade de a eutanásia passar a ser legal, a liberalização do aborto e afins.

Este grupo de energúmenos consegue associar a “…disforia de género a várias patologias psiquiátricas”, sendo incapazes de se autodiagnosticarem. Não será preciso ser um psiquiatra de elite para diagnosticar três ou quatro patologias a um senhor que compara o aborto com a venda de um carro ou de uma casa.

Aquele economista que parece ter sido ungido por Deus quando era pequenino, o João César das Neves, diz mesmo que as “…senhoras, alegadamente tiranizadas, nunca se queixavam”. Se não foi ele que disse, foi um dos outros senhores. Portanto, como as senhoras não se queixavam, conclui-se que não levavam porrada dos maridos.

Outro destes perigosos extremistas, disse, numa cerimónia pública, para “…não termos medo de enterrar o 25 de Abril”.

E o Passos Coelho associa-se a esta corja.

Na plateia que assistia í  apresentação do livro, destacava-se o futuro primeiro-ministro, quando o Coelho for Presidente: o André Ventura.

Será que vou ter de emigrar depois dos 70 anos?!

O Chega não chega!

O debate com os dez partidos sem assento no Parlamento, mostrou que, afinal, o partido do Ventura é apenas um de entre muitos, e que devíamos prestar mais atenção aos Chegas que para aí andam. Afinal, os reaccionários portugueses não têm razões de queixa. Têm muito por onde escolher, caramba! Percebemos que, afinal, a comunicação social tem sobrevalorizado o Chega do Ventura, esquecendo todos estes pequenos Chegazinhos que adoptaram outros nomes.

Pergunto, por exemplo, por que razão um fascista insiste em votar no Ventura quando tem um partido como o Ergue-te? Ainda ontem, o líder desse partido, o extraordinário Pinto Coelho defendeu o fim do direito í  greve e propí´s que a Ponte 25 de Abril se volte a chamar Ponte Salazar, algo que poderá mudar a vida de toda a malta que atravessa aquela ponte todos os dias.

Estás a pensar votar no Ventura? Não sejas burro ““ vota no Pinto Coelho, porra!

Mas há mais!

És contra o aborto e achas que essa história do aquecimento do planeta é uma grande treta? Então, por que carga de água hás de votar no Ventura, quando tens um partido, o ADN, liderado pelo extraordinário Bruno Fialho, que defende que a IVG deixe de ser paga pelo SNS e critica aquilo que chama fraude climática. Isso é que é ser de Direita! O Ventura é um aprendiz, caneco!

E isto é para não falar na Nova Direita, o partido daquela senhora chamada Ossanda Líber. Até o nome dela é parecido com Líder. Deve ser dela a liderança da Direita. Ela diz que quer limpar a Direita e afirma que Portugal não pode depender da emigração e avisa que há partidos de esquerda infiltrados na escola. Alguma vez o Chega teve a coragem de dizer tal coisa?!

Quanto ao RIR, o tal partido que diz que deve levar-se a sério, a sua nova líder, Márcia Henriques, diz que, nas escolas, os miúdos comem pior do que os cães, coisa de que o PAN nunca se lembrou, muito menos o Chega!

Outro partido que quer limpar a direita é a Alternativa 21, que junta, em coligação, o Movimento Partido da Terra, que diz derivar do partido fundado pelo arquitecto Ribeiro Telles, cujo corpo se afundou na tumba ao ouvir isso, e o Aliança, o partido fundado pelo Santana Lopes, o ex-e-actual- membro do PSD.

Já o líder do Nós, Cidadãos, Rocha Afonso, disse ser preguiçoso, como qualquer português, e isso é lá com ele. Por sua vontade, não se candidatava a estas eleições, mas, enfim, não teve outro remédio…

O líder o Partido Trabalhista é aquele senhor que se despiu no Parlamento da Madeira. Não teve grande êxito e tenta, agora, ser eleito, para mostrar os pêlos do peito no Parlamento da República.

Todos estes líderes de todos estes partidos mostraram ser muito mais disruptivos que o panhonhas do Ventura.

Ao pé deles, o Andrézinho não passa de um principiante.

Se são verdadeiramente de direita, votem em qualquer um deles e caguem no Ventura!

João Miguel Tavares: perigo de morte!

Começo por uma declaração de intenções: o João Miguel Tavares (a partir de agora identificado com JMT), irrita-me por razões pouco ortodoxas. Irrita-me porque carrega nos érres e irrita-me porque tem cara de quem sofre de obstipação. Deixei de seguir o programa Governo Sombra por causa dele.

Claro que tem todo o direito de ter as suas opiniões, mas podia guardá-las lá para casa. No entanto, por razões que não compreendo, tem direito a publicar duas vezes por semana, crónicas na última página do Público.

Habitualmente, limito-me a ler o título ““ isto porque no início, desconhecendo a pestilência da criatura, li duas ou três crónicas e demorei semanas a recuperar. Estou em crer que quem lê sempre as crónicas de JMT, corre sério perigo de vida.

A de hoje intitula-se “…Há algum perigo maior do que o Chega? Sim, o actual PS”

Por dever ““ e protegido por uma máscara anti-gás ““ decidi ler a crónica de hoje. No fundo, alimentei a falsa esperança de que JMT se tivesse passado definitivamente.

A crónica começa por revelar que há dois tipos de direita em Portugal: «A direita 1 considera aceitável que o PSD faça um acordo com o Chega para chegar ao poder (…). A direita 2 considera tal acordo inaceitável. (…) Como se sabe, eu faço parte da direita 1».

Portanto, ficamos a saber que o JMT não se importa que o PSD se alie ao Chega (coisa que já sabíamos, claro).

Depois de mais umas considerações para encher chouriços (uma página inteira do Público custa muito a preencher), JMT termina com este parágrafo espectacular:

«A direita 2, tal como a direita 1, não gosta de António Costa ““ só que não suporta as porcarias de Ventura. A direita 1 não suporta as porcarias de Ventura ““ mas sabe que ele é apenas o subproduto de um regime apodrecido. O primeiro responsável por esse apodrecimento não é o Chega. É o Partido Socialista.»

Que conclusão brilhante!

Dito de outra maneira, o primeiro responsável pelo apodrecimento do regime que deu origem ao Chega e ao Ventura, foi a maioria (absoluta) dos portugueses que votaram no PS.

Que fazer então?

Penso que a única solução é expatriar JMT, enviá-lo para outro país que tenha outro povo porque este não o merece!

Entretanto, vou forrar o caixote do lixo com a última página do Público…

As venturas de André

O pasquim Nascer do Sol dedica hoje seis páginas seis a uma entrevista ao líder do Chunga. São 71 perguntas que Vitor Raínho e Joana Mourão Carvalho fazem í  criatura, enquanto Bruno Gonçalves é o autor das fotos. Numa delas, o Querido Líder surge de gravata azul e mãozinhas entrelaçadas, com um sorrisinho beatífico.

Longe de mim ler a entrevista ““ teria pesadelos esta noite, certamente. Li só as gordas. E já chunga!

O título da entrevista é “…Se fosse líder do PSD tinha maioria absoluta”, que é como quem diz “…Se cá nevasse fazia-se cá ski”.

Como o Querido Líder, recentemente, adoptou o lema “…Deus, Pátria, Família e Trabalho”, a conversa descambou para Salazar. Diz ele que “…nem Salazar foi tão mau como se diz, nem Soares foi tão bom como dizem”.

Pois claro… se repararmos bem, Salazar até foi bonzinho, embora agora não me lembre de nada em concreto.

Mas o André não quer confusões e diz que “…ao contrário do Presidente da República, nunca escrevi nenhuma carta a Salazar quando era pequeno”.

Ora aqui está uma revelação extraordinária. Sabendo que Salazar morreu em 1970 e que o Andrézinho só nasceu 13 anos depois, seria difícil que o tipo conseguisse escrever uma carta ao ditador. O homem até acrescenta que “…ele (Salazar) nunca esteve na minha casa.” Ingrato!

Mas a criatura tem algum sentido de humor. Nota-se isso quando diz, por exemplo, “…acho que Sá Carneiro hoje seria do Chunga”.

Sobre ele próprio diz: “…sou um animal de palco”.

Temos que avisar a Protectora…

Os leitores do Expresso elegem Ventura!

Todos os anos, o Expresso elege as figuras nacional e internacional do ano.

A redacção escolhe um lote de candidatos e, depois, procede-se í  votação.

Este ano, escolheram para candidatos a figuras nacionais do ano, o cardeal Tolentino Mendonça, António Costa, Margarida Matos Rosa, Jorge Jesus, Joacine Katar Moreira e o fascista André Ventura.

Para figuras internacionais do ano, escolheram Donald Trump, Boris Johnson, Ursula Von Der Leven e Greta Thunberg.

Não vou comentar estas escolhas. Os jornalistas do Expresso lá sabem por que carga de água metem no mesmo saco um treinador de futebol que ganhou a Taça dos Libertadores e um primeiro-ministro que conseguiu concluir quatro anos de governo com o apoio do PCP, um cardeal que foi nomeado responsável pelo arquivo do Vaticano e um tipo que comenta jogos de futebol e que foi eleito para o Parlamento por um partido chamado Chega!, com ponto de exclamação e tudo…

As escolhas internacionais são muito mais coerentes: um presidente, um primeiro ministro, uma líder da União Europeia e uma activista pelo clima.

No que respeita í  escolha da figura internacional do ano, a redacção do Expresso escolheu a Greta Thunberg.

Escolha óbvia. A adolescente sueca arrastou multidões, trouxe a discussão das alterações climáticas para as primeiras páginas e conseguiu irritar muita gente.

Já no que respeita í  escolha da figura nacional, o Expresso decidiu-se pelo cardeal Tolentino Mendonça – decisão corporativa, já que o cardeal colabora com o Expresso há alguns anos, com uma coluna semanal. De resto, que importância tem para o comum dos portugueses o facto do cardeal ter sido nomeado para um cargo importante no Vaticano? Poderá vir a ser Papa? E depois?…

Mas o que mais me interessa nesta iniciativa do Expresso é que o semanário decidiu pí´r í  votação dos leitores a escolha das figuras do ano.

É uma atracção fatal.

Abomino programas do estilo fórum, em que os ouvintes/telespectadores são convidados a dar a sua opinião sobre tudo. O Sr. Vitorino, reformado de cascais, telefona a dizer a sua douta opinião sobre os incêndios, as inundações ou Orçamento do Estado, assim como sobre as carreiras fluviais do Tejo ou os novos passes sociais.

Desta maneira, as estações de rádio e televisão enchem horas de emissão com opiniões bacocas e, muitas vezes, ideias erradas, nunca contrariadas e que passam como verdadeiras.

E qual foi o resultado da votação dos leitores do Expresso?

Simples: André Ventura e Donald Trump!

Trump conseguiu 52% dos votos dos leitores do Expresso, enquanto Ventura arrebatou 89% dos votos!

Espectacular!

Isto quer dizer que quase 9 em cada 10 leitores do Expresso acham que André Ventura foi a figura nacional mais importante de 2019.

Se eu fosse director do Expresso, demitia-me!…