O presidente actor

Cavaco Silva recebeu ontem as credenciais de seis embaixadores.

Seguindo as regras do protocolo, recebeu-os de fraque e com um esquadrão de cavalaria da Unidade de Segurança e Honras de Estado, composta por 60 militares e respectivos cavalos, e ainda a charanga da GNR.

A Associação de Profissionais da GNR considerou esta pompa “totalmente desmesurada”.

De facto, em tempo de crise, arregimentar 60 militares, 60 cavalos e mais a banda, tudo para receber seis embaixadores, convenhamos que é exagerado.

Quanto terá custado a coisa?

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Questionado, o porta-voz da Presidência esclareceu que “o Sr. Presidente da República é apenas um actor na cerimónia. É o protocolo que define as regras.”

Não se importa de repetir?

Agora, Cavaco também é actor?

O nosso Presidente tem o dom de não ter a culpa de nada, nem do défice, nem da destruição da agricultura e das pescas, nem das auto-estradas, nem das reformas estruturais que, afinal, não fez – e, neste caso, coitado, a culpa é do protocolo, pois ele não passa de um actor!…

Um actor com um papel de merda…

í“ Alberto, isto é mesmo bar aberto?!

—Então, Alberto?

Escondeste as facturas e os recibos, varreste a contabilidade para debaixo do tapete.

Disseste: que se foda o Continente!

O Sócrates estava-te a pisar os calos e tu fizeste-lhe um manguito, mais í  sua lei das Finanças Locais.

Que se foda o Sócrates, também!

Toca a continuar as obras, que o que o povo quer é inaugurações.

E que aí vinha a Troika?

Pois que se fodam a Troika, a União Europeia e o FMI!

É tudo uma cambada de maçons e de membros da Internacional Socialista!

E parece que, agora, estão todos escandalizados, lá na Europa…

Pois que se foda a Merkel, que até o Berlusconi diz que é uma gorda mal fodida, e que se foda o Sarkozy e mais a escanifobética da mulher!

Que se foda a Europa e o Passos Coelho e o Paulo Portas e o Sr. Silva!

Que se fodam todos e deixem o Alberto em paz, carago!

Disfunção sexual

Carlos Abreu Amorim (quem?!) é o liberal mais incompreendido de Portugal.

Várias crónicas liberais depois, aceitou ser deputado pelo PSD e até vice-presidente da bancada parlamentar do partido que tem “social-democrata” no nome. Onde está o liberalismo, ó Abreu?

O ódio de Abreu por Sócrates é de tal magnitude que faz suspeitar que há mais qualquer coisa por trás desse ódio, para além do antagonismo ideológico.

Por outro lado, o súbito (?) amor pelo PSD também não deixa de ser esquisito. Como é possível que um liberal aceite fazer o frete a um dos partidos que mais mamou, e mama, na teta do Estado?…

Ora bem… a criatura dá uma entrevista ao Sol, edição de hoje.

E diz coisas.

Por exemplo, esta: «Alberto João Jardim (…) é responsável por uma obra extraordinária, é muito injustiçado. Jardim é a personagem política contra quem se fizeram as campanhas mais ferozes em Portugal».

Tão querido é este Abreu…

Mas a afirmação mais formidável é a que segue.

Questionado sobre o facto de ser contraditório um liberal apoiar um governo que aumenta impostos, Abreu diz:

—Â«É cedo para balanços. Neste campo, como em geral, tento evitar a ejaculação precoce.»

Notem: ele tenta evitar – o que quer dizer que nem sempre consegue.

Pois olha, Abreu: se tens o pavio curto, já existe um medicamento, chamado Dapoxetina, que te pode prolongar a coisa.

A Dapoxetina (nome comercial, Priligy), apresenta-se em embalagens de 3 e 6 comprimidos.

Tomas um comprimido uma a três horas antes e vais-te aguentar mais tempo.

Acaba-se a ejaculação precoce!

O problema é o preço, pá!

Seis comprimidos de Priligy custam cerca de 60 euros!

Vê lá se metes uma cunha ao teu amigo Paulo Macedo, o da Saúde. Pode ser que o gajo faça descontos para liberais…

Qual será o rating do Papa?

De pé, no corredor do avião que o transportou para Madrid, Bento 16 falou sobre a crise económica internacional.

Com um grosso cordão de ouro ao pescoço, do qual pendia um crucifixo também de ouro, e com um anel de ouro do tamanho de uma moeda de dois euros mas muito mais espesso, disse coisas tão definitivas como «a dimensão ética não é uma coisa alheia aos problemas económicos, mas uma dimensão interior e fundamental. A economia não funciona só com regras mercantis, mas necessita de uma razão ética para estar ao serviço do homem.»

Que me interessa a mim a opinião de um tipo que nunca produziu nada na vida, que nunca contribuiu para nada, que nunca fez nada?

Que autoridade tem Bento 16 para falar na crise internacional quando, numa curta visita a Espanha, país a braços com a mais alta taxa de desemprego da Europa, faz gastar 50 milhões de euros?

Como é possível que milhares de jovens, incluindo freiras que suspenderam votos de clausura, se manifestem histericamente, agitando bandeirinhas, perante um velho efeminado, vestido com uma saia branca e calçando uns ridículos sapatos vermelhos?

Claro que Deus não existe. Mas, se existisse, estaria agora corado de vergonha!…

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O perigoso esquerdista

—Olhem bem para ele, de cravo na mão, este perigoso marxista-direitista, este admirador de Lenine e de Bento 16, este maoista do Largo do Caldas.

Se Portas for para o governo, teremos Cuba do nosso lado e importaremos alta tecnologia da Coreia do Norte.

Com a nova colocação do CDS na cena política, í  esquerda do PSD, como Portas afirmou, teremos que repensar tudo e talvez uma coligação alargada CDS-PCP-Bloco comece a fazer sentido.

Portas já andava a ameaçar, com todo o seu apoio í  lavoura e í s pequenas e médias e empresas.

Agora, é definitivo: agora, o cravo. Amanhã, a foice e o martelo!

Vamos discutir pintelhos!

Eduardo Catroga mostrou, mais uma vez, toda a sua ignorância ao dizer aos jornalistas que “andam a discutir pintelhos, em vez de discutir coisas mais sérias”!

Sr. Eduardo: os pintelhos são uma coisa muito séria e só me admira que uma pessoa da sua idade ainda não se tenha apercebido disso.

A menos que, devido exactamenteÂ í  idade, já os tenha em tão pouco número, que já não lhes liga a devida importância.

Repare, Sr. Eduardo: se a pintelheira não fosse importante, teríamos as parte pudendas glabras (se é que conhece o termo…).

Digo-lhe: estou verdadeiramente preocupado com o senhor.

Começa por dizer que a sua “geração só fez porcaria“, depois engana-se na taxa do IVA da cerveja, confundindo-a com a do vinho (sacrilégio!) e agora vem dizer que os pintelhos não são um assunto sério!

Só de pensar que o senhor poderá vir a ser ministro das Finanças, até se me arrepelam os pêlos.

Incluindo os pintelhos!

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Medíocres

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Bom conselho, o de Relvas.

Cada vez que Passos Coelho fala, dá um tiro no pé.

Disse que tinha sido informado do PEC-4 por um simples telefonema e, afinal, encontrou-se com Sócrates, a sós, em São Bento.

Não consegue que dirigentes destacados do PSD aceitem fazer parte das listas de candidatos a deputados, caso de Luis Filipe Menezes, António Capucho, Marques Mendes ou Manuela Ferreira Leite.

Volta-se, então, para um senhor que, ainda em fevereiro, dizia que nunca aceitaria candidatar-se a um cargo partidário. “Categoricamente não!”, exclamou Fernando Nobre.

Era tudo a fingir, claro!.

O homem quer é ser presidente!

E já que o povo não o elegeu presidente da República, não se importa de ser eleito deputado pelo PSD, depois ser eleito presidente da Assembleia da República e depois, esperar que dê uma travadinha ao Cavaco (afinal, o homem tem 70 anos…), de modo a que ele, segunda figura da Nação, possa exercer o cargo de presidente da República interinamente.

Passos deve pensar que esta sua decisão foi uma jogada de mestre!

Coitado!…

Mas enfim… pouco podemos esperar de quem tem como mentor esse grande pensador que é… í‚ngelo Correia!…