Fé em Cristas

Assunção Cristas (a Sãozinha, para os colegas da cataquese) acredita que vai chover.

É uma questão de fé.

Disse ela:

“Devo dizer que sou uma pessoa de fé, esperarei sempre que chova e esperarei sempre que a chuva nos minimize alguns destes danos. Como é evidente, quanto mais depressa vier, mais minimiza, quanto mais tarde, menos minimiza. Se não vier de todo, não perderei a minha fé mas teremos obviamente de atuar em conformidade”.

O grau de complexidade deste raciocínio da ministra do MAMAO (Ministério da Agricultura, do Mar, do Ambiente e do Ordenamento), merece ser escalpelizado.

Graças a estas afirmações da Sãozinha, ficamos a saber que:

1º A ministra é uma pessoa de fé

2º A ministra esperará, sempre, a chegada da chuva

3º Se a chuva chegar, a seca será minimizada

4º Se a chuva chegar mais depressa, a seca mais depressa será minimizada

5º Se a chuva chegar mais tarde, a seca será minimizada mais tarde

6º Mesmo que a chuva não chegue, a ministra não perderá a sua fé

7º Nesse caso, atua

Não tarda, vamos ver o MAMAO a financiar paróquias da província para que os padres rezem a pedir chuva ou, até, a organizar uma grande peregrinação a Fátima, a ver se chove.

Não percas a fé, Cristas, mas não rezes demasiado ou ainda levamos com algum dilúvio!

16 anos de cavaquismo!

No próximo dia 9 de março, completar-se-ão 6 anos de presidência de Cavaco Silva!

Foi o próprio que o lembrou ontem, numa longa conversa com os jornalistas, como que a desculpar-se por não ter ido aturar os putos da António Arroio, os seus protestos, os seus cartazes insultuosos e, quem sabe, um ou outro ovo podre atirado í  presidencial figura.

Cavaco recordou que é um político cheio de experiência (embora também já tenha dito que não é um político profissional…), que foi primeiro-ministro durante 10 anos e que, no próximo dia 9, fará 6 anos como Presidente.

16 anos de cavaquismo, caramba!

E não tem nada a ver com a crise, a criatura!

—

Foi nos governos de Cavaco que iniciaram as grandes auto-estradas e as grandes construções, como a ponte Vasco da Gama ou o Centro Cultural de Belém.

Foi nos governos de Cavaco que se reduziu a agricultura e as pescas a quase nada, transformando Portugal num local turístico onde os europeus ricos viriam passar férias.

Foi nos governos de Cavaco que se cortaram os numerus clausus das Faculdades de Medicina e, hoje, há um milhão de portugueses sem médico de família.

E o homem não tem nada a ver com a crise!…

Salazar era uma gaja!

Na quarta-feira í  noite, na TVI 24, no programa Prova dos 9, foi revelado este grande segredo: Salazar, afinal, era uma mulher!

No dito programa, Santana Lopes exaltava as «virtudes da resistência, paciência e abnegação do povo português».

Perante esta exaltação nacionalista, o bloquista Fernando Rosas comentou: «parece o Salazar a falar…»

E o Sr. Lopes contra-atacou, exclamando: «Salazar é a tua tia!»

Ora, com esta afirmação, o Sr. Lopes revela quatro coisas: a primeira é que Salazar é tia de Fernando Rosas, a segunda, é que Salazar ainda está vivo, a terceira, não interessa, e a quarta, é que Salazar, esse grande ditador, afinal, era uma gaja!

Esta revelação muda a História da Europa Ocidental.

Se Salazar, afinal, era um gaja, quem nos garante que Hitler não terá sido transexual?

Não sejam piegas, porra!

Ainda a campanha eleitoral ia no adro e já eu dizia que Passos Coelho me fazia lembrar o Anhuca, o famoso palhaço pobre que, em tempos que já lá vão, assustou muitas criancinhas.

—Com aquela ausência do lábio superior, com um pouco de base na face, batom nos lábios e rimel nos olhos, o primeiro-ministro fica mesmo parecido com o Anhuca.

E depois, ao dizer os disparates sucessivos que diz, mais palhaço parece.

Já não bastava ter sugerido aos jovens que emigrassem – agora, Passos Coelho diz-nos que devemos ser mais exigentes e menos piegas!

Cortam-te 10% do ordenado, os subsídios de Natal e de férias, aumentam-te os impostos, o gás, a electricidade, a água e os transportes, tiram-te feriados e dias de férias e ainda protestas?

És um piegas!

Impedem-te de deduzires despesas de saúde no IRS, aumentam as taxas moderadoras, fecham tribunais e centros de saúde e tu queixas-te?

Piegas de merda!

Eliminam carreiras de transportes, dificultam o transporte de doentes, cortam o subsídio de desemprego, baixam as reformas e tiram-te o Carnaval e tu ainda mandas vir?

És um piegas do caraças!

Mas melhor que o Anhuca, só o ílvaro, que continua no seu melhor.

Hoje, no Parlamento, o ílvaro envolveu-se em discussão com o deputado comunista, Agostinho Lopes.

Lopes, truculento, dizia que o ílvaro veio, lá do Canadá, com a fama de grande professor de Economia e, afinal, nada!

O í€lvaro ficou zangado, achou que “emigrante” era insulto e disse que os comunistas não gostam de emigrantes.

Lopes acabou por exclamar: «Sr. Ministro, não diga disparates, porra!»

E assim vamos, neste Portugal liberal do nosso descontentamento!

É fácil rimar com Vitor Gaspar

O inefável director de O Sol, José António Saraiva, no seu editorial de ontem, escreve sobre Vitor Gaspar e, a propósito do ministro das Finanças, recorda Salazar.

Também Salazar adoptou medidas duras para endireitar as Finanças e foi muito contestado. Por três vezes se demitiu e por três vezes foi reconduzido, sempre com mais poderes.

Até que chegou a Presidente do Conselho.

Gaspar também é contestado. Pela Oposição, o que é natural, mas também por alguns sectores da coligação, que o acham demasiado liberal.

Parece que o Cavaco também não vai muito í  bola com o Gaspar.

Pudera! O tipo cortou-lhe a reforma, aumentou-lhe o imposto e até lhe quer sacar os subsídios!

Claro que Belém desmente, Passos Coelho diz que não perde nem um minuto com essas especulações, mas toda a gente sabe que não há fumo sem fogo.

E Gaspar?

Gaspar passa incólume, entre os pingos da chuva, exibe o seu peculiar sorriso, esfrega as mãos e, no seu modo pausado de falar, vai afirmando que é assim, cortando salários, eliminando subsídios, aumentando impostos, encarecendo a saúde e os transportes, obliterando feriados, tirando dias de férias, empobrecendo, secando e entristecendo os portugueses, que é assim que vamos voltar aos mercados, erguendo-nos das cinzas, com um novo fí´lego, mostrando ao Mundo que somos capazes!

Pobres mas honrados!

Mas onde é que eu já ouvi isto?

De facto, Gaspar rima mesmo com Salazar…

—

Não é nada mierda, carago!

O presidente da Câmara do Porto, Rui Rio, disse, numa intervenção no Fórum Europa – Tribuna Galícia, a decorrer em Vigo, o seguinte:

«Se não conseguirmos uma ligação decente, a integração na Euroregião torna-se mais difícil porque o que há agora não é nada, e isso é um problema».

Só que a agência Servimedia, ao serviço do El Mundo, traduziu “não é nada” por “mierda”.

O gabinete de comunicação da Câmara do Porto, apressou-se a esclarecer que, além de Rui Rio «nunca ter utilizado tal expressão – nem durante a intervenção, nem durante a conversa que manteve com os jornalistas no final da sessão – a palavra mierda, em Portugal, é considerada um palavrão, jamais utilizado por uma figura pública, ainda para mais durante um ato público».

É mentira, claro.

Antecedentes, há muitos.

E podia citar o antigo primeiro-ministro, almirante Pinheiro de Azevedo que, sitiado, no Parlamento, por uma multidão de manifestantes, gritou: «Bardamerda para o socialismo!”.

Podia, também, citar alguns dos nossos ilustres deputados que, publicamente, se insultam e se mandam, uns aos outros, para lugares pouco recomendáveis (certificar este texto de 2009).

Claro que Rui Rio, como bom tripeiro que é, podia muito bem dizer mierda em público – e muito pior.

Mas não disse.

Em resumo: a Servimédia fez Servimierda.

Djaló, afinal, é benfiquista

Djaló diz que sempre foi benfiquista.

Lembram-se do Cadete?

Também tinha o Benfica no coração.

Aliás, também tinha o Sporting e o Celtic (?) no coração.

Tinha, obviamente, hipertrofia do músculo cardíaco.

Paulo Bento também é benfiquista, como Carlos Martins e Domingos Paciência, José Sócrates, o Barbas, Mário Soares, o meu primo Fernando e Xanana Gusmão.

Pois se o Benfica tem cerca de 6 milhões de adeptos!…

Agora, o Djaló… com aquele penteado… com aqueles brincos… com aquela esposa…

Djaló é tão benfiquista como o João Pinto era sportinguista e o Passos Coelho é cavaquista…