Jardim mostra o caminho

Notícia do DN:

«A ausência de “entusiasmo” e de “pressão imprescindível de Lisboa” junto da Comissão Europeia para resolver o impasse do Centro Internacional de Negócios da Madeira, cujo fim poderá estar para breve, “justifica uma reflexão sobre a nossa saída”, leia-se Madeira, “do âmbito da União Europeia, se necessário, a exemplo de outros territórios autónomos noutros Estados soberanos europeus”, avisou ontem Alberto João Jardim.»

O Jardim quer sair da União Europeia?

É para já!

Pode sair imediatamente e juntar-se í  Grécia.

Após dois ou três meses de convívio com Jardim, era ver os gregos a pedir, de joelhos, o reingresso na União Europeia!

Licor de Relvas

Pior que ílvaro Santos Pereira, só Miguel Relvas.

Um cromaço!

Das autarquias í  RTP, do futebol í s polícias secretas, tudo passa pelas mãos do super-Relvas.

Agora, vê-se envolvido na polémica das secretas. Recebeu mails e sms de Silva Carvalho, o 007 de pacotilha, a sugerir-lhe nomes para postos-chave.

Uma jornalista do Público, tem assinado vários artigos sobre este assunto e Relvas não gostou. Parece que ameaçou divulgar detalhes da vida privada da jornalista, se ela publicasse um determinado artigo sobre o mesmo assunto.

Revelador…

Os deputados quiseram ouvir Relvas sobre o seu eventual envolvimento na questão das secretas.

E ele foi.

Com aquele seu sorriso sacaninha, disse: «não posso transformar o que não é sequer uma tempestade num copo de água, numa tempestade num copo de licor».

O quê? Não se importa de repetir?

Tempestade num copo de licor?

ílvaro Santos Pereira quer ultrapassar o coiso, Relvas quer uma tempestade num copo de licor.

Temos o governo que merecemos…

O ílvaro quer ultrapassar o Coiso

ílvaro, vou-te dizer uma coisa: não é qualquer um que ultrapassa o Coiso.

Eu sei que viveste, estudaste e ensinaste no Canadá, mas isso não te dá o saber suficiente para conseguires ser mais rápido que o Coiso.

Recordo o que disseste na Assembleia da República:

«O desemprego tem que ser uma preocupação de todos nós. E todos nós temos que trabalhar em conjunto, sindicatos, patrões e partidos para conseguirmos ultrapassar este coiso».

Que mal é que eu te fiz, pá?

Que mal é que eu te fiz para que queiras trabalhar em conjunto com os sindicatos, os patrões e os partidos, só para me ultrapassares?

Bem sei que tenho brincado um pouco com essa tua toleima, porque é toleima essa coisa de quereres ser tratado pelo nome próprio, como se quisesses fazer parte de todas as famílias, mesmo das famílias dos desempregados que ajudaste a criar.

Mas o Coiso é uma página simples e despreocupada, que não merecia essa tua raiva.

É desmesurado, ílvaro.

Por favor, ílvaro Santos Pereira, deixa-me o Coiso da mão!

“A Questão Finkler”, de Howard Jacobson (2010)

—Vencedor do Man Booker Prize de 2010, aqui está um romance que me diz pouco.

O The Times fala na musicalidade da linguagem de Jacobson. Talvez no original inglês isso se note – em português, não dei por nada de especial.

O romance conta-nos a história de Julian Treslove, um tipo banal, que, depois de ter sido assaltado, na rua, por uma carteirista, que o insulta, chamando-lhe judeu, decide transformar-se num verdadeiro judeu.

Treslove tem dois grandes amigos, Libor e Finkler, ambos viúvos e ambos judeus, mas não muito praticantes. Libor, o mais idoso, é mais ou menos indiferente e Finkler, assume-se como judeu envergonhado, por causa do conflito israelo-árabe.

O livro está cheio de piadas sobre os judeus. Os filmes do Woody Allen também e, na minha opinião, têm mais piada.

Não me convenceu.

O estranho caso do chifre de Singeverga

Confesso que nunca tinha ouvido falar do mosteiro beneditino de Singeverga, em Santo Tirso.

Mas foi lá, segundo o Diário de Notícias, que ocorreu este “invulgar roubo”.

Diz a notícia, publicada hoje:

«Dois homens, que fingiram querer fazer uma visita ao convento, manietaram o padre Adriano, de 82 anos, e levaram um chifre (avaliado em cerca de vinte mil euros) e um banco de madeira africano, que pertenciam í  colecção do Museu de Etnografia e Zoologia de Angola».

Ao que um homem chega – roubar chifres!

É a crise…

A notícia é chocante, assim mesmo. Mas há mais pormenores:

«”Telefonaram a dizer que eram um grupo de universitários de Lisboa. A ideia era verem a igreja, o pequeno museu e a sala do capítulo”, contou ao DN o subprior Lino Moreira. Quando chegaram, eram apenas dois. Acabaram por dominar o padre que tencionava guiá-los e levaram o saque, fugindo a correr.»

Malandros!

Fizeram-se passar por universitários de Lisboa, que é uma categoria muito importante, e fanaram o banco e o chifre!

E depois, nem se meteram num BMW roubado, nem saltaram para cima de uma mota de alta cilindrada, nem montaram um cavalo, nem sequer uma reles bicicleta – fugiram a correr!

Portanto, malta, se virem dois gajos a correr, um com um banco, outro com um chifre na mão, chamem a GNR! Ajudem os monges de Singeverga!

Convite ao Prof. Abreu Amorim

Pior que líderes medíocres só os seus seguidores fervorosos.

Passos Coelho é um líder medíocre.

A sua última mediocridade foi dizer «estar desempregado pode não ser um sinal negativo. Despedir-se ou ser despedido não tem de ser um estigma, tem de representar também uma oportunidade para mudar de vida».

Pausa para absorver esta enormidade.

Já estou a ver o funcionário a correr atrás o patrão, choramingando: “patrãozinho! ajude-me a mudar de vida! despeça-me por favor!”

Claro que Coelho já veio dizer que as suas palavras foram mal interpretadas. Como sempre.

As suas palavras foram mal interpretadas quando disse que tirar os subsídios de natal e de férias eram um disparate, bem como quando sugeriu que os nossos jovens qualificados deviam emigrar.

O homem nunca diz o que quer dizer – ou então, nós nunca entendemos o que ele, verdadeiramente, quer dizer.

Quem o entende na perfeição é Carlos Abreu Amorim, aquele professor da Universidade do Minho com excesso de peso, que já foi um liberal com muita dificuldade e que agora é deputado do PSD.

Ouvi-o dizer que o que Passos Coelho pretendia era dar ânimo aos desempregados. Quando Coelho falava em mudar de vida quando se é despedido, estava a pensar, por exemplo, no caso do João Ricardo Pedro, aquele engenheiro electrotécnico que aproveitou o facto de estar desempregado para escrever um livro, “O Teu Rosto Será o íšltimo”, que acabou por vencer o Prémio Leya deste ano.

Isto foi o que disse o Sr. Professor.

Pois eu trabalho no Centro de Saúde do Monte de Caparica há quase 30 anos. Nas traseiras do Centro fica o famoso Bairro do Picapau Amarelo.

Tenho, assim, o maior prazer em convidar o Sr. Professor a vir visitar o Bairro e sugerir í s centenas de desempregados que ali vivem que aproveitem esse facto para mudarem de vida e escreverem um livro.

De certeza que o Sr. Professor Amorim perdia peso.

No mínimo.

Como a Grécia escolhe os governos

Vamos lá ver como é que a Grécia escolhe os governos.

Primeiro, fazem-se eleições.

Depois, o Presidente grego convida o líder do partido mais votado a formar governo.

Se ele não conseguir, o Presidente convida o líder do segundo partido mais votado a formar governo.

Se ele também não conseguir, o Presidente convida o líder do terceiro partido mais votado a formar governo.

E assim sucessivamente, até ao líder do partido menos votado.

Se ninguém conseguir formar governo, o Presidente vai í  janela e grita para o primeiro grego que passar na rua:

– É pá! Sim, tu! Foste escolhido para formar governo! Despacha-te!

Que fazes, afinal, Gaspar?…

Confrontado com o facto de ter chamado Documento de Estratégia Orçamental a um PEC, só para não lhe chamar PEC, Vitor Gaspar disse que «não minto, não engano e não ludibrio” os portugueses.

Ora, se um ministro das Finanças não mente.

Se um ministro das Finanças não engana.

Se um ministro das Finanças não ludibria.

Que raio faz este ministro das Finanças?

Para que queremos nós um ministro das Finanças que não mente?

Que não engana?

Que não ludibria?

Será que queremos um ministro das Finanças para falar verdade?

Apenas a verdade?

Nem uma mentirinha piedosa?

Nem uma falsa verdade?

Ora abóbora!

Para isso, já temos o ministro da Economia, porra!