Passos Coelho – um caso perdido

O nosso primeiro-ministro é um verdadeiro “case study”.

O homem não acerta uma!

Não está preparado para governar, faz tudo o que o Gaspar manda e fala, fala muito.

E eloquência não é como ele.

Ontem, ao ouvir cantar as janeiras, decidiu dirigir-se aos portugueses “que vivem em dificuldades”, para desejar “que consigam vislumbrar ao longo deste ano aquilo que se chama a luz ao fundo do túnel, quer dizer, um motivo de esperança para perceberem que nós não estamos a iniciar um ciclo vicioso de que não conseguimos sair”.

Mas o que será “aquilo que se chama a luz ao fundo do túnel”?

E o que será um “ciclo vicioso”?

Por que é que o gajo não diz, simplesmente: aguentem-se que havemos sair desta merda!?

Mas Passos Coelho ainda disse mais coisas!

Disse ainda que estamos “apenas a vislumbrar a saída de um período difícil que estamos a completar, porque outra forma não há senão passar por ele e resolver os problemas”.

Mas que salganhada é esta?

Para além da fixação no verbo “vislumbrar”, Coelho é daquelas pessoas que quer falar difícil para fazer de conta que é muito culto – e depois, mete os pés pelas mãos e ninguém entende o quer dizer.

É o que vos digo: estamos tramados!

 

 

O polvo? Nem unido!…

Notícia do DN de hoje:

«Os militares da Unidade de Controlo Costeiro da GNR apreenderam na passada sexta-feira, “nas imediações” da lota de Póvoa do Varzim, 369 quilos de polvo fresco por declarar».

É o que acontece ao polvo fresco quando não se declara…

Bastava que declarasse: “Nós somos polvo fresco” e os militares da GNR deixavam passar a coisa.

E a notícia continua:

«esta apreensão verificou-se no decurso de uma acção de fiscalização realizada naquele dia por militares do subdestacamento de Controlo Costeiro de Esposende, e que apreenderam o polvo fresco “por fuga í  lota”».

Estou a imaginar 369 de quilos de polvo fresco a fugir í  lota… todos aqueles tentáculos em movimento e os garbosos militares de Esposende em perseguição do malandro do polvo e ele a fugir-lhes por entre os dedos porque, como se sabe, o polvo é muito escorregadio…

Mas os militares levaram a melhor e explicaram que – voltemos í  notícia – «todo o pescado fresco deve obrigatoriamente ser entregue ou leiloado na lota». E quem não o fizer incorre numa “coima de 44 891 euros e a perda do pescado apreendido».

Gosto do preciosismo da coima: 44 891 euros. Não podiam arredondar para 44 900, por exemplo?

De qualquer modo, o polvo acabou preso.

É sempre o polvo quem se lixa!

Não esquecer que o Portas faz parte deste governo

portas_barroso Continua a tentar passar entre os pingos da chuva.

Ainda esta semana, fez uma prelecção perante uma plateia de especialistas, em que deu uma série de ideias para a dinamização da economia portuguesa.

Por momentos, parecia um ministro da Economia.

Pena que ele não dê tantas ideias no conselho de ministros.

Ao seu lado, outro gajo que não tem nada a ver com a nossa crise: Durão Barroso.

Lembram-se que ambos fizeram parte de uma coligação governamental em 2002-2004?

Mas ambos estão inocentes, claro.

Temos cá uma sorte!…

Depardienine e Bardotvich

Gérard Depardieu acha injusto pagar tantos impostos ao Estado francês.

Em vez de fugir aos impostos, como os portugueses, decidiu requerer a cidadania russa e passar a pagar impostos ao Estado russo.

Putin, esse grande humorista, concedeu-lhe logo passaporte russo.

Depardieu – que deve mudar o nome para Depardienine, em memória desse grande democrata que foi Estaline – elogiou a Rússia, como pátria dos direitos humanos.

Além de gordo, o homem está demente.

Mas eis que Brigitte Bardot lhe segue o exemplo e ameaça requerer, também, a nacionalidade russa.

E não, não é por causa dos impostos, é por causa de dois elefantes com tuberculose.

Pausa para rir…

O tribunal de Lyon decidiu que os elefantes Baby e Nepal, ambos pertencentes ao circo Pinder e ambos sofrendo de tuberculose, terão que ser abatidos.

Bardot uivou: «se os que têm poder neste país são suficientemente cobardes e sem vergonha para matarem os elefantes, então decidi que vou pedir a nacionalidade russa para sair deste país, que se tem tornado num cemitério de animais».

Ora toma!

E lá se vai a Bardotvicth para a Rússia que, como se sabe, preserva os elefantes como ninguém – basta ver as trombas do Putin e do Medvedev…

164 especialistas? Puf!…

O Tribunal de Contas advertiu o Governo para o facto de ter recrutado 164 especialistas que são pagos a peso de ouro.

Segundo o TC, três desses especialistas ganham entre 4615 e 5775 euros e os restantes recebem entre 3069 e 3892 e parece que também têm direito aos subsídios de natal e de férias, ao contrário dos restantes funcionários públicos.

O TC está ainda mais intrigado pelo facto de 15% desses 164 especialistas terem idades entre os 25 e os 29 anos, o que leva a supor que, para serem especialistas, devem ter terminado o curso aos 15 ou 16 anos.

O Tribunal de Contas está a ser injusto.

Com tanta merda que tem feito, 164 especialistas até são poucos para ajudar este governo!…

Votos para 2013

De adoecer teremos medo
por causa do Macedo

Fugiremos para as hortas
escondendo-nos do Portas

Até gritaremos por Jesus
fugindo da Teixeira da Cruz

Apagaremos todas as pistas
para nos escondermos da Cristas

Atrás da mesa, debaixo do banco
para escaparmos ao Aguiar-Branco

Assim ou de de qualquer maneira
safamo-nos do ílvaro Santos Pereira

Pelos infantários e pelos lares
havemos de fugir ao Mota Soares

E nem que seja o último acto
esgueiramo-nos do Nuno Crato

E também não é segredo
que nos pisgasmos do Miguel Macedo

E nem que tenhamos que ir a Elvas
havemos de nos desenvencilhar do Relvas

Mas para isso há que arrasar
tudo o que venha do Gaspar

E como último conselho:
mandem lixar o Coelho!

Ai de ti se adoeces!

«Por mais impostos que possamos cobrar aos cidadãos, o SNS, mais tarde ou mais cedo, será insustentável. Não basta só cobrar impostos. É preciso que as pessoas façam alguma coisa para que recorreram menos aos serviços».

(- Francisco Leal de Costa, secretário de Estado da Saúde)

Hoje estava mesmo a apetecer-me apanhar uma gripe.

Conheço uma pessoa que está na cama com gripe. Ia lá a casa e pedia-lhe para tossir directamente para a minha cara. Várias vezes.

Depois, quando começasse a ter dores no corpo e febre, ia ao SAP para que o médico me receitasse muitos medicamentos, pedia-lhe alguns dias de baixa e enfiava-me na cama a ler tio patinhas.

Mas depois lembrei-me da entrevista do nosso secretário de Estado da Saúde e desisti da ideia.

Já avisei os meus netos que, este ano, não podem ter otites, nem amigdalites, e se se atreverem a ficar ranhosos, a única que lhes vou fazer é assoá-los e caso estejam a pensar ficar com diarreia, podem contar com uma rolha!

Não podemos ficar doentes, senão o Passos Coelho tira-nos, também, o Serviço Nacional de Saúde!

Parabéns, Pedro!

Desta vez conseguiste a unanimidade dos comentadores.

Definitivamente, escreves como falas e falas como governas: mal!

* «O contacto directo com os cidadãos não se confunde com exercícios patéticos, nos quais o primeiro-ministro se deixa substituir pelo Pedro através de uma redacção medíocre, com laivos de um sentimentalismo bacoco que ainda por cima revelam as insuficiências notórias do primeiro-ministro que temos»

– Constança Cunha e Sá, no i

* «O primeiro-ministro (…) serviu aos portugueses, que se deram ao trabalho de o ler, 14 linhas de uma prosa lamecha e repugante, que trivializa e degrada os problemas do país. (…) entrar pela casa de uma pessoa, já preocupada com as desgraças que dia a dia se acumulam, para lhes falar do “orgulho dos sacrifícios” e das “decisões difíceis” que ele, coitadinho, está a tomar, excede o tolerável»

– Vasco Pulido Valente, no Público

* «Pedro e Laura escreveram no Facebook uma redacção infantil e politicamente desastrada»

– Fernando Madrinha, no Expresso

* «Não, “Pedro e Laura”, na mesa de Natal de muitos portugueses o que preocupa não é a falta de rabanadas, nem brinquedos, nem pessoas, mas sim o facto de lá estar sentado o medo, a indignidade, a vergonha e o desespero, coisas que não vêm em estatística nenhuma. E isso não garante futuro nenhum que valha a pena viver, nem aos pais, nem aos filhos, nem aos netos».

– Pacheco Pereira, no Público

* «O Pedro e a Laura decidiram brindar os que os seguem na página do Facebook na internet com um texto sobre as dificuldades que os portugueses estão a sentir. O tom é piegas. O texto está mal escrito»

– Martim Silva, no Expresso

Pedro, o medíocre triste

A mensagem de Natal que Pedro Passos Coelho colocou no Facebook, não é um simples fait diver.

Aqueles três parágrafos revelam muita coisa – revelam que Passos Coelho, além de medíocre, é triste.

Começa ele por nos dizer que «este não foi o Natal que merecíamos». E porquê?

Porque «muitas famílias não tiveram na Consoada os pratos que se habituaram». Por outras palavras: habituados a morfarem perus obesos, cabritos informes e manadas de bacalhaus, as famílias tiveram que se contentar com uma sardinha e pão com azeitonas.

Comíamos acima das nossas possibilidades!

Mas Pedro diz mais: «Muitos não conseguiram ter a família toda í  mesma mesa». E porquê?

Aqui, as dúvidas são muitas: a família aumentou e a mesa é mais pequena e não cabem todos í  mesa e alguns tiveram que comer em pé? A família não aumentou mas a mesa encolheu? A mesa é a mesma, mas alguns elementos da família seguiram o conselho do Pedro e emigraram? As famílias decidiram fazer cisões e os avós sentaram-se uma mesa, enquanto os filhos e os netos se sentaram a outra mesa?

Pedro não esclarece, mas acrescenta: «E muitos não puderam dar aos filhos um simples presente.»

Quer dizer: armaram-se ao pingarelho e, em vez de darem um simples presente, deram um presente complicado!

A seguir, Pedro diz algo de muito estranho: «Já aqui estivemos antes».

Aqui, onde, pá?

E acrescenta: «Já nos sentámos em mesas em que a comida esticava para chegar a todos, já demos aos nossos filhos presentes menores porque não tínhamos como dar outros»

Ah! estás a fazer poesia, Pedro!…

Falas em sentido figurado… «já nos sentámos em mesas em que a comida esticava para chegar a todos»… e estamos a voltar a esses tempos em que éramos pobres mas honrados, em que estávamos orgulhosamente sós, em que, em qualquer casa portuguesa, bastava pão e vinho sobre a mesa. E, no fundo, tu achas que isso foi bom, formou o nosso carácter, ensinou-nos a não sermos exigentes, a contentarmo-nos com pouco.

No terceiro parágrafo, Pedro diz: «peço apenas que procurem a força para, quando olharem os vossos filhos e netos, o façam não com pesar mas com o orgulho de quem sabe que os sacrifícios que fazemos hoje, as difíceis decisões que estamos a tomar, fazemo-lo para que os nossos filhos tenham no futuro um Natal melhor»

Por outras palavras: Pedro pede-me para, quando eu olhar para os meus filhos e netos, não olhe com pesar, mas com orgulho.

E não poderei olhar com pesar e orgulho?

Porquê a conjunção adversativa “mas”, entre “pesar” e “orgulho”?

O resto da frase não faz qualquer sentido: «o orgulho de quem sabe que os sacrifícios que fazemos hoje… fazemo-lo para que os nossos filhos tenham no futuro um Natal melhor»?

Os sacrifícios fazemo-lo?!

Depois da patética mensagem de Natal transmitida pela televisão, Pedro quis emendar a mão e fazer de conta que é muito bonzinho e está muito preocupado com as famílias.

Fez mal.

O texto que publicou no Facebook é uma redacção medíocre e até tem erros gramaticais.

O meu professor da Escola Primária ter-lhe-ia dado 4 valores, numa escala de 20.

Uma vergonha de coelho!

No passado dia 21 de Dezembro, na Assembleia da República, Passos Coelho disse:

«2013 será um ano de viragem» e 2014 será o ano de «recuperação da actividade económica».

A deputada Heloísa Apolónia ficou mais verde do que já é e disse:

«O senhor veio aqui, há uns tempos atrás, veja se se lembra, por favor, dizer que o ano de 2012 era o ano de viragem, e que 2013 era o ano da retoma do crescimento!»

Passos Coelho ficou irritado e ripostou:

«Senhora deputada, isso é uma falsidade! Nunca disse isso em lado nenhum, e desafio a senhora deputada a trazer afirmações minhas nesse sentido. Senhora deputada, não podemos dizer tudo aquilo que nos apetece sem sermos confrontados com a realidade. Não é assim, isso é falso, senhora deputada!»

E, no entanto, basta consultar os registos do Parlamento para verificar que o primeiro-ministro disse, a 6 de Janeiro deste ano, isto:

«Vamos ter um ano de grandes exigências, mas que será também um ano de viragem económica para o país, é aquilo em que o governo, e eu próprio, firmemente acreditamos».

Em que ficamos?

Afinal, parece que “podemos dizer tudo aquilo que nos apetece sem sermos confrontados com a realidade”, desde que sejamos primeiro-ministro e tenhamos deixado, há muito, de ter vergonha na cara!