Fernandovich Medina, o agente infiltrado

Bastava olhar com atenção para a testa alta do Medina para perceber que ele só podia estar sob o domínio de Putin, com os bolsos tilintando de rublos.

Tudo se passou em janeiro, mas só agora foi revelado: os três organizadores de uma manifestação anti-Putin, realizada em frente à embaixada da Rússia, em Lisboa, deram os seus nomes à Câmara Municipal e o Medina foi logo telefonar ao Putin.

O presidente da Câmara surgiu ontem, em frente aos jornalistas, com ar compungido, pedindo desculpa e dizendo que foi um erro administrativo, mas estava-se mesmo a ver que foi deliberado. As ligações de Fernandovich Medina à extinta KGB são antigas e só não vê quem não quer.

Rui Rio e Xiquinho Santos já tinham desconfiado, e Moedas, então, já sabia há muito tempo, mas tinha vergonha de o dizer publicamente. Aliás, Carlos Moedas é mesmo um candidato envergonhado.

Depois deste escândalo ter sido revelado, veio-se a saber que também os nomes dos organizadores de uma manifestação pró-palestina, em 2019, foram revelados à embaixada de Israel, o que faz de Medina um completo sionista. E o mesmo se terá passado com manifestações anti-Nicolas Maduro, contra a ditadura da Coreia do Norte e contra a anexação da Crimeia.

Conclui-se, portanto, que Medina não passa de um agente infiltrado de Putin, Maduro e Kim Jong-un. No entanto, acho mal que só agora se tenham decidido a revelar estes factos. As eleições autárquicas são só em outubro e, até lá, as pessoas esquecem-se disto. Uma vez que querem fritar o Medina, deviam ter esperado por setembro.

Schostakovich e a morte de Estaline

Foi este o título genérico escolhido para o concerto de ontem da Orquestra Metropolitana de Lisboa, na Reitoria da Aula Magna da Universidade de Lisboa.

Dois autores em foco: um, que não esteve para aturar o Estaline e emigrou para os States – Rachmaninov; e outro, que aguentou, ficou na União Soviética e encaixou as críticas, nomeadamente as do Congresso Nacional de Compositores soviéticos, que considerou, em 1948, a sua música formalista e adversa aos desígnios da Revolução.

Rachamninov, nos Estados Unidos, deu largas ao seu romantismo e ontem assistimos à execução do seu concerto para piano nº4, com António Rosado ao piano. Irrepreensível.

No final, como encore, Rosado tocou uma composição de Debussy, autor de que é especialista.

Mas, para mim, o melhor do concerto foi a segunda parte: a 10ª Sinfonia de Schostakovich.

Já a tinha visto, ao vivo, no Teatro São Luiz, nos anos 70 do século passado. Lembro-me que, nessa altura, sentados no 2º balcão, ficámos estarrecidos com a energia desta sinfonia. Mesmo no final, o músico encarregado da tarola, no frenesim de atacar o instrumento, perdeu uma baguete.

Ontem, também um segundo violino viu uma das suas cordas não aguentar a refrega a que é sujeita no último andamento e rebentar!

Segundo o folheto distribuído na aula magna, o segundo tema melódico do terceiro andamento, deriva do nome do compositor (D-S-C-H, isto é Ré, Mi bemol, Dó, Si). Mais à frente, a trompa irrompe com outro tema melódico, que terá sido inspirado pelo nome da sua aluna, porque quem estava apaixonado – E-Lá-Mi-Ré-A, isto é, Elmira (Nazirova).

Individualismo? Onde está o povo? – diria Estaline. Só que o ditador já estava morto quando Schostakovich compôs esta sinfonia.

O mesmo texto distribuído acrescenta que as sinfonias deste compositor “são propensas a uma obstinação que se afunda em angústia e resiliência, mas também são capazes de exaltações épicas, ou de embalarem no doce encanto da afectação melódica” (texto de Rui Campos Leitão).

Estou totalmente de acordo. Ao escutar esta 10ª Sinfonia de Schostakovich senti exaltação, angústia, raiva, opressão, libertação, alegria e, sinceramente, emocionei-me, como já tinha acontecido há 40 anos!

A Orquestra Metropolitana de Lisboa foi muito competente, sob a batuta do enérgico Pedro Neves.

Cinco estrelas!

Depardienine e Bardotvich

Gérard Depardieu acha injusto pagar tantos impostos ao Estado francês.

Em vez de fugir aos impostos, como os portugueses, decidiu requerer a cidadania russa e passar a pagar impostos ao Estado russo.

Putin, esse grande humorista, concedeu-lhe logo passaporte russo.

Depardieu – que deve mudar o nome para Depardienine, em memória desse grande democrata que foi Estaline – elogiou a Rússia, como pátria dos direitos humanos.

Além de gordo, o homem está demente.

Mas eis que Brigitte Bardot lhe segue o exemplo e ameaça requerer, também, a nacionalidade russa.

E não, não é por causa dos impostos, é por causa de dois elefantes com tuberculose.

Pausa para rir…

O tribunal de Lyon decidiu que os elefantes Baby e Nepal, ambos pertencentes ao circo Pinder e ambos sofrendo de tuberculose, terão que ser abatidos.

Bardot uivou: «se os que têm poder neste país são suficientemente cobardes e sem vergonha para matarem os elefantes, então decidi que vou pedir a nacionalidade russa para sair deste país, que se tem tornado num cemitério de animais».

Ora toma!

E lá se vai a Bardotvicth para a Rússia que, como se sabe, preserva os elefantes como ninguém – basta ver as trombas do Putin e do Medvedev…

Vamos ajudar o Putin

O ex-futuro Presidente e actual futuro-ex 1º ministro da Rússia, Vladimir Putin tem um cachorrinho novo. Trata-se de um pastor búlgaro que o 1º ministro da Bulgária, Boiko Borisov, lhe ofereceu durante a sua recente visita àquele país.

Putin, que é um machão, que gosta de ser fotografado com os peitorais de fora, montado no seu cavalo, deixou-se fotografar com a cabecinha encostada ao cachorro, numa atitude terna, com se estivesse a pegar num pequeno míssil terra-ar.

E agora, com toda a solenidade, o governo russo pede sugestões para um nome para o cachorro, sugestões que podem ser enviadas para www.premier.gov.ru.

Já enviei as minhas sugestões, a saber: Tejo, Kremlin, Bobi, KGB, Benfica, Rasputine, Snoopy, Molotov, Obama ou, no caso de ser uma cadela, Tchetchénia.