“Um clássico moderno” – foi assim que The Guardian classificou este longo romance do americano Jonathan Franzen.
E, de facto, ao lermos este “tijolo” de 684 páginas (Edição D. Quixote, tradução de Maria João Freire de Andrade), não podemos deixar de pensar nos grandes autores clássicos norte-americanos.
A história desenvolve-se em redor do casal Walter e Patty Berglund e do seu amigo Richard Katz. Os três conhecem-se na Universidade, nos finais dos anos 70 e, ao longo dos anos, vamos conhecendo as suas vidas, os seus desencontros, as suas traições, as suas reconciliações.
Patty era uma basquetebolista com algum mérito que, depois de se casar com Walter, se transforma numa dona de casa cada vez mais deprimida, reprimindo, durante muito tempo, a sua atracção física por Richard Katz, um músico rock mais ou menos falhado, cuja carreira musical tem altos e baixos.
Walter é um defensor da natureza, transformando-se num verdadeiro militante, obcecado pela conservação de várias espécies de aves nativas. Quando Patty se envolve com Richard, deixa-se, ele próprio, seduzir por Lalitha, uma outra ecologista militante, com metade da sua idade.
Franzen cria personagens credíveis e consegue manter o leitor interessado ao longo de toda a história, embora todos estes conflitos da classe média norte-americana sejam um pouco distantes da nossa realidade.
Vale a pena ler, sobretudo pelo retrato fiel da América dos últimos 40 anos.