O palhaço do presidente da Junta

Em 21 de Novembro de 2011, a Junta da Freguesia de Silvares «decidiu mudar a fechadura das instalações da autarquia, para impedir que continuassem a ser utilizadas pelo Centro Social», segundo nos conta o Diário de Notícias.

Vai daí, o presidente do Centro Social chamou «”palhaços” aos membros da Junta de Freguesia de Silvares».

Acusado na primeira instância a 90 dias de multa, í  razão de 6,20 euros diários, foi ilibado pelo Tribunal da Relação de Guimarães.

Este Tribunal, considerou que chamar palhaços aos membros da autarquia “não excede a grosseria nem a falta de educação”, tratando-se, segundo o DN, de «um mero juízo de valor que não tem aptidão para atingir a honra e a consideração do visado».

O acórdão diz ainda que a palavra “palhaço” é polissémica (toma!) e, «quando isso acontece, o tribunal “não tem de acolher o significado atribuído pelo visado tão-só por se ter considerado ofendido”».

Por outras palavras: palhaço é insulto ou elogio?

Imaginem que o arguido se virava para os autarcas de Silvares e dizia: ó meus grandes malabaristas! í“ meus domadores de leões do caneco! í“ meus ilusionistas do caralho!

Seriam insultos ou elogios?

Se dissermos que um autarca, de Silvares ou de Venda das Raparigas, é um ilusionista do caralho, é mais insultuoso do que se o chamarmos palhaço do camandro?

E não se riam, que isto é muito sério!

O Tribunal de Guimarães acrescenta que “é próprio da vida em sociedade haver alguma conflitualidade entre as pessoas (…) e o Direito não pode intervir sempre que a linguagem utilizada incomoda ou fere a susceptibilidade do visado”.

Tomem lá, palhaçotes!

Submarinos, comboios e depilações

Fiquei satisfeito quando vi as notícias de hoje: foram absolvidos todos os 10 arguidos do caso das contrapartidas para a compras dos submarinos.

Como muito bem disse um dos advogados de defesa, o Estado não foi burlado, na medida em que não perdeu nada. É certo que também não recebeu nada em troca da compra dos submarinos, mas também quem é que mandou o Estado ser garganeiro?

Se eu, por exemplo, prometer oferecer um ramo de orquídeasÂ í  minha mulher, se ela me fizer uma boa feijoada e, depois de me alambazar com a feijoada, não lhe der nada, não se pode dizer que estou a burlá-la.

Ela não perde nada – não ganha é o ramo de orquídeas, mas aprende a não acreditar em tudo o que eu lhe prometo.

Assim devia ter feito o Estado!

Além disso, os alemães até nos fizeram o favor de nos vender dois submarinos – para que raio queríamos nós contrapartidas?

E ainda tivemos sorte em não nos terem tirado os submarinos.

Sorte é algo que a CP não tem…

Segundo o Público, “A CP perdeu 27 milhões de passageiros em 4 anos”.

Ora aqui está uma boa razão para nunca mais andar de comboio!

Imaginem entrar num comboio na Damaia e desaparecerem, algures entre o Cacém e Rio de Mouro!

Safa!

Quem não se safou foram as médicas e enfermeiras do H. S. João que se andaram a depilar í  conta da ADSE.

Pelos vistos tinham uma médica amiga, dona de uma clínica onde se tiram pelos com laser, e vai de irem lá depilar-se e, depois, apresentar a conta í  ADSE, como se fossem tratamentos dermatológicos.

Foi um depilar vilanagem!

Convenhamos que, pensando bem, a ADSE bem podia comparticipar a depilação das moças.

Já viram o que é um tipo levar uma injecção de uma enfermeira com buço ou ser auscultado por uma médica com patilhas?!

Toma, que é para aprenderes!

Um jovem de 16 anos assaltou um distribuidor de Telepizza e roubou-lhe três pizzas, no valor de 31,50 euros.

Foi hoje julgado por um colectivo de três-juízes-três, gastando, assim, ao erário público, mais de mil euros.

Três juízes a julgarem um caso de roubo de três pizzas?

Acho muito bem!

Estes putos começam a roubar pizzas e, se não lhe pomos um travão, qualquer dia estão a roubar hamburgueres!

Uma onda que se disputa…

Por que razão uma juíza, um procurador do Ministério Público, dois advogados e um funcionário judicial andam a estudar surf?

Segundo o indelével Diário de Notícias, a razão reside numa onda, que foi surfada por dois surfistas ao mesmo tempo, daí resultando um choque que provocou danos materiais e psicológicos.

Vamos aos factos, porque isto vale a pena…

«Tudo aconteceu na tarde de 24 de Novembro de 2012, na praia do Cabedelo, em Darque, junto í  cidade de Viana de Castelo, com os dois surfistas, Ricardo Forte, de 37 anos, e João Zamith, de 38, a envolver-se naquilo que a própria acusação diz ser um caso de  “disputa de ondas”» – isto é o que diz a notícia do DN, que, mais í  frente, explica:

«Quando Ricardo Forte deslizava na sua prancha na crista de uma onda, surgiu João Zamith em sentido contrário, preparando-se para apanhar a referida onda. Nesse momento, cada um deles assentou em manter o rumo, sem se desviar, pelo que embateram com as respectivas pranchas um contra o outro».

Acham incrível?

Então, continuemos:

«Do choque, resultaram vários ferimentos nos dois surfistas, danos de 70 euros na prancha de mais de dois metros de Ricardo Forte e uma acesa discussão, com ameaças entre os dois, já na praia»

E agora, o caso decide-se no tribunal, a expensas do erário público!

Teremos que colocar semáforos nas ondas ou, mais simplesmente, dar dois pares de estalos a estes beach boys de trazer por casa?

A iliteracia do Tribunal Constitucional

O Tribunal Constitucional considerou hoje que um tipo que já cumpriu três mandatos como presidente de câmara, pode candidatar-se a outro mandato, desde que seja noutro concelho.

Fiquei perplexo.

Ora, a lei diz, textualmente: «o presidente de câmara municipal e o presidente de junta de freguesia só podem ser eleitos para três mandatos consecutivos».

Qual é a dúvida?

Se os presidentes de câmara e de junta só podem ser eleitos para três mandatos consecutivos, por que raio podem candidatar-se a outro mandato, desde que mudem de concelho?

Cá para mim, os juízes do Tribunal Constitucional sentiram-se culpabilizados por estarem a chumbar as leis do Governo e decidiram dar um doce ao Passos Coelho.

Ao deixarem passar esta lei de limitação dos mandatos, os juízes permitem que o Menezes e o Seara se candidatem mais uma vez.

O mais engraçado é que, pela primeira vez, PSD, CDS, PS e PCP estão de acordo com o Tribunal Constitucional!…

(a propósito, sugiro a leitura deste post: De ou da?)

O inverno do nosso descontentamento…

Sócrates já não está só.

Finalmente, Vitor Gaspar reconheceu que não é só o ex-primeiro-ministro o culpado pela crise que atravessamos.

Gaspar apontou mais dois culpados: o Tribunal Constitucional e a chuva.

Não, não estou a brincar…

O Tribunal Constitucional, já se sabia.

«A alteração ao Orçamento de Estado foi necessária devido ao aumento de despesa exigido no seguimento da decisão do Tribunal Constitucional» – disse Gaspar.

gaspar_choveE não vale a pena repetir-lhe que é o Governo que tem tomar decisões de acordo com a Constituição e não a Constituição que tem que se moldar í s decisões do Governo.

O Gaspar não entende…

Agora, a chuva!

Sim senhor, a chuva!

Disse Gaspar: «é muito preocupante (a queda do investimento porque este foi) adversamente afectado pelas condições meteorológicas que no primeiro trimestre afectaram a actividade da construção» – disse o Iluminado.

Nós bem vimos os trabalhadores e empresários da construção civil, debaixo dos telheiros, de gabardina e chapéu de chuva, acoitando-se das bátegas de água que se abatiam sobre os terrenos baldios!

Eles cheios de vontade de construir prédios e bairros e vivendas e a chuva a não deixar!

Sacana da chuva!

Apetece gritar: ó Gaspar, vai ver se chove, pá!

Quanto vale a vida sexual?

Notícia do DN de hoje:

«A mulher de um homem que ficou impotente, na sequência de um acidente de viação, vai receber uma indemnização de 25 mil euros por ter ficado “total e permanentemente privada” da sua vida sexual, decidiu o Tribunal.»

O homem foi vítima de um acidente de viação em 2002, na sequência do qual terá ficado impotente. O Tribunal da relação de Coimbra determinou que a mulher se “encontra vinculada, por virtude do casamento, entre outros, ao dever de coabitação e de fidelidade, assistindo-lhe o direito ao trato sexual com o seu cí´njuge, que, por força do acidente de que foi vítima, está definitivamente incapacitado de cumprir”.

Além dessa indemnização de 25 mil euros í  mulher, o Tribunal decidiu, também, que fosse paga uma indemnização de 115 mil euros ao homem.

Ora aí está a diferença de valores da vida sexual: 115 mil euros para o homem; 25 mil para a mulher.

Onde pára a justiça?…