Expressamente í  direita

Claro que não estou espantado, mas o semanário Expresso, antigamente, disfarçava melhor.

Agora, perdeu a vergonha toda e está totalmente ao serviço da direita.

Começa logo no editorial do seu director João Vieira Pereira que diz, por exemplo, que “…esta extrema-esquerda”… “…venderam a ideia de que vinham como heróis salvar-nos da troika que nos tinha tornado mais pobres, quando na realidade trabalharam para voltar ao pré-2011, aos anos que nos levaram í  estagnação económica e í  bancarrota”.

Portanto o primeiro super-avit da democracia e o crescimento acima da média da União Europeia nunca existiram.

Todo o editorial de JVP é um manifesto anti-esquerda. É a opinião do homem, pronto.

Mas o resto do jornal é o que se vê.

Toda a página 5 é ocupada com o habitual despacho do presidente: “…Marcelo quer compromisso sólido para pelo menos dois anos”.

Não chega o Marcelo fazer conferências de imprensa praticamente diárias, ainda tem o seu órgão oficial todos os sábados.

As páginas 6 e 7 são ocupadas com a zanga das comadres do PSD.

O título é “…Rio e Rangel não baixam armas”. No topo das páginas, uma foto dos dois candidatos a líderes e, para além do texto com o título já citado, há dois outros intitulados “…Candidatos sem tempo para detalhar programa” e “…Só Cavaco teve sucesso rápido em eleições, mas com mais tempo”.

Parece que estamos a ler um exemplar do Povo Livre, órgão oficial do PSD.

Nas páginas 8 e 9, duas páginas dedicadas í  Direita ““ como se as outras também o não fossem.

Para além de uma ilustração representando os 4 partidos de Direita (PSD, IL, CDS e CH), podemos ler (salvo seja), os seguintes artigos: “…A minha legitimidade só se coloca na cabeça de quem nunca a aceitou”, diz Mota Soares, do CDS; “…Na prateleira da Direita, quem compra CDS?”; “…Chicão: O PP dos que querem subir a pulso”; “…Nuno Melo: regenerar para voltar a ser últil”; e “…Chega está capturado pelo sistema”, diz um fulano que se vai candidatar contra o Ventura.

Acham que já chega de Direita?

Ainda não.

Mas quem é que falta?

A Iniciativa Liberal, claro.

Vem logo na página seguinte. Toda a página 10 está preenchida com uma entrevista ao Cotrim Figueiredo.

Quanto ao PS, merece apenas um terço da página 12, com o título “…PS: ordem para acalmar contra a esquerda”.

Assim vai o jornalismo “…independente” do Expresso.

Cheira a metano em Glasgow

Está a decorrer em Glasgow, a 26ª COP (Conferência das Partes da Convenção-Quadro da ONU sobre Alterações Climáticas).

Na sessão de abertura estavam lá quase todos, de Joe Biden a Angela Merkel, de Trudeau a Modi, passando por Guterres, Boris Jonhson, Macron e muitos outros. Até lá estava o sempre adiado rei da Grã-Bretanha, o príncipe Charles.

Faltaram, no entanto, três dos maiores poluidores do planeta, o Xi, o Bolsonaro e o Putin.

Estavam ocupados a cortar umas árvores ou a queimar um pouco de carvão.

Ontem, parece que os conferencistas chegaram a dois acordos importantes.

Segundo o primeiro acordo, os signatários comprometem-se a “…travar e reverter a desflorestação e degradação dos solos até 2030″.

Aplausos.

Até o Putin e o Bolsonaro se comprometeram a cumprir este acordo.

Ora, sabendo que, em 2014, os mesmos signatários acordaram, na Declaração de Nova Iorque, em cortar para metade a perda de área florestal até 2020 e que, no entanto, actualmente, se desfloresta o dobro do que se floresta ““ em 2030, que é já daqui a nove anos, será ainda mais difícil encontrar uma sombra na floresta.

O segundo acordo chama-se Compromisso Global do Metano e foi impulsionado por Biden.

Os signatários comprometem-se a reduzir em 30% as suas emissões de metano. Mais de 100 países assinaram este compromisso, incluindo Portugal, embora não tenham assinado a China, a Índia e a Rússia, três dos maiores emissores de metano.

Parece que o metano é responsável por 0,5 graus no aquecimento global e, em Portugal, são as vacas criadas para o consumo de carne que lideram as emissões de metano (certificar aqui).

Dizem os especialistas que o tempo de vida média do metano na atmosfera é de 12 anos.

Quer dizer, uma vaca descuida-se hoje, ali no Alandroal, e só em 2034 o efeito se dissipa!

Nos próximos dias, todas as atenções estão viradas para Glasgow, mas, a avaliar pela reacção de alguns dos presentes, os trabalhos da COP não têm sido lá muito interessantes…

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O planeta a aquecer e os líderes a adormecer…

O Coiso há 22 anos na net

Foi no dia 1 de novembro de 1999 que O Coiso penetrou na net.

Nessa altura, era uma página praticamente feita í  mão, que pode ser consultada no Velho Coiso.

Com mais de 2400 posts, O Coiso vai resistindo, embora com menos vigor.

Noutra altura, aproveitaria a actual crise política para escrever textos a propósito, mas, sinceramente, falta-me a paciência.

Que dizer, por exemplo, da agonia do CDS?

Quando era jornalista, fui destacado para a conferência de imprensa em que foi feito o anúncio da fundação desse partido centrista, com a presença de Freitas do Amaral. Foi em julho de 1974 e, nessa altura, ninguém era de direita.

Depois, a pouco e pouco, o Centro Democrático Social, foi resvalando para a direita, se é que alguma vez foi do centro.

Já lhe chamaram o partido do táxi, porque todos os seus deputados cabiam num. Qualquer dia, passará a ser o partido da trotinete, com o Chiquinho ao volante.

E que dizer do professor Marcelo que, de tanto querer que o Orçamento fosse aprovado, começou logo a empurrar todos para eleições antecipadas?

Com estupefacção, vimos o presidente sair do Palácio de Belém e dirigir-se a uma caixa multibanco para pagar uma conta, com os jornalistas a correrem atrás dele.

Será que o homem desconhece a página online do seu Banco?

E que dizer do PSD, o habitual saco de gatos que nunca consegue uma liderança estável?

Procurem na net: são 18 presidentes em 47 anos, o que dá uma média de 2,6 anos para cada presidente. Ora, sabendo que Rui Rio é presidente desde fevereiro de 2018, podemos declarar que o homem já ultrapassou a barreira do som, com 3 anos e 9 meses í  frente do PSD.

Mas o PSD range por todos os lados, a começar pelo lado do Rangel, que poderá vir a ser o 19º presidente e teremos que levar com a sua voz metálica e absolutamente irritante durante, pelos menos, mais 2 anos e 6 meses, até que apareça outro presidente.

E que dizer dos partidos de esquerda?

Desses ainda me apetece falar menos.

O PS ora é considerado um partido de esquerda, ora é o principal alvo do PCP e do Bloco.

O PCP decidiu voltar í s origens.

O Bloco talvez esperasse que o PC se abstivesse.

De qualquer maneira, não se entenderam e, agora, culpam-se uns aos outros, mas, o que é certo, é que a porta ficou escancarada para a direita.

Esperemos que a direita não dê com a porta…

Nota – O Coiso foi um jornal completamente desmiolado que se publicou durante 12 semanas, em 1975; era impresso no velho jornal República e tinha, entre os seus criadores e colaboradores, eu próprio, o ílvaro Belo Marques, o Ruy Lemus, o José António Pinheiro, o Carlos Barradas e o velho Mário-Henrique Leiria.

Onde estavas no 11 de setembro?

Com este título, o jornal Público tem feito uma série de textos sobre os 20 anos dos atentados í s torres gémeas, em Nova Iorque.

A esta pergunta, respondem na edição de hoje, Marcelo Rebelo de Sousa, Rui Rio, Jerónimo de Sousa e Catarina Martins.

Marcelo diz que estava na Faculdade e que acompanhou as notícias pelo rádio do carro, a caminho de casa; Catarina estava no Porto e, inicialmente, pensou que se tratava de um acidente; Rio estava em campanha pela Câmara do Porto, num almoço; e Jerónimo estava na sede do PCP.

Eu estava a fazer consultas no meu Centro de Saúde; um colega meu disse-me que um avião tinha embatido numa das torres do World Trade Centre. Descrente, interrompi a consulta e fomos os dois ao café da esquina, ver a televisão e chegámos a tempo de ver o segundo avião embater na outra torre.

Tinha estado em Nova Iorque em 1994 e em 1999 e, de ambas as vezes, tinha subido ao topo das Torres, admirado o panorama lá de cima, as pontes sobre o rio East, a Estátua da Liberdade, o Empire State, o Central Park, Manhattan em vista aérea ““ e era difícil acreditar que os Estados Unidos eram, assim, atacados no seu coração.

Na edição de hoje do Público, também João Miguel Tavares sente necessidade de escrever sobre o que sentiu no dia em que as torres gémeas vieram abaixo.

E diz isto: “…foi no dia em que dois aviões destruíram as torres gémeas que eu descobri que era de direita”.

JMT faz esta revelação como quem sai do armário da orientação política: um acontecimento traumático que o faz, enfim, encarar a realidade: JMT era de direita!

Diz JMT que, na altura dos atentados, tinha 28 aninhos!

28 anos e ainda não sabia a sua orientação política, coitadinho!

Foi, portanto, graças a um atentado terrorista que ele percebeu que era de direita.

Até hoje!…

Só falta JMT agradecer í  Al-Qaeda…

Vacinas, Messi e Proust – a silly season em pleno!

Estamos em plena época de incêndios… sem incêndios.

Dizem que vem aí a primeira vaga de calor deste verão e, portanto, talvez comecem, finalmente, os incêndios. Os telejornais terão assunto para todas as suas edições. Poderemos voltar a discutir meios aéreos, limpeza das florestas, canadéres e cámoves.

Enquanto isso não acontece, temos que nos satisfazer com as notícias do covid.

A DGS recomendou a vacinação universal das crianças dos 12 aos 15 anos, depois de, dez dias antes, ter recomendado apenas a vacinação das crianças desse grupo etário que sofressem de comorbilidades.

A DGS esqueceu-se que temos, como presidente da República, um dos mais reputados especialistas em vacinação e pandemias, para além de ser, também, especialista em Quase Tudo. Chama-se ele Marcelo Rebelo de Sousa e calha ser Presidente da República.

Os jornalistas rejubilam com estas coisas: espetam um microfone í  frente do Presidente e ele não resiste e opina sobre tudo. Depois, pedem esclarecimentos a pediatras, virologistas, médicos de saúde pública, chefes de sindicatos, membros das Ordens e cada um dá a sua opinião. Muito provavelmente, todos estão correctos, embora sejam contraditórios.

Valerá a pensa vacinar TODAS as crianças dos 12 aos 15? Se estiverem todas vacinadas não acontecerão surtos nas escolas? O ano lectivo vai ser mais tranquilo?

Já se sabe que, mesmo vacinadas, as criancinhas vão apanhar o vírus na mesma, e vão transmiti-lo e vão ter que ficar em isolamento e algumas escolas vão mesmo fechar.

Entretanto, a FENPROF exige que os professores sejam todos testados antes de iniciar o novo ano lectivo. Se tiverem baixos níveis de anticorpos, deverão apanhar a 3ª dose da vacina.

Então e os linfócitos T, e a memória imunitária?

Bom, isso a FENPROF não sabe o que é, nem lhe interessa ““ o que quer é que os professores apanhem a 3ª dose, mesmo aqueles que se recusaram sequer a apanhar a primeira!

Tanta confusão!

Felizmente, temos algumas certezas.

Por exemplo, o Messi vai mesmo jogar no Paris Saint Germain e ganhar 25 milhões de euros por ano. A notícia é dada com esta tranquilidade, ao mesmo tempo que se diz que Ricardo Salgado quer chegar a acordo com a Justiça, pagando cerca de 11 milhões de euros que dizem que desviou do BES.

Aconselharia Salgado a entrar em contacto com o pai de Messi e pedir-lhe emprestado metade do ordenado do filho, para saldar a dívida í  Justiça.

Curioso como a comunicação social passa por cima desta obscenidade, glorificando um jogador de futebol, ao mesmo tempo que não perdoa o facto de meia dúzia de torres de vigilância das florestas não estarem ainda em funcionamento.

Mas estamos em plena silly season e os chamados questionários de Proust só o confirmam.

O Público e o Diário de Notícias aplicam esses questionários a diversas figuras públicas, todas as semanas.

O questionário de Proust trata-se de uma série de perguntas idiotas, a pedir respostas a condizer.

O do Público de hoje, é feito ao líder do governo dos Açores, José Manuel Bolieiro. Ficamos a saber, por exemplo, que o seu herói de ficção é o Super-Homem.

Com um líder destes, só a kryptonite pode destruir os Açores.

Quem fala assim…

Folheio quatro jornais ao fim de semana: Público, Diário de Notícias, Nascer do Sol e Expresso.

í€s vezes, mais.

Indolentemente, vou virando as páginas, em busca de algo que me desperte a atenção.

Como se costuma dizer, leio as gordas.

No pasquim Nascer do Sol, deparo com esta citação de André Coelho, um dos vice-presidentes do PSD:

“…Rui Rio é uma personalidade com características humanas únicas e incomuns”.

Vê-se que André Coelho admira o seu líder ou, pelo menos, quer fazer-nos crer que o admira. O que fará de Rui Rio uma personalidade única e incomum? Possui uma imensa bondade, capaz de despir a camisa para cobrir um pobre? É dono de uma inteligência rara que ofusca todos os demais? Que características humanas incomuns terá Rui Rio? Três rins? Um coração com cinco cavidades?

Como não li a entrevista que ocupava quatro ou cinco páginas, nunca saberei por que razão André Coelho assim classifica Rui Rio.

Mais í  frente, no mesmo jornal, outra entrevista, desta vez com a criminóloga Ana Guerreiro.

Destaco as gordas:

“…As mulheres não são mais que seres humanos”.

Esta deixou-me estarrecido.

E eu que pensava que as mulheres seriam uma espécie de mistura entre a humanidade e os deuses. Afinal, nada disso! Simples seres humanos, como os homens…

Mas a criminóloga diz mais:

“…As mulheres têm necessidades e vontades próprias”.

E o mito está desfeito: não só as mulheres não passam de seres humanos, como, ainda por cima, têm necessidades e vontades próprias.

Claro que, para se chegar a este tipo de conclusões definitivas, deve ter que se estudar criminologia a fundo.

Mas a melhor gorda estava guardada para o fim. Na última página do Público, João Miguel Tavares vomita todo o seu ódio por tudo o que cheire vagamente a esquerda. Três vezes por semana, se não estou em erro.

Nunca consegui acabar de ler um único texto escrito por esta criatura; acho-os banais, sem nenhuma ideia nova, sempre tendenciosos e, ainda por cima, JMT tem a mania que é engraçadinho e se há coisa que abomino são os engraçadinhos.

No topo do artigo deste sábado, a citação de JMT diz:

“…O Governo socialista é como aqueles casais sem imaginação que só conhecem duas ou três posições na cama, e as repetem incessantemente sempre que há alguma energia, ou, neste caso, muito dinheiro”.

Estão a ver?

JMT, a propósito do dinheiro que a União Europeia envia para Portugal, faz uma analogia com o sexo; pretende, portanto, ter graça.

Já o Ary dos Santos dizia, com tristeza, que, em Portugal, o humor tinha centímetros, a distância que vai do rabo ao pipi.

Mas acho curioso que o JMT ache que um casal que faça amor utilizando duas ou três posições, não tem imaginação.

Pelos vistos, JMT, além de jornalista, é muito bom na cama, imaginativo, saltando da posição de missionário para a quase-lótus, e desta para a união suspensa, saltando depois para a meia-prensa, logo seguida da giratória, e sabe-se lá que mais posições ““ coisa que o Governo socialista não é capaz.

E o mais engraçado é que, olhando para a foto de JMT que acompanha todos os seus artigos, não sou capaz de o imaginar a foder…

Marcelo – take it easy, pá!

O nosso presidente não sabe estar quieto.

Pior, não sabe estar calado.

Este fim de semana perdeu a oportunidade de estar quieto e de estar calado.

Por um lado, podia ter ficado calado, não contribuindo para aumentar a confusão criada pela DGS quanto í  vacinação das crianças dos 12 aos 15 anos.

E por outro, em vez de ir ao Brasil, podia ter ficado quietinho, no Palácio de Belém e organizar mais uma daquelas semanas dos livros. Segundo ele, a pandemia já passou a endemia e todos temos que nos habituar a conviver com o vírus. Sendo assim, por que razão não organizou a habitual Festa do Livro, em Belém?

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Controlava as entradas com o certificado digital da vacinação e escusava de ir fazer figura de parvo para o Brasil.

Foi a S. Paulo inaugurar o reconstruído Museu da Língua Portuguesa e Bolsonaro nem se dignou ir recebê-lo.

Recebeu-o, depois, no Palácio do Planalto. Sem máscara, claro.

Para o Bolsonaro, a pandemia não passou de uma gripezinha, portanto, máscara, só para o parolo do português.

A importância de se chamar Eduardo

A Oposição está aflita com o ministro Cabrita
Vejam como ela palpita como uma batata frita
E pede a demissão do ministro Cabrita

Quanto mais o Rui Rio se irrita
Mais força tem o Cabrita

Todo o CDS debita
Queremos que caia o Cabrita

Também o Bloco grita
Deitem abaixo o Cabrita

Vem o PCP í  compita
Tirem daí o Cabrita

Mas está de cimento e brita
Ninguém arreda o Cabrita

Com aquela gravata catita
Ninguém bate o Cabrita

Nunca se passa da marmita
O fleumático Cabrita

Tem pinta de eremita
O sempre calado Cabrita

Na igreja ou na mesquita
Ninguém confunde o Cabrita

Para o Costa é uma pepita
É de ouro, este Cabrita

Querem-lhe fazer a camita
Não vai nessa, o Cabrita

Tem tido muita desdita
Muito azar, muita coisa esquisita
Fenómenos que ninguém acredita
Pouca sorte infinita
Mas aguenta-se, o Cabrita

Com ele não há pai prá Rita
Viva o ministro Cabrita!

Fernandovich Medina, o agente infiltrado

Bastava olhar com atenção para a testa alta do Medina para perceber que ele só podia estar sob o domínio de Putin, com os bolsos tilintando de rublos.

Tudo se passou em janeiro, mas só agora foi revelado: os três organizadores de uma manifestação anti-Putin, realizada em frente í  embaixada da Rússia, em Lisboa, deram os seus nomes í  Câmara Municipal e o Medina foi logo telefonar ao Putin.

O presidente da Câmara surgiu ontem, em frente aos jornalistas, com ar compungido, pedindo desculpa e dizendo que foi um erro administrativo, mas estava-se mesmo a ver que foi deliberado. As ligações de Fernandovich Medina í  extinta KGB são antigas e só não vê quem não quer.

Rui Rio e Xiquinho Santos já tinham desconfiado, e Moedas, então, já sabia há muito tempo, mas tinha vergonha de o dizer publicamente. Aliás, Carlos Moedas é mesmo um candidato envergonhado.

Depois deste escândalo ter sido revelado, veio-se a saber que também os nomes dos organizadores de uma manifestação pró-palestina, em 2019, foram revelados í  embaixada de Israel, o que faz de Medina um completo sionista. E o mesmo se terá passado com manifestações anti-Nicolas Maduro, contra a ditadura da Coreia do Norte e contra a anexação da Crimeia.

Conclui-se, portanto, que Medina não passa de um agente infiltrado de Putin, Maduro e Kim Jong-un. No entanto, acho mal que só agora se tenham decidido a revelar estes factos. As eleições autárquicas são só em outubro e, até lá, as pessoas esquecem-se disto. Uma vez que querem fritar o Medina, deviam ter esperado por setembro.

Deputado liberal nu, em teletrabalho

Uma notícia do DN de hoje deixou-me receoso.

O deputado canadiano William Amos pertence ao Partido Liberal e representa o distrito de Pontiac (Quebec), desde 2015. Há alguns dias, Amos apareceu todo nu numa reunião parlamentar online. Nessa altura, desculpou-se dizendo que a câmara do computador se tinha ligado acidentalmente.

A coisa passou.

Mas agora, o incidente foi mais grave.

William Amos foi apanhado a urinar quando participava nos trabalhos online da Câmara dos Comuns. Muito atrapalhado, o deputado disse que a sessão não era pública e que, quando estava a fazer xi-xi, não sabia que a câmara estava ligada.

Estes liberais!

Espero bem que o deputado Cotrim Figueiredo, da Iniciativa Liberal, não se lembre de fazer o mesmo por cá, argumentando que o seu Partido defende a liberdade individual e ninguém tem nada a ver com isso.