Ladrão que rouba a ladrão…

Notícia do DN de hoje:

«Um homem de 59 anos assaltou por sete vezes no espaço de apenas um mês a mesma caixa de esmolas da Capela do Senhor dos Aflitos, em Valença, de onde levava dinheiro para tabaco ou bebidas».

Este delicioso parágrafo diz-nos várias coisas:

1º – que alguém contou quantas vezes o homem gamou a caixa das esmolas

2º – que, se o homem estava aflito por dinheiro, foi ao sítio certo: Capela do Senhor dos Aflitos

3º – que, se o homem gastasse o dinheiro roubado em feijão verde ou peixe ou pão, talvez não fosse notícia

Perante este desaforo, o que aconteceu?

«A GNR montou uma operação de vigilância no local e na última vez apanhou-o em flagrante, durante a madrugada»

Nunca visitei esta Capela mas, pelo que conheço das capelas de Portugal, deve ter lugar para o altar, a caixa das esmolas, o ladrão e, no máximo, dois GNR’s, desde que não tenham o abdómen muito proeminente.

Pergunto: onde se terão escondido as autoridades para surpreenderem o larápio?

A notícia prossegue:

«Fontes da paróquia contactadas pelo DN estimaram o montante destes furtos em “algumas dezenas de euros”, admitindo a necessidade de reforçar a segurança, mas sem adiantarem mais pormenores»

Reforçar a segurança?

Três GNR’s em vez de dois?

E ainda bem que “não adiantaram mais pormenores”. Não queremos que futuros ladrões conheçam os planos de segurança que vão ser implementados na Capela do Senhor dos Aflitos!

Mas isto levanta uma questão bíblica: será que os responsáveis pela Capela declaram IVA pelas esmolas? Não estarão eles a fugir ao fisco e, no fundo, a roubar o Estado?

Sendo assim, o ladrão terá cem anos de perdão, ou não?…

PS – Obrigado, correspondente do DN em Viana do Castelo, por mais uma notícia formidável!

Pedido

Sr. Ministro da Saúde, Paulo Macedo:

Eu, Artur Couto e Santos, médico do Serviço Nacional de Saúde há mais de 30 anos, ao saber que Paulo Gomes, depois de se ter demitido após a manifestação em que os polícias subiram a escadaria do Parlamento, foi nomeado oficial de ligação na embaixada em Paris, cargo que nem sequer existia, auferindo 12 mil euros mensais, cerca do triplo do que ganhava, venho, por este meio, apresentar a minha demissão…

Aceito qualquer outro cargo com o triplo do ordenado.

Bem haja…

Mudança de sexo

A União Europeia obriga a que as listas dos partidos candidatos tenham paridade entre homens e mulheres.

O PSD já disse que o cabeça de lista será Paulo Rangel.

O CDS já disse que o seu primeiro candidato será Nuno Melo.

Qual deles vai mudar de sexo?

“A infância de Jesus”, de J. M. Coetze

John Maxwell Coetzee (Cidade do Cabo, 1940), é um dos escritores da actualidade de que mais gosto.

Dele já li várias obras e gosto da sua maneira de contar histórias.

infancia_de_jesusEste A Infância de Jesus é, também, uma boa história, que nos prende logo desde a primeira página.

Um homem de meia idade, Simon, e uma criança com cerca de 6 anos, David, chegam a uma terra chamada Novilla, que nunca se chega a saber onde fica, vindos não se sabe de onde.

David não é filho de Símon e este, apesar de nunca ter conhecido a mãe de David, está convencido que saberá quem ela é, quando a vir.

Em Novilla, toda a gente começa uma vida nova, esquecendo o passado e é lá que Símon vai conhecer Inês, que ele decide que será mãe do miúdo. Inês nunca teve filhos e, embora relutante no início, acaba por se afeiçoar a David e há-de defendê-lo como uma verdadeira mãe.

Entretanto, Símon trabalha como estivador, descarregando continuamente sacos e sacos de trigo, que depois são transportados em carroças puxadas por cavalos e armazenadas num grande armazém, onde abundam ratazanas.

Não sabemos em que período da História se passa tudo isto porque coexistem automóveis e carroças; os estivadores descarregam os navios transportando os sacos í s costas, mas já existem guindastes e, aparentemente, eles não os querem usar.

Sem que isso nunca tenha sido dito, o leitor (pelo menos eu…) é levado a pensar que Símon e David são daqueles africanos que atravessam o mar para procurarem melhor vida no sul da Europa e que Novilla, no fundo, é uma espécie de cidade de acolhimento para emigrantes. Mas pode não ser nada disto.

Pelo meio da história, outros factos estranhos são relatados, como a existência de um casa chamada La Residência, onde são proibidas crianças, e de uma Universidade, onde todos os estivadores aprendem Filosofia.

A história prende-nos do princípio ao fim e o final, í  primeira vista, pode parecer “fraco”. No entanto, tendo em atenção o título do livro, The Childood of Jesus, percebe-se a intenção do autor.

Aconselho.

Outros livros de J. M. Coetze: No Coração desta Terra (1976); O Homem Lento (2005); Diário de Uma Ano Mau (2007); A Vida e o Tempo de Michael K. (1983)

í“ Relvas, de que é que estás í  espera?

Mulher de Miguel Relvas quer ter filhos

O casal esteve presente na apresentação do site 'Casa dos rapazes'

Esta é a notícia que o inestimável Diário de Notícias faz o favor de publicar hoje.

Pelos vistos, a mulher de Relvas quer ter filhos.

Diz Marta Sousa. «Espero que aconteça brevemente. É uma coisa que não se pode prever. Quando acontecer, aconteceu.»

Quanta sabedoria nesta simples frase.

Marta espera que aconteça em breve mas sabe que isso não se pode prever. No entanto, se acontecer, acontece!

É raro encontrar tanta maturidade numa esposa de um ex-ministro.

Sabendo que Marta e Miguel casaram a 26 de Outubro – e partindo do princípio que só iniciaram a sua vida sexual depois de casados, que é assim que deve ser! – também ainda não passou muito tempo.

Força, Relvas!

Continua a treinar, pá!

“Relatório do Interior”, de Paul Auster

Depois de Diário de Inverno (2011),  Paul Auster continua em registo de diário com este Report from the Interior (2013), no entanto, não gostei tanto deste como daquele.

relatorio do interiorEnquanto no Diário de Inverno, Auster relata as suas memórias de infância, contando episódios curiosos, relacionando-os com os acontecimentos da História dos EUA e do Mundo, em Relatório de Inverno, o escritor norte-americano detém-se sobre a sua adolescência e os primeiros anos da idade adulta e grande parte do livro baseia-se nas cartas que escreveu í  sua namorada de então e que viria a ser a sua primeira mulher, Lydia Davis – a qual se tornou famosa como autora de contos (ver Contos Completos).

No entanto, o livro não deixa de ser interessante, sobretudo para quem, como eu,  gosta de Auster e leu quase toda a sua obra.

Percebe-se, por exemplo, por que razão ele é considerada como um dos escritores americanos mais “europeu”. No livro, Auster fala-nos dos tempos que passou em Paris, das suas traduções de poetas franceses, que lhe permitiu ganhar algum dinheiro, numa altura em que estava falido e não consegue evitar palavra amargas sobre a América, como estas:

«A América era perfeita. A América vencera a guerra e mandava no mundo, e a única pessoa má que alguma vez produzira era Benedict Arnold, o traidor infame que se virara contra o seu país e cujo nome era injuriado por todos os patriotas. Todas as outras figuras históricas eram sábias e boas e justas. Cada dia trazia mais progresso, e por muito extraordinário que o passado americano tivesse sido, o futuro era ainda mais promissor. Nunca te esqueças da sorte que tens. Ser americano é participar no maior empreendimento humano desde a criação do homem».

O livro inclui, no seu final, uma série de fotos relacionadas com alguns dos factos narrados pelo autor.

Não nos livramos do Gaspar!

Lembram-se do Vitor Gaspar?

Para quem está distraído, sempre se esclarece que Vitor Gaspar foi o ministro das Finanças que liderou toda esta política de austeridade e que, dois anos depois se demitiu, escrevendo uma carta em que, no fundo, dizia que toda essa política estava errada.

Retirou-se discretamente, manteve-se afastado da ribalta e conseguiu, em pouco tempo, que a malta se esquecesse dele.

Agora, surge a notícia de que o Banco de Portugal o vai contratar para liderar uma comissão que vai pensar os desafios e a futura missão do departamento de estudos económicos e traçar o perfil que deve ter o economista-chefe que irá analisar e aconselhar em matéria de política monetária.

Segundo o DN, o Banco de Portugal lançou um concurso para escolher o chefe do tal departamento de estudos mas não encontrou ninguém í  altura.

Como é possível?!

Tantos economistas que temos, tão infalíveis e competentes e nenhum estava í  altura?

Nem o Medina Carreira, que sabe tudo o que foi feito de errado por TODOS os ministros das Finanças, nem o César das Neves, que tem ideias tão definitivas sobre TUDO?

Foi preciso irem buscar o Gaspar?

Estamos lixados!

Desgaste rápido

O Governo prepara mais alterações no sistema de reformas.

Parece que a idade da reforma vai passar para os 66 anos, já para o ano.

Há excepções.

As chamadas profissões de desgaste rápido podem continuar a reformar-se aos 60 anos.

Essas profissões são: controladores aéreos, pilotos, mineiros, pescadores, bailarinos e bordadeiras da Madeira.

Duas questões:

1ª – Bordadeiras da Madeira como profissão de desgaste rápido, percebo – agora, mineiros? Mariquinhas!…

2ª – Acham que bordadeiras da Madeira não devia fazer parte deste grupo? Experimentem bordar na madeira e logo vêem o que é desgaste rápido!

Toma, que é para aprenderes!

Um jovem de 16 anos assaltou um distribuidor de Telepizza e roubou-lhe três pizzas, no valor de 31,50 euros.

Foi hoje julgado por um colectivo de três-juízes-três, gastando, assim, ao erário público, mais de mil euros.

Três juízes a julgarem um caso de roubo de três pizzas?

Acho muito bem!

Estes putos começam a roubar pizzas e, se não lhe pomos um travão, qualquer dia estão a roubar hamburgueres!

Uma onda que se disputa…

Por que razão uma juíza, um procurador do Ministério Público, dois advogados e um funcionário judicial andam a estudar surf?

Segundo o indelével Diário de Notícias, a razão reside numa onda, que foi surfada por dois surfistas ao mesmo tempo, daí resultando um choque que provocou danos materiais e psicológicos.

Vamos aos factos, porque isto vale a pena…

«Tudo aconteceu na tarde de 24 de Novembro de 2012, na praia do Cabedelo, em Darque, junto í  cidade de Viana de Castelo, com os dois surfistas, Ricardo Forte, de 37 anos, e João Zamith, de 38, a envolver-se naquilo que a própria acusação diz ser um caso de  “disputa de ondas”» – isto é o que diz a notícia do DN, que, mais í  frente, explica:

«Quando Ricardo Forte deslizava na sua prancha na crista de uma onda, surgiu João Zamith em sentido contrário, preparando-se para apanhar a referida onda. Nesse momento, cada um deles assentou em manter o rumo, sem se desviar, pelo que embateram com as respectivas pranchas um contra o outro».

Acham incrível?

Então, continuemos:

«Do choque, resultaram vários ferimentos nos dois surfistas, danos de 70 euros na prancha de mais de dois metros de Ricardo Forte e uma acesa discussão, com ameaças entre os dois, já na praia»

E agora, o caso decide-se no tribunal, a expensas do erário público!

Teremos que colocar semáforos nas ondas ou, mais simplesmente, dar dois pares de estalos a estes beach boys de trazer por casa?