Com tutano e tudo!

Fiquei a saber, graças í  revista Tabu, que o chefe Dieter Koschina (chefe de quê?!) só vai estar í  frente da cozinha do Vila Joya, em Seteais, até ao fim deste mês.

Depois, regressará ao seu restaurante, no Algarve.

Quer dizer que só temos 5 dias para degustar as «papadas de porco ibérico com alcachofras de Jerusalém e shitake, a corça com tutano, caju e cherivia ou o bacalhau fresco com cevada pérola, rábano e cidra» – tudo por 95 euros por pessoa (menu de três pratos) ou 165 euros (seis pratos).

Corça com tutano!

É pena eu andar com falta de apetite…

Putin, escuta…

Vi o Cavaco Silva, de luvas, dar umas marteladas numa grade de ferro, em volta de um sobreiro, na Companhia das Lezírias, enquanto dizia umas patacoadas sobre o aumento das taxas da ADSE, sob o olhar interessado da Assunção Cristas, e desejei que o Presidente acertasse com o martelo num dedo.

Talvez deixasse aquele sorriso falso e soltasse, finalmente, um porra!

Vi o Paulo Portas, em imagens de arquivo, a cumprimentar um empresário indiano, que foi o primeiro visto Gold atribuído, enquanto davam a notícia de que um chinês, também visto Gold, tinha sido preso pela PJ, a mando da Interpol, por burla, e pensei: se um Gold é atribuído a um burlão, o que daremos a um assassino? Um Silver?

Li a notícia de uma freira italiana, que espantou toda a gente quando, num concurso televisivo, interpretou uma canção pop muito em voga e encolhi os ombros…

Ainda se a freira tivesse feito striptease…

Vi, na primeira página do DN, uma foto da Madonna e, por baixo, a legenda, que dizia que a cantora exibiu as axilas cheias de pelos, contrariando, assim, os ditames estéticos da moda e pensei que também seria engraçado ver as axilas de Cavaco Silva, as do chinês que foi preso e até as da freira italiana.

Vi o António José Seguro assegurar que, se for eleito, vai repor os salários que o actual governo tem cortado e pensei que era boa ideia demitir já o líder do PS; poupávamos o trabalho de o eleger e, depois, ter que o deitar abaixo.

Li notícias sobre a prescrição do caso Jardim Gonçalves, da possível prescrição do Rendeiro, da possibilidade do caso Face Oculta ter que ser todo repetido, do Oliveira e Costa afirmar que não tem dinheiro para pagar as multas e não me ocorreu nada, a não ser dizer vão-se foder!

Finalmente, vi o Putin, com um sorriso sacana, dizer que ia abrir uma conta no Banco Rossyia, o tal que Obama disse que ia ser alvo de sanções e pensei que podíamos pedir ajuda ao líder russo.

Se o gajo anexou a Crimeia, não estaria, também, interessado em anexar Portugal?

Pior não podíamos ficar…

No meu tempo não havia…

A propósito do 7º aniversário do meu neto, lembrei-me de fazer uma lista de coisas que ele tem e que não havia quando eu tinha sete anos:

No meu tempo não havia televisão a cores, canais televisivos, computadores, cd, dvd, cromos autocolantes, iPad, iPod, telemóveis, máquina de lavar e secar roupa, radiadores a óleo, canetas de feltro, satélites, aviões a jacto, homólogos da insulina, estatinas e inibidores do enzima de conversão, Betadine, fotografia digital, lâmpadas de halogéneo, fotocopiadoras, robots de cozinha, telefones sem fios, sintetizadores, estereofonia, próteses do joelho, malha polar, bicicletas estáticas, fraldas descartáveis, máquinas de lavar loiça, transístores, partidos políticos, écrans planos, ar condicionado, lençóis de flanela, esquentadores inteligentes, inibidores da recaptação da serotonina, lentes progressivas, direção assistida, sensores de estacionamento, lentes de contacto, guardanapos de papel, preservativos descartáveis, pílula anticoncepcional, implantes de silicone, pace-makers, bebidas light, banheiras de hidromassagem, câmaras de vídeo, post-it, leite de pacote, primeiros-ministros eleitos, substituições de jogadores, câmaras hiperbáricas, União Europeia, reality shows, internet, som surround, Coca Cola, centros comerciais, lenços de papel, cerveja sem álcool, tomografia axial computorizada, ressonância magnética, laserterapia, auto-estradas, GPS, voice mail, super-mercados, e mais coisas, muito mais coisas…

Bangui é já aqui

O Diário de Notícias informa que a GNR está a treinar alguns dos seus elementos para serem enviados para Bangui, a capital da República Centro-Africana, ao abrigo da European Gendarmerie Force.

Esta organização policial europeia vai tentar pí´r alguma ordem naquela cidade africana, que é um verdadeiro cenário de guerra urbana.

A força da GNR será constituída por 27 elementos, que se estão a treinar em armazéns e edifícios abandonados da Trafaria.

Eu nunca fui a Bangui, mas já fui í  Trafaria.

Tenho pena dos soldados da GNR…

O palhaço do presidente da Junta

Em 21 de Novembro de 2011, a Junta da Freguesia de Silvares «decidiu mudar a fechadura das instalações da autarquia, para impedir que continuassem a ser utilizadas pelo Centro Social», segundo nos conta o Diário de Notícias.

Vai daí, o presidente do Centro Social chamou «”palhaços” aos membros da Junta de Freguesia de Silvares».

Acusado na primeira instância a 90 dias de multa, í  razão de 6,20 euros diários, foi ilibado pelo Tribunal da Relação de Guimarães.

Este Tribunal, considerou que chamar palhaços aos membros da autarquia “não excede a grosseria nem a falta de educação”, tratando-se, segundo o DN, de «um mero juízo de valor que não tem aptidão para atingir a honra e a consideração do visado».

O acórdão diz ainda que a palavra “palhaço” é polissémica (toma!) e, «quando isso acontece, o tribunal “não tem de acolher o significado atribuído pelo visado tão-só por se ter considerado ofendido”».

Por outras palavras: palhaço é insulto ou elogio?

Imaginem que o arguido se virava para os autarcas de Silvares e dizia: ó meus grandes malabaristas! í“ meus domadores de leões do caneco! í“ meus ilusionistas do caralho!

Seriam insultos ou elogios?

Se dissermos que um autarca, de Silvares ou de Venda das Raparigas, é um ilusionista do caralho, é mais insultuoso do que se o chamarmos palhaço do camandro?

E não se riam, que isto é muito sério!

O Tribunal de Guimarães acrescenta que “é próprio da vida em sociedade haver alguma conflitualidade entre as pessoas (…) e o Direito não pode intervir sempre que a linguagem utilizada incomoda ou fere a susceptibilidade do visado”.

Tomem lá, palhaçotes!

“London Fields”, de Martin Amis (1989)

London_Fields“Uma divertida história de mistério, uma sátira apocalíptica, uma meditação escatológica sobre o amor, a morte e o inverno nuclear… alternando entre o tom lírico e o obsceno, entre o coloquial e o rapsódico” (in New York Times, citado na contracapa do livro).

Pode ser que sim mas, na minha opinião, trata-se de mais um livro intragável deste escritor britânico, tão aclamado pela crítica.

Já com A Viúva Grávida tinha tido muita dificuldade em acabar o livro. Com este London Fields, desisti por volta da página 170.

Definitivamente, o estilo de Amis não se dá comigo. A história é desligada, o escritor parece esforçar-se por ter graça, mas não tem graça nenhuma e já não tenho pachorra para génios destes!

MAS… mas o quê?!

Título do Público:

«MAS acredita numa coligação í s europeias que ambicione referendo ao euro»

Esclareço: MAS é o Movimento Alternativa Socialista, liderado por Gil Garcia, ex-lider da extinta Frente de Esquerda Revolucionária, que fazia parte do Bloco de Esquerda.

Confusos?

Ainda bem.

A notícia continua com um subtítulo:

«Partido não vai apoiar candidatos do PCP ou BE ao PE. Mas não descarta uma coligação, nomeadamente com o MRPP»

Nesse caso, as eleições estão no papo!…

A mulher de Portas

Título do DN de hoje:

«Portas esconde mulher da lista í s europeias»

Título estranho, este.

Se “Portas” fosse substantivo, a frase estava mal construída; deveria escrever-se “Portas escondem mulher”.

Mas se Portas é nome de ministro, ficamos a saber algo de extraordinário: Paulo Portas é casado!

É casado, mas esconde a mulher!

Por que será?

Será que a mulher de Portas é assim tão feia que ele a quer esconder de todos nós?

Ou será que Portas se casou, clandestinamente, com uma esquerdista e não quer que se saiba?

Afinal, lemos a notícia, e não é nada disso!

O que acontece é que Portas ainda não divulgou o nome da candidata do CDS í s eleições europeias.

É que, para respeitar a lei da paridade, tem que haver uma mulher para cada três candidatos do sexo masculino, vá-se lá saber porquê.

Por que não uma mulher para cada homem?

Ou um homem para cada sete mulheres, como se diz para aí?

O que é curioso é que, por causa desta lei da paridade, há um homem do CDS que vai ficar num lugar não elegível – e esse homem chama-se Feio…

Saída limpa ou saída merdósica?

É a grande questão do momento: como vai Portugal sair do programa imposto pela troika?

Vamos optar por uma saída í  irlandesa, que é a chamada saída limpa, ou vamos escolher uma saída suja, que é como quem diz, vamos cagar na troika?

A opção pela segunda hipótese é a mais apetecível.

Depois de três anos em que nos cortaram os ordenados, aumentaram os impostos, mandaram milhares para o desemprego e outros milhares para a emigração, diminuíram as reformas e nos fizeram recuar ao nível de vida de há dez anos, que tipo de saída nos apetece, se não a saída suja?

Aliás, merda é connosco.

No tempo da Outra Senhora, contava-se a história de um português mauzinho que, depois de morrer, foi para o Inferno e descobriu que aquilo não era a fogueira que ele estava í  espera, mas sim um enorme tanque cheio de merda. Foi lá que encontrou Salazar, com merda até ao pescoço.

Ainda tens a cabeça de fora, espantou-se o português mauzinho. Tu foste um grande sacana lá na Terra e, mesmo assim, ainda tens a cabeça de fora?

Salazar explicou-lhe: pois é, filho, mas estou em cima do Hitler, que está em cima do Estaline…

Isto para já não falar na história do emigrante português que estava a emagrecer e que foi a um médico que lhe receitou um banho de merda porque lhe diagnosticou saudades da Pátria.

Já Eça de Queirós dizia que isto era uma choldra, que é o mesmo que dizer que o país é uma merda.

Não é verdade que todos dizemos que o Governo só faz merda?

Não é verdade que os deputados são uma merda, que a Educação é uma merda, a Saúde é uma grande merda, os impostos são uma merda e até o tempo está uma merda?

Perante tanta merda, quem quer uma saída limpa?

Só a merda do primeiro-ministro que, até de merda percebe pouco!…

Não admira: um Coelho nem merda como deve ser sabe fazer!

Só caganitas!

portas moedas e albuquerque

 

Grande Revista í  Portuguesa

Em cena, no Politeama, a Grande Revista í  Portuguesa é um espectáculo com texto de La Féria e Marina Mota e João Baião como cabeças de cartaz.

Consta que este fim de semana, a sala ficou í s moscas, já que os espectadores foram todos desviados para a sala em frente, isto é, o Coliseu dos Recreios, onde, muito adequadamente, se recreavam os militantes do PSD, em mais um Congresso.

Diga-se que é difícil superar estes meninos em sentido de humor.

O mais engraçado deles todos chama-se Luís Montenegro e foi ele que disse que «a vida das pessoas não está melhor, mas o País está muito melhor».

Concordo!

Eu também disse que a Medicina seria muito melhor se não existissem doentes e a Escola seria óptima sem alunos.

Do mesmo modo, o País está muito melhor – o que atrapalha são as pessoas.

Claro que esta afirmação está de acordo com o apelo de Passos Coelho, para que os portugueses emigrem.

Mas no Congresso, os comediantes sucederam-se.

Nem vale a pena falar em Passos Coelho que, sempre que discursa, consegue arrancar largos e generalizados bocejos.

Falo, por exemplo, do Paulo Rangel, esse grande cómico que vai ser cabeça de lista í s Europeias e que disse que essas eleições «não serão um teste í  governação mas sim í  liderança do PS».

E eu que pensava que as eleições europeias se destinavam a discutir as grandes questões… europeias!

psd-risosAfinal, não!

É que, sendo assim, não valia a pena fazermos eleições legislativas!

Fazíamos as europeias e decidíamos já se o António José Seguro vai ser primeiro-ministro ou não…

E os quadros desta verdadeira Revista í  Portuguesa continuaram com a eleição de Miguel Relvas, outro grande cómico, para o Conselho Nacional do PSD e com o discurso de Luís Filipe Menezes, outro comediante, que culpabilizou Paulo Portas por ter perdido as eleições no Porto.

Mas o melhor estava para vir, no último dia do Congresso.

Vieram todos, incluindo os três irmãos Marx: Marques Mendes, Santana Lopes e Marcelo Rebelo de Sousa.

Cada um ao seu estilo, lá foram dizendo as suas piadas.

Marcelo, então, parecia mesmo estar a fazer stand up comedy, fazendo rir toda a plateia.

Visto de fora, parecia que estávamos perante um Congresso de um Partido que governasse um país rico, um daqueles que empresta dinheiro aos outros!

Estamos mesmo lixados, porra!