Culinária regimental

Notícia do DN:

«Francisco Banha, o antigo responsável pelas finanças da Tecnoforma – a empresa que, em tempos, foi  gerida por Passos Coelho,foi agora contratado por Francisco Nogueira Leite, presidente da Parvalorem, a empresa sob a alçada do Estado que gere as dívidas do BPN que não transitaram para o Banco BIC.”

Coelho, Leite e Banha…

Cozinhado perfeito!

Agora até as sandes têm autoria!

Na Revista do Expresso encontrei este artigo intitulado: “Sandes de autor no Porto”.

Portanto, chegámos a isto: sandes armadas ao pingarelho.

O autor das sandes é o Sr. Pedro Lemos, responsável, também, pelo restaurante Foz Velha, que acabou de ganhar uma estrela Michelin.

Eis outra coisa que não percebo: tanta satisfação por se receber uma estrela dada por uma marca de pneus!

Ora, como todos sabem, o autor das sandes foi John Montagu, 4º Conde de Sandwich, que viveu entre 1718 e 1792.

Conta a História que Montagu gostava de jogar e, para não interromper o jogo, comia uns nacos de carne entalados entre dois pedaços de pão.

Estava inventada a sandes.

Séculos depois, aparece este tal Lemos e inventa – e vou citar – a “sandwich de barriga de porco assada (12 horas de forno!) em pão de centeio com molho de rábano, de lombo de atum dos Açores e guacamole, de recheio de sapateira e caranguejo, de fruta e especiarias (abacate e manga) em pão de molde”.

Sandes de autor.

Serão para comer?

Não seria melhor expô-las?…

Com tutano e tudo!

Fiquei a saber, graças à revista Tabu, que o chefe Dieter Koschina (chefe de quê?!) só vai estar à frente da cozinha do Vila Joya, em Seteais, até ao fim deste mês.

Depois, regressará ao seu restaurante, no Algarve.

Quer dizer que só temos 5 dias para degustar as «papadas de porco ibérico com alcachofras de Jerusalém e shitake, a corça com tutano, caju e cherivia ou o bacalhau fresco com cevada pérola, rábano e cidra» – tudo por 95 euros por pessoa (menu de três pratos) ou 165 euros (seis pratos).

Corça com tutano!

É pena eu andar com falta de apetite…

Insectos à mesa

O Diário de Notícias revela na sua edição de hoje que no Curso de Restauração do Instituto Politécnico de Leiria, a professora Patrícia Borges está a ensinar a cozinhar insectos.

Para já, começou com grilos, gafanhotos e besouros porque, como diz a professora, “são os mais aceitáveis”. E acrescenta: “outros, como baratas, por exemplo, podem levar a que as pessoas nem queiram experimentar”.

Não sei porquê, professora Patrícia!

Quem come grilos ou besouros, também há-de comer baratas, melgas ou piolhos, digo eu.

O dono da loja Aki à Bixo, José Costa, tem uma parceria com o Instituto e fornece-lhe os insectos, já que o produz para a alimentação de répteis e aves.

José Costa não explica porque tem dois erros ortográficos no nome da sua loja, nem explica por que razão ainda não experimentou comer um gafanhoto para amostra, mas afirma que “não me faz confusão. Não tenho qualquer problema em provar”, mas também avisa que “não é aconselhável apanhar insectos e comê-los, porque eles comem o que devem e o que não devem”.

Em resumo: temos que comer os insectos que o José Costa cria e deixar os outros em paz – senão, lá se vai o negócio…

Apenas como informação, aqui ficam os preços: cada gafanhoto custa 22 centimos e os grilos estão a 13 euros a dose (200 a 300 grilos).

O prestimoso DN publica, ainda, uma das receitas da professora Pat, “grilos e gafanhotos fritos em malagueta verde e encarnada, sobre arroz de açafrão com sementes de papoila”.

Reza assim:

«Faça um refogado com a cebola, os alhos e cerca de 3 cl de azeite. Quando a cebola começar a ficar translúcida, adicione o arroz, frite-o e polvilhe com açafrão. Adicione a água ou o caldo quente, tape a panela e deixe cozer em lume brando, cerca de 15 minutos, com uma pitada de flor de sal.

Para os grilos e gafanhotos: numa frigideira coloque as malaguetas e o restante azeite e refogue-as ligeiramente. Adicione os grilos e gafanhotos, limpos de patas e asas e polvilhe-os com flor de sal. Frite-os até ficarem estaladiços.

Disponha o arroz num prato e polvilhe-o com sementes de papoila. Disponha por cima os insectos fritos, com o respectivo molho».

Depois, deite tudo fora e beba o tinto.

Todo.