Lamber o Papa?
O Papa Francisco caiu no goto.
O culto da personalidade – algo que é contrário ao espírito da proclamada humildade cristã… – tem levado a t-shirts, canecas, crachás, cachecóis, pinturas murais, porta-chaves e tudo o que se possa imaginar, com a imagem do Papa.
Mas agora, graças a Fabio Martino, dono da gelataria Tre Leoni, na Calábria, o Papa vai literalmente cair no goto dos seus admiradores, já que foi inventado um gelado com sabor a Papa (“Gusto Papa”).
E a que é que sabe um Papa?
Depende do Papa, claro.
Suspeito que o anterior Papa Ratzinger deveria ter um sabor amargo.
Pelo contrário, o gelado Francisco sabe a queijo mascarpone e flor de morango.
Portanto, a partir de agora, além de vermos hordas acenando ao Papa, vamos passar a ver multidões lambendo, sorvendo, chupando o Papa.
Deus deve estar exultante!…
Aleijadinhos
A má prestação da selecção nacional no Mundial do Brasil pode ser explicada, em grande parte, pelas lesões de 12 dos 22 jogadores.
Mas não serve de desculpa.
Se 12 estavam lesionados, jogávamos com os outros 10 – o Benfica jogou várias vezes só com 10 jogadores e deu-se bem.
Mas qual a explicação para tantas lesões?
O DN de hoje foi ouvir vários especialistas e parece que a explicação, afinal, é simples.
Vejamos…
José Soares, fisiologista, diz: «é importante fazer-se um trabalho de diagnóstico com cada atleta, identificar os factores de risco e depois fazer um trabalho específico».
Afinal, era fácil: com 22 diagnósticos e 22 trabalhos específicos, tínhamos evitado tantas lesões.
Já o médico João Pedro Oliveira diz: «a minha experiência diz-me que terá de existir um período mínimo de 15 dias para adaptação a condições climatéricas adversas».
Portanto, no próximo Mundial, a selecção deverá emigrar para a Rússia, pelo menos, 15 dias antes de começar o torneio e, em 2022, o melhor é os jogadores irem todos viver para o Qatar.
Também o preparador físico José Augusto acha que «a chegada ao Brasil foi muito em cima do primeiro jogo» e o treinador Neca, também conhecido como Professor Neca, afirma que «deveríamos ter ido logo para o Brasil, pois teria de existir uma adaptação com mais tempo ao clima, alimentação e fuso horário».
Ora, sabendo que a selecção portuguesa chegou ao Brasil no dia 11 de Junho, 5 dias antes de levar 4 da Alemanha, enquanto a selecção holandesa chegou no dia 6 de Junho, 7 dias antes de aviar a Espanha por 5-1, chegamos í conclusão que mais dois diasitos e talvez tivéssemos só perdido por 2 a zero…
Obrigado, Alemanha!
O ministro das Finanças alemão, Wolfgang Schí¤uble, afirmou, esta terça-feira, depois de uma reunião com a ministra das Finanças, Maria Luís Albuquerque, em Albufeira, que Portugal tomou a “decisão certa” ao abdicar da última ‘tranche’ do empréstimo da “troika”.
O que ele não disse foi que tudo isto foi combinado com Paulo Bento e Passos Coelho.
Portugal dispensava o último cheque e, em troca, deixava que a Alemanha nos humilhasse no Mundial.
Além disso, Merkell garantiu asilo político a Pepe e vai assegurar os tratamentos e recuperação de Coentrão e Almeida.
Danke schon, Alemanha!
O recorde de Jardim
Informação perturbadora: Alberto João Jardim já é o político português há mais tempo no poder desde a implantação da República!
O recorde pertencia a Oliveira Salazar, esse brilhante democrata, que esteve no poder 36 anos e 84 dias, até que caiu da cadeira abaixo.
Pois esse outro brilhante democrata, que dá pelo nome de Alberto João Jardim, está no poder há exactamente 36 anos e 90 dias.
É verdade que é na Madeira, o que pode ser uma desculpa, mas mesmo assim!…
Os fanicos de Cavaco
O Cavaco está como as exportações: a cair!
Ao discursar nas comemorações do 10 de Junho, na Guarda, Cavaco não aguardou pelo fim do discurso e teve um fanico mesmo a meio.
Aparentemente, Cavaco estava irritado com um grupo de manifestantes que, lá mais ao fundo, pedia a demissão do governo.
Que coisa mais disparatada de se pedir!
Um governo tão bom, que tem feito tantas coisas boas, ia agora demitir-se!
E Cavaco, irritado, tentou elevar a voz, para se sobrepor aos gritos da populaça.
Lixou-se…
Deve-lhe ter descido a tensão, coitadito e começou a balbuciar coisas inteligíveis sobre a 2ª Guerra Mundial.
Logo o Chefe das tropas terrestres e outro senhor vestido de branco, acorreram em seu socorro, mas Cavaco, baralhado, pensou que lhe estavam a querer palmar a carteira…
A sensação de estar a ser roubado fez com Cavaco se sentisse, finalmente, como todos nós nos estamos a sentir: roubados pela troika e pelo governo.
E foi então que o Presidente caiu em si e não caiu mesmo no chão da Guarda porque as Forças Armadas o ampararam.
Só que Cavaco, ainda confuso, pensou que estava a ser raptado e pediu ajuda í esposa.
Depois de um copito de água com açúcar e 10 gotas de Sympathol, Cavaco voltou ao palanque e conseguiu completar o discurso.
Mas fica a dúvida tenebrosa: é que se Cavaco estiver doente, será substituído no cargo por Assunção Esteves!
Será um inconseguimento nacional!
“O Assédio”, de Arturo Pérez-Reverte (2010)
Foi com alguma dificuldade que li este romance histórico de Pérez-Reverte. São mais de 650 páginas de escrita densa e, por vezes, difícil de desbravar, sobretudo quando o autor decide inundar-nos de termos náuticos.
Exemplo (pág. 204):
“A enorme vela carangueja embate contra o mastro, dando balanços na marejada, com fortes puxões que fazem estremecer o pau e o casco preto da balandra. í€ popa, junto dos dois timoneiros que dirigem a cana de ferro forrado de couro, Pepe Lobo mantém a embarcação de capa, com o vento de proa a fazer ondular a bujarrona solta e com a longa retranca a oscilar sobre a sua cabeça. Até ele chega o cheiro dos bota-fogos que fumegam no costado de estibordo, junto dos quatro canhões de 6 libras que, por essa banda e sob supervisão do contramestre Brasero, apontam para a tartana imobilizada muito perto, a tiro de pistola, com as duas velas triangulares a ondular e com as escotas soltas.”
E trechos como este não faltam, ao longo do livro.
O Assédio passa-se em 1811, na cidade espanhola de Cádis, cercada pelas tropas de Napoleão. Cercada não será o termo certo, porque a cidade mantém a saída para o mar, o que lhe permite resistir por mais de três meses.
Nessa cidade sitiada, um assassino está a matar jovens mulheres, chicoteando-as até í morte e os corpos vão aparecendo onde, momentos depois, há-de cair uma bomba francesa.
Um comissário de polícia muito pouco escrupuloso, persegue o assassino, acabando por conseguir apanhá-lo com a ajuda de um oficial inimigo.
Paralelamente, vamos conhecendo a história de Lolita Palma, dona de um empresa de exportação e do corsário Pepe Lobo, que quase vai para a cama com ela – e outras pequenas histórias laterais.
Pérez-Reverte documentou-se a valer e descreve, ao pormenor, hábitos, costumes, indumentária, móveis, publicações, e muito mais da Cádis do século 19 e, por vezes, a narrativa tem o tom de uma grande reportagem (o autor foi jornalista, nomeadamente repórter de guerra).
O Assédio é um bom romance histórico, embora pudesse ganhar mais ritmo se não fosse tão longo.
Outras obras do mesmo autor: O Pintor de Batalhas, O Hussardo, O Cemitério dos Barcos Sem Nome e A Rainha do Sul.
O estranho caso da aliança escondida
Já toda a gente conhece as brilhantes declarações do presidente do Sporting, Bruno de Carvalho.
Mas vale a pena recordá-las:
“…Na gíria popular o futebol português funciona como aquele fenómeno fisiológico conhecido como ânus, onde temos duas nádegas que se enfrentam uma frente í outra, imponentes, não saindo de lá, dizendo uma í outra eu estou aqui e sou melhor que tu.”
Para o líder leonino, “…o problema é que entre algo fisiológico conhecido na gíria popular como um ânus, funciona, no passado no presente e no futuro, ou sai vento mal cheiroso ou trampa”.
“…E é disso que o futebol português infelizmente está cheio. Por dentro e por fora é trampa”, acrescentou.
Na passada semana ficámos a saber que Jorge Jesus não é Eça de Queiroz (imaginem Os Maias escritos pelo treinador do Benfica!) – agora foi a vez do presidente do Sporting nos ofertar estas frases de fino recorte literário e pejadas de figuras de estilo.
Ele é a metáfora das duas nádegas que se enfrentam, ele é a comparação entre o futebol e o ânus, é o eufemismo do ânus, o disfemismo, a hipálage, a hipérbole, a ironia, a metonímia.
E o sarcasmo, claro.
Carvalho sabe muito bem que o ânus não é propriamente um fenómeno fisiológico e que, na gíria popular, a referida parte do corpo humano chama-se tudo menos ânus – mas quis suavizar o discurso, evitando ser desagradável e dizer, por exemplo, cu ou mesmo peida.
Daí o fino recorte literário, também presente no termo “trampa”, em vez de merda, que seria mais rude.
Os sócios e adeptos do Sporting devem, pois, estar orgulhosos do seu novo presidente.
Entretanto, ontem Bruno de Carvalho veio esclarecer melhor aquela enigmática imagem literária.
Segundo disse, existe no futebol português uma aliança escondida entre o Benfica e o Porto.
Só então percebemos que essa aliança deve estar escondida entre as tais duas nádegas imponentes!
í“ Bruno, és mesmo do Carvalho!
A lesão de Ronaldo é inconstitucional
Agora já toda a gente sabe o que é o tendão rotuliano.
As televisões mostraram esquemas e diagramas que deixam bem clara a posição daquele tendão tão especial que está a pí´r em causa a participação de Ronaldo no Mundial.
Perante isto, o que fazem os juízes do Tribunal Constitucional?
Nada!
Ter o melhor jogador do mundo e não poder jogar com ele no Mundial é claramente inconstitucional!
Para chumbarem as leis do Passos Coelho são eles lestos!
Por isso mesmo, Passos Coelho disse ontem que os juízes deviam ser sujeitos a um maior escrutínio.
Como se sabe, 10 dos 13 juízes do TC são escolhidos por dois terços dos deputados da Assembleia.
É pouco!
Deviam ser escolhidos por três terços!
O mesmo se passa com o primeiro-ministro.
Passos Coelho foi escolhido por menos de metade dos eleitores. Precisa de ser melhor escrutinado.
Pensando bem, o facto de Passos Coelho continuar a ser primeiro-ministro, depois dos resultados das eleições europeias, deve ser mesmo inconstitucional.
De que é que os juízes estão í espera?
Pais que lavam a loiça criam filhas com carreiras mais bem pagas
É este o título de uma notícia de hoje do Jornal de Notícias, fazendo eco de uma investigação da Universidade British Columbia, Canadá (ler aqui).
Segundo os investigadores, liderados por uma sorridente Alyssa Croft, as filhas dos pais que participam nas tarefas domésticas, têm mais probabilidades de vir a ter carreiras bem pagas.
Proponho os seguintes estudos, a realizar seguidamente:
– Mães que fazem a barba têm filhos com mais possibilidades de concluir doutoramentos
– Pais que lavam os pés em público têm filhas mais altas
– Mães que usam fio dental na boca têm filhos com tendências suicidas
– Pais com voz grossa têm filhas cantoras de ópera.
Fico í espera dos resultados…