“Contos Carnívoros”, de Bernard Quiriny (2008)

—Bernard Quiriny nasceu em 1978, na Bélgica e este é o seu primeiro livro publicado em português (edição Ahab, tradução de Miguel Serras Pereira).

São 14 histórias surpreendentes, umas mais inspiradas que outras, mas todas com uma linguagem que faz lembrar Edgar Alan Poe.

A imaginação de Quiriny permite-nos descobrir o bispo argentino que tem dois corpos, que usa aleatoriamente, a mulher-laranja, que se deixa descascar e beber pelos amantes, a tribo da Amazónia cuja língua ninguém compreende, ou o homem que consegue ouvir as pessoas falarem sobre ele, í  distância.

E ainda há Pierre Gould e Renouvier, duas personagens que surgem em várias histórias, não sendo os mesmos em todas elas.

Aconselho.

A afogar-se no Zêzere

Segundo o Diário de Notícias, há gente que decide afogar-se no Zêzere, aparentemente, como passatempo.

Ora leiam lá esta pequena local de hoje:

“Gémeos e mãe salvos no rio

Adelino Gomes
Com. Bombeiros de Constância

Uma menina de 11 anos foi retirada ontem com vida do rio Zêzere, em Constância, onde se afogava com o irmão gémeo e a mãe, também salvos, segundo o comandante dos bombeiros”.

A primeira idiossincrasia da notícia reside no subtítulo: Adelino Gomes.

Suponho que será este o nome do Comandante dos Bombeiros de Constância, mas nunca se sabe…

Depois, a notícia diz que uma menina de 11 anos foi retirada com vida do Zêzere, juntamente com o irmão gémeo e a mãe. Nesse caso, os três foram retirados com vida – ou será que a menina estava mais viva que o irmão e a mãe?

Finalmente, a notícia diz, taxativamente que a menina foi retirada do rio, “onde se afogava com o irmão gémeo e a mãe”, pelo que dá a ideia que era uma actividade deliberada; a menina afogava-se, como podia banhar-se ou fazer surf.

Enfim: salvaram-se todos, e isso é que interessa – incluindo o jornalista que elaborou esta pequena pérola do jornalismo luso.

O sacana do palhaço!

Neste meu Coiso, tenho chamado alguns nomes a gajos importantes. Ultimamente, por exemplo, comparei Passos Coelho ao palhaço ínhuca e escrevi que Miguel Relvas tinha um sorriso sacana.

Noutros tempos, ia dentro.

Hoje em dia, em democracia, é diferente.

De qualquer modo, palhaço e sacana são insultos.

Poderei ser penalizado por chamar palhaço ao Passos Coelho e sacana ao Miguel Relvas?

Parece que não.

E são os juízes que o garantem, através de dois casos hoje relatados no DN.

Primeiro caso: Ele e Ela namoraram durante dois anos e depois acabaram. Ela ficou com uma pedra no sapato e desatou a enviar sms a Ele, «algumas delas de cariz desbragado e de índole sexual invasiva».

Estes eufemismos de advogado são curiosos: o que será “índole sexual invasiva”? Será que Ela comentaria a qualidade, forma, textura, tamanho, dureza e outras características da coisa dele?

Adiante.

Ele não ligou a este tipo de provocações.

Agora, quando ela lhe chamou palhaço, dizendo «olha seu palhaço não penses que é só a tua namorada e os queridos irmãos que vão pagar pelo que me fizeram, porque tu também vais ter a tua parte», aí ele afinou.

Palhaço, não!

E pí´s a fulana em tribunal.

E o tribunal do Porto decidiu: «palhaço é uma expressão descortês, provocatória ou de simples grosseria», porém, não é «ofensiva da honra» para se poder falar em crime de injúria, tal como Ele queria.

Segundo caso: um pai e o um filho envolveram-se em discussão e o filho chamou sacana ao pai.

O pai meteu o filho em tribunal por injúria e ganhou.

O filho recorreu e o Tribunal da Relação de Coimbra decidiu a favor do filho.

Diz o jornal: «porque há expressões que podem ser indelicadas e mesmo boçais. Mas, afirmaram os juízes, o direito penal não pode intervir onde apenas há meras “impertinências”».

Portanto: chamar palhaço a Passos Coelho é apenas descortês e dizer que Relvas é sacana não passa de uma grosseria.

Mas não quer dizer que não seja verdade…

Vantagens de ser polícia em Inglaterra

O secretário de Estado do Interior britânico, Nick Herbert esclareceu: se, para o bom andamento de uma investigação, um polícia infiltrado tiver que dar uma queca, assim seja!

Ultimamente, tem havido, no Reino Unido, alguma polémica í  volta da interpretação a dar í  lei sobre os poderes e limitações das investigações, a qual permite aos agentes infiltrados, infiltrarem-se ainda mais e terem relações sexuais como parte do trabalho.

Assim sendo, os investigadores infiltrados serão a segunda profissão a ganhar dinheiro para darem quecas!

Toda esta polémica foi desencadeada por um tal Mark Kennedy, um polícia undercover que teve relações sexuais com duas activistas ambientais, durante uma investigação…

Logo duas activistas, Mark?

Não terá sido excesso de zelo, pá?

Acrescente-se que a lei é conhecida como Regulation of Investigatory Powers Act 2000 – também conhecida como RIPA.

É caso para citar o outro e exclamar: RIPA na rapaqueca!

Gonçalves, o sociólogo

Há um tipo, chamado Alberto Gonçalves, que se intitula sociólogo, que tem direito a uma página inteira do Diário de Notícias, todas as semanas.

Gostava de saber porquê.

O homem vomita desprezo por tudo que lhe cheire, ainda que vagamente, a esquerda; critica tudo e todos, como se vivesse no alto de uma torre de marfim, imune ao que se passa í  sua volta; é um daqueles tipos que raramente se engana e nunca tem dúvidas.

Por mera curiosidade, li algumas das suas crónicas. Depois, fartei-me. Achei que os seus argumentos eram infantis; faziam-me lembrar as bocas que oiço no restaurante onde almoço todos os dias, bocas daqueles tipos que nunca fizeram nada de relevante, mas têm uma opinião importantíssima e definitiva sobre tudo.

Os meses foram passando e a crónica do Gonçalves continuava, semana após semana.

Rendendo-me í  minha ignorância, googlei o nome da criatura. Seria algum autor extraordinário que eu desconhecia? Parece que não.

E até parece que há por aí muito boa gente que pensa como eu.

E, no entanto, o homem continua a encher, todas as semanas, uma página do DN.

E devem pagar-lhe por isso!…

Hoje, por exemplo, escreve esta infantilidade sobre a selecção:

«os jogadores da selecção são um exemplo para os jovens. Sem dúvida. Qualquer sujeito que não estudou, confiou na habilidade para os pontapés, conseguiu um emprego raro e fartamente remunerado no Real Madrid ou no Chelsea, aplica os rendimentos em automóveis de luxo, é incapaz de produzir uma frase em português corrente e enfeita o físico com jóias e tatuagens e penteados belíssimos constitui o modelo que os pais conscenciosos devem impor í  descendência. De resto, a alternativa passa pelas Novas Oportunidades ou, erradicadas estas, pelo Impulso Jovem, que também promete.»

Este texto nem parece de um sociólogo.

O homem fala de jogadores de futebol, mas podia falar de estrelas pop, músicos rock, ténistas, e não só. Um futebolista tatuado e com brincos, que ganhe muito dinheiro, merece ser criticado, mas um músico pop (Gonçalves adora alguns), com penteado exótico e brincos de diamantes, tem uma profissão meritória? Pressente-se uma pontinha de inveja, não?

E depois, como o tiro ao Sócrates é um dos desportos preferidos do homem, tem que falar nas Novas Oportunidades, como se o Ronaldo quisesse acabar o liceu e, para dar uma de independência política, faz uma referência ao Impulso Jovem.

Que independente que ele é, caramba!

Mas o primarismo do especialista vem mais í  superfície quando ele pretende comentar algo mais “político”.

Vejamos o que ele escreve sobre aquele episódio infeliz em que o porta-voz da extrema-direita grega agride uma deputada comunista, em directo, na televisão:

«“Agressão de neonazista evidencia na Grécia a violência da extrema-direita”, eis a manchete do portal brasileiro globo.com sobre os tabefes que um deputado do partido Chryssi Avhi distribuiu durante um debate televisivo a uma colega comunista. É engraçado como meses de agressões nas ruas de Atenas e outras cidades ainda não conseguiram evidenciar a violência da extrema-esquerda. Para cúmulo, selvagem que seja, o valente “neonazista” em causa agiu sozinho. Os selvagens que atacam propriedade alheia e gente avulsa agem em matilha, o que, mesmo sem as máscaras que í s vezes usam, torna a identificação difícil ou impossível. Decerto são tímidos. E sem motivo: no mínimo, arriscavam-se í  glorificação na imprensa internacional, por simbolizarem a indignação que habita os corações gregos. Pois é, quando o ódio frequenta a ideologia correcta, a opinião pública e publicada chama-lhe indignação. Mas, não se enganem, também é ódio.»

O sociólogo critica-se a si próprio: ele faz parte da opinião pública e publicada e, com este texto, tenta desculpar a atitude do porta-voz da extrema-direita grega que, em directo, na televisão, deu três grandes estaladas numa deputada comunista. Para Gonçalves, o energúmeno foi um herói, porque não tapou a cara com máscaras e o que ele fez está desculpado pelo simples facto dos militantes da extrema-esquerda, mascarados e, portanto, cobardes, terem partido montras e provocado mortes, actuando em matilha.

Gonçalves é um pouco paranóide, na medida em que pensa que a imprensa internacional glorifica a acção indignada da extrema-esquerda e critica os tabefes da extrema-direita.

O que será, na opinião da criatura, a imprensa internacional?

Tentar desculpar um atitude irresponsável (ainda por cima, o herói, que actuou sem máscara, depois das estaladas, até fugiu e se escondeu da polícia…) com as manifes violentas que aconteceram em Atenas é de um primarismo que não se coaduna com um tipo que se diz sociólogo.

Por isso, pergunto: por que carga de água este gajo tem direito a uma página semanal no DN?

“O Colosso de Maroussi”, de Henry Miller (1941)

Henry Miller (1891-1980) não é um autor consensual.

Eu gosto muito de Henry Miller.

Comecei por ler, em 1972, Pesadelo Climatizado (The Air Conditioned Nightmare, 1945) e, no ano seguinte, O Olho Cosmológico (The Cosmoligical Eye, 1939), ambos em edição Estampa, numa colecção em que foram divulgados grandes autores, praticamente desconhecidos em Portugal.

Em 1977 li Sexo em Clichy (Quiet Days in Clichy, 1956), em edição brasileira e, dois anos depois, Um Diabo no Paraíso (A Devil in Paradise, 1956).

Em 1980 e 81, devorei os grandes clássicos de Miller: Trópico de Câncer (1934), Trópico de Capricórnio (1939), Sexus (1949), Plexus (1952) e Nexus (1960).

Em 1985 li, meio enjoado, o pornográfico Opus Pistorum (escrito em 1941 e descoberto em 1983) e Cartas a Anais Ninn (1965).

Em 1993, foi a vez de Crazy Cock (escrito em 1930 e publicado em 1991) e, finalmente, em 1997, Moloch (escrito em 1927 e publicado em 1992).

—E ao longo de todos estes anos, li várias referências a este O Colosso de Maroussi (1941), mas só agora, graças a esta edição da Tinta da China (tradução de Raquel Mouta), consegui lê-lo.

Alguns críticos e o próprio Miller consideram esta como a sua melhor obra literária. Não sei dizer se isso é verdade. Trata-se, de facto, de um livro excessivo, ao bom estilo exagerado de Miller, em que o autor expõe as suas ideias utópicas sobre a Humanidade.

Em 1941, Miller decidiu fazer uma pausa na sua actividade literária e, deixando Paris, onde residia, foi passar seis meses í  Grécia. A segunda guerra mundial já tinha começado há dois anos, mas Miller passa-lhe ao lado, tão fascinado que está pela Grécia, que ele elogia até ao infinito.

Página 28: «Os homens podem andar por aí no seu corropio insignificante e inútil, até mesmo na Grécia, mas a magia divina ainda aqui é operante e, por muito que a raça humana faça ou tente fazer, a Grécia continua a ser um local sagrado – e tenho a convicção de que assim continuará a ser até ao fim dos tempos.»

Claro que Miller não podia adivinhar que a Grécia dos nossos dias iria estar de joelhos, humilhada pelos Mercados e que o facto de ter sido o berço da civilização ocidental tem tanto valor como cascas de amendoins.

Fascinado pelos locais históricos gregos, Miller encontra neles a solução para todos os males.

Página 100: «Não precisamos de melhores instrumentos cirúrgicos, precisamos de uma vida melhor. Se todos os cirurgiões, todos os psicanalistas, todos os médicos em geral pudessem ser afastados da sua actividade e reunidos por um breve período no grande anfiteatro de Epidauro, se pudessem discutir em paz e sossego as necessidades urgentes e fundamentais da humanidade em geral, a resposta seria rápida e unânime: REVOLUí‡íƒO».

Ao longo do livro, Miller vai visitando o Peloponeso, Olímpia, Delfos, algumas ilhas gregas, faz amizade com escritores e artistas gregos, mas o que lhe interessa mais é o comum dos mortais. Glorifica a pobreza. Endeusa a simplicidade e diaboliza a América, como símbolo do capitalismo furioso.

E é excessivo nas palavras. Por exemplo, isto, a propósito de Saturno:

Página 127: «Saturno é um símbolo vivo da tristeza, morbidez, desgraça e fatalidade. A sua tonalidade de um branco leitoso desperta associações inevitáveis com tripas, matéria cinzenta, órgãos vulneráveis e ocultos, doenças repugnantes, tubos de ensaio, espécimes de laboratório, catarro, reuma, ectoplasma, tonalidades melancólicas, fenómenos mórbidos, guerras de íncubus e súcubus, esterilidade, anemia, indecisão, derrotismo, obstipação, antitoxinas, romances fracos, hérnias, meningite, letra-morta, burocracia, condições de vida da classe trabalhadora, fábricas clandestinas, a YMCA, encontros do Esforço Cristão, sessões espíritas, poetas como T. S. Elliot, fanáticos como John Alexander Dowie, curandeiras como Mary Baker Eddy, estadistas com Chamberlain, fatalidades triviais como escorregar numa casca de banana e partir a cabeça, sonhar com dias melhores e ficar entalado entre dois camiões, afogar-se na própria banheira, matar acidentalmente o nosso melhor amigo, morrer de soluços e não no campo de batalha, e assim por diante, ad infinitum».

Miller estava, nesta altura, muito zangado com a América e verdadeiramente apaixonado pela Grécia.

Página 245: «Hoje, como ontem, a Grécia é extremamente importante para quem pretende encontrar-se a si mesmo. A minha experiência não é única. E talvez devesse acrescentar que não há povo no mundo que precise mais daquilo que a Grécia tem para oferecer do que os americanos. a Grécia não é apenas a antítese da América, é mais do que isso, é a solução para os males que nos atormentam. Economicamente, pode parecer insignificante, mas espiritualmente a Grécia ainda é a mãe de todas as nações, a fonte da sabedoria e da inspiração».

Não deixa de ser irónico ler estas palavras num momento em que a Grécia está tão em baixo, dependente da ajuda internacional e, internamente, a braços com uma crise de identidade.

O Colosso de Maroussi é um livro curioso, sobretudo, pelos excessos e pela paixão de Miller e acaba por ser um livro de viagens, datado, é certo, mas vivido.

Torgal versus Passos

Não gosto de bispos.

Acho-os supérfluos. Vestem mal. E não se importam de ser tratados por Dom.

D. Januário Torgal é (ou foi) o bispo das Forças Armadas.

Primeira incongruência: por que carga de água umas forças armadas de um país laico precisa de um bispo?

Adiante.

Há três ou quatro dias, Januário disse que Portugal «não tem governo. (…) E no fim ainda aparece um senhor, que pelos vistos ocupa as funções de primeiro-ministro, dizendo um obrigado í  profunda resignação de um povo dócil e tão bem amestrado que até merecia estar no jardim zoológico. Conclusão: parecia que estava a ouvir o discurso de uma certa pessoa há 50 anos.»

O raça do bispo!

A comparar o Passos Coelho com o Salazar!…

Logo no dia a seguir, o Correio da Manhã revelava que o bispo ganhava 4500 euros de reforma e tinha direito a gabinete de apoio, carro, motorista, secretária e telemóvel.

Januário foi aos arames.

Hoje, disse ao jornal i que está a ser vítima de um “linchamento público” e que só ganha “pouco mais de 2500 euros” por mês e que abdicou daquelas regalias todas.

E acrescentou: «depois de uma vida inteira a trabalhar, praticamente metade do que ganho vai para o Estado, que depois não sabe gerir esse dinheiro: vai para espiões e para empresas privadas».

Januário, posso fazer-te uma pergunta?

Por que raio foste para bispo, pá?

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Ray Bradbury – morreu o autor de Fahrenheit 451

No passado dia 5, morreu Ray Bradbury. Tinha 91 anos e foi um dos mais influentes autores de ficção científica.

—Ficou famoso, sobretudo, por Fahrenheit 451, novela publicada no ano em que eu nasci, 1953.

Muito antes de ler o livro, li a adaptação cinematográfica que François Truffaut fez de Fahrenheit 451. O filme foi estreado em Portugal em dezembro de 1967 e já não me lembro se o vi no Estúdio 444 ou no Quarteto.

Lembro-me, no entanto, que o filme me impressionou, não só pela  Julie Christie, que impressionava muito boa gente nos anos 60, mas sobretudo pela história: uma sociedade onde os livros são proibidos; quem é apanhado com livros é severamente castigado e os livros são destruídos por uma brigada especial de bombeiros, que os queimam í  temperatura de 451 graus Fahenheit. Por isso, os defensores dos livros decidem decorar as grandes obras; cada militante é um livro. Encontram-se clandestinamente para recordarem, uns aos outros, as grandes obras, que assim se manterão, através da tradição oral.

E não terá sido através da tradição oral que as grandes obras nasceram?

Bradbury foi ainda autor de muitas short stories de ficção científica, muitas delas adaptadas ao cinema ouÂ í  televisão.

De Bradbury, para além de Fahrenheit 451, li ainda Muito Depois da Meia-Noite (Long After Midnight, 1974) e A íšltima Cidade de Marte (I Sing The Body Electric, 1948-1969), duas colectâneas de contos publicadas na colecção Argonauta, da qual fui fã na década de 80, e também o romance A Morte é um Acto Solitário (Death is a Lonely Business, 1985).

Entretanto, afastei-me da ficção científica e acho que já não tenho muita pachorra para esse estilo de histórias; ou então, escasseiam autores como Bradbury, Asimov, Philip K. Dick ou Robert Heinlein.