25 de Abril Sempre!

Uma boa maneira de comemorar os 48 anos do 25 de Abril consiste em visitar a exposição “…Proibido por Inconveniente”, com materiais das censuras no Arquivo Ephemera.

As gerações mais novas não fazem ideia do que era a censura. Nada era publicado nos jornais, revistas, panfletos, livros sem passar, primeiro, pela Censura ““ Censura que, muitas vezes, proibia a publicação.

Quando hoje ouvimos alguém dizer que antigamente não acontecia nada disto, não havia tantos crimes, não havia corrupção, devíamos mostrar a esse alguém os boletins produzidos pela Censura, onde podemos ver as notícias que eram cortadas ““ notícias consideradas inconvenientes para o regime do Estado Novo. Portugal queria parecer um país bem-comportado, onde todos se respeitavam, onde não havia violência, nem corruptos.

Salazar dizia que “…só existe aquilo que o público sabe que existe” e por isso, a Censuras evitava que o público soubesse coisas que poderiam ser prejudiciais para a imagem do regime.

Na exposição da Ephemera, os exemplos são muitos.

Transcrevo, por exemplo, uma folha manuscrita sobre o livro “…Os mortos chegam mais tarde”, da autoria do escritor e pintor Rogério de Freitas (1910-2001).

Diz assim:

“…Meu caro Nazaré: Saiu há dois dias, editado pela Europa-América, o livro “…Os Mortos Chegam Mais Tarde”, de Rogério de Freitas, que é a coisa mais infame e mais anti-militarista que até hoje se publicou em Portugal.

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É de mandar já apreendê-lo e se fosse possível meter o malandro na cadeia.”

Portanto, não se proibia o livro como se prendia o seu autor!

Mas os exemplos são aos milhares: “…A Missão”, de Ferreira de Castro é um livro de contos. O censor não gostou do segundo conto, “…A Experiência”, porque contém a “…crónica de uma casa de toleradas, descrição pormenorizada de sua vida dia a dia ou hora a hora… o conto é essencialmente anti-social, ainda mais do que imoral, pelo que julgo que o livro deve ser proibido”.

José Rabaça escreveu o livro “…Virá Amanh㔝, mas o capitão Luiz Deslandes não gostou e escreve “…o autor, inculto, sem imaginação e mal intencionado, escrevinhou uma série de historietas, cheias de palavrões e minguadas de gramática a que dá o modesto título de «contos»… Por enquanto, penso que deve ser totalmente proibida esta publicação”.

Este capitão Luiz Deslandes era, pelos vistos, um especialista em literatura porque, em relação ao livro de Dostoievsky, “…Os Irmãos Karamazov”, decide pela sua proibição porque «o romance e o autor são bastante conhecidos entre as classes mais cultas do nosso país para ser desnecessária a sua tradução. As classes menos cultas julgo não tirarem qualquer vantagem na sua leitura.

Como a tradução deste romance implica a sua divulgação, entendo ser o mesmo de proibir.»

Outro autor vítima da censura foi José Vilhena (1927-2015), prolífico escritor de pequenos livrinhos provocadores, editor da revista Gaiola Aberta, cujo conteúdo, textos e desenhos eram todos da sua autoria. Vilhena era um provocador e as suas histórias, sempre com teor sexual, visavam atacar os grandes senhores, os administradores, os bispos, os políticos e a Censura não podia com ele. Nesta exposição da Ephemera, uma das vitrinas é quase toda dedicada aos seus livros proibidos, como este “…A Branca de Neve e os 700 Anões”, acerca do qual o censor major José da Sousa Chaves, dizes:

“…este livro cínico e despudorado revela uma ousadia que se bem pode qualificar de desafio í s Autoridades, pois que abertamente as ataca e apresenta textos em que todos os assuntos indesejáveis são largamente exibidos.

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Assim, faz abertamente propaganda comunista, achincalha com diatribes dissolventes a Família, a ordem social e a religião católica, é escrito com linguagem desbragada, tem passagens da mais baixa obscenidade, ilustrações imorais e, tão maciça é a sua inconveniência, que ocioso se torna fazer citações.

Julgo portanto que este livro não pode deixar de ser proibido de circular no País.”

Não vale a pena mostrar mais exemplos.

Resta dizer, mais uma vez, que Fascismo, nunca mais!

25 de Abril Sempre!

O deslocamento da rotina

O novo governo de António Costa entregou ontem, na Assembleia da República, o seu Programa.

Ainda não o li.

Felizmente, outros o leram por mim.

É o caso do director do Público, Manuel Carvalho.

Carvalho deve ter lido o Programa e diz que ele “…celebra a rotina”.

No seu artigo de opinião de hoje, carvalho escreve:

“…Se há elogio a fazer ao programa do Governo é que entre a sua longa lista de medidas é difícil encontrar alguma que careça de sentido, que seja errada, que esteja condenada ao fracasso ou implique um retrocesso”.

Ora bem, isto parece ser positivo.

O Programa do Governo do Costa não tem nenhuma medida sem sentido, não tem nenhuma que esteja errada ou condenada ao fracasso, nem nenhuma que implique um retrocesso.

Aplausos, portanto.

Ou não?

É que Carvalho acrescenta:

“…Tudo ali parecer demasiado óbvio, certinho, previsível, alcançável ou razoável”.

Parece, pois, que Carvalho queria que o Programa do Costa fosse obscuro, esparvoado, imprevisível ou disparatado.

E o director do Público diz mais:

“…Tudo ali acusa falta de rasgo, de ambição ou de propósito transformador. Um programa para um país conformado, não para um país com sentido de urgência”.

Partindo do princípio de que percebemos o que é um “…país com sentido de urgência”, ficamos com a ideia de que Carvalho queria um programa de governo com ideias malucas, propostas de ruptura, medidas desmioladas que abanassem o sistema.

Carvalho fez-me lembrar uma doente minha que sofreu um descolamento da retina e que decidiu renomear essa patologia, chamando-lhe “…deslocamento da rotina”.

Era isso que Carvalho queria no programa do Governo: um deslocamento da rotina…

O Protagonista

Estava a preparar um segund0 mandato repleto de casos políticos. Esperava um governo minoritário que lhe permitisse uma maior intervenção – uma verdadeira magistratura de influ`ência.

Lixou-se!

Ficou zangadinho com a divulgação pela comunicação social do elenco ministerial, como se nunca tivesse protagonizado uma fuga de informação…

Tem, portanto, que aproveitar todas as pequenas notícias para se fazer notado.

Crise sísmica? Lá vou eu!

Atrapalho a protecção civil local? Paciência! Tenho que fazer selfies em S. Jorge!

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Dias de democracia!

A comunicação social anuncia que hoje atingimos os 17 500 dias em democracia ““ exactamente o mesmo número de dias que passámos em ditadura.

No que me diz respeito, há muito tempo que os dias em democracia ultrapassaram os dias em ditadura. Com efeito, vivi menos de 8 mil dias em ditadura, mas chegou-me porra!

Os jornais sublinham as diferenças entre o país do tempo da outra senhora, e o país que cresceu após o 25 de abril.

Chamam a atenção, sobretudo, para os números da mortalidade infantil e para os quilómetros de auto-estrada.

A mortalidade infantil era, em 1973, de 44,8 crianças por cada mil nascimentos, enquanto em 2020, foi de 2,4. Estes números merecem ser esmiuçados para serem mais bem compreendidos. Estes números querem dizer que, antes do 25 de abril, morriam cerca de 44 crianças por cada mil que nasciam e que, hoje em dia, morrem “…apenas”, menos de três!

Quanto í s autoestradas, em 1973, o número de quilómetros era de 66 km, enquanto, em 2020, ultrapassava os 3 mil quilómetros.

A comunicação social destaca, ainda, as alterações nas relações familiares, realçando o facto de, em 1973, um homem que matasse a sua esposa, apanhando-a em pleno adultério, era apenas desterrado para fora da comarca por seis meses, enquanto hoje, pode levar com 25 anos de cadeia. Por outro lado, o adultério praticado pela mulher podia significar oito anos de cadeia, enquanto hoje, deixou de ser crime, evidentemente.

Mas eu destacaria ainda outra coisa: o fim da guerra colonial.

Eu estava na calha para bater com os costados em ífrica e só não fui porque fui conseguindo passar de ano e assim prosseguir o meu curso de Medicina e, quando o terminei, em 1977, já a guerra tinha acabado.

Mesmo assim, não se safei de fazer uma tropa fandanga, com seis semanas de recruta patética nas Caldas, e mais quase ano e meio como médico no Hospital Militar de Évora.

Portanto, viva o 25 de abril carago!

Parece que,a final, o PS perdeu

Curioso como a generalidade dos comentadores consegue fazer crer que, afinal, o PS não ganhou as eleições ou, no caso de ter ganho, foi por mera sorte.

De todos esses comentadores, destaco um, chamado João Miguel Tavares, mas poderia referir muitos outros que, dias antes das eleições, garantiram que António Costa estava derrotado, cansado, desgastado, perdido.

Depois, o PS conseguiu a maioria absoluta e esses mesmos comentadores, das duas, uma: ou fizeram de conta que nada tinha acontecido, ou desataram a inventar histórias para depreciar essa vitória.

Clara Ferreira Alves foi uma das que, nas vésperas das eleições garantiu que Costa estava nas lonas. Hoje, na primeira edição do Expresso após as eleições, CFA chamou í  sua crónica semanal “…Um Portugal Triste” ““ mas não fala nas eleições; ignora-as, falando no envelhecimento do país e na baixa natalidade. Pois…

Quanto a JMT, escreveu esta semana duas crónicas inacreditáveis.

Na primeira, JMT explica que “…a forma como esta maioria absoluta foi atingida é mais milagrosa do que a chegada de Costa ao governo em 2015, após perder as eleições”. E acrescenta que esta maioria absoluta “…exigiu uma conjugação de factores só ao alcance dos raros políticos que nasceram de rabo virado para a lua”.

Portanto, o PS obteve a maioria absoluta por sorte e por milagre.

Na segunda crónica, JMT diz-nos que estamos enganados se pensamos que Costa “…ganhou em toda a linha. Não ganhou. O PS perdeu muitos votos í  direita, nomeadamente para Rui Rio.”

E JMT faz umas contas mirabolantes para tentar demonstrar que, afinal, apesar de ter ganho com maioria absoluta, o que é certo é que o PS perdeu muitos votos e que, portanto, é muito capaz de ter perdido as eleições.

JMT tenta torturar os números para que eles confirmem as suas ideias. Pior que isso só o comentário da vice-presidente do PSD, Isabel Meirelles que, quando lhe perguntaram o que falhou na estratégia eleitoral do seu partido, respondeu com esta frase lapidar: “…o que falhou foi o povo português”.

Uma campanha alérgica

O chefe do PSD, Rui Rio, a percutir um bombo, perante o sorriso alarve de um apaniguado, que grita PSD! PSD!, conseguindo abafar o ruído do bombo.

A líder do PAN a visitar um canil e a ser lambida por cãezinhos.

O brilhantinas da IL, com uma barriguinha liberal, a jogar futebol de praia.

O futuro ex-primeiro-ministro Costa, a dançar o vira, em Viana do Castelo.

O candidato facho vestido de camuflado a prometer pensões aos ex-combatentes e que vai acabar com todas as portagens.

O rapazito do CDS a beber vinho por uma malga em Ponte de Lima.

O substituto da CDU, qual matraca, a fazer lembrar o Cunhal.

A Caratina, a convidar o Costa para uma reunião, no dia após o Bloco ganhar as eleições.

O esforçado líder do Livre, a caminhar na serra de Carnaxide, com três militantes em fila indiana.

Arruadas, visitas a feiras e mercados, comícios, entrega de panfletos, oferta de canetas.

A campanha eleitoral continua igual, quase 50 anos depois do 25 de abril.

Ninguém faz diferente.

Alguém muda de opinião quando vê passar a caravana deste ou daquele partido, alguém deixa de estar indeciso porque lhe oferecem uma caneta na Feira lá da vila, alguém muda o seu sentido de voto depois de ler o panfleto, alguém vê o tempo de antena na televisão?

Que o PS, o PSD, a CDU, o CDS e até o Bloco mantivessem o figurino das campanhas, ainda se percebia ““ é difícil mudar. Mas os partidos mais recentes continuam a fazer tudo da mesma maneira.

O meu voto está decidido há muito e não é a campanha que o vai mudar, mas gostaria de assistir a algo de diferente.

Talvez a próxima campanha seja mais inovadora… daqui a dois anos, não?…

Como explico isto í s minhas netas?

As minhas netas gostam de histórias de princesas.

Em quase todas as histórias de princesas há uma bruxa má que, quase até ao fim da história, parece levar a melhor. No fim, no entanto, a bruxa é sempre derrotada e a princesa vive, é premiada, fica com o príncipe, é coroada ““ numa palavra, vence!

Nas histórias infantis, o maniqueísmo está sempre presente: a princesa encarna o bem, a bruxa representa o mal.

Por isso, foi com espanto que li que a bruxa Madalena Aroso recebe um ordenado mensal de 15 mil euros, pago pelo Futebol Clube do Porto.

Também conhecida por a Vidente de Matosinhos, Madalena Aroso foi consultada por Pinto da Costa, ao longo dos anos, em busca de previsões dos resultados dos jogos do FCP.

Há coisa de cinco meses, a bruxa passou a ser funcionária do clube ““ e logo com um ordenado igual ao que o Manuel Pinho, alegadamente, recebia do Banco Espírito Santos.

Ora, enquanto o Pinho está em prisão domiciliária, a bruxa está em liberdade!

Como é que eu vou explicar í s minhas netas que, neste caso, a bruxa é que fica a ganhar?!…

Por este Rio abaixo

Rui Rio já deu tantos tiros nos pés que deve ter as meias todas cheias de buracos e os pés em sangue.

Agora, escreveu no Twitter que a detenção do João Rendeiro, na ífrica do Sul, só foi possível porque vai haver eleições e desse modo, o director da Polícia Judiciária favoreceu o PS.

Claro que Rio não disse exactamente isso.

O presidente do PSD esclareceu em bombástica entrevista na RTP que o que ele critica é o facto do director da PJ ter aparecido em todas as televisões a fazer um foguetório, uma vez que não tem o dom da ubiquidade, porque esteve, simultaneamente na RTP e na SIC, é evidente que uma das declarações teve que ser gravada, para além do facto de quem prendeu o Rendeiro foi a polícia sul africana e não a PJ portuguesa e como o director da PJ foi nomeado pelo PS, é evidente que tudo isto favoreceu indirectamente o PS e, portanto, se o PS ganhar as eleições em janeiro, já sabemos que foi por causa destes foguetes que o director da PJ andou a amandar para o ar, e, ao fim e ao cabo, ninguém percebeu a ironia do Rio.

Rui Rio diz que aquilo que escreveu no Twitter é uma ironia.

Ora, sabendo que os dicionários dizem que ironia significa forma de humor que consiste em dizer o contrário daquilo que se pretende dar a entender, parece que, afinal, o líder do PSD queria dizer exactamente o oposto do que disse ““ ou não?…

Confusos?

O problema é que Rui Rio é um incompreendido. O seu sentido de humor é tão fino, tão fino que a gente passa por ele sem dar por isso…

Que Zeus nos livre de o ter como primeiro-ministro!

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í“ Dr. Leite, queres os relatórios? Toma!

O Dr. Batista Leite, deputado do PSD, exige que a DGS divulgue os relatórios que sustentam a decisão de vacinar as crianças dos 5 aos 11, contra o covid.

O Dr. Leite, o PSD e a Iniciativa Liberal estão nisto juntos.

No que respeita í  Iniciativa Liberal não me admira. Pelos vistos, o partido só tem o Cotrim para falar í  comunicação social. Na minha opinião, o Cotrim não pode perceber de tudo. Basta olhar para ele para vermos que, para além de especialista em brilhantina, ele pouco deve perceber de vacinas.

Agora o Dr. Leite!

Fui ver o seu currículo.

Embora ainda não tenha conseguido acabar o doutoramento, o Dr. Leite já frequentou isto: Johns Hopkins University (MD, EUA), Harvard Medical School (MA, EUA), IESE Business School (Madrid, Espanha)/Harvard Kennedy School of Govenment (MA, EUA), Albert Einstein College of Medicine (NY,EUA), AESE Business School (Lisboa, Portugal), European Society of Infectious Diseases and Clinical Microbiology, Universitat Autonoma de Barcelona (Barcelona, Espanha), Universidade Nova de Lisboa e Universidade de Lisboa.

Mesmo assim, o homem ainda tem tempo para ser membro do Conselho de Fiscalização da Base de Dados de Perfis de ADN (eleito pela Assembleia da República); Vice-Presidente e Vereador da Câmara Municipal de Cascais (sem tempos); Membro da Assembleia Metropolitana de Lisboa; Membro da Assembleia de Freguesia de São Domingos de Rana ““ além de deputado do PSD, claro e membro da Comissão Parlamentar da Saúde, Negócios Estrangeiros e Comunidades Portuguesas, Agricultura e Mar, Cultura e Comunicação.

E ainda, recordemos que o Dr. Leite até foi voluntário por um turno no Hospital de Cascais, onde assistiu ao maior número de mortos que jamais presenciara na sua vida profissional (um, para ser mais preciso…)

Como é que uma pessoa tão douta vem exigir os relatórios da Comissão de Vacinação sobre a vacinação contra a covid. Tem receio de quê? Que a Comissão de Vacinação tenha feito um conluio com a Pfizer? Que a indústria farmacêutica tenha pagado viagens para congressos aos membros da comissão, em troca de parecer favorável? Que a comissão esteja feita com os colegas norte-americanos e israelitas, espanhóis, italianos, alemães e madeirenses, que já aprovaram também a vacinação das crianças?

í“ Dr. Leite, isto é mesmo capaz de ser uma cabala contra si ““ todos estes países a aprovarem a vacina sem lhe mostrarem os relatórios!

A si, que até frequentou a John Hopkins!

Se fosse a si, pedia também os relatórios que aprovaram as vacinas da polio, do sarampo, tétano, tosse convulsa, papeira, rubéola, HPV, hepatite, meningite, difteria, pneumonia a pneumococos, etc, etc…

Não sei porquê, mas cheira-me a leite azedo…

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As venturas de André

O pasquim Nascer do Sol dedica hoje seis páginas seis a uma entrevista ao líder do Chunga. São 71 perguntas que Vitor Raínho e Joana Mourão Carvalho fazem í  criatura, enquanto Bruno Gonçalves é o autor das fotos. Numa delas, o Querido Líder surge de gravata azul e mãozinhas entrelaçadas, com um sorrisinho beatífico.

Longe de mim ler a entrevista ““ teria pesadelos esta noite, certamente. Li só as gordas. E já chunga!

O título da entrevista é “…Se fosse líder do PSD tinha maioria absoluta”, que é como quem diz “…Se cá nevasse fazia-se cá ski”.

Como o Querido Líder, recentemente, adoptou o lema “…Deus, Pátria, Família e Trabalho”, a conversa descambou para Salazar. Diz ele que “…nem Salazar foi tão mau como se diz, nem Soares foi tão bom como dizem”.

Pois claro… se repararmos bem, Salazar até foi bonzinho, embora agora não me lembre de nada em concreto.

Mas o André não quer confusões e diz que “…ao contrário do Presidente da República, nunca escrevi nenhuma carta a Salazar quando era pequeno”.

Ora aqui está uma revelação extraordinária. Sabendo que Salazar morreu em 1970 e que o Andrézinho só nasceu 13 anos depois, seria difícil que o tipo conseguisse escrever uma carta ao ditador. O homem até acrescenta que “…ele (Salazar) nunca esteve na minha casa.” Ingrato!

Mas a criatura tem algum sentido de humor. Nota-se isso quando diz, por exemplo, “…acho que Sá Carneiro hoje seria do Chunga”.

Sobre ele próprio diz: “…sou um animal de palco”.

Temos que avisar a Protectora…