Liedson português? Então, quero ser espanhol!

Dizem os jornais que o processo está a andar e que, se as coisas correrem bem, Carlos Queirós já poderá convocar Liedson para o jogo da selecção, contra a Suécia.

Já agora, por que não promover a naturalização de Helton, para jogar a guarda-redes, Luisão e Léo, para a defesa, ao lado de Pepe, Derlei, para jogar ao lado de Deco e mais uma dúzia de brasileiros que jogam em Portugal?

A seguir, Cristiano Ronaldo, Paulo Ferreira, Ricardo Carvalho e Nani pediam a cidadania inglesa, Quaresma passava a ser italiano, Danny naturalizava-se russo e Miguel e Simão passavam a ser espanhóis.

Quanto a mim, reafirmo: se o Liedson jogar algum dia na selecção nacional, passo a ver os jogos da selecção espanhola.

Kosovo lixa a selecção!

Só não vê quem não quer.

O empate de ontem da selecção nacional de futebol, frente a 10 jogadores da selecção da Albânia é a primeira consequência do reconhecimento da independência do Kosovo, por parte do governo português.

Só assim se explica que o Pepe do Real Madrid, o Quaresma do Inter de Milão, o Paulo Ferreira do Chelsea, o Miguel do Valência, o Hugo Almeida do Bremen, o Dany do S. Petersburgo e o Ronaldo do Manchester, não tenham conseguido marcar sequer um golito aos coxos, mas abnegados, albaneses.

Segue-se uma derrota com Malta.

(e a nossa sorte é não irmos jogar contra a Ossétia do Sul…)

Volta, Gabriel Alves, estás perdoado!

Gabriel Alves é um nome consensual, no que respeita aos comentadores desportivos. Linguagem própria, neologismos, todo um edifício filosófico construído ao longo de muitas transmissões televisivas.

Mas Gabriel Alves limitou-se a ser um seguidor do Enorme Comentador Futebolístico (tudo com letra grande), que foi Alves dos Santos.

Um Alves seguiu-se a outro Alves…

Nos anos 60 do século passado, quando o Benfica começou a despontar na Europa e a Eurovisão começou a transmitir os jogos da Taça dos Campeões Europeus, era Alves dos Santos que inventava expressões como “corre como se fosse um extremo” ou “recebe no peito e cola na relva”.

Bons velhos tempos… em que o Alves dos Santos, com a sua voz cavernosa, comentava, o Eusébio marcava e eu era um puto!…

Sobre as expressões idiomáticas inventadas por Gabriel Alves já existem enciclopédias (podem ser consultadas, por exemplo, em http://galves.no.sapo.pt/frases.htm).

Mas também esse Alves está ultrapassado.

Hoje em dia, quem pontifica é um senhor chamado Luis Freitas Lobo.

Confesso que raramente consigo ler um texto de LFL até ao fim. O homem consegue encher uma página inteira do Expresso! Todas as semanas! E suspeito que escreva em mais sítios. Produz prosa a uma velocidade estonteante! Mas escreve coisas algo místicas.

Por exemplo, sobre o Benfica de Quique Flores: “nesta construção complexa de um jogar, manda o futebol como natureza inquebrantável”.

LFL explica por que razão o novo Benfica se foi abaixo, frente ao Porto, e se superiorizou, frente ao Nápoles.

E a explicação é simples: “Equilibrar (Katsouranis) e, depois, desequilibrar (Reyes). Com protecção física e inteligência táctica. Para explorar os pontos fortes, na velocidade e imaginação ofensiva. Para proteger os seus alçapões sem bola, fechando melhor as faixas (Ruben Amorim) e dando mais peso para ganhar a zona de pressão e combate no centro (Yebda).”

Sinceramente, não percebo patavina!

Preferia a ousadia poética e gramatical de Gabriel Alves.

E que saudades da simplicidade de Alves dos Santos (e do Eusébio, Coluna, Simões, José Augusto, Torres, Germano, Costa Pereira, í‚ngelo, Cávem…)!…

Benfica derrota Camorra

Foi limpinho, apesar da sujidade das ruas de Nápoles.

A Camorra não se entende com as autoridades e não limpa as ruas napolitanas, mas o Benfica limpou-lhes o sarampo, com dois belos golos í  moda antiga.

E í  moda antiga é com a bola a mexer – nada dessas mariquices de golos de bola parada, que é algo que nunca hei-de entender: como é que a bola entra na baliza, se está parada?!

O Reyes e o Nuno Gomes mostraram que, cada vez mais, este Benfica se está a aproximar do “meu” Benfica.

Pena a guerra entre operadores ou lá como se chamam os gajos que nos prestam o serviço televisivo. Os ladrões da Sport TV versus os ladrões do Meo.

Resultado: ouvi o relato na TSF e fiz de conta que vi o jogo, aos soluços, em http//:estadiovirtual.sapo.pt.

A maior parte do jogo, os jogadores pareciam acometidos de espasmos epileptiformes e a bola ficava congelada a meio campo durante mais de dez minutos, enquanto o tipo da TSF gritava “Goooooolo”!…

Não vi nenhum dos golos em directo. Mesmo as repetições pareciam retiradas de um mau jogo do Spectrum.

Mau serviço do Sapo.

Não admira. O Sapo é verde… não se pode dar bem com o Benfica…

Um Benfica í  Benfica

Confesso: o Flores ainda não me convenceu.

Confesso: olho para este Benfica e custa-me a integrar os novos jogadores no meu conceito de Benfica. O Carlos Martins é do meu Benfica? E o Yebda? E o Reyes? E o Aimar?

O Quim e o Nuno Gomes, são; o Cardozo e o Máxi Pereira, começam a ser – mas, o Jorge Ribeiro, o Balboa, o Sidnei, o Urreta, o Ruben Amorim?

São muitos jogadores novos. Tenho que rever a minha noção de Benfica.

De qualquer modo, qualquer equipa do Benfica que dê dois secos aos lagartos, é o meu Benfica!

Não voltes, Scolari!

E não voltes mesmo! Não estás perdoado!

Prefiro a selecção a perder 2-3 mas a jogar ao ataque, do que o futebol defensivo, depressivo e calculista do 1-0.

Claro que falhar tantos golos e dar tantas facilidades na defesa, como ontem aconteceu contra a Dinamarca, precisa de correcção rápida. O ataque parecia o do Manchester, com a pontaria do do Benfica; a defesa parecia mesmo a do Benfica, incluindo o Quim, que se armou em Ricardo e saiu a um cruzamento de olhos fechados.

Confesso que também não gostava muito do Queirós, mas o homem melhorou com os anos que passou ao lado de Ferguson e, sobretudo, desde que rapou o bigode.

Bom… respira-se fundo e espera-se que as coisas melhorem.

Não quero voltar ao tempo das vitórias morais, mas também odeio o futebol de Scolari.

Something in between, ok?