Uma onda que se disputa…

Por que razão uma juíza, um procurador do Ministério Público, dois advogados e um funcionário judicial andam a estudar surf?

Segundo o indelével Diário de Notícias, a razão reside numa onda, que foi surfada por dois surfistas ao mesmo tempo, daí resultando um choque que provocou danos materiais e psicológicos.

Vamos aos factos, porque isto vale a pena…

«Tudo aconteceu na tarde de 24 de Novembro de 2012, na praia do Cabedelo, em Darque, junto à cidade de Viana de Castelo, com os dois surfistas, Ricardo Forte, de 37 anos, e João Zamith, de 38, a envolver-se naquilo que a própria acusação diz ser um caso de  “disputa de ondas”» – isto é o que diz a notícia do DN, que, mais à frente, explica:

«Quando Ricardo Forte deslizava na sua prancha na crista de uma onda, surgiu João Zamith em sentido contrário, preparando-se para apanhar a referida onda. Nesse momento, cada um deles assentou em manter o rumo, sem se desviar, pelo que embateram com as respectivas pranchas um contra o outro».

Acham incrível?

Então, continuemos:

«Do choque, resultaram vários ferimentos nos dois surfistas, danos de 70 euros na prancha de mais de dois metros de Ricardo Forte e uma acesa discussão, com ameaças entre os dois, já na praia»

E agora, o caso decide-se no tribunal, a expensas do erário público!

Teremos que colocar semáforos nas ondas ou, mais simplesmente, dar dois pares de estalos a estes beach boys de trazer por casa?

Avé César! Morituri te salutant!

Que seria de Portugal sem João César das Neves?

Provavelmente, um país melhor.

Quem é João César das Neves?

Um tipo que foi assessor económico de Cavaco Silva entre 1991 e 1995, é professor, doutor, mestre e tudo.

Aparece muitas vezes a dar opiniões na televisão, sempre encostado a uma prateleira com muitas livros desarrumados, o que dá sempre um ar de génio.

Desta vez, deu uma entrevista ao DN, onde diz coisas muito importantes e definitivas.

Primeira coisa importante e definitiva:

«Subir o salário mínimo é a melhor maneira de destruir a vida aos pobres»

Se dermos mais dinheiro aos pobres, eles vão gastá-lo em putas e vinho e César quer salvar os pobres da perdição. Quem não tem dinheiro, não tem vícios.

Segunda coisa importante e definitiva:

«É preciso é criar condições para que as pessoas possam terem os filhos que querem. Em Portugal, por razões ideológicas, promovemos os casamentos homossexuais, o aborto e outras coisas».

Se proibirmos os maricas de se casarem, talvez eles se ponham a fazer filhos. E outras coisas…

Terceira coisa importante e definitiva:

«Estamos a ter, de facto, um movimento de migração e tenho sido das poucas vozes a dizer que acho que isso é bom».

Quando todos os jovens credenciados tiverem emigrado, ficam cá só os velhos, a aturar o César, e isso vai ser bom.

Quarta coisa importante e definitiva:

«A maior parte dos pensionistas não são pobres e estão a fingir que são pobres!»

Ora aqui está um grande verdade! Um pensionista que se preze tem que ser pobre, carago! Por isso, toca a cortar nas pensões!

César diz muitas coisas nesta entrevista.

Se ele tivesse sido ministro durante todos estes anos, de certeza que não estaríamos em crise.

Pena que ele tenha sido só assessor de Cavaco entre 1991 e 1995…

cesar das neves (2)

 

Defeitos e virtudes

Bill de Blasio, o candidato democrata derrotou e esmagou o seu adversário republicano e vai ser, a partir de janeiro, o novo mayor de Nova Iorque.

O DN esclarece-nos, na primeira página, «quem é o homem que vai mandar em Nova Iorque: tem 52 anos, 1,95 m, uma mulher negra e ex-lésbica e dois filhos mulatos».

Se a mulher, além de negra e ex-lésbica, fosse também coxa e invisual, Bill de Blasio poderia ser Presidente dos EUA!…

Quanto tempo demora uma barata da China até aqui?

A notícia é já de segunda-feira passada mas fiquei à espera até agora.

E nada!

Na segunda-feira, o DN titulava: «Um milhão de baratas escapam de uma quinta».

E a notícia explicava: «pelo menos um milhão de baratas que se destinavam ao fabrico de remédios de medicina tradicional chinesa fugiram de uma quinta na China, depois de ter sido destruído o local onde se reproduziam».

A notícia causou-me perplexidade por vários motivos.

Em primeiro lugar, como sabem eles que fugiram um milhão de baratas?

Contaram as pernas e dividiram por seis?

Tinham as baratas numeradas e fizeram uma chamada, depois da fuga?

Depois, a perplexidade aumentou quando percebi que as baratas se destinavam ao fabrico de remédios de medicina tradicional chinesa.

Então os chineses tomam Ben-u-Ron feito de baratas?

Xaropes para a tosse à base de baratas?

Supositórios com baratas?

Um milhão de baratas, são muitas baratas.

Um milhão de baratas em fuga são uma verdadeira arma de destruição maciça!

Hoje é quinta-feira.

Passaram três dias e ainda não vi nenhuma barata chinesa.

Posso ficar descansado?…

Quem não tem cão…

Este título do Diário de Notícias de hoje, deixou-me curioso:

«Alerta para roubos com ferros de engomar».

Roubos com ferro de engomar?

Fui ler.

Parece que nos subúrbios da capital de Moçambique, existem grupos de bandoleiros que assaltam transeuntes, armados com ferros de engomar: ou passas para cá a massa, o relógio e o telemóvel ou levas com o ferro de engomar nos cornos!

Coisas do terceiro mundo.

Por cá, ainda havemos de ver assaltantes armados de Bimbys…

O estranho caso do locutor sequestrado

Se não fossem estas pequenas histórias que o Diário de Notícias publica, passávamos o verão submersos em swap e outras porcarias.

Eu resumo, para quem não compra o DN:

Estava António Augusto, muito descansadinho, na Rádio Horizonte, em Loures, onde é locutor, quando alguém tocou à campainha.

Augusto foi ver quem era.

Augusto estava sozinho na Rádio Horizonte…

Eram dois jovens açorianos que lhe encostaram uma arma ao corpo e o arrastaram até ao estúdio.

Aí chegados, os dois jovens obrigaram o locutor a ler uma mensagem aos microfones da Rádio Horizonte.

E o que dizia a mensagem.

É o Augusto que fala: «peguei no comunicado e li, mas não recordo de quase nada. Dizia que queriam mudar o mundo. Só somei as letras».

Além de ler a tal mensagem, Augusto foi ainda obrigado a por a tocar o cd “Unidos para mudar”, gravado por um grupo de músicos açorianos, há alguns anos, com o objectivo de angariar fundos para causas sociais.

Antes de ler o comunicado, e sob a ameaça da arma, Augusto telefonou para vários órgãos de informação, avisando que a Rádio Horizonte ia transmitir uma mensagem importante.

Foi um dos órgãos de comunicação (o DN não diz qual) que alertou as autoridades.

Um carro patrulha passou pela Rádio Horizonte e um agente da PSP toucou à campainha.

Um dos sequestradores veio abrir a porta e os agentes da PSP entraram e acabaram com o sequestro, algemando os dois jovens.

Acrescente-se que, afinal, a arma era falsa… e que o comunicado não chegou a ir para o ar porque o microfone estava desligado quando Augusto o leu!

Ditosa pátria que tais filhos teve…

Ah grande Marreta!

Marreta é o nosso boi preferido!

Depois de ter fugido, em Viana do Castelo, a caminho do matadouro, ei-lo a fugir novamente, agora da herdade onde tinha sido acolhido pelo movimento SOS Equino, após uma campanha de solidariedade que, através do Facebook, conseguiu angariar 1 378 euros para livrar o Marreta da morte.

Pobre e mal agradecido, o Marreta fugiu novamente.

Diz o Diário de Notícias (órgão oficial de todos os Marretas deste país), que o boi fugiu de uma quinta situada na Palhaça!

Na Palhaça!

Como é que Portugal quer ser levado a sério se continua a ter histórias destas nos jornais: um boi chamado Marreta que foge de uma quinta situada na Palhaça!

Nem a troika nos vale!

Exorcistas precisam-se!

O Diário de Notícias continua preocupado com a falta de exorcistas.

Já em maio passado, publicou um texto sobre esta temática candente (podemos recordá-lo aqui: http://www.coiso.net/?p=5477) e hoje volta à carga.

Continuamos com poucos exorcistas em Portugal e, pelos vistos, desde maio até agora, a Igreja não fez nada para resolver este problema do Demo.

No texto de hoje, intitulado “Não há exorcistas para acudir a todo os pedidos”, a jornalista Rita Carvalho começa por dizer: «Os poucos exorcistas que existem em Portugal não chegam para atender as muitas pessoas que se dirigem à Igreja à procura de resposta para os seus problemas espirituais».

E como sabemos se estamos possuídso pelo Demónio e se precisamos de ser exorcisados?

Pois a notícia de hoje dá-nos uma ajuda.

Numa pequena caixa, sob o título “Quando exorcizar”, explica tudo: «Consideram-se como sinais de possessão do demónio: dizer muitas palavras de língua desconhecida ou entender quem assim fala, revelar coisas distantes e ocultas, manifestar forças acima da sua idade ou condição natural».

Toma!

Mais à frente, dando voz ao padre Duarte Sousa Laura, a exercer o mister de exorcista em Lamego, a notícia acrescenta: «Muitas (pessoas) chegam em desespero, já passaram pelos médicos que não conseguiram diagnosticar o seu problema, já recorreram a tudo».

E o inefável senhor prior acrescenta: «As pessoas pedem ajuda a forças sobre-humanas, seja por boas intenções, como curar-se de uma doença, ou más, como fazer mal a alguém. Nos meios rurais, a expressão usada é recorrer a uma pessoa entendida, que faz trabalhos. Nas cidades, há coisas mais sofisticadas, como as bruxarias, ou os cursos de reiki».

O padre coloca o reiki ao nível da bruxaria e da charlatanice, o que é curioso, vindo de um exorcista que, como se sabe, é uma actividade altamente científica, bem alicerçada em provas laboratoriais aceites por toda a comunidade científica internacional.

A notícia termina, dizendo: «A crescente procura por parte das pessoas que se sentem atormentadas, tem levado outros países a apostar na formação de exorcistas».

Ainda recentemente foram anunciadas as vagas para o ensino superior e parece que, este ano, há menos 800 vagas do que no ano passado.

E que tal criar um curso superior de exorcismo e abrir logo 800 vagas?

Aqui fica uma sugestão para o ministro Nuno Crato.

Em conclusão: trogtu ghriii hnmrtadis jfldie sk..

Ó PÁ! QUERES VER QUE ESTOU A FICAR POSSUÍDO!

Eles andem aí!…

O Diário de Notícias publicou duas locais que me deixaram preocupado.

Muito.

Uma na sexta-feira, intitulada “Bispo denuncia roubo de hóstias para bruxaria”, e outra hoje, sob o título “Matadouro ao abandono é palco de rituais satânicos durante a noite”.

É que agora, que o Papa renunciou, estamos à mercê do Diabo!

Na primeira notícia é o bispo de Bragança e Miranda, D. José Cordeiro que diz: «estou muito preocupado com a profanação dos sacrários e os roubos das hóstias consagradas que ultimamente se têm verificado na minha diocese. E ao que me dizem, destinam-se a bruxaria».

Também fiquei preocupado, depois de ler estas declarações. É que não é um padreco qualquer que diz isto, mas sim um bispo, que é um daqueles padres mais importantes, que tem direito àqueles chapéus grandes, em bico, que dão uma solenidade completamente diferente à personagem.

Mas o país está assim tão mal que os ladrões já não se contentam em roubar carteiras, fios de ouro ou até arte sacra, e decidem fanar também hóstias?

Bolas – aquilo não passa de pão! Sem fermento, ainda por cima!

Diz a notícia que as hóstias roubadas são, depois, «vendidas a “bruxos” para a realização de missas negras. Aproveitam-se da ignorância das pessoas para prometerem curas milagrosas… (as hóstias) podem valer 250 euros e, caso tenham sido consagradas por um bispo, chegam a atingir 5 mil euros».

Mais preocupado fiquei!

Então, se os “bruxos” se “aproveitam da ignorância das pessoas”, por que raio se dão ao trabalho de roubar as hóstias?

Bastava que fabricassem as hóstias lá em casa e, depois, diziam aos ignorantes que eram hóstias consagradas pelo senhor bispo.

Quem acredita em bruxos papa qualquer hóstia!

E a notícia acrescenta que «A Espanha pode ser o destino de muitas hóstias furtadas».

Ora aí está todo o fulgor das nossas exportações!

No final, a notícia assusta-nos, ao dizer: «na vizinha diocese de Vila Real não se registaram furtos recentes, mas um padre local revela que detectou haver paroquianos que não engolem a hóstia para depois a poder utilizar em rituais».

Grandes sacanas!

Sugiro que os padres coloquem acólitos à porta da igreja a verificarem se os paroquianos engolem o corpo de Deus como deve ser, porra!

A segunda notícia chega-nos de Viseu e começa assim:

«O antigo matadouro de Viseu estará a ser utilizado para a prática de culto satânico. Na madrugada do passado dia 11, um grupo de pessoas, vestindo capas pretas e capuzes (sic) na cabeça, invadiu o espaço pintando nas paredes e3 no chão vários símbolos como pentagramas, símbolo evocatório do Diabo, e símbolos enoquianos entre outros desenhos.»

Medo!

Ora e quem descobriu esta cena diabólica?

Voltemos à notícia:

«O alerta é dado por um jovem de 22 anos que, na altura, passou no local e assistiu aos estranhos acontecimentos. “Regressava a casa depois de estar com uns amigos e, pelas três da manhã, ao circular junto ao antigo matadouro, reparei nuns focos de luz em movimento no interior. Abrandei e, mais à frente, vi um grupo de pessoas de capas pretas a entrar”, conta Artur Costa.

De início ainda pensou que no interior do matadouro estavam toxicodependentes ou marginais, mas quando viu várias figuras negro ficou na dúvida».

Compreende-se… o jovem Artur Costa, ao ver uns tipos vestidos de negro, ficou na dúvida se eram toxicodependentes, marginais ou servos do Diabo. Como se sabe, tanto uns como outros, gostam de se vestir de preto, sobretudo os seguidores de Lúcifer que consomem cocaína, por exemplo…

Ao jovem Artur não lhe ocorreu que poderia ser um grupo de foliões mascarados, já que era segunda-feira de Carnaval…

O mais curioso é que o jornalista (Alfredo Teixeira) não se importa nada em divulgar a fonte da notícia e pespega com o nome do jovem, só faltando dizer onde ele mora e qual é a matrícula do seu carro.

E acrescenta:

«Artur Costa parece ter sido o único a detectar estas práticas no interior do antigo matadouro, uma vez que a população que reside nas proximidades nunca se apercebeu de nada de estranho no edifício.»

Mas o jovem, que deve ser um perito na matéria, está preocupado e relembra que, em 2010, «uma situação foi denunciada na localidade de Ranhados, envolvendo a prática de bruxaria no cemitério local. Foram encontradas várias galinhas pretas mortas, encima (sic) de panos pretos, velas, caixas de fósforos e uma garrafa de whisky».

Aqui, mijei-me a rir!

Com que então, os servos de Satanás gostam da pinga!

E afinal, o que pretende Artur Costa?

«O que eu pretendo é chamar a atenção para este problema, não tanto pelo culto que foi realizado ali, mas para o facto de qualquer pessoa poder entrar ali. Pode acontecer mesmo alguma tragédia caso desperte a atenção de crianças».

Quer-me parecer que estas duas notícias estão relacionadas.

Não que eu pense que as hóstias roubadas em Bragança sejam, depois, usadas em rituais satânicos no matadouro de Viseu.

O que eu acho é que está tudo doido, o jornalista Alfredo Teixeira, o jovem Artur Costa e o até o bispo de Bragança e Miranda!