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Nada de extrapolações!
Um simpático adepto do Benfica entrou em campo, em Guimarães, para recepcionar uma camisola que um jogador lhe queria fazer o obséquio.
Um intrépido agente da autoridade achou que aquele gesto era um acto criminoso, uma vez que não é legal enveredar pelo terreno do jogo, ultrapassando as quatro linhas, a menos que se seja intérprete do jogo.
Vai daí, o intrépido agente atirou-se ao adepto, interceptando-o, no que foi auxiliado por outros agentes, igualmente intrépidos.
Jorge Jesus não gostou dessa atitude e tentou interditar a acção dos agentes de autoridade, interpusendo-se entre eles e o adepto, colocando até a sua integridade corporal em jogo – diz-se que até perdeu o relógio na refrega.
Ora, toda a gente sabe que as autoridades não gostam de ser postas em contrariedade e ficaram um pouco aturdidas com a atitude do treinador do Benfica, pelo que o acusaram de agressão e resistência.
Felizmente, Jorge Jesus tem um excelso advogado, de seu nome, Miguel Henrique, que já veio amansar os adeptos, dizendo que os incidentes “estão a ser extrapolados” – do verbo “extrapolar” («tirar uma conclusão com base em dados reduzidos ou limitados», segundo os dicionários).
E para quem acha que o advogado não foi suficientemente explicitado, ele acrescentou: que os incidentes tiveram origem “num conjunto de situações de algo que se queria como uma coisa boa – uma festa no final do jogo – e que se transformou noutra coisa menos positiva”.
É assim como quando a gente vai para uma grande jantarada e acaba a vomitar o resto da noite!
Cada treinador tem o advogado que merece…
Quem quer festinhas deste careca?
Esse grande sintrense que, agora, afinal, diz que é um alfacinha de gema, explicou qual é a grande diferença entre a sua candidatura e a de António Costa: a ternura!
Com efeito, Fernando Seara afirmou que é a «dedicação í s pequenas coisas» que o distingue de Costa e prometeu que, caso seja eleito, vai «dar afecto í s pessoas».
Portanto, já sabe: se vive em Lisboa e se tiver o azar de passar a ter Seara como presidente da Câmara, prepare-se para ser lambuzado de beijinhos, afogado em festinhas e asfixiado com abracinhos deste simpático careca.
Recém-separado da sua esposa Judite, Seara deve estar carente e vai vingar-se nos munícipes da capital.
Coitados! Não queria estar na vossa pele!…
Nota: A toponímia é uma das características autárquicas. Portanto, Costa como candidato a Lisboa, está correcto – agora, o Seara, devia ser candidato em Beja, por exemplo…
Relvas Olímpico
Há pessoas que têm o seu lugar garantido no Olimpo.
São deuses na Terra.
Concedem-nos o privilégio de viverem entre nós e depois, a certa altura, elevam-se para a Casa dos Deuses.
Miguel Relvas é uma dessas pessoas.
Fez um curso superior com rapidez e equivalências, transformou um jovem e banal social-democrata num primeiro-ministro banal, acabou com freguesias de que ninguém sabe o nome e quase privatizou a RTP.
Com este brilhante currículo era natural que fosse chamado para um grande cargo, onde pudesse brilhar condignamente.
E finalmente, isso aconteceu!
Miguel Relvas foi nomeado Alto-Comissário da Casa Olímpica da Língua Portuguesa.
Não um comissário baixo ou de altura média, não! Um Alto-Comissário!
É o próprio Relvas que dá a notícia, através de comunicado, que parece um discurso de Passos Coelho (por que será?).
Diz ele: «Como condições prévias, exijo fazê-lo a título não oneroso e geograficamente abrangente, isto é, englobando, nas realidades culturais a promover, além dos países que têm comités olímpicos, aqueles territórios que, fazendo parte de outros países soberanos, têm com a cultura portuguesa uma conexão forte e associações que perseguem os mesmos fins que os comités olímpicos nacionais”.
Perceberam?
Eu não.
Enfim, a Casa Olímpica, de quem Relvas será Alto-Comissário fica no Rio de Janeiro e o homem terá como responsabilidade, «promover a língua portuguesa».
Estamos tramados!