Há pessoas que têm o seu lugar garantido no Olimpo.
São deuses na Terra.
Concedem-nos o privilégio de viverem entre nós e depois, a certa altura, elevam-se para a Casa dos Deuses.
Miguel Relvas é uma dessas pessoas.
Fez um curso superior com rapidez e equivalências, transformou um jovem e banal social-democrata num primeiro-ministro banal, acabou com freguesias de que ninguém sabe o nome e quase privatizou a RTP.
Com este brilhante currículo era natural que fosse chamado para um grande cargo, onde pudesse brilhar condignamente.
E finalmente, isso aconteceu!
Miguel Relvas foi nomeado Alto-Comissário da Casa Olímpica da Língua Portuguesa.
Não um comissário baixo ou de altura média, não! Um Alto-Comissário!
É o próprio Relvas que dá a notícia, através de comunicado, que parece um discurso de Passos Coelho (por que será?).
Diz ele: «Como condições prévias, exijo fazê-lo a título não oneroso e geograficamente abrangente, isto é, englobando, nas realidades culturais a promover, além dos países que têm comités olímpicos, aqueles territórios que, fazendo parte de outros países soberanos, têm com a cultura portuguesa uma conexão forte e associações que perseguem os mesmos fins que os comités olímpicos nacionais”.
Perceberam?
Eu não.
Enfim, a Casa Olímpica, de quem Relvas será Alto-Comissário fica no Rio de Janeiro e o homem terá como responsabilidade, «promover a língua portuguesa».
Estamos tramados!
Quanto é que ele irá ganhar?
Os manifestantes qualquer dia ainda o descobrem e acaba por ser corrido do Brasil.