Menezes e o homicídio pessoal

Luís Filipe Menezes é médico pediatra.

Penso que não exerce porque, em 1987, dez anos depois de se formar, foi eleito deputado pelo PSD e, entre 1997 e 2013, foi presidente da Câmara de Vila Nova de Gaia.

Não lhe deve ter sobrado tempo para tratar de criancinhas.

Ainda bem para elas.

Agora que já não é presidente de coisa nenhuma, surgem notícias de que poderá ter enriquecido ilicitamente.

Parece que é qualquer coisa relacionada com lixo, mas isso também não é importante.

O que importa é a reacção de Menezes.

Na sua página no Facebook, Menezes diz que está a ser «sujeito a um ataque de homicídio pessoal e político inacreditável».

Esta frase do autarca pediatra faz supor que existem homicídios impessoais.

No fundo, deve ser uma espécie de homicídio involuntário; isto é, um tipo dá um tiro para o ar e a bala atinge uma senhora que está a sacudir os tapetes à varanda. Trata-se de um homicídio impessoal.

No caso de Menezes, a coisa é mais direccionada: a ideia é mesmo matar o homem, pelo que é um homicídio pessoal.

Menezes, além de pediatra e autarca, mostra ser, também, um profundo conhecedor da língua portuguesa.

Obrigado, Luís Filipe!

Quem quer festinhas deste careca?

searaEsse grande sintrense que, agora, afinal, diz que é um alfacinha de gema, explicou qual é a grande diferença entre a sua candidatura e a de António Costa: a ternura!

Com efeito, Fernando Seara afirmou que é a «dedicação às pequenas coisas» que o distingue de Costa e prometeu que, caso seja eleito, vai «dar afecto às pessoas».

Portanto, já sabe: se vive em Lisboa e se tiver o azar de passar a ter Seara como presidente da Câmara, prepare-se para ser lambuzado de beijinhos, afogado em festinhas e asfixiado com abracinhos deste simpático careca.

Recém-separado da sua esposa Judite, Seara deve estar carente e vai vingar-se nos munícipes da capital.

Coitados! Não queria estar na vossa pele!…

Nota: A toponímia é uma das características autárquicas. Portanto, Costa como candidato a Lisboa, está correcto – agora, o Seara, devia ser candidato em Beja, por exemplo…

Em Almada, voto no Bulhão!

Não, não é confusão: em Almada, voto no Bulhão!

Voto no Domingos Bulhão, candidato do PCTP/MRPP, para presidente da Câmara!

Porquê?

Ora vejam…

bulhao

 

É irresistível!

Eu sou do tempo em que se dizia que devíamos apoiar o MRPP, em vez do PCP, porque tinha mais Lenine…

E, olhando para este candidato, é inevitável pensarmos em Lenine… e no Bulhão Pato, que também era desta zona (nasceu no Monte de Caparica).

E vou votar nele por 5 razões fundamentais:

1º – Gosto do bigode

2º – Gosto do sorriso franco

3º – Escolheu Cacilhas como cenário para a foto

4º – Não esqueceu o pórtico da Lisnave

5º – Não se importa de se candidatar por um partido que teima em Reorganizar o Partido do Proletariado desde 1970!

Força Bulhão!

Bulhão amigo, Almada está contigo – e as ameijoas, também!

O bode respiratório

nunocardosoPara quem já não se lembra: Nuno Cardoso é aquele senhor longilíneo, com um problema qualquer na respiração, que foi presidente da Câmara do Porto, entre 1999 e 2001.

Em 2001, Cardoso assinou um despacho em que perdoou uma coima ao Boavista, aplicada pela Polícia Municipal do Porto, por o clube ter efectuado obras, sem licença, nas imediações do estádio do Bessa.

Esta história acabou por ser divulgada, no âmbito do Apito Dourado.

Por ter perdoado essa dívida, Nuno Cardoso foi agora condenado a 3 anos de prisão, com pena suspensa.

Não deixa de ser irónico que Cardoso seja o primeiro e, até agora, único, autarca e/ou figura pública a ser condenado no âmbito do Apito Dourado.

Com aquela deficiência respiratória que lhe é característica, Cardoso explicou aos jornalistas que não sabe como é que a sua assinatura foi parar àquele despacho e acrescentou estar mais preocupado com a justiça divina do que com a justiça dos homens.

Assim sendo, e depois de se ter remetido ao silêncio nos últimos 8 anos, agora que foi condenado a 3 anos de prisão, Cardoso promete regressar à política!

E eu acho muito bem!

Por que carga de água é que Valentim Loureiro, Fátima Felgueiras, Isaltino Morais e outros eminentes autarcas preparam as respectivas re-eleições, apesar de estarem acusados de dezenas de crimes, e Nuno Cardoso, por causa de uma merda de um despacho que lhe vale 3 anos de prisão, não há-de regressar à política?!

Por que raio é que ele, como diria Jorge Jesus, há-de ser o bode respiratório do processo Apito Dourado?

Força, Nuno!

Autarcas condenados (ou suspeitos) unidos, jamais serão vencidos!