Não seja racista!
Não discrimine as outras etnias!
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Não seja racista!
Não discrimine as outras etnias!
Eu gosto muito das campanhas eleitorais.
É graças a elas que vemos como os políticos afagam criancinhas, beijam peixeiras, deambulam por mercados e feiras, distribuem canetas e bonés, conversam com senhoras í janela, acenam, cumprimentam e abraçam.
Se não fosse a actual campanha eleitoral, ficaríamos sem conhecer aquele simpático senhor do Partido da Vida que, se for eleito para Bruxelas, quer realizar um novo referendo sobre o aborto em Portugal, ou o outro senhor, não menos simpático, do Partido dos Animais, que andou a distribuir sementes biológicas na Feira da Ladra.
E foi também a campanha que nos mostrou Marinho Pinto, como candidato do Movimento Partido da Terra, a perorar contra a política-espectáculo e a meter-se, depois num side-car, a caminho de Sintra. Espectáculo!
E o candidato do MRPP e o seu chefe, Garcia Pereira, que querem sair do euro quando, basta olhar para a cara e para o penteado deles, para perceber que nunca entraram no euro e que continuam a pagar as despesas em escudos!
Aquele rapazinho alto que se está a tornar no humorista oficial do regime, o Ricardo Araújo Pereira, também parece gostar de campanhas eleitorais e decidiu entrar nesta, apoiando o Partido Livre. Humor puro!…
Jerónimo de Sousa, por seu lado, explicou muito bem, ontem, quem é que a CDU quer nas suas fileiras. Referindo-se ao secretário de Estado Carlos Moedas, chamou-lhe “fraca figura”, mostrando que, na CDU, só os verdadeiros machos, ombros largos, patilhas grossas, têm direito a entrar. Vais longe, Jerónimo!
O Bloco escolheu a palavra de ordem “De pé!” (ó vítimas da fome?), mas a Marisa está rouca e as vítimas não ouvem…
O PS balança entre Seguro e Sócrates, com um Assis muito suado e um Capucho envergonhado… e o Soares nem foi convidado…
O PSD tem um Rangel que já foi de peso mas que, agora, 40 kg a menos, usa suspensórios e quase caiu da bicicleta abaixo, lá para os lados de Aveiro, com o Nuno Melo sempre atrás, armado em Clooney barato, beijando viúvas velhas e casadas obesas.
E a Carmelinda Pereira?…
A Carmelinda Pereira é bem o símbolo destas eleições, nas escadas do Parlamento, com dois ou três apaniguados, afirmando que quer ser eleita para sair da União Europeia.
Se a Carmelinda nunca para lá entrou por que se dá ao trabalho de lutar para de lá sair?
É por estas e por outras que cada vez gosto mais das campanhas eleitorais…
A troika foi-se embora hoje.
Oficialmente.
Tenho pena.
Graças í troika, conseguimos coisas que nunca sonháramos conseguir!
Foi graças í troika que batemos o recorde do desemprego e é sempre bonito bater recordes.
Foi graças í troika que muitos dos nosso jovens foram conhecer cidades com Glasgow, Montpelier ou Birmingham, e locais maravilhosos como os Alpes suíços. E por lá ficaram… Nunca o Manuel, o Joaquim ou a Tânia pensariam em viajar para tais sítios se não fossem estimulados pela troika.
Foi também graças í troika que os nossos velhotes tiveram que se mexer, em vez de ficarem amarrados aos bancos de jardim a jogar sueca. É vê-los agora a fazer ganchinhos, fretes e partaimes, para compor a reforma.
É por isso que vamos sentir saudades da troika, do primeiro egípcio com ausência de cabelos no couro cabeludo até ao último troikano, o indiano Subir Lall (não será antes Descer Lol?).
Forbrydelsen é uma série televisiva dinamarquesa, criada por Soren Sveistrup e que já vai na 4ª temporada.
A 3ª temporada passou recentemente no AXN Black, gravei-a e tenho estado a ver, í velocidade de um episódio por noite, para fazer render o peixe, porque a vontade é ver os episódios todos de seguida.
Nunca pensei que pudesse gostar de uma série policial dinamarquesa, depois de todas as séries norte-americanas que já papei.
A principal personagem é uma desconcertante Sarah Lund (interpretada por Sofie Grabol), inspectora da polícia de Copenhaga; desconcertante porque é a perfeita anti-heroína. Surge sempre com os cabelos desgrenhados, sem maquilhagem, de jeans e faz os dez episódios da temporada com duas ou três camisolas de lã. Tem uma vida particular destroçada, mora num apartamento minúsculo, desarrumado, desconfortável, escuro e quase sem mobília. Acho que nunca a vi rir.
As histórias de Forbrydelsen são complexas, envolvendo, para além de assassínios e/ou raptos e/ou violações, uma intrincada teia política com relações também complicadas com empresas e empresários.
Num momento em que o Cavaco se farta de apelar ao compromisso entre os principais partidos políticos, dando, como exemplo, a maior parte das democracias europeias, é curioso ver, neste série, como é que os três ou quatro principais partidos dinamarqueses se chantageiam, subornam, aldrabam, para conseguir alianças pré e post-eleitorais. E como são perigosas as relações entre alguns elementos desses partidos e os grandes empresários e como, por vezes, as suas acções roçam a criminalidade.
Para complicar tudo isto, as tensão sociais também são abordadas pela série, com inclusão, por exemplo, do fenómeno da imigração.
Sarah Lund move-se no meio desta teia complicada com aparente dificuldade; não se socorre de alta tecnologia, tipo CSI, para chegar onde quer. Vai andando, de pista em pista, socorrendo-se da sua intuição e de ser capaz de estar atenta a pequenos pormenores que passam despercebidos a outros.
Aconselho.
O pirilampo mágico é um boneco de peluche que há mais de 25 anos se vende para angariar fundos que são, depois, canalizados para as CERCI.
Objectivo meritório. Nada a dizer. Quase todos os anos contribuo.
Mas ao ver a Sra. D. Maria Cavaco Silva associada ao lançamento da campanha deste ano do pirilampo mágico, não resisto a associar o boneco de peluche ao nosso presidente da República.
Cavaco Silva é, com efeito, um verdadeiro pirilampo mágico!
Primeiro ministro durante 10 anos e presidente da República durante outra década, Silva conseguiu passar entre os pingos da chuva e ser eleito e reeleito como se não tivesse nada a ver com porra nenhuma.
Se isto não é digno de um pirilampo mágico!…
Depois de ter lido Os Alferes, li agora este A Liberdade de Pátio, mais um livro de contos do Mário de Carvalho.
O livro tem três partes: Névoas, que inclui os contos A Cabeça de Mânlio e A Liberdade de Pátio; Esgares, que inclui Os caminhos do Sucesso, A Força do Destino e O Passe Social; e Vincos, que inclui Vacilação e As Estátuas de Sal.
Todas as histórias merecem uma leitura atenta, sobretudo as da série Esgares.
Mário de Carvalho possui um humor fino e uma escrita rica e variada, utilizando muitas vezes vocábulos pouco usuais, como neste exemplo:
«Exíguas sevandijas nocturnas varejavam as sombras e refastelavam-se no seu corpo fatigado.»
Os Caminhos do Sucesso é uma história muito bem esgalhada, contada por um juiz numa roda de amigos e, í s tantas, estamos tão embrenhados na história como se fizéssemos parte dessa roda.
Os amigos vieram visitar o juiz, que estava enfermo e «viera um médico, fizeram observações carrancudas, ordenara resmas de análises e exames, escriturara rores e rores de remédios, com palestras miudinhas a cada um, e deixara o juiz muito satisfeito e aliviado por se ter, enfim, ido embora.»
Mais í frente, referindo-se ao povo inglês, o juiz há-de dizer:
«Como é que um povo que conheceu tardiamente o chá e o garfo, que bebe vinho do Porto fora do Natal, que tem o palato habituado ao rosbife, que ainda não se reconciliou com o alho e tolera os kebabs, arriscando sérias degenerescências das glândulas pitutitárias, haveria de acostumar ao caldo verde?»
Muito bom!
Afinal, a GNR já não vai para a República Centro Africana.
O ministro da Administração Interna, Miguel Macedo chegou a dizer que todos aquelas manobras nos armazéns abandonados da Trafaria eram coisas banais no treino da GNR, mas acabou por admitir que o Secretário-Geral da ONU, Ban Ki-moon pediu a Passos Coelho que Portugal enviasse uma unidade da GNR para aquele país africano.
Miguel Macedo acrescentou que, depois de muito ponderar, o Governo tinha decidido que enviaria uma equipa da Força Aérea, em vez da GNR, porque havia pouco tempo para organizar as coisas.
Pouco tempo?
Então não era só enfiar meia-dúzia de carregadores na mochila, meter a metralhadora í s costas e zarpar?
Estranho…
Mas hoje, tudo ficou esclarecido com este título do DN:
« Noventa militares, vinte cavalos e dez cães procuram assassino fugitivo»
Aí está para que serviram os treinos na Trafaria: a GNR faz um manguito a Ban Ki-moon porque tem que dar caça ao Baltazar, o “monstro de S. João da Pesqueira”.
Qual Boeing desaparecido na imensidão do Pacífico, Baltazar matou duas mulheres, feriu outras duas e pisgou-se, embrenhando-se nos olivais e vinhedos e nunca mais ninguém o viu, já lá vai mais de uma semana!
Claro que a GNR não podia dispensar homens para a República Centro Africana quando te, em pleno território nacional, um perigoso assassino í solta, assassino que até se dá ao luxo de comprar pão nas barbas da polícia, sem que ninguém o apanhe, nem o padeiro!
Mas fico na dúvida: noventa militares, vinte cavalos e dez cães serão suficientes?
Foi com surpresa que li a notícia no Negócios on line: “Governo aponta Lobo Xavier e Alberto da Ponte para grupo de trabalho sobre gastronomia”
Pois é: parece que o Governo, através daquele ministro com mau aspecto, o Poiares Maduro, que me faz lembrar eu próprio, em 1974-75, nomeou, finalmente, um grupo de trabalho dedicado aos morfos.
Diz a notícia: «os onze elementos têm meio ano para apresentar medidas concretas, com avaliação dos respectivos custos, para a divulgação da gastronomia portuguesa através das actividades oficiais do Estado, apresentadas como “…importantíssimas montras de Portugal no estrangeiro”. Membros do grupo não serão remunerados.»
E o texto acrescenta: «o advogado e ex-deputado do CDS é um dos onze elementos da lista que integra também o presidente da RTP, Alberto da Ponte, e que será coordenada pelo gastrónomo José Bento dos Santos, autor de vários programas televisivos, proprietário do projecto vitivinícola Quinta do Monte d”™Oiro, em Alenquer, e que nos anos 1980 fundou a “…broker” de metais Quimimbro, ao lado de Eduardo Catroga.»
E foi isto que me deixou fodido! Eu, que tenho andado por esse Portugal fora a provar a gastronomia toda, que ainda na semana passada comi um empadão de porco em S. João da Pesqueira, um riódão de vitela em Vila Nova de Foz Cí´a, uns filetes de polvo com arroz de feijão em Trancoso, fico aqui em casa, sossegadinho e esses gajos, que só comem bifes e bitoques, são chamados para grupos de trabalho gasgtronómicos.
Maricas de merda!
Eu só conhecia um coelho que fala: Bugs Bunny.
Sou fã.
Quando o Bugs Bunny pergunta what’s up doc?, roendo a cenoura, consegue arrancar-me sempre um sorriso.
Mas agora conheço outro coelho que fala: Passos Coelho.
E também tem muita graça, este coelho.
Ontem, perante uma plateia de jovens dirigentes associativos, Coelho disse “a democracia e a liberdade têm de ser regadas com muito cuidado todos os dias”.
Que grande porra!
Só li esta notícia agora e penso que já é tarde para ir regar a democracia e a liberdade hoje… Vão secar, coitadas…
Mas Coelho disse mais.
Numa curta declaração, nos jardins de S. Bento, apelou í participação dos mais novos nas comemorações do 25 de Abril, para que não fiquem a “cheirar a bafio”.
E aqui fiquei confuso.
É que se regarmos a democracia e a liberdade todos os dias, com a humidade que tem estado, é certo e sabido que vão começar a cheirar a bafio.
Teremos, então, uma democracia e uma liberdade com bolor.
Em que ficamos, Coelho: regamos a coisa e ela fica a cheira a bafio, ou não regamos e a coisa seca?
Estás frito, Coelho…
São apenas números?
1. Partos em casa em 1974 – 66%; em 2012 – 0,7%
2. Percentagem de mulheres no total de doutoramentos em 1974 – 12,6%; em 2013 – 54,1%
3. Estudantes do ensino superior em 1970 – 49 375; em 2011 – 1 244 742
4. Alunos no ensino secundário em 1970 – 43 653; em 2013 – 411 238
5. Taxa de analfabetismo em 1970 – 25,7%; em 2011 – 5,2%
6. Mulheres no mercado de trabalho em 1974 – 1 540 500; em 2013 – 2 565 100
7. Habitações com água canalizada em 1970 – 50,4%; em 2011 – 73,2%
8. Esperança média de vida em 1974 – 68,2 anos; em 2011 – 79,8
9. Taxa de mortalidade infantil em 1970 – 37,9 crianças morriam por cada mil que nasciam; em 2013 – 3,4
E ainda acham que isto está muito pior?…