Não atires o gato da varanda, Diogo!

Indignação geral!

Um livro de Físico-Química propõe aos alunos do secundário, o seguinte problema:

«O Diogo largou um gato da varanda do seu quarto a 5 m do solo. Sabendo que o gato tem de massa 4 kg indica qual a intensidade da força aplicada ao gato durante a queda.»

Ficaram todos muito preocupados com o gato, coitadinho!

Parece que os “setí´res” estão a incitar os putos a atirarem com os gatos da varanda abaixo.

Opção errada, sem dúvida!

Proponho duas subtis mudanças no enunciado do problema.

Substituam 4 kg por 80 kg e troquem gato por Passos Coelho e tudo fará sentido…

E, já agora, como diz o Pedro Couto e Santos: não acham 5 metros pouco, para um Passos Coelho?

O Nobel para Rita, já

Rita Redshoes é uma menina que canta e até já editou alguns discos de música pop, cantada em inglês (daí o apelido, que Sapatos Vermelhos soaria foleiro…)

Não satisfeita com a música, decidiu, também, escrever um livro.

Pior: decidiu publicar um livro!

rita redshoesChama-se “Sonhos de uma Rapariga Quase Normal” (edição Guerra & Paz) e o Diário de Notícias dedica-lhe, hoje, uma página inteira, com chamada de primeira página.

E essa chamada diz: «Passos Coelho pediu a Rita em casamento. E ela disse que sim».

A acompanhar esta frase bombástica, uma foto da menina, ocupando um quarto da primeira página do jornal.

Que se passa, afinal?

Afinal, foi simplesmente um sonho da Ritinha.

Pois a Ritinha lembrou-se de tomar nota dos seus sonhos e, não satisfeita com isso, vertê-los para livro e publicá-los!

Que ideia genial!

Vale a pena transcrever a prosa transcendente do livro da Rita.

«Boa tarde. Peço desculpa por incomodar, mas há coisas na vida inexplicáveis, encontros, certezas… e uma dessas coisas aconteceu-me agora mesmo quando a vi entrar. Rita, aceitas ser minha noiva?, pergunta-lhe o primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho. “Sim”, responde-lhe Rita Redshoes. “Eu respondi sim! Sim… e até mesmo no próprio sonho me lembro de ter pensado que estava completamente louca”, escreve a artista, contando o que se passou na noite de 15 para 16 de fevereiro de 2014».

Felizmente, a Rita conta no livro que também sonhou com António Costa, e assim a Oposição não fica zangada…

O artigo não especifica se Rita é suficientemente democrática para ter sonhado, também, com Paulo Portas, Catarina Martins, Jerónimo de Sousa e Garcia Pereira, mas ficamos a saber que sonhou com Pinto da Costa, Obama, Maria Callas e José Rodrigues dos Santos.

Confesso que fiquei com curiosidade, não para saber o conteúdo desses sonhos, para para saber o que levou o Diário de Notícias a publicar isto, ainda por cima, no suplemento Mais Artes.

Depois da biografia em que revela que Portas se demitiu por sms, só faltava a Passos Coelho um livro de uma jovem cantora que confessa que, pelo menos simbolicamente, desejava casar com ele.

Claro que o Freud poderia explicar isto, se valesse a pena.

Não vale.

Novo accordo ortográphyco

Entrou ontem em vigor o Novo Acordo Ortográfico e apeteceu-me ser ordinário e pedir aos autores que o metessem no cu.

Mas depois, fiquei com dúvidas: com o novo acordo, cu leva acento?

Eu sei que “heroico”, por exemplo, perdeu o acento mas, sendo cu, em si mesmo, um assento, não precisará de um?

O acento circunflexo mantém-se em “pí´de”, para distinguir de “pode” e em “pí´r”, para distinguir de “por”.

Então porque desaparece o acento em “pára”, para distinguir de “para”?

O Benfica vai ter que mandar fazer novas t-shirts, corrigindo a frase “Ninguém pára o Benfica”.

Mas “ninguém para o Benfica” quer dizer outra coisa completamente diferente!

E tenho mais dúvidas.

Dizem-me que as consoantes mudas desaparecem.

Não será discriminação?

O mudo é alguém que tem uma deficiência – não devia ser apoiado?

Por exemplo: actor passa a ator.

Aceita-se.

Agora, não me parece bem que espectadores passe a espetadores.

Quer dizer: deixa de ser um conjunto de pessoas que assistem a algum espectáculo e passam a ser um grupo de tipos que espetam.

Aliás, o próprio espectáculo passa a espetáculo, uma espécie de evento onde se espeta algo.

E a recepção, que perde o pê e fica receção; não se confundirá com recessão?

Passaremos a ver, nos serviços públicos, cartazes dizendo “Dirija-se í  recessão e tire uma senha”?

E as incongruências?

Egipto, o país, passa a chamar-se Egito, mas os seus habitantes continuam egípcios.

Ora se o pê cai no país, devia também cair nos habitantes, que passariam a ser os egícios.

Além disso, se as consoantes mudas caem, não deveríamos passar a escrever “omem”, “umano”, “ipismo” e “ipnótico”, por exemplo?

Outra coisa que cai são os hífens, o que nos vai obrigar a gastar muitos ésses: em minissaia, lombossagrada, anglossaxónica…

Os defensores desta Coisa, dão sempre como exemplo a palavra “pharmácia”, que assim se escrevia antes do acordo de 1942. E dizem, aos que atacam o novo acordo que, caso queiram, podem continuar a escrever farmácia com “ph”.

Eu não quero continua a escrever “pharmácia”, mas também não quero escrever “ótimo” nem “batismo”.

E, por favor, não me ponham a escrever pênis!

Pénis nunca há de ser circunflexo!

Culinária regimental

Notícia do DN:

«Francisco Banha, o antigo responsável pelas finanças da Tecnoforma – a empresa que, em tempos, foi  gerida por Passos Coelho,foi agora contratado por Francisco Nogueira Leite, presidente da Parvalorem, a empresa sob a alçada do Estado que gere as dívidas do BPN que não transitaram para o Banco BIC.”

Coelho, Leite e Banha…

Cozinhado perfeito!

“O Mundo Ardente”, de Siri Hustved (2014)

1150733bSiri Hustved (Minnesota, 2014) é autora, até agora, de cinco romances, um livro de poesia, dois livros de ensaios e mais umas quantas obras de não-ficção, mas acaba muitas vezes por ser conhecida pelo facto de estar casada com Paul Auster…

Talvez por isso, tenha escolhido este tema para o seu último romance.

mundo ardenteThe Blazing World é sobre Harriet Burden, uma artista-performer nova-iorquina, mais conhecida por ser a mulher de um marchant famoso.

Para que as suas obras fossem reconhecidas, Harriet pediu sucessivamente a três homens para assinarem por ela, como se fossem eles os autores – e as três exposições que daí nasceram foram sempre um sucesso. E Harriet sempre acreditou que tal só era possível porque os autores eram homens; se os críticos soubessem que a autoria das obras pertencia a uma mulher, tudo passaria despercebido.

E, de facto, é difícil recordarmo-nos de pintoras, escultoras, artistas plásticas em geral, do sexo feminino.

O Mundo Ardente, formalmente, é diferente do habitual: cada capítulo é um testemunho escrito, ou uma entrevista de alguém que conheceu e conviveu com Harriet ou, então, pedaços dos muitos cadernos que Harriet escreveu. E a pouco e pouco vamos construindo o puzzle da vida de Harriet.

Uma obra interessante, embora o mundo das artes plásticas, as suas guerras e tricas, que me parecem muito nova-iorquinas, esteja um pouco longe dos meus interesses.

Cavaco ao mar!

Cavaco visitou a terra do bacalhau.

Com aquele ar sério de quem nunca se engana e raramente tem dúvidas, fartou-se de falar na importância do mar para a economia de Portugal.

A Noruega é o país líder na aquacultura e o sector das pescas mantém-se como um dos mais importantes do país, ao contrário do que acontece por cá, muito graças ao primeiro-ministro Cavaco Silva, que negociou com a União Europeia a destruição das nossas pescas.

Mas Cavaco Silva, presidente da República desconhece o que fez Cavaco Silva primeiro-ministro, e propõe que o próximo governo tenha mesmo uma Ministério do Mar.

E é aqui que entra o bacalhau: tão seco como o nosso Presidente…

cavaco bacalhau

 

Dias Loureiro – um herói do nosso tempo

Finalmente, a justiça foi feita!

Dias Loureiro, esse grande símbolo da transparência nos negócios, nomeadamente no que respeita ao BPN, foi reabilitado perante a opinião pública, pela voz do nosso formidável primeiro-ministro.

Quando visitava Aguiar da Beira, terra natal do Sr. Dias, Coelho disse:

“(Dias Loureiro) conheceu mundo, é um empresário bem-sucedido, viu muitas coisas por este mundo fora e sabe, como algumas pessoas em Portugal sabem também, que se nós queremos vencer na vida, se queremos ter uma economia desenvolvida, pujante, temos de ser exigentes, metódicos”

dias loureiroPortanto, se queremos vencer na vida, o que temos que fazer é, em primeiro lugar, estar no Partido certo, depois, conseguir ser ministro, cultivar as amizades certas e, depois de sair do Governo, continuar a ser tratado por “monsieur, le ministre”, nomeadamente em Marrocos, onde conseguiremos, desse modo, um grande negócio de fornecimento de água, graças ao qual poderemos ganhar o nosso primeiro milhão.

Depois, é só comprar acções de um banco, tipo BPN, a um preço muito em conta, e, quando rebenta a bernarda, não ter mais do que 5 mil euros na nossa conta.

Temos que ser metódicos, como diz o Coelho.

E por isso, os imóveis e outros bens estarão, sempre, em nome de familiares – mas isso é crime?

Não, é exigência.

Dias Loureiro, segundo Passos Coelho, viu mundo.

Nós, quando muito, vemos Braga por um canudo.

As perguntas do PSD (e as respostas do PS)

Factos: o PS apresentou um cenário macroeconómico para os próximos 10 anos, da autoria de uma equipa de economistas chefiada por um tipo chamado Centeno.

O PSD não acreditou no cenário e decidiu fazer algumas perguntas ao PS, no sentido de esclarecer as coisas.

Eis algumas dessas perguntas e respectivas respostas.

PSD – Há alguma relação entre Centeno e Milenium?

PS – O Centeno é 1/10 avos do milénio; estudem as fracções porra!

PSD – Onde é que a Maria de Belém compra a roupa? Na secção infantil da Zara?

PS – Não: no mesmo sítio onde o Marco António Costa compra os óculos.

PSD – O Mário Soares toma comprimidos para a memória?

PS – Começou a tomar há 6 meses; foram-lhe aconselhados pelo Cavaco, que já os toma há 5 anos.

PSD – Como compensam os milhões que perdem ao repor a sobretaxa do IRS?

PS – Pedimos dinheiro emprestado ao Sócrates e ao grupo LENA.

PSD – O António Galamba usa piercing na orelha porquê?

PS – É uma promessa: retira-o quando aquele deputado gordo do PSD deixar de usar brilhantina.

PSD – Podem garantir que não vão cortar nas pensões?

PS – Somos um partido de esquerda! Vocês cortaram nas pensões; nós, se tiver que ser, cortamos nos hotéis!

 

PSD – Fizeram um plano para 10 anos: estão a pensar governar durante esse tempo todo?

PS – Não: estimamos que 10 anos seja o tempo que resta a Portugal.

PSD – Por que razão o Ferro Rodrigues usa aquele cabelo que parece uma boina?

PS – Porque, por baixo, é completamente careca.

PSD – O Guterres deu-vos com os pés; o Sampaio da Nóvoa é uma segunda escolha?

PS – Não, a nossa segunda escolha era a Angelina Jolie…

PSD – Como raio vão vocês conseguir criar 15 mil postos de trabalho?

PS – Despedimos todos os gajos do PSD da Administração Pública.

PSD – Precisaram de uma equipa de 12 economistas para elaborar essa merda?

PS – Sim: um escreveu e os outros 11 fizeram força.