No sítio do costume…

Tubarões, raias, peixes-anjo, peixes-morcegos, atuns rabilho, peixes-diamante, mandarins, sargos-veado e muitos outros, são peixes que pode encontrar no Oceanário…

E agora, graças ao governo Passos-Portas, também no sítio do costume, o Pingo Doce.

De facto, o governo acaba de vender o Oceanário ao segundo merceeiro mais rico de Portugal.

Agora, só falta vender o Jardim Zoológico ao Belmiro…

Governo cria nova unidade monetária

Ao vender a companhia aérea portuguesa por 10 milhões de euros, o governo Passos-Portas criou uma nova unidade monetária: a TAP.

A TAP vale 10 milhões de euros.

Assim, podemos dizer, por exemplo, que o Sporting contratou Jorge Jesus por duas TAP e que o Atlético de Madrid vai pagar ao Porto, pela contratação de Jackson, três TAP e meia.

O Syriza, o Observador, o José Manuel Fernandes e a luta de classes

O ex-director do Público, José Manuel Fernandes (quem?…) continua a escrever… e a publicar em órgãos de comunicação.

Podia – como eu – limitar-se í  sua total insignificância – e arranjar um blog, uma página na internet, um perfil de facebook.

Mas não – continua a cagar opiniões e continua a haver quem as publique.

Agora publica um artigo no Observador intitulado “O equívoco grego: o Syriza não recusa um acordo, recusa o nosso modo de vida na União Europeia”.

O “nosso modo de vida”, Fernandes?

Qual é o nosso modo de vida?

É que, para aceder ao teu artigo, tenho que passar por cima de um anúncio a um carro, Jaguar, Volkswagen ou Clio, depende da altura do dia – deve ser conforme são horas da classe A ou da classe B…

É esse o “nosso modo de vida”? Vendidos a marcas que nos patrocinam?

Quem te disse a ti que era esse o nosso modo de vida?

Quem te encomendou o sermão?

Quem te transformou no porta-voz da malta que vive na União Europeia?

Fernandes fica muito escandalizado pelo Syriza ter passado de 3% para 38% dos votos e, portanto, os gregos são todos tolos, ao contrário dos portugas que, após 4 anos de austeridade, dão exactamente 38% dos votos aos partidos que estão no Poder.

Portanto, por razões que se desconhecem, os gregos estão errados e nós estamos certos…

A menos que o Jaguar, o VW ou o Clio tenham a resposta…

Não, Fernandes, não é esse o nosso modo de vida… não sei se o protagonizado pelo Syriza poderá ser o nosso modo de vida – mas o teu não é certamente!

Tu e o outro palerma da RTP, um tal Paulo Ferreira, com problemas dentários graves, bem podiam ir procurar emprego noutro lado.

Aqui não há lugar para vocês.

Mesmo que, por agora, pareça que vocês é que têm razão…

Passos Coelho e Kim Jong-un – a mesma luta!

O Excelente Líder da Coreia do Norte, Kim Jong-un revelou que os seus cientistas descobriram a cura da Sida.

O não menos Excelente Líder de Portugal, Passos Coelho garantiu que os portugueses com rendimentos mais baixos não foram objecto de cortes.

O Valoroso Líder da Coreia do Norte acrescentou que também descobriram a cura para a infecção pelo vírus ébola.

O não menos valoroso Passos Coelho afirmou que, afinal, o IVA não aumentou em Portugal.

O Formidável Líder Kim Jong-un disse que os seus cientistas também descobriram a cura do SARS.

O não menos Formidável Coelho enfatizou que nunca tinha sugerido aos portugueses desempregados que emigrassem.

Por que razão ninguém acredita em Kim Jong-un e em Passos Coelho?

Que injustiça!

“O Assassinato de Margaret Thatcher”, de Hilary Mantel (2014)

Hilary Mantel (n. Thompson, GB, 1952) ganhou por duas vezes o Man Booker Prize, o que é um feito inédito.

assassinatoIsso e mais o título sugestivo do livro fez com que o comprasse.

Trata-se de uma colectânea de onze contos, o último dos quais dá título ao livro. Um eventual militante do IRA entra no apartamento de uma cidadã de Windsor, cuja janela dá para um local onde Thatcher há de passar, com o intuito de a assassinar a tiro.

Mas, como acontece nas restantes dez histórias, nada de especial acontece. O gozo das histórias é a escrita de Mantel, já que as histórias propriamente ditas não têm nada de especial.

Dispensável.

Este povo merece…

A sondagem que o DN publica hoje diz tudo sobre o eleitorado português.

Graças a essa sondagem, ficamos a saber que:

1. 62% dos inquiridos acha que o desempenho do governo Passos-Portas é mau ou muito mau;

2. Considerando os líderes dos partidos com representação parlamentar, são os líderes do PSD e do CDs que têm piores notas, numa escala de zero a vinte: Passos fica-se por 7,5 e Portas não vai além de 6,3;

3. Quando se pede aos inquiridos que definam Passos Coelho numa única palavra, a mais votada é “mentiroso”

Por tudo isto não é de espantar que, segundo a mesma sondagem, caso as eleições se realizassem hoje, Passos e Portas voltavam a ganhar.

O que a malta quer é mentirosos, medíocres e maus e muito maus governantes í  frente dos destinos de Portugal!

“A Vida Privada de Maxwell Sim”, de Jonathan Coe (2010)

Comprei este romance de Jonathan Coe (Bronsgrove, GB, 1961), graças í  crítica que li no Público, intitulada “O homem que se apaixonou pela voz do GPS“.

E, afinal, nem este título é completamente fiel, nem o conteúdo entusiástico da crítica corresponde í  realidade.

vida privadaA Vida Privada de Maxwell Sim é uma manta de retalhos, como se o autor tivesse meia-dúzia de histórias para contar e decidisse inventar uma personagem, Max Sim, para servir de fio condutor.

O tom da narrativa é muito coloquial, fazendo-me lembrar os livros de Nic Hornby, os quais prefiro, sem dúvida.

Em resumo, muito resumido, Maxwell Sim é um quarentão divorciado, trabalhador de um aramazém, deprimido, de baixa médica, órfão de mãe e com um pai distante. Um amigo propõe-lhe um novo emprego: ir até í  Escócia vender uma nova marca de escovas de dentes. “Uma história hilariante”, diz o crítico do Público.

Hardly…

E depois de muitas voltas mais ou menos inverosímeis, o final pretende ser surpreendente, mas é pífio.

Não aconselho.

Nota: a tradução de Elsa T. S. Vieira pode estar óptima, mas alguém tem que ensinar-lhe, a ela ou ao revisor, a diferença entre “porque” e “por que”.

Página 156: «Porque pareciam estar todos com tanta pressa? Que diferença fazia chegar ao destino meia-hora mais tarde?» – claro que “porque” devia ser “por que” (qual a razão).

Página 276: «Por que raio te dei ouvidos? Porque te deixei tratar-me dessa maneira…» – afinal, até parece que sabem usar o “por que” como deve ser… na primeira frase porque, na segunda, repete-se o erro da página 156.

Um presidente aliviado

Fiquei satisfeito quando li nos jornais que Cavaco estava mais aliviado.

Foi no avião da TAP que o levou para a Bulgária que Cavaco confidenciou aos jornalistas que estava “mais aliviado”, depois da privatização da companhia aérea.

Coitado do presidente!

Pelos vistos, há semanas que estava entupido e foi preciso o norte-americano Neeleman e o português Barraqueiro comprarem a TAP para que o nosso presidente se aliviasse.

Questionado pelos jornalistas se não achava pouco o encaixe financeiro do negócio, já que a venda da TAP rende menos do que a contratação de Jorge Jesus pelo Sporting, Cavaco respondeu com uma pergunta: “compraria uma companhia com uma dívida de mil e sessenta milhões de euros?”

Eu não, certamente… mas também não contrataria Jorge Jesus para porra nenhuma!

cavaco avião (2)

Um Jesus verde

A transferência de Jorge Jesus para o Sporting, merece-me as seguintes reflexões:

1. As claques do Benfica vão adoptar um novo cântico: “Jorge Jesus, vai pró Carvalho!” (e foi mesmo!)

2. O Sporting Clube de Portugal passará a chamar-se Sporting Clube da Guiné Equatorial

3. Os lesados do BES vão passar a manifestar-se í  porta do estádio de Alvalade

4. Jesus vai mandar fechar a Academia de Alcochete; não suporta ter no plantel jogadores que falem melhor português que ele

5. Jesus já avisou que não quer o presidente no banco – prefere dinheiro no Banco

6. Convenhamos que o penteado de Jesus, com madeixas, vai melhor com uma camisola í s riscas

7. Finalmente expulsaram Jesus do inferno da Luz!

E parece que o Benfica vai contratar um treinador que ainda é parente da águia!

De pequenino…

cargaTudo muito indignado porque a PSP de Portalegre, ontem, nas comemorações do Dia Mundial da Criança, organizou um simulacro de uma carga policial.

De um lado, as crianças-manifestantes, atirando bolas de papel, do outro, as crianças-polícias de choque.

Aposto que os putos se divertiramÂ í  brava.

Porque é de pequenino que se torce o pepino e já que obrigamos miúdos de 8 anos a fazer ditados sobre a princesa Esbrenhaxa, por que não colocá-lo perante situações da vida real?

Uma carga policial foi só o começo.

Incentivo as autarquias, como apoio da PSP, a iniciarem outros projectos semelhantes: cenas de violência doméstica, assaltos a residências, fugas a impostos e orgias sexuais.

Os putos vão adorar!