De pequenino…

cargaTudo muito indignado porque a PSP de Portalegre, ontem, nas comemorações do Dia Mundial da Criança, organizou um simulacro de uma carga policial.

De um lado, as crianças-manifestantes, atirando bolas de papel, do outro, as crianças-polícias de choque.

Aposto que os putos se divertiram à brava.

Porque é de pequenino que se torce o pepino e já que obrigamos miúdos de 8 anos a fazer ditados sobre a princesa Esbrenhaxa, por que não colocá-lo perante situações da vida real?

Uma carga policial foi só o começo.

Incentivo as autarquias, como apoio da PSP, a iniciarem outros projectos semelhantes: cenas de violência doméstica, assaltos a residências, fugas a impostos e orgias sexuais.

Os putos vão adorar!

Trabalho infantil

Segundo o DN de ontem, “crianças da catequese dos Jerónimos e das escolas desta zona de Lisboa, ofereceram ontem a Bento XVI pequenas rosas que simbolizavam «a maratona de orações pela pessoa e intenções» do Papa. os mais novos rezaram um total de 830 mil avé-marias”.

Isto é trabalho infantil, por amor de Deus (ou por amor do Papa, o que vai ao mesmo, não é?)!

Pôr um número indeterminado de criancinhas a rezar avé-marias de enfiada, uma após outra, é quase tão violento como coser bolas de futebol ou ténis Nike, como fazem os miúdos no Bangla Desh.

E quem contou as avé-marias, para saber que foram 830 mil? E por que raio foram 830 mil e não 765 322?

Tudo isto está para lá de patético!…

“Extremamente Alto e Incrivelmente Perto”, de Jonathan Safran Foer

extremamente.jpgOskar Schell tem 9 anos e é inventor: todas as noites, antes de adormecer, inventa as coisas mais mirabolantes, como ambulâncias com tecto transparente para podermos ver quem vai lá dentro; também anda a ensaiar uma obra de Shakespear; para além disso, faz jóias, toca tamborim, fala francês e é pacifista.

Oskar perdeu o pai, que morreu no ataque terrorista de 11 de Setembro. O miúdo chegou a casa e tinha várias mensagens do pai no atendedor de chamadas. O pai garantia que estava tudo bem. Até que deixou de telefonar. Oskar ainda não aceitou a morte do pai. Por isso, custa-lhe adormecer e passa a noite, deitado, a inventar coisas.

Oskar tem um avô que deixou de falar há décadas. Em vez de falar, escreve num caderno. Mas Oskar só o vai conhecer quase no fim da história. Primeiro, terá que calcorrear Nova Iorque, em busca de pessoas com apelido Black e que poderão saber mais alguma coisa sobre a morte do seu pai.

“Extremely Loud and Incredibly Close” é um dos melhores livros que li nos últimos tempos. Comovente e brilhante. Cheio de ideias novas, mesmo na apresentação da narrativa (fotos que ilustram o texto, números em vez de letras, páginas em branco, outras com uma única palavra). O autor é um puto nascido em 1977 e este é já o seu segundo romance. Estou cheio de vontade de ler o primeiro, intitulado “Está tudo iluminado”.