Bolça Bolsonaro

O Presidente do Brasil, Jair Bolsonaro, continua a bolçar idiotices.

Para além do facto de ser boçal, falando aos solavancos, como quem cospe as palavras, profere alarvidades difíceis de acreditar.

Recentemente, quis comemorar a data que marca o início da ditadura militar no Brasil. Diz a criatura que país que esquece o seu passado, não tem futuro. Neste momento, o que muitos brasileiros gostariam era de esquecer o presente.

De visita a Israel, país que disse amar, Bolsonaro, que se afirma de Direita, afirmou que o nazismo de Hitler foi um movimento de esquerda! (conferir aqui).

Esta nova abordagem í  História Universal baseia-se em quê?

Simples: o homem diz que, como o Partido de Hitler se chamava Nacional Socialista, só podia ser de esquerda.

Do mesmo modo, Bolsonaro deve achar que o coelho da Páscoa, é uma espécie de coelho que põe ovos…

António Costa apoia toxicodependentes

O engenheiro Luís Cabral da Silva, diz que é especialista em Transportes e Vias de Comunicação.

Foi í  Sic Notícias, como convidado, comentar a criação do passe único, intermunicipal, que o governo de António Costa acaba de implementar, e que permite que os cidadãos e as famílias, poupem muito dinheiro, todos os meses.

Os exemplos são muitos. O passe intermunicipal custa, agora, 40 euros, e há quem poupe mais de 100 euros por mês.

E o que teve a dizer o sr. engenheiro sobre esta medida?

Pois disse que era uma boa medida, porque as pessoas ficavam com mais dinheiros para comprar leite, tabaco e drogas! (o link para a notícia está aqui)

O engenheiro Silva deve ser daqueles activistas anti-leite, daqueles que pensam que, como a espécie humana é a única que continua a consumir leite depois da fase da amamentação, o leite só pode fazer mal, sendo o causador de inúmeras doenças. Ao fim e ao cabo, como o tabaco e as drogas – daí a criatura ter incluído tudo no mesmo saco.

Ontem, quando viajava no cacilheiro, a caminho de Lisboa, ouvi a conversa entre duas passageiras. Uma delas congratulava-se com o novo preço dos passes e a outra ripostava: vamos ver quanto tempo isto dura; se for para lá outro!…

De certeza que, se o engenheiro Silva – o tal especialista em Transportes – fosse nomeado por um hipotético governo PSD/CDS, os passes voltariam aos preços antigos e, como contrapartida, o Rio e a Cristas distribuiriam pacotes de leite, maços de tabaco e cigarrinhos para rir a todos os portugueses.

Aqui fica a foto do sr. engenheiro Silva, para que todos saibam quem é o indígena…

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Chega ou não chega?

Há um indígena, chamado André Ventura, que era do PSD, mas que decidiu criar o seu próprio partido. Decidiu chamar-lhe Chega.

Parece que o nome escolhido tem a ver com várias coisas que Ventura gostaria de acabar, por estar farto delas, assim como nós dizemos, por exemplo, chega de batatas fritas, chega de chuva, chega de penaltis mal assinalados!

Ventura estará farto de migrantes, gays e lésbicas, ciganos, esquerdalhos e coisas do género.

Isto é o que eu digo, porque não sei ao certo se o tal Chega, chega a ter alguma ideologia.

Em resumo, o Ventura levou as assinaturas da ordem ao Tribunal Constitucional, para legalizar o Chega e, assim, poder concorrer í s eleições para o Parlamento Europeu.

Teve azar, porque o Tribunal recusou a legalização do Chega porque encontrou assinaturas de menores e de polícias, o que não é permitido por lei.

Será que o Ventura desconhece a lei, ou pensou que os juízes tinham mais que fazer do que verificar a idoneidade de todas as assinaturas?

Como já não teria tempo para arranjar novas assinaturas válidas, o Ventura conseguiu inventar uma coligação para concorrer í s eleições, juntando o Partido Popular Monárquico, o Partido Cidadania e Democracia Cristã, o Movimento Democracia 21 e o seu próprio Movimento Chega.

E decidiu chamar a essa coligação Chega.

Que original.

O Tribunal fez-lhe um manguito, explicando que não podia aceitar o nome da coligação Chega, porque se confundiria com o nome do Partido que pretende ser legalizado.

O Ventura armou-se em xico-esperto: como não conseguiu legalizar o Partido Chega, tentou legalizar o Movimento Chega.

Faz lembrar o caso do tipo que se chamava João Merdas e que decidiu mudar o nome para Manuel Merdas…

O cavalo da Madonna

Desde que a Madonna vive em Lisboa, nunca mais dormi descansado.

Só de pensar que a alguns quilómetros da minha almofada, a cabeça da Madonna também pode estar deitada, dormindo placidamente, deixa-me cheio de fernicoques.

É que a Madonna é a compositora de obras sublimes como “Papá não me dês sermões” e “Como uma virgem”, peças musicais de rara beleza e complexidade que fazem de Madonna uma das maiores compositoras da actualidade.

E o facto de ela ter escolhido Lisboa para uma das suas residências, é motivo de orgulho para todos nós.

Foi por isso, com espanto, que tomei conhecimento da decisão de Basílio Horta, presidente da Câmara de Sintra, decisão essa que consistiu em proibir a Madonna de levar um cavalo para dentro de um palácio do século 19.

A moça queria apenas gravar um videoclip, ou, como diríamos antigamente, um teledisco, e parece que o cavalo era essencial.

Basílio, fazendo lembrar o primo do Eça, disse que há coisas que o dinheiro não paga, e fez um manguito í  Madonna.

Os semanários dividiram-se.

O Sol, jornal conservador, conotado com a direita, na sua secção “Sol e Sombra”, que cheira a tauromaquia, coloca o Basílio í  sombra, criticando a sua atitude.

O Expresso, jornal que dá uma no cravo e outra na ferradura, na sua secção “Altos e Baixos”, coloca o Basílio ao alto, dando-lhe os parabéns pela decisão.

Na minha opinião, ambos estão errados.

Madonna tem ajudado muito o turismo, sabendo-se que muitos estrangeiros vêm a Lisboa, na esperança de topar a cantora, por isso, Basílio Horta devia ter pegado na Madonna e no cavalo e enfiá-los aqui, em Ranholas. O teledisco ficava bem, de certeza.

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Os cogumelos e a memória

Segundo um estudo realizado na Universidade Nacional de Singapura, os idosos que comem cogumelos, duas ou mais vezes por semana, reduzem para metade os riscos de sofrerem danos cognitivos, como diminuição da memória. Isto deve-se í  ergotionina, um potente anti-oxidante, que existe em quase todas as espécies de cogumelos í  venda nos supermercados.

Ora, como eu como cogumelos desses todos os dias, repito, todos os dias, receio que me continue a lembrar de coisas que quero esquecer a todo o custo.

Porra para os cogumelos!…

O copo meio vazio do SNS

Há meses que o Serviço Nacional de Saúde está sob ataque cerrado.

Quase todos os dias surge uma notícia que põe em causa o SNS, e que se junta ao mau estar provocado pelas greves dos enfermeiros e as reivindicações de todos os sectores, desde os maqueiros aos médicos.

Colaborando nesta campanha, a comunicação social faz eco de informações praticamente diárias, que pretendem mostrar o descalabro a que chegou o SNS.

Fico espantado, por exemplo, com o facto de os enfermeiros terem estado quase calados, durante os anos da troika, terem sido obrigados a emigrar, sobretudo para a Grã-Bretanha, até estimulados pelo então primeiro-ministro Paços Coelho, e só agora virem reivindicar uma carreira profissional, aumentos salariais, reformas antecipadas e tudo e tudo.

Fico espantado, também, com a o bastonário dos médicos (nem falo da senhora bastonária das enfermeiras…) que, em vez de ser parte da solução, é também parte do problema, armando-se em grande defensor do SNS, quando a Ordem a que pertenço desde 1978, sempre se esteve borrifando para o SNS, defendo, em primeiro lugar, a medicina privada.

Agora, de repente, o bastonário Guimarães, aparece a criticar a quebra do SNS, quando, no fundo, deve estar satisfeito porque, quanto mais fraco estiver o SNS, mais utentes têm que recorrer ao privado.

Serve esta introdução para chamar a atenção para mais uma notícia sobre o SNS, que mostra o que é apoiar o copo meio cheio, ou o copo meio vazio…

Os telejornais noticiaram há poucos dias que o número de transplantes, em Portugal, diminuiu em 2018. Enquanto, no ano anterior, foram realizados 859 transplantes, em 2018, foram apenas 757.

Ao ouvir esta notícia, o cidadão médio dirá que é mais uma prova do desinvestimento no SNS. Agora, até os transplantes diminuíram!

Mas, depois, se formos procurar mais informação, ficamos a saber que, no ano passado, o tempo de espera para um doente ser transplantado diminuiu 3% e que o número de óbitos de doentes í  espera de transplante diminuiu 2,9%, o que é um dos números mais baixos, a nível internacional.

Quem é que ouviu estas duas informações serem transmitidas nos telejornais?

O copo do SNS continua meio cheio para uns, geralmente os que dele necessitam, e meio vazio para os restantes…

O Ronaldo dos padres

O PSD e o CDS estão muito preocupados com duas coisas: as relações familiares dos vários membros do Governo e os novos passes sociais, medida eleitoralista escandalosa, que retira dezenas de euros por mês a milhares de famílias!

Onde é que já se viu isto?

Nomearmos pessoas da nossa família, em vez de escolhermos os amigos que nos têm feito favores – ou, ainda pior, baixar o preço dos passes sociais, em vez do preço da gasolina!

Mas o PSD e o CDS têm outras coisas mais importantes para discutir na Assembleia da República.

Hoje mesmo vai ser votada uma moção, proposta por estes dois partidos, para louvar a actuação da selecção de Portugal, que foi a vencedora do Campeonato Europeu de Futsal do Clero!

Isso mesmo, a selecção de futsal dos padres portugueses ganhou, na final, a selecção dos padres da Bósnia, por 3-0, com um hat-trick do padre André.

Um tipo lê e não acredita.

Mas é verdade!

O Diário de Notícias mostra-nos fotos, para comprovar.

Primeiro, vejamos a foto dos padres, devidamente equipados, prontos para conquistar o troféu.

—Reparem no caparro dos priores!

O terceiro, a contar das esquerda, na fila de trás, deve ser o guarda-redes. Basta-lhe abrir os braços e nenhum padre adversário consegue meter a bola na baliza, já que o eclesiástico ocupa todo o espaço!

Gosto, sobretudo, da pose dos padres ajoelhados, apenas com um joelho no chão. Têm um ar confiante. Deviam ir assim a Fátima, em procissão, para espiar os seus pecados.

Sim, porque, a jogar futsal, todos os padres, por mais católicos que sejam, devem deixar escapar um foda-se de vez em quando.

No final dos jogos, e depois de um duche em que os padres partilham vergonhas, apresentam-se devidamente paramentados, como se vê nesta outra foto.

—Na minha modesta opinião, os padres deviam jogar assim vestidos. Era muito mais católico.

Reparem que, lá atrás, está a Nossa Senhora de Fátima.

Isto não será batota, assim uma espécie de doping celestial, que ajudou os nossos priores a ganharem o campeonato?

Mas voltemos ao texto da moção que o PSD e o CDS apresentaram hoje na Assembleia.

O referido texto começa por classificar de “surpreendente” o hat-trick do padre André Meireles. Pelos vistos, o eclesiástico costuma ser um pé de chumbo, mas, desta vez, excedeu-se e, por obra e graça do Divino Espírito Santo, marcou três golos, Deus o abençoe!

A moção continua, elogiando o treinador da equipa, o padre Marco Gil, “conhecido entre os pares como o Cristiano Ronaldo da Igreja”. Já tínhamos o Cristiano das Finanças, agora também temos —o da Igreja. Pergunto: quem será a Georgina deste Cristiano?…

Esta vitória, segundo a moção, “constitui motivo de orgulho para todos os portugueses”. Quer dizer, os deputados do PSD e do CDS, pensam que, o facto de um grupo de padres ter ganho um campeonato de futsal, é motivo de orgulho de todos nós, muçulmanos, cristãos evangélicos e ortodoxos, budistas, e ateus incluídos!

A última frase da moção, então, é de morrer a rir.

Diz a moção que os senhores de batina escreveram “mais uma brilhante página da meritória história do desporto nacional e da Igreja”.

Agora, que a selecção nacional de futebol empatou com a Ucrânia e com a Sérvia, no apuramento para o Europeu, não sei o que o engenheiro Fernando Santos está í  espera para chamar alguns destes padres para a nossa selecção nacional de futebol.

Com a ajuda da Senhora de Fátima, com hóstias abençoadas e muita água benta, talvez nos apurássemos.

Quanto a Rui Rio e Assunção Cristas, uma palavra de agradecimento, por continuarem a fazer-nos rir desta maneira tão… religiosa…

Mais vale cultivar mirtilos do que casar com um ministro

A comunicação social anda alvoroçada com a endogamia ou o nepotismo do governo de António Costa.

Ora, segundo os dicionários, endogamia é o “enlace matrimonial entre pessoas que pertencem ao mesmo grupo familiar, social, étnico, religioso”; ou ainda, “reprodução com alta frequência de cruzamento entre indivíduos que apresentam consanguinidade

Quanto a nepotismo, define-se como “valimento de que gozavam junto de certos papas os seus sobrinhos ou parentes“, ou, por extensão, “favoritismo excessivo dado a parentes ou amigos por pessoa bem colocada”.

Dizer que os ministros e ministras consanguíneos se andam a reproduzir com alta frequência, ou que estão a ser favorecidos por certos papas, parece-me excessivo…

Tudo isto começou pelo facto do António Costa ter nomeado a filha do ministro Vieira da Silva, Mariana, como ministra da Presidência e da Modernização Administrativa, para além do facto de já existir, no governo, marido e mulher, nas pessoas de Eduardo Cabrita, ministro da Administração Interna, e Ana Paula Vitorino, ministra do Mar.
Os jornalistas escavaram e descobriram que a mulher de Pedro Nuno Santos, novo ministro das Infraestruturas, é directora-geral de qualquer coisa e que, neste governo, os exemplos de relações familiares se multiplicam, havendo namoradas de secretários-gerais, mulheres a dias que já trabalharam na casa de alguns directores gerais, primos de adjuntos que se casaram com ex-namoradas de actuais ministros e até, ao que parece, sogras e genros, tios e tias, madrinhas e muitos padrinhos.
A mesma comunicação social que encheu primeiras páginas com a passagem de testemunho de Belmiro de Azevedo para o seu filho Paulo, ou a de Américo Amorim para a sua filha Paula, escandaliza-se, agora, com a filha do ministro e esposa do ministro.
Ainda por cima, Pedro Nuno Santos, desculpou-se, numa carta, dizendo que tudo isto era natural, que conhecia a sua mulher desde os tempos da Juventude Socialista, que faziam trabalho político em conjunto, muitas horas por dia e que, naturalmente, se tinha apaixonado por ela.
Claro que está a ser gosado com abundância.
A mim, parece-me natural que os ministros nomeiem familiares da sua confiança para os ajudar nas suas tarefas, desde que esses familiares tenham habilitações para as funções que vão desempenhar.
Seria estranho que Pedro Nuno Santos, sendo casado com uma mulher capaz de exercer as funções para que foi nomeada, preferisse que tivessem nomeado outra pessoa qualquer.
Entretanto, o Tribunal Constitucional decidiu arquivar o processo por incompatibilidade em que era visado João Paulo Rebelo, secretário de Estado da Juventude e Desporto, por ter acumulado com este cargo, durante 22 meses, a gerência de uma empresa familiar de produção de mirtilos.
Ora, se produzir familiarmente mirtilos não é incompatível com fazer parte do Governo, deixem lá os membros desta grande família socialista nomearem-se uns aos outros.
Só se estraga uma família…

í‚ngelo Canabis Correia

Este í‚ngelo nunca me enganou!

Nos anos 80 do século passado, quando í‚ngelo era ministro da Administração Interna do governo de Pinto Balsemão, muito brincámos com ele no Pão Com Manteiga, Programa da Rádio Comercial, todos os domingos, das 10 í s 13 (ou das 13 í s 10, para quem nos ouvia em sentido contrário…).

í‚ngelo Correia era um ministro um pouco tosco, que coleccionava saliva nas comissuras labiais e cujas afirmações eram motivo de chacota.

E nós escrevíamos diálogos deste tipo:

A – í“ sócio.

B – Diz lá.

A – O ministro í‚ngelo Correia…

B – Quem?…

A – O novo ministro da Administração Interna…

B – Não sei quem é…

Mas o que é certo é que í‚ngelo lá se foi safando e, depois de ministro, foi muitas coisas, tendo feito parte da administração de diversas empresas, nomeadamente, Vidago, Melgaço e Pedras Salgadas, Lisboagás, Portgás, Phillips Portuguesa, Terti, Cipol, Turtistrela, Figeuira Paraindustria, GDP Distribuição, Alltwoit, Burgo Fundiários, Pavilis, Drink-In, Transinsular, Totta Urbe e Solidal. Presidiu í  Associação Nacional das Empresas Operadoras Portuárias e í  Associação de Empresas de Segurança Privada. participou na criação do PPD, ao qual aderiu em maio de 1974. Foi deputado í  Assembleia Constituinte e í  Assembleia da República (1976-1985), onde presidiu í s Comissões Parlamentares de Defesa Nacional, Assuntos Europeus, Poder Local, Regiões e Ambiente e Economia, Finanças e Plano. Foi também presidente da Delegação Parlamentar Portuguesa í  Assembleia Parlamentar da NATO.

Mas o ponto alto da sua carreira foi a 9 de Junho de 1994, quando foi feito Comendador da Ordem Militar de Cristo.

Mais recentemente, exerceu os cargos de presidente dos Conselhos de Administração do Grupo Fomenvest e da Lusitaniagás e de vogal do Conselho de Administração da Fundação Ilídio Pinho. É presidente da  Câmara de Comércio e Indústria írabe Portuguesa e cí´nsul honorário do Reino Hashemita da Jordânia.

Com este currículo tão rico e diversificado, o que faltava a í‚ngelo Correia?

Canabis, claro!

Diz o DN:

“O fundador do PSD, ex ministro da Administração Interna, em tempos considerado mentor de Passos Coelho e agora “ministro sombra” de Rio para a defesa confirmou ao DN ter adquirido 40% da Terra Verde, a primeira empresa a obter licença de produção de canábis em Portugal. O empresário reconhece que até há pouco tempo “canábis para mim era dos tipos que fumavam droga.”

Ai Angelito… a quem queres enganar?…

Só tu sabes o que tens nesse cachimbo!…

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Os desdentados de Setúbal

O jornal regional Sem Mais trazia, esta semana, uma notícia preocupante.

—Diz o bastonário da Ordem dos Médicos Dentistas que a falta de dinheiro afasta a população dos consultórios e, por essa razão, 13% da população do distrito de Setúbal não tem um único dente!

Quer dizer que, em cada 100 setubalenses, 13 são desdentados. Mas desdentados como deve ser, isto é, sem um único dente. Resta saber a percentagem dos que têm apenas um dente para segurar a placa, ou dos que têm dois ou três dentitos – o que, no fundo, é quase a mesma coisa.

No caso dos dentes, não se pode aplicar aquele ditado – “vão-se os anéis, fiquem os dentes”.

A malta de Setúbal prefere ficar com os anéis e está-se lixando para os dentes.

Mas não são só os setubalenses a poderem orgulhar-se de ter a boca vazia de dentes. Basta ver as reportagens dos telejornais, em que elementos da população são entrevistados na rua, como testemunhas de mais um incêndio, ou a propósito da vizinha que foi esmurrada pelo ex-marido, ou sobre a mais recente vaga de calor. E é vê-los a exibir um único incisivo inferior, muitas vezes podre, ou sorrindo para a câmara, sem caninos superiores e inferiores, com uma espécie de balizas laterais, onde caberia uma bola de hóquei.

Uma excelente medida eleitoralista do António Costa – além dos passes a 40 euros, que tanto irritam a Oposição – seria oferecer próteses dentárias a todos os desdentados.

Isso é que seria um verdadeiro murro nos dentes do Rui Rio…