Mamas pequenas e tomates roxos

Olha que dois estudos tão interessantes!

O primeiro, realizado na Suécia, chega í  conclusão que o consumo de café em excesso pode provocar a diminuição dos seios das mulheres.

Segundo os investigadores, o café interfere com os estrogénios, interferindo, assim, no tamanho das maminhas.

Portanto: atenção mamalhudas! Para quê gastar rios de dinheiro nas Clínicas espanholas de cirurgia plástica. Não é preciso cirurgia de redução mamária – basta que bebam quilolitros de café todos os dias!

O segundo estudo vem da Grã-Bretanha. Cientistas britânicos criaram uma variedade de tomate, de cor roxa, que poderá ajudar a prevenir o cancro.

Os cientistas incorporaram nos tomates genes da planta boca-do-dragão, conhecida por ser rica em antocianina, um pigmento antioxidante, com propriedades anticancerígenas.

A antocianina acumulou-se nos frutos do tomateiro em níveis muito altos, dando a cor roxa í  pele e polpa dos tomates.

Depois, os maquiavélicos cientistas, deram tomates roxos a ratinhos predispostos para o cancro e muitos destes não desenvolveram cancro, ao contrário dos que comeram tomates vermelhos.

Em resumo: os tomates roxos podem prevenir o cancro.

Portanto, toca a dar pontapés nos tomates uns dos outros, até que fiquem roxos!

ílbum Branco tem 40 anos

—Foi no dia 22 de Novembro de 1968 que saiu o melhor disco dos Beatles. Faz hoje 40 anos.

O disco duplo, apenas intitulado “The Beatles”, mas que ficou conhecido como The White Album, é, na minha opinião, o melhor disco pop-rock de sempre. Nunca mais surgiu um disco assim.

No auge das suas carreiras, com as mentes bem abertas pela experiência, pela meditação com o guru indiano e pelo ácido lisérgico, os quatro rapazitos de Liverpool reuniram, neste duplo, grandes baladas (Julia, I Will, Good Night, Blackbird, Mother Nature Son), grandes rockalhadas (Helter Skelter, Why Don’t We Do It In The Road, Yer Blues), grandes canções pop (Honey Pie, Happiness Is a Warm Gun, Dear Prudence), experiências sonoras (Wild Honey Pie, Revolution 9), algumas das melhores canções de Harison (Glass Onion, Savoy Truffle, Whyle My Guitar Gently Weeps), coisas que soam a country (Don’t Pass Me By, Rocky Racoon), baboseiras (Ob-La-Di, Ob-La-Da) e ainda: Back In The USSR, The Continuing Story of Bungalow Bill, Martha My Dear, I’m So Tired, Piggies, Birthday, Everybody’s Got Something to Hide Except For Me and My Monkey, Sexy Sadie, Long, Long, Long, Revolution e Cry Baby Cry.

Que riqueza! Quantidade e qualidade! Quando se consegue tal combinação?

O álbum branco era numerado. Comprei o meu exemplar (nº 510 204), no dia 27 de Fevereiro de 1969, tinha ainda 15 anos. Tive que poupar dinheiro, andando í  pendura nos eléctricos, para não pagar bilhete e comprar menos cigarros avulso, de modo a conseguir comprar este duplo álbum que, na altura, era caríssimo para mim. Comprei-o numa pequena discoteca (era assim que se chamavam as lojas que Sí“ vendiam discos), situada na Praça de Londres, um pouco antes da Mexicana.

Lembro-me que fiquei obcecado pela música deste duplo álbum.

Passaram 40 anos.

Ainda me emociono ao ouvi-lo…

“Lost” – 4ª série

—Confesso que perdi um pouco a pachorra com a 3ª série. A história andou muito enrolada, os argumentistas pareciam não saber muito bem o que fazer com as personagens que tinham e alguns episódios foram penosos.

Esta 4ª série, no entanto, prendeu-me novamente. O truque dos flash-forward, com a manutenção dos flash-back, transformou a história num puzzle curioso, sobretudo porque existem flash-forward que nos levam para datas diferentes.

Além disto, os três últimos episódios desta série dão um grande salto narrativo e seis sobreviventes do crash regressam, de facto, í  civilização. Restam duas séries para nos mostrar o que aconteceu aos que não regressaram, por que razão não regressaram – ou será que regressarão ainda? E, quanto aos “Oceanic 6”, o que lhes aconteceu entretanto?

Os extras do dvd contém duas peças fundamentais: um resumo das 3 séries anteriores (“Lost in 8:15 minuts”) e uma outra peça que junta todos os flash-forward, cronologicamente.

Este treinador só dá para as ilhas

Carlos Queiroz só teve sucesso contra ilhéus.

No passado, notabilizou-se como treinador adjunto, nas ilhas Britânicas.

Já como treinador da selecção nacional, só conseguiu ganhar í s ilhas Faroé e í  ilha de Malta.

Jogar contra países localizados no continente, o tipo não sabe.

Ontem, contra o Brasil, até nem foi mau. Poucas selecções se podem gabar de marcar dois golos ao Brasil.

Propõe-se: manter o Carlos Queiroz sempre que a selecção jogue contra uma ilha e arranjar outro treinador para os jogos a sério.

Ferreira Leite, Santana Lopes style

—Saudades do Santana Lopes e das suas calinadas?

Não tenhas!

Agora há: MANUELA FERREIRA LEITE!

Tão divertida como Lopes, com a vantagem de ser do sexo feminino, embora, no caso dela, bem… adiante…

Depois de dizer que o TGV e o aeroporto iriam resolver o problema do desemprego na Ucrânia e em Cabo Verde, Dona Leite, na passada 4ª feira, bateu o recorde das afirmações absurdas.

1ª Chalaça da Manuela: “os líderes políticos, numa sociedade democrática, têm que saber fazer passar a sua mensagem através da comunicação social (…), não pode ser só a comunicação social a seleccionar o que se diz.”

Nesse caso, Manuela propõe o quê? A censura prévia? Um comissário político em cada redacção de cada jornal e de cada televisão, para “seleccionar o que se diz”?

2ª Chalaça da Manuela: “enquanto o sistema de justiça não for eficaz, o polícia faz figura de palhaço”.

Claro que os polícias não leram esta notícia, caso contrário teriam ido para a porta da sede do PSD, vestidos de palhaços, exigindo que a Manuela explicasse por que razão o PSD, que tem estado no governo tantos anos quantos o PS, não conseguiu tornar a justiça eficaz.

3ª Chalaça da Manuela: “a nova lei do divórcio, que ninguém pediu, é a destruição da família”.

De qual família, Manuela? Da família nuclear, em que o marido bate na mulher e não quer saber dos filhos? Da família alargada, em que os avós cuidam dos netos e ninguém sabe do pai ou da mãe?

Estas chalaças da Dona Leite foram todas proferidas num único discurso, mas quase ninguém reparou, porque anda tudo preocupado com os professores.

Com esta líder da Oposição, Sócrates bem pode dormir descansado…

“Quantum of Solace”, de Marc Forster

—Não gostei deste filme do 007.

Talvez tenha sido porque:

– a sala estava cheia e o calor era insuportável! a Lusomundo do Fórum Almada não deve saber onde fica o botão da temperatura do ar condicionado e, mesmo de t-shirt, senti um calor de ananases!

– o som estava tão alto que gramei as apresentações dos próximos filmes tapando os ouvidos ou ficava surdo. Como o filme do Bond é uma sucessão de explosões, saí da sala com um zumbido que se manteve até í s 3 da manhã;

– durante todo o filme, ouvi o irritante som do “nha-nhac” da malta toda a empatnurrar-se com quilos de pipocas e o “shlurp-shlurp” da gajada a absorver quilolitros de Pepsi (bilhac!);

– o filme tem um intervalo idiota, que apenas serve para o “refill” das pipocas e da Pepsi;

– as cadeiras são incómodas.

Apesar disto:

A história deste “Quantum of Solace” é tão simples que eu não percebi nada. Entram uma série de organizações, tipo MI-6, CIA, PSP, GNR, BPN, MOSAD, FENPROF, CGTP e PCP-ML e, í s tantas, um tipo já não sabe quem é que está a bater em quem.

O filme é uma sucessão alucinante de perseguições e explosões e cenas de porrada, tão rápidas, com uma montagem tão frenética que ninguém percebe nada do que se passa, de quem bate em quem, de quem mata quem.

O realizador diz, em entrevista, que este Bond é mais humano porque tem menos engenhocas. í“ pá! Estás a delirar: mais realista, mais humano? Deves estar a brincar comigo – o gajo leva tanta porrada que devia ter morrido a meio do filme! E um Bond sem engenhocas, não é um Bond – é como um Superman sem super-poderes!

A Bond girl não tem graça nenhuma. Está muito traumatizada porque a mãezinha dela e a mana mais velha foram violadas por um presidente boliviano que é um cliché ambulante e, por isso mesmo, devia pertencer a outro filme. Nos filmes de Bond, as gajas não estão traumatizadas – gostam é de porrada e de uma boa queca…

Enfim, o Daniel Craig é, de facto, um bom Bond – mas este Quantum é uma seca…

Coiso Público

Estava eu no meu recato quando o Público decidiu (mais uma vez), citar um texto de O Coiso, mais precisamente o texto anterior, sobre a avaliação dos professores.

E logo uma chuva de comentários me caiu em cima.

Estou a colocá-los, a todos, no site, porque alguns são bem esclarecedores sobre a elevação da discussão deste tema, nomeadamente o comentário da Dona Gisela, que gostaria que eu não tivesse nascido e me chama merdoso. Espero que a Dona Gisela não seja professora, caso contrário, lá se vai a dignidade da classe…

Insisto: não ponho em causa a justeza dos protestos dos professores. Mas numa democracia madura, que já tem quase 35 anos de existência, estes assuntos deviam ser discutidos em sede própria e não com folclore de rua.

É a minha modesta opinião.

Avaliação dos professores – nova proposta

A ministra da Educação faz mal em não dar ouvidos aos professores. Ela é teimosa e não está a perceber que, deste modo, o PS está a perder votos.

Ontem, mais uma vez, milhares de professores alugaram autocarros e, í  boa maneira das manifestações de apoio ao Estado Novo (as chamadas manifestações espontâneas, largamanente organizadas) ou, melhor, í  boa maneira das manifestações organizadas pelo PCP durante o PREC – lá vieram eles, avenida acima, contra o processo de avaliação proposto (imposto?) pelo ministério.

E a ministra devia olhar para aqueles cartazes e escutar aqueles cânticos, para saber com quem está a lidar.

Um dos cartazes dizia: “Não í  Escola da bandalheira, para acabar com tanta asneira”.

É bonito.

Um grupo de professoras com excesso de peso, subia a avenida de braço dado e escandia:

“Piu, piu, piu – a ministra já caiu!”

Educativo.

Com tanta originalidade, a ministra bem podia nomear alguns destes crâneos para a ajudar a elaborar um novo processo de avaliação.

A minha proposta é a que segue:

INQUÉRITO DE AUTO-AVALIAí‡íƒO AOS PROFESSORES

1. Escreva o seu nome completo (não é permitido copiar pelo BI)

2. Pensa que as suas actividades pedagógicas têm contribuído para um ensino mais digno, justo e assim?

A) Sim  B) Não  C) Não sabe/Não responde

Penso que com este método de avaliação, todos os professores ficavam satisfeitos, a progressão na carreira continuaria tranquilamente, a ministra deixaria de ter chatices e acabavam-se com as manifestações, o Sócrates dormia mais descansado e o PS ganhava mais uns votos.

í€ vossa consideração…

Dear Obama

E o Obama lá ganhou as eleições norte-americanas!

Onde isto já chegou: um negro na Casa Branca! Qualquer dia, temos um cigano em Belém!

Confesso que também me entusiasmei com a vitória do Obama. Em primeiro lugar porque, se fosse norte-americano, votaria sempre nos democratas; em segundo lugar, pelo facto de Obama ser negro e nós (e sabeis a quem me refiro…) torcemos sempre pelos teoricamente “mais fracos”.

No entanto, não sejamos assim tão ingénuos: a diferença entre democratas e republicanos notar-se-á muito, no que í  política externa dos EUA diz respeito?

O que fará Obama, que McCain não faria?

Desvia a guerra do Iraque para o Afeganistão? Acaba de vez com o apoio incondicional a Israel? Passa a considerar a Europa um parceiro de igual estatura, sem a menorizar?

E internamente, terá coragem para criar, finalmente, um Serviço Nacional de Saúde, que acabe, de vez com a vergonha de os Estados Unidos terem, em algumas áreas, índices de saúde medíocres?

A taxa de mortalidade infantil, por exemplo: nos EUA é de 6,3 mortes por mil nascimentos, enquanto em Portugal é de 4,8.

A expectativa criada em redor de Obama foi enorme, mas se o gajo começar armado em Chefe do Mundo, nunca mais voto nele!

300 Salazares

O meu cunhado Fernando, que é advogado, foi convidado a dar a sua opinião profissional sobre alguns casos de violência doméstica, no programa da TVI, “Você na TV”.

Aceitou e safou-se muito bem, explicando o que tinha que explicar, de um modo simples e directo. Não tenho dúvida de que os espectadores perceberam o que ele quiz dizer e ficaram mais esclarecidos.

Eu nunca vejo a TVI, excepto se transmite algum jogo do Benfica. Mas hoje abri uma excepção, para ver o Fernando.

Claro que se pode questionar a participação num programa tão reles, como o do Goucha. Valerá a pena? Não será até imoral participar numa coisa tão abjecta como aquela?

Acho que o Fernando fez bem em aceitar. Pelo menos, ele fez o contraponto ao chorrilho de asneiras que foram os testemunhos dos outros convidados e as parvoíces populistas do Goucha. Pelo menos, o Fernando explicou que a decisão de libertar alguém a meio da pena é tomada por um juiz, não é nada de automático, que é não é por isso que se evita ou se acelera o cometimento de mais um crime, etc. Foi ponderado, esclarecedor e correcto.

No entanto, Fernando, aquilo são pérolas a porcos.

O tio da jovem que foi assassinada pelo ex-marido, apesar de demonstrar grande consternação pela sua perda, não deixou de afirmar que o que o país precisa é de “300 Salazares”!

Por que carga de água o pobre do homem haveria de querer 300 Salazares?

A primeira coisa que um Salazar (e não eram preciso 300) faria era calar o homem – e, de caminho, calava também o Goucha, o que não deixaria de ser uma vantagem…