“Mrs. Caliban”, de Rachel Ingalls (1982)

Rachel Ingalls (Boston, 1940 – Londres, 2019) foi autora de diversas novelas e contos e publicou este curto romance em 1982 que, na altura, não despertou grande interesse.

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Posteriormente, em 1986, o British Marketing Council considerou Mrs. Caliban como um das vinte novelas norte-americanas mais importantes desde a Segunda Grade Guerra.

Não diria tanto… mas não há duvida que este pequeno romance (125 páginas), editado no ano passado pela Cavalo de Ferro (tradução de Rita Almeida Simões), não deixa de ser curioso.

Conta-nos a história de Mrs. Caliban, uma dona de casa de meia idade, que vive nos subúrbios e tem uma vida triste: o único filho morreu há uns anos e, desde então, o seu casamento com Fred esmoreceu, ao ponto de dormirem em camas separadas. Mrs. Caliban passa a sua vida monótona a ouvir rádio, ver televisão ou a fazer tarefas domésticas.

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Até que um dia, uma espécie de monstro anfíbio foge de um instituto científico e entra-lhe pela casa dentro.

Decide chamar-lhe Larry e inicia com ele, uma vida secreta, que lhe transforma os dias.

Esta história, que podia dar pano para mangas e para um daqueles romances de 600 páginas, é contada com frases simples e enxutas e “despachada” em pouco mais de 100 páginas.

Gostei.

“O Professor do Desejo”, de Philip Roth (1997)

Este foi o 21º livro de Philip Roth (1933-2018) que li.

Se tivesse começado a leitura da obra deste autor norte-americano por este livro, provavelmente, pensaria que não era uma escrita muito interessante. Este The Professor of Desire (edição D. Quixote do ano passado, com tradução de Francisco Agarez) não é, certamente, o livro mais interessante de Philip Roth e, talvez por isso, a D. Quixote, que tem editado toda a obra de Roth, foi deixando para mais tarde este volume.

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No entanto, para quem conhece bem a obra deste escritor judeu, O Professor do Desejo é mais do mesmo: neste livro, o narrador é, mais uma vez, um professor universitário judeu, neste caso, David Kepesh que, enquanto estudante, tentou conquistar todo o rabo de saia e, posteriormente, viveu aventuras sexuais intensas, mas sempre pouco satisfatórias.

Mais tarde, casou com uma gentia, com quem teve um relacionamento intenso e doentio. Divorciado, viveu momentos de depressão recorreu í  terapia psicanalítica e acabou por conhecer uma jovem professora do ensino básico e com ela viveu momentos de felicidade e tranquilidade. Seria isso suficiente para este professor, incapaz de se sentir totalmente satisfeito?

Para além destas aventuras e desventuras, os anseios, medos e sonhos da comunidade judaica a viver nos Estados Unidos, está sempre presente como pano de fundo.

Recomendo a leitura, para quem gosta de Philip Roth.

Outras obras de Philip Roth: O Caso Shylock (1993), Quando ela Era Boa (1966); Lição de Anatomia (1983); Os Factos (1988); Engano (1990); Goodbye Columbus (1959); Nemesis (2010); A Humilhação (2009); O Complexo de Portnoy (1969); Indignação (2008); O Fantasma Sai de Cena (2008); O Animal Moribundo (2001); Património (1991); Todo-o-Mundo (2006); Pastoral Americana (1997); A Conspiração Contra a América (2004); Casei Com Um Comunista (1998) e ainda O Teatro de Sabbath (1995), O Escritor Fantasma (1979) e A Mancha Humana (2000).

“Poses – Linguagem Corporal na Arte”, de Desmond Morris (2019)

Quando tomei conhecimento da edição deste livro, pensei que seria uma reedição de alguma obra antiga. Será que o Desmond Morris ainda é vivo?

É que um dos primeiros livros que comprei foi, exactamente O Macaco Nu, de Desmond Morris, livro publicado em 1967 e que eu comprei em 1970.

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Claro que Desmond Morris está vivo ““ e bem vivo, pelos vistos, tendo publicado este Poses no ano passado. Nascido em Purton, Reino Unido, em 1928, Morris fará 93 anos este mês.

Poses é uma excelente edição da Bizâncio, com tradução de Maria Carvalho, capa dura, óptimo papel e reproduções irrepreensíveis.

Morris dividiu o livro em nove partes: saudações, bênçãos, estatuto, insultos, ameaças, sofrimento, autoprotecção, erótico e em descanso.

Em cada uma destas partes, mostra-nos como a arte reproduziu estas atitudes do ser humano ao longo dos tempos.

Apenas como exemplo: no capítulo insultos, podemos apreciar obras (pinturas e/ou esculturas) a fazer caretas, a deitar a língua de fora, a levar o polegar ao nariz, a fazer gestos com os dedos, gestos com as mãos, a fazer o manguito ou a mostrar as nádegas.

Ao longo das suas cerca de 300 páginas, podemos admirar obras de inúmeros autores, nomeadamente, Notticelli, Bosch, Gustave Courbet, Paul Cézanne, Dali, Paul Klee, Gustav Klimt, Manet, Matisse, etc. ““ acompanhadas pela interpretação, sempre curiosa, de Desmond Morris.

Aconselho vivamente.

“Os Doentes do Dr. Garcia”, de Almudena Grandes (2017)

Almudena Grandes (Madrid, 1960), conhecida, sobretudo, pelo livro “…As Idades de Lulu”, lançou “…Os Doentes do Doutor Garcia” em 2017, e a Porto Editora editou-o agora, com tradução de Helena Pitta.

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Na capa, diz-se que se trata de “…um arrebatador romance de espionagem”, mas os espiões são apenas uma pequena parte desta história, que começa nos anos 30 do século XX e se prolonga atá ao final dos anos 70, com a acção a desenrolar-se em Madrid e Buenos Aires.

Pelo livro passam centenas de personagens; tantas que a autora se sentiu na obrigação de fazer uma lista. No final do livro, podemos consultar essa longa lista, verificando quais as personagens reais e quais a que Almudena Grandes inventou para construir a história.

São duas, as principais personagens: o Dr. Garcia e o seu amigo Manuel Benitez. São ambos republicanos e, depois de Franco assumir-se como ditador e depois de Hitler perder a guerra, envolvem-se numa rede que safa criminosos de guerra, enviando-os para a Argentina com identidades falsas. O objectivo dos dois amigos, é infiltrarem-se nessa rede e, depois, denunciá-la aos americanos, que andavam atrás dos nazis fugidos.

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Não foi fácil seguir esta história ao longo das suas mais de 700 páginas, sobretudo devido ao grande número de personagens que, ainda por cima, têm, por vezes, dois nomes, o verdadeiro e o falso…

No entanto, fiquei a conhecer um pouco mais da história da guerra civil espanhola, da colaboração dos falangistas com os nazis, de Péron com Franco e do modo como os norte-americanos acabaram por apoiar o ditador espanhol, já que ele era anti-Estaline.

A autora termina o romance com uma frase reveladora da sua posição política: “…Pela honra da República”.

“Epidemias e Sociedade”, de Frank M. Snowden (2019)

Aqui está um livro oportuno e que todos os “…especialistas” televisivos deviam ler, antes de fazerem os seus comentários alarves sobre a pandemia do coronavírus.

Frank M, Snowden é o pseudónimo do professor de História da Medicina da Faculdade de Yale, de seu nome Andrew Downey Orrick (N. 1946).

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O livro começou como um curso de licenciatura na Universidade de Yale, tentando responder í s preocupações sobre as epidemias emergentes, caso do ébola, gripe das aves e SARS. As aulas destinavam-se a alunos de Medicina e a cientistas em post-graduação.

Snowden pegou nessas aulas e transformou-as neste excelente calhamaço de quase 700 páginas, abordando as três epidemias da peste, a varíola, a influência da febre amarela, da disenteria e do tifo nas grandes derrotas de Napoleão, as correntes médicas de Paris, o movimento sanitário e a teoria dos germes, as epidemias de cólera, a tuberculose, a malária na Sardenha, a poliomielite, o VIH/sida, a SARS e o ébola.

Apesar do livro ter sido lançado antes do aparecimento do novo coronavírus, Snowden, de certo modo, já previa o aparecimento de uma nova pandemia e alertava para o facto de o mundo, apesar de todos os ensinamentos do passado, não estar preparado para a enfrentar.

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Uma imagem com texto, livro

Descrição gerada automaticamenteO autor acrescentou uma pequena introdução, já este ano, onde diz, nomeadamente que “…como todas as pandemias, a do covid 19 não é um acontecimento acidental e aleatório”.

Snowden faz questão de contextualizar todas as pandemias, mostrando-nos que todas têm contornos sociológicos bem definidos, atacando, quase sempre, as classes mais pobres. Por outro lado, a luta contra as pandemias tem sido, quase sempre, titubeante, por razões económicas, ideológicas e políticas.

Cito apenas três ou quatro passagens do livro, apenas para mostrar o tom do texto.

Sobre a varíola nos Estados Unidos:

“…Devemos acrescentar aqui o facto de que as mortes espontâneas dos americanos nativos foram í s vezes reforçadas por genocídios intencionais. O precedente foi estabelecido pelo oficial do exército britânico, Sir Jeffery Amherst, que introduziu o genocídio na América do Norte quando deu deliberadamente cobertores infectados com varíola aos nativos americanos, para os «reduzir».

Sobre a tuberculose e o medo que ela provocou, quando a epidemia se espalhou no final do século 19:

“…os bancos esterilizavam as moedas e o Departamento do Tesouro retirava as notas antigas e emitia substitutas não contaminadas. De acordo com o Laboratório de Pesquisa de Nova Iorque, os testes determinaram que as moedas de penny sujas apresentavam uma média de vinte e seis bactérias vivas cada uma e as notas sujas, setenta e três mil.

As barbas e os bigodes deixaram de ser preferência, depois de terem estado na moda durante a maior parte da segunda metade do século XIX. As bactérias poderiam aninhar-se entre os bigodes e cair no prato de outra pessoa, ou passar de lábios durante um beijo”.

Com a erradicação da varíola e o quase desaparecimento da poliomielite, mais o advento dos antibióticos, as autoridades de saúde de todo o mundo pensaram que tinham ganho a guerra contra as doenças infecciosas:

“…em 1992, o governo federal dos Estados Unidos atribuiu apenas 74 milhões de dólares para a vigilância das doenças infecciosas, enquanto os funcionários da saúde pública davam prioridade a outras preocupações, como as doenças crónicas, u usio do tabaco, a geriatria e a degradação do ambiente.”

Quanto í  recente epidemia do ébola e a falta de preparação dos países africanos para a enfrentar, Snowden dá uma valente chapada nos liberais:

“…Um tal grau de falta de preparação resultou de uma combinação de circunstâncias, que ainda se verificam hoje. Uma é o tratamento da saúde como uma mercadoria no mercado, em vez de ser um direito humano. Bem antes da erupção do ébola, as decisões do mercado evitaram que a ífrica Ocidental tivesse as ferramentas para enfrentar a emergência. As farmacêuticas priorizaram o tratamento das doenças crónicas das nações industrializadas, onde se pode ter lucros, em detrimento do desenvolvimento de drogas e vacinas para as doenças infecciosas dos pobres.”

Portanto, estamos perante uma obra fundamental para perceber as pandemias, incluindo a do coronavírus.

O livro foi editado por cá em outubro passado, pelas Edições 70. A tradução é de Alexandra Cardoso, Pedro Vidal e Rui Santos. A este triunvirato apenas tenho de chamar a atenção para a página 470, onde se diz “…esplenomegália, um doloroso inchaço do pâncreas”.

Não é. Esplenomegália é o aumento do volume do baço…

“Em Português Nos (Des)Entendemos”, de João Carlos Brito (2020)

Mais um livrinho curioso que se lê de uma penada.

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O seu autor, licenciado em Línguas e Culturas Modernas, lista aqui uma série de regionalismos, termos de calão e linguagem corrente e fornece uma possível explicação para cada um.

Por vezes, a explicação que o autor dá pareceu-nos um pouco fantasiosa ou demasiado enviesada, mas enfim, não deve ser fácil descobrir por que raio os habitantes do Porto chamam jeco ao cão, ou os do Ribatejo digam que cramunhar é o mesmo que fazer muito barulho.

O livro não pretende ser exaustivo, razão pela qual, nos vários termos usados pelos do Porto, não aparece, por exemplo, o célebre cimbalino. Para já não falar nos termos que o autor escolheu para Lisboa, e onde não figuram dar de frosques, chatear o Camões, dar corda aos sapatos e muitos outros.

O autor dividiu o livro em capítulos e cada capítulo refere-se a uma região do país.

Ficámos a saber, por exemplo, que, no Minho, um cachecol é cochiné; em Trás-os-Montes, bodalhice é uma porcaria; no Porto, aloquete é um cadeado; nas Beiras, apichar é avivar o lume; no Ribatejo, afonicar é estragar; no Alentejo, uma pessoa simples é um parrascano; no Algarve, feniscadinho é um tipo muito magro; na Madeira, chinesa é um chávena de café com leite; e nos Açores, ministra é uma mesa de cabeceira.

“Olive Kitteridge”, de Elizabteh Strout (2008)

Elizabeth Strout (Portland, Maine, 1956), ganhou o Prémio Pulitzer com este romance, mas, na sua carreira, tem já mais alguns best-sellers. Em Portugal, para além deste, tem publicados “…Tudo é Possível” e “…O Meu Nome é Lucy Barton”.

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Olive Kitteridge foi professora de matemática em Crosby, uma pacata povoação próxima de Portland, no Maine. É uma mulher grande, que engordou depois da menopausa, mas, sobretudo, é uma mulher mal humorada, sempre zangada com o mundo.

Toda a gente em Crosby conhece Olive e o seu mau feitio; é casada com Henry, o dono da farmácia local ““ um homem simpático, o oposto da mulher.

A narrativa começa quando ambos estão í  beira da reforma e continua até pouco depois da morte de Henry.

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Cada capítulo conta-nos uma história que, de algum modo, está relacionada com Olive, embora ela nem sempre participe directamente na história.

Há a história da pianista alcoólica, do ex-aluno de Olive que se quer suicidar, da mãe destroçada pelo crime do filho, e mais.

Olive tem dificuldade em aceitar o facto do seu filho ter casado com uma mulher que ela detesta e se ter mudado para a Califórnia. Cristopher quis fugir de uma mãe autoritária e azeda.

É com este ambiente que a narrativa evolui, sempre com muito interesse.

A tradução é de Tânia Ganho e a edição da Alfaguara e eu recomendo.

“O Que o Cão Viu”, de Malcolm Gladwell

Malcol Gladwell nasceu em Inglaterra em 1963, cresceu no Canadá e vive actualmente em Nova Iorque, sendo colunista da revista The New Yorker.

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Este curioso livro reúne alguns dos seus ensaios publicados naquela revista ““ ensaios muito variados, desde por que razão há muitas variedades de mostarda e apenas uma de ketchup, o que é que o inventor da pílula não sabia sobre a saúde das mulheres, os perigos da informação a mais, a mamografia e o poderio aéreo, por que associamos o génio í  precocidade, etc.

Gladwell pega em um ou dois exemplos práticos para, depois, nos explicar a sua opinião sobre o assunto em discussão, socorrendo-se, sempre, da opinião de diversos especialistas e de estudos científicos publicados.

Na página 299, por exemplo, é citado um estudo muito curioso:

“…No início da década de 1970, um professor de psicologia da Universidade de Stanford, chamado David L. Rosenhan, juntou um pintor, um estudante universitário finalista, um pediatra, uma dona de casa e três psicólogos. Pediu-lhes que fossem a diferentes hospitais psiquiátricos com nomes falsos e se queixassem de que andavam a ouvir vozes.”

De resto, estes voluntários deveriam responder a todas as perguntas sem mentir e manter comportamentos normais. Estiveram internados, em média, 19 dias, e houve um que ficou quase dois meses internado.

Rosenhan dirigiu-se depois aos hospitais visados e explicou que estava a fazer uma experiência e que, em breve, voltaria a enviar voluntários que se fingiriam doentes.

Dessa vez, dos 193 admitidos nos hospitais, 41 foram considerados saudáveis ““ mas, mais uma vez, os hospitais enganaram-se, já que Rosenham não tinha enviado ninguém.

É com experiências deste género, surpreendentes, que Gladwell ilustra os seus ensaios, o que os torna interessantes, mesmo quando o tema é pouco atractivo.

“Os Três Irmãos Que Nunca Dormiam”, de Giuseppe Plazzi (2019)

Giuseppe Plazzi (Ravena, 1959) é um Neurologista italiano, responsável pelo Centro para o Estudo e Cura dos Distúrbios do Sono, além de professor na Universidade de Bolonha.

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Tal como o também neurologistas norte-americano, Oliver Sacks, Plazzi escreveu este pequeno livro contando-nos histórias de alguns dos seus doentes com distúrbios do sono: sonambulismo, terrores nocturnos, sexsónia, perturbação do sono REM, narcolepsia, parasónia.

Cada capítulo é dedicado a uma destas patologias e, a propósito, Plazzi conta-nos o caso de um dos seus doentes.

A linguagem é simples e o livro tem, também, intuito pedagógico e confesso que aprendi muito com ele ““ até porque muitos dos distúrbios do sono só começaram a ser estudados verdadeiramente muito depois de terminarmos os nossos cursos.

“A Vida Mentirosa dos Adultos”, de Elena Ferrante (2020)

Esta misteriosa escritora italiana consegue-nos agarrar desde a primeira í  última página.

Foi assim com os quatro livros da Amiga Genial, e aconteceu o mesmo com este novo livro.

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Nesta nova história napolitana, a narradora e protagonista é uma miúda de 15-16 anos, Giovanna, filha de dois professores e, como tal, vivendo na zona de Nápoles onde predomina a classe média.

O pai de Giovanna é um professor bem-sucedido, mas vem de uma família pobre, da zona mais básica da cidade, onde ainda reside uma sua irmã, Vitória.

Giovanna acha-se feia, como a tia e sente curiosidade em contactar com ela, já que o seu pai cortou relações com as suas raízes.

Os pais de Giovanna convivem com outro casal, também da classe média, e que têm duas filhas, sendo que a mais velha é da idade da narradora.

A tia Vitória, que vive num bairro social, foi amante de um polícia, que, entretanto, morreu, e convive com a viúva e os seus três filhos. Giuliana é a única rapariga desses três, e tem um namorado que é um destacado professor em Milão.

Com estas personagens, Elena Ferrante constrói uma história que nos prende; vamos convivendo com todas as dúvidas próprias dos adolescentes: as dúvidas sexuais ou religiosas, as dúvidas sobre o corpo, as relações entre as pessoas, a revolta em relação aos pais e í  escola.

É mais uma história banal e Ferrante consegue ir descrevendo os vários episódios, numa linguagem fluida, cirando expectativa no leitor, sem necessidade de recorrer a tragédias, crimes ou quaisquer artifícios para criar suspense.

Pelos vistos, a vida banal de uma adolescente é suficientemente interessante para prender a nossa atenção.

Aconselho.