Obrigado, Doug Fieger

—Em 1973 saíram “Dark Side of The Moon”, dos Pink Floyd e “Houses of the Holy”, dos Led Zeppelin.

Depois disso, entreguei-me í  música popular brasileira (Chico, Caetano, Gilberto Gil), í  música portuguesa de intervenção  (Zeca, Zé Mário Branco, Sérgio Godinho, Adriano Correia de Oliveira…) e í  chamada música erudita.

Papei de tudo, da Handel a Xenakis, de Mozart a Bartok, de Beethoven a Eric Satie.

Com o 25 de Abril, a coisa ainda se agravou mais. Era reaccionário gostar de rock’n’roll.

Foi em 1979, a fazer o estágio de Saúde Pública, em Armamar que, sem acesso ao gira-discos, recomecei a ouvir a Rádio Comercial e foi “My Sharona” que me fez voltar a bater o pé no chão, a compasso e, sem que ninguém visse, a abanar a cabeça, ao ritmo frenético dos Knack.

Deixei-me de preconceitos e recomecei a ouvir pop-rock.

O responsável foi Doug Fieger, líder dos Knack.

Morreu no passado domingo, com a minha idade, e um tumor cerebral.

Não conheço mais nenhuma música dos Knack, mas obrigado pela Sharona, pá!

Como o MUDE me deixou irritado comigo próprio

Fui finalmente visitar o Museu de Design, no antigo edifício do Banco Nacional Ultramarino, na Rua Augusta.

No rés-do-chão, está a colecção permanente: mobiliário, vestuário, projecção de filmes, alguma loiça e duas dúzias de electrodomésticos (torradeiras fantásticas e rádios cheios de patine).

No primeiro piso, a Exposição temporária “É proibido proibir”, dedicada aos anos 60: monitores passam alguns filmes emblemáticos (“Barbarella”, “Midnight Cowboy”), altifalantes debitam música dos anos 60 (“Sgt Peppers…”, “Hair”, “Woodstock”, Stones, Janis Joplin) e mais mobiliário e mais vestuário.

—E, de repente, ali estava, bem í  vista, a máquina de escrever Olivetti Valentine, igualzinha í  que a Mila me comprou nos anos 70 do século passado, em segunda mão, num antiquário das Escadinhas do Duque.

Foi numa máquina igual a essa que escrevi muitos textos para o Pão Comanteiga, a uma velocidade que fazia saltar teclas, literalmente.

E depois, num daqueles ataques que nos dá e em que nos apetece desfazermo-nos de coisas que já não usamos, vendi-a a um ferro-velho, juntamente com muitos trastes.

Mais tarde, dei vários murros em mim próprio, insultei-me do pior, obriguei-me a torturas inenarráveis, próprias de um Jack Bauer, mas nada disso fez regressar a Olivetti ao lar.

Nunca mais me perdoarei!

Quanto ao MUDE, vale a pena a visita, embora saiba a pouco.

O 10º Natal do Coiso na net

Foi no dia 1 de Novembro de 1999 que meti o Coiso na net.

A página de O Coiso foi toda desenhada pela Dalila e a sua forma original pode ser vista aqui.

O Coiso na net começou por ser um local onde coloquei textos que escrevi para muitos sítios, sobretudo, o Pão Comanteiga (programa-âncora da Rádio Comercial dos anos 80), o Uma Vez por Semana (o seu programa sexual), Pé de Vento, Pé de Cabra, Pau de Canela, Bisnau, A Quinta do Dois, Um, Dois, Três, etc, etc – e, claro, o próprio O Coiso, “o semanário humorístico com maior penetração no país”, e que durou apenas 13 semanas, em 1975.

Depois, a pouco e pouco, transformei este Coiso numa espécie de blog pessoal, onde publiquei as Memórias de um Fumador. Não gostei da exposição. Arrependi-me de partilhar com desconhecidos os altos e baixos da vida. Desisti do tom intimista e voltei ao tom “jornalístico”.

O “problema” é que, desde a infância que gosto de inventar jornais.

Assim, este Coiso é, sobretudo, uma necessidade – e um gozo.

O Coiso – jornal, foi um projecto meu, do ílvaro Belo Marques, do Mário-Henrique Leiria, do Ruy Lemus, do José António Pinheiro, do Carlos Barradas e de mais uns quantos maduros que giravam na órbita do jornal República, ainda antes do 25 de Abril de 1974.

Era um projecto “anarquista”, daqueles que não pode durar muito tempo porque se auto-destrói por natureza.

Chamava-se O Coiso, porque era (e é…) assim que a Mila se referia í s mais variadas coisas, pessoas, atitudes, acontecimentos – «passa-me aí o coiso», «viste aquele coiso?», «olha, acabou-se-me o coiso»…

Assim, í  pergunta: «como se há-de chamar o jornal?», acabámos por concordar em “O Coiso”, porque, de facto, aquilo não era bem um jornal, nem uma revista, nem nada de definível… era um coiso.

Portanto, com a ajuda da Dalila e do Pedro, O Coiso está na net há 10 anos.

Prometo, para já, mais 10 anos.

E bom Natal, pá!

Onde estavas no 25 de Novembro?

Estava na redacção do Telejornal, ainda no velho Lumiar. Nessa altura, era jornalista.

De repente, vejo muitos tipos vestidos com camuflados a tomarem posições, no páteo, nos telhados, nas esquinas. Estavam armados. Vejo, também, alguns jornalistas, conotados com o PCP, a tomarem posições de comando, um deles, de granada na mão.

Foi quando o major Clemente interrompeu o António Santos, que estava a ler o telejornal e se dirigiu ao país. E, depois, os emissores do Porto cortaram-lhe o pio e puseram, no ar, um filme idiota com o Danny Kaye.

Sinceramente, não achei piada nenhuma ao que se estava a passar e fui-me embora.

Um golpe de Estado?

Mais um?!

í€ saída, nenhum dos militares que montavam guarda me importunou.

Quando cheguei a casa, disse para a Mila: “Acabou-se! Estou sem emprego!”

No dia seguinte, a RTP esteve fechada. Não houve emissão.

No outro dia, telefonaram-me: não queria aceitar o lugar de responsável pela 3ª edição do Telejornal?

Afinal, ainda tinha emprego.

E até fora promovido!

Mais um golpe de Estado e teria chegado a presidente da coisa!

Continuei jornalista da RTP até ao final de 1976, quando acabei o curso de Medicina.

Comecei a exercer medicina em janeiro de 1977 e deixei de ser jornalista.

Não estou arrependido.

“Leite Derramado”, de Chico Buarque

leitederramadoUm homem muito velho está na cama de um hospital, vivendo os últimos dias da sua longa vida e vai desfiando as suas memórias para alguém (a filha, uma enfermeira, alguém que passa…)

As suas memórias começam no tempo em que, descendente de portugueses, vivia num casarão de ricos e vai por ali fora, de geração em geração, da riqueza í  miséria, até seu tetaraneto que, pelos vistos, trafica cocaína.

Os episódios da sua vida vão-se confundindo na sua memória já muito usada, mas o episódio fulcral é o do seu casamento com Matilde e do desaparecimento desta: fugiu com um amante, suicidou-se, morreu de doença grave?

“Leite Derramado” é um texto notável, um monólogo que vai avançando e recuando, para avançar novamente e que se lê de um fí´lego.

Raul Solnado

Lidei algum tempo com o Raul Solnado, nos anos 80 do século passado. Escrevi alguns textos, que ele depois interpretava, dando-lhes, muitas vezes, a graça que eles não tinham.

Do pouco tempo que passámos juntos, recordo uma pessoa afável e com uma inteligência aguçada.

Recordo, também, o nervosismo que senti quando me convidou para escrever, juntamente com ele e com o Mário Zambujal, o “Lá em Casa Tudo Bem”. Percebi que aquela não era a minha guerra: uma coisa era escrever uns epigramas e um textos despreocupados para o Pão Comanteiga, outra era escrever uma série de televisão para o Raul Solnado. Acabei por desistir, depois de 12 semanas de grande ansiedade e 12 episódios escritos e re-escritos, com muita ajuda do Zambujal e do Solnado.

Mas foi uma honra ter colaborado com o Solnado que, apesar da diferença de idades e de estatuto, sempre me tratou como um igual.

Recordo um dos textos que escrevi para ele:

“Venho aqui falar em nome dos pequenos e médios ladrões, larápios, carteiristas e ofícios correlativos.

Bom… para que não haja confusões, não sou o porta-voz dessas profissões que são, sem dúvida, as mais antigas do mundo… mas li no jornal uma notícia que me deixou revoltado.

É que a crise ataca todos e não escapa ninguém!

Já não basta um tipo ter que palmar quatro ou cinco carteiras no Metro, pondo em risco a sua integridade física. Depois, chega a casa e as carteiras só têm documentos e fotografias da família – nem uma nota para amostra!

Andamos todos tesos!

E os pequenos roubos já não dão lucro! É um risco que não vale a pena correr!

Hoje em dia, ou se rouba a sério, assim uma coisa em grande, com estilo, ou mais vale arranjar um emprego, nem que seja com contrato a prazo numa empresa em situação económica difícil.

E depois, ainda por cima, como um azar nunca vem só, andaram a colar aqueles cartazes nas estações do Metro, que dizem “cuidado com os carteiristas”!

E as pessoas estão sempre a pau, com a mãozinha a segurar a carteira.

Depois vem um carteirista mais inexperiente, tanta palmar qualquer coisa e pimba!… é apanhado com a boca na botija!

A polícia está farta, já não fecha os olhos a nada e lá vai o larápio para a prisão!

Para a prisão?!… Mas qual prisão?!…

É aqui que entra a notícia: segundo a Direcção Geral dos Serviços Prisionais, as 48 cadeias portuguesas estão a abarrotar!

6 478 presos! Não cabe nem mais um ! Lotação esgotada!

É uma situação que não se registava desde 1967 – há 17 anos, portanto!

Estão a ver isto?!

Se um larápio qualquer for apanhado pela polícia, fica preso onde?…

As escolas são poucas para os alunos;

Os hospitais não chegam para os doentes;

Os edifícios públicos são pequenos para as repartições.

Isto não pode continuar assim!…

Se esta noite mesmo, um polícia de giro capturar algum rato de automóveis, não tem outro remédio senão levá-lo par casa, dar-lhe jantar e depois fechá-lo na despensa, í  espera que haja vaga em Alcoentre.

Sinceramente, só vejo uma solução: enquanto não se conseguirem mais prisões, levem os presos para os museus.

Seria a única maneira de os nossos museus deixarem de estar í s moscas!

Boa noite e façam o favor de ser felizes.”

- esta crónica foi para o ar no programa televisivo “Fim de semana”, a 4/2/1984. De Dezembro de 1983 a Junho de 1984, escrevi crónicas que o Raul Solnado interpretava, melhorando-as com as suas “buchas”.

Colaborei, também com o Raul Solnado na escrita de crónicas semanais no Programa da Manhã da Rádio Comercial, entre Outubro de 1984 e Março de 1985.

Finalmente, fui co-autor, com ele e com o Mário Zambujal, dos primeiros 12 episódios da primeira sitcom portuguesa, “Lá em Casa Tudo Bem”.

Foi o Solnado quem me propí´s para membro da Sociedade Portuguesa de Autores, em 1984.

Dias Alzheimer Loureiro

—

A assinatura de Dias Loureiro aparece em diversos documentos da Sociedade Lusa de Negócios, apesar do ex-ministro de Cavaco e actual conselheiro de Estado ter dito que não tinha nada a ver com aquilo.

Confrontado, Dias Alzheimer Loureiro diz que “passaram 8 anos sobre os factos relatados, o que o pode levar a ter lapsos de memória”.

Compreendi-te…

E tenho pena.

Se quiseres, dou-te o nome de uns comprimidos que são bons para isso, embora a coisa seja irreversível, pá…

ílbum Branco tem 40 anos

—Foi no dia 22 de Novembro de 1968 que saiu o melhor disco dos Beatles. Faz hoje 40 anos.

O disco duplo, apenas intitulado “The Beatles”, mas que ficou conhecido como The White Album, é, na minha opinião, o melhor disco pop-rock de sempre. Nunca mais surgiu um disco assim.

No auge das suas carreiras, com as mentes bem abertas pela experiência, pela meditação com o guru indiano e pelo ácido lisérgico, os quatro rapazitos de Liverpool reuniram, neste duplo, grandes baladas (Julia, I Will, Good Night, Blackbird, Mother Nature Son), grandes rockalhadas (Helter Skelter, Why Don’t We Do It In The Road, Yer Blues), grandes canções pop (Honey Pie, Happiness Is a Warm Gun, Dear Prudence), experiências sonoras (Wild Honey Pie, Revolution 9), algumas das melhores canções de Harison (Glass Onion, Savoy Truffle, Whyle My Guitar Gently Weeps), coisas que soam a country (Don’t Pass Me By, Rocky Racoon), baboseiras (Ob-La-Di, Ob-La-Da) e ainda: Back In The USSR, The Continuing Story of Bungalow Bill, Martha My Dear, I’m So Tired, Piggies, Birthday, Everybody’s Got Something to Hide Except For Me and My Monkey, Sexy Sadie, Long, Long, Long, Revolution e Cry Baby Cry.

Que riqueza! Quantidade e qualidade! Quando se consegue tal combinação?

O álbum branco era numerado. Comprei o meu exemplar (nº 510 204), no dia 27 de Fevereiro de 1969, tinha ainda 15 anos. Tive que poupar dinheiro, andando í  pendura nos eléctricos, para não pagar bilhete e comprar menos cigarros avulso, de modo a conseguir comprar este duplo álbum que, na altura, era caríssimo para mim. Comprei-o numa pequena discoteca (era assim que se chamavam as lojas que Sí“ vendiam discos), situada na Praça de Londres, um pouco antes da Mexicana.

Lembro-me que fiquei obcecado pela música deste duplo álbum.

Passaram 40 anos.

Ainda me emociono ao ouvi-lo…

A morte de Richard Wright

Ora bem… o homem já morreu há uns dias e só agora arranjo um pedacinho para escrever algo sobre ele – aliás, algo sobre a minha “ideia” de Richard Wright.

Para mim, os Pink Floyd sempre foram um colectivo.

Eu explico: tenho 55 anos e fui contemporâneo de muitos destes senhores.

Para mim, tudo começou com os Beatles, que eram quatro. Sempre os identifiquei separadamente. Dois + um + um. Isto é: Lennon e McCartney + Harrison + Ringo. Os que sempre gostaram dos Beatles, percebem o que eu estou a dizer.

Os que têm vergonha de dizer que gostavam dos Beatles, por serem demasiado “populares”, fazem de conta que eles não existiram e elaboram grandes textos sobre, por exemplo, os Love, que ninguém sabe quem foram. Ou então, tipos com a idade do meu filho, masturbam-se com Brian Wilson, o maníaco-depressivo dos Beach Boys, dizendo que o tipo é um génio. Esses gajos não sabem o que é ouvir, pela primeira vez, “Eleonora Rugby”, num programa da Rádio Renascença, entre Tony de Matos e Simone de Oliveira e sentir que se estava a ouvir algo de subversivo.

(Um pequeno aparte: se for disléxico, direi Brain, em vez de Brian – será por isso que o gajo era o “cérebro” dos Beach Boys?)

Portanto, os gajos medianos, que gostavam dos Beatles, sabiam que havia ali uma dupla de génio (Lennon & McCartney), um gajo com jeito, mas tímido (Harrison) e um bronco, que foi a reboque, mas que aguentou a onda (Ringo). Os mais “intelectuais”, dirão que Harrison é que era o grande génio e que Lennon e McCartney nunca o deixaram vir í  superfície (caso contrário, os Beatles teriam sido outra coisa qualquer…), e os mais “outsiders” dirão, ainda, que Ringo é que era o bonzão e que deixou os outros tomarem a dianteira, só porque era “cool” e não estava para se chatear.

Isto, quanto aos Beatles.

No que respeita aos Stones, convenhamos que aquilo era o Jagger e o Richards e que os restantes, eram apenas decorativos. Hoje, passados todos estes anos, o Charlie Watts e o Ronnie Wood já têm o seu lugar no Panteão, quanto mais não seja pelos anos que já levam a aturar os outros dois, e por terem sobrevivido a tantas bebedeiras e tantas drogas. E todos nós sabemos como difícil é aturar velhotes, sobretudo se forem drogados…

E ainda houve o Brian Jones, que morreu afogado em drogas e cloro da piscina e o Bill Wyman, que saiu a tempo de manter a sua sanidade mental.

Claro que, quando Wyman morrer, ainda há-de aparecer alguém a dizer que ele é que foi o verdadeiro Rolling Stone e que só abandonou a banda porque Jagger e Richards se tornaram mercenários do rock.

Bom, mas isto era para ser sobre Richard Wright.

Portanto, os Pink Floyd, para mim, nunca foram o Wright, o Mason, o Waters, o Gilmour ou o Barrett. Para mim, os Pink Floyd eram um grupo de gajos que faziam uma música que eu nunca tinha ouvido antes.

Tenho três memórias vívidas da música dos Pink Floyd. Duas, bastante arcaicas e outra, um pouco mais recente.

Primeira: no meu quarto de adolescente, com as paredes forradas com fotografias de pop-rock stars, rasgadas das revistas Bravo (em alemão, nunca percebi patavina) e Salut Les Copins. Sentado no beliche de baixo (em cima dormia o meu irmão), a ouvir o álbum “A Saucerful of Secrets” (1967). Devia ter cerca de 15 anos. Fiquei estupefacto com os efeitos estereofónicos. Querem eram aqueles gajos?

Segunda: 1973. Eu e o meu amigo Hermínio, colegas no Liceu Passos Manuel, passeando pela Rua do Salitre, e cantando, em voz alta, músicas do “Dark Side of the Moon”.

Terceira: 22 de Julho de 1994. Estádio de Alvalade. Show dos Pink Floyd, já sem Roger Waters. O meu filho desentende-se com um gajo que está í  nossa frente e que, em vez de ficar sentadinho, desfrutando do rock planante dos Pink Floyd, está em pé, abanando a cabeça, ao som da música, não nos deixando ver o espectáculo como deve ser. Cena de socos. Rápida e concisa. O gajo passou o resto do concerto sentadinho.

No meio de tudo isto, lá estava o Wright, discreto, de volta do Farfisa, fazendo aqueles sons todos que me deixavam estarrecido.

Confesso: mal sabia o nome dele.

No entanto, sei que os Pink Floyd se mantiveram Pink Floyd sem Syd Barrett, continuaram Pink Floyd sem Roger Waters, mas teriam sido outra coisa qualquer sem Richard Wright.

E penso que, ao dizer isto, estou a fazer um grande elogio aos Pink Floyd.