Benfica impõe nova regra

A partir de agora, passa a ser assim, no Campeonato: 1 ponto por cada golo.

O Benfica marcou 70 golos – tem 70 pontos.

Ora, como cada vitória só vale 3 pontos, o Benfica tem que marcar 9 golos ao Olhanense, ao Porto e ao Rio Ave.

A divisão dos golos por cada uma destas três equipas, é lá com eles.

Mas eu não me importava nada que o Benfica só marcasse 2 golitos ao Olhanense e outros dois ao Rio Ave, não acham?

Por que razão o Sporting só levou 2 na pá

Ficou combinado que, neste Benfica-Sporting, só marcariam golos aos lagartos os jogadores encarnados com as seguintes características:

– Que falassem espanhol

– Que tivessem nascido a sul do Equador

– Que tivessem orelhas de tamanho normal

Esta decisão teve a ver com o facto de todos os jogadores do Benfica quererem marcar um golo ao Sporting, o que iria dar uma embrulhada das antigas: por um lado, seria um engarrafamento à entrada da grande área dos lagartos, tudo a querer rematar à baliza; por outro, teríamos uma goleada que punha a cabeça do Costinha a prémio – e nós ainda temos muito para gozar com o Costinha como director desportivo de Alvalade…

Portanto, vistos os actos e ponderados os factos, só o Cardozo, que nasceu no Paraguai e o Aimar, que é argentino, cumpriam aquelas condições – e foram eles que marcaram golo.

O Javi ainda tentou, mas todos lhe disseram: ok, tu falas espanhol, mas nasceste bem a norte do equador; não podes marcar.

Quanto ao Di Maria, com aquelas orelhas à Dumbo, nem tentou.

O Máxi e o Saviola reuniam as condições para meter a bola no fundo da baliza do Sporting, mas o uruguaio estava castigado e o argentino, lesionado e não puderam jogar.

E foi por isso que o Sporting, ontem, só perdeu por 2-0.

Bom treino!

Estas paragens no Campeonato Nacional são benéficas para as equipas que, graças aos jogos de treino, têm assim possibilidade de pôr em prática as jogadas ensaiadas.

Ontem, aquele jogo-treino do Benfica contra aqueles rapazes equipados de azul-e-branco (não me ocorre, agora, o nome da equipa), foi um bom exemplo disso mesmo.

Jesus teve a hipótese de ensaiar novos arranjos na equipa, meter o Airton e o Kardek, dispensando o Javi Garcia e o Cardoso e, tranquilamente, experimentar alternativas.

E ainda se marcaram três golitos!

Bom treino, não há dúvida!…

As goleadas do Benfica explicadas às criancinhas e segundo o Catecismo

Quando Jesus está zangado, mal vai o reino dos céus!

Há quem diga que ele arrasta móveis, atira com cadeiras, parte mesas e armários e assim desencadeia trovoadas.

Mas não é verdade!

As trovoadas são um fenómeno atmosférico e Jesus não tem nada a ver com isso.

Quando Jesus está zangado, o que ele faz é lançar sobre os que não seguem a sua Palavra, os anjos demolidores: Cardozo, Di Maria, Saviola, Aimar, Ramires, Coentrão e até um, já velhote, do tempo do Antigo Testamento, chamado Nuno Gomes.

No outro dia, só porque um filho do Demo, que veio da Madeira, o criticou por mastigar pastilha elástica com a boca aberta, Jesus afinfou-lhe com 6 pragas.

E já atirou com 8 sobre o Setúbal, 4 sobre o Belenenses, 5 sobre o Leixões e outros 5 sobre o Everton, que nem sequer é desta religião.

Jesus é implacável.

É por isso que todos nos temos que portar muito bem, incluindo o Braga, já no próximo sábado, senão, já sabe, arrisca-se a levar com mais meia-dúzia de pragas.

Uma noite à “antiga benfiquista”

Hoje sinto-me de barriga cheia: não só entrei de férias (curtas, mas férias), como ontem vi o meu Benfica marcar 8 golos ao Vitória de Setúbal.

E sublinho “meu” porque há muito tempo que não sentia a equipa do Benfica como minha.

Tiro o chapéu ao Jorjus (é assim que os adeptos e alguns jornalistas chamam ao Jorge Jesus, com a dificuldade que têm em articular português correctamente, aliás, como o próprio treinador do Benfica, mas tudo bem – o futebol é assim mesmo, ou não é?…).

Ontem à noite senti-me recuar uns anos largos, para os tempos em que o Benfica proporcionava abadas à maior parte dos seus adversários.

E até os comentadores televisivos pareciam ter recuado, também eles, algumas décadas, já que ouvi um deles dizer que o Setúbal marcava o seu “ponto de honra”, enquanto o outro chamava ao Cardoso, “avançado de centro”!

Há que tempos que não ouvia ninguém chamar avançado de centro ao ponta de lança!…

Avançados de centro eram o Rui Águas e o Torres. Alguém se lembra de os ver jogar?…

Enfim, estou a ficar velho!…

Mas vale a pena envelhecer a ver este Benfica a jogar!

Para que fique registado: a goleada começou com uma cabeçada do espanhol Javi Garcia, depois de um canto. A seguir, Aimar marcou um livre e o brasileiro Luisão marcou o segundo, também de cabeça. O terceiro foi para o Cardoso, de penalti. O quarto foi uma obra de arte do argentino Aimar. O quinto foi do brasileiro Ramires, a melhor aquisição do Benfica nos últimos anos.

Depois do intervalo, o paraguaio Cardoso marcou o sexto e o sétimo e, finalmente, veio o golo português: passe do César Peixoto, cruzamento de Fábio Coentrão e cabeçada de Nuno Gomes – à avançado de centro!

Não sou católico, mas tenho que agradecer ao Jesus!…

luz

(A foto foi tirada no dia do Benfica-Marítimo)

A dúzia

Sempre me insurgi com a tradução para português dos títulos de muitos filmes.

Por exemplo: porquê chamar “Os Amigos de Alex”, a um filme que se chama, de facto, “O Grande Calafrio” (“The Big Chill”).

Mas há boas adaptações.

Por exemplo: “Dirty Dozen”, em vez de ter sido traduzido para “A Dúzia Porcalhona”, ficou “Os Doze Indomáveis Patifes”, e ficou muito bem.

Ora, 12 indomáveis patifes foi o que aconteceu ao Sporting, na Liga dos Campeões. Foram 12 golitos que levaram do Bayern, coitados…

Diz-se que à dúzia é mais barato mas, neste caso, o Sporting nem vendeu cara a derrota. Entregou-se.

Os lagartos pareciam lagartixas letárgicas.

E 12 golos é muito golo, em apenas dois jogos.

Claro que o Bayern teve ajudas: o Polga marcou na própria baliza, o guarda-redes leonino agarrou a cabeça de um defesa, em vez de agarrar a bola, vários jogadores com a camisola às riscas, chutaram na atmosfera, com a bola a saltitar sobre a linha de golo.

Enfim, o Bayern não teve outro remédio senão marcar mesmo 12 golos!

Não faço ideia por que razão existe um substantivo próprio para designar a quantidade “doze”.

Que eu me lembre, só existe um outro substantivo semelhante e que é “grosa”. Ora, uma grosa corresponde a 144, isto é doze dúzias. Lá está a dúzia a funcionar.

Convenhamos que, para o Sporting, estas considerações têm pouco importância. Levou aquilo a que se chama uma abada e, para o caso, tanto faz que se diga que foram 12 golos ou uma dúzia de golos.

Doze!

É dose!

PS – dormi tão bem esta noite (provocação)…

Eu tive um sonho

Eu tive um sonho: o Benfica ia à Madeira e ganhava 6-0 ao Marítimo.

A última vez que eu vi o Benfica dar uma cabazada foi há 3 anos, quando ganhou, na Luz, 7-0 ao Paços de Ferreira.

Goleadas fora, só no século passado. Foram 7-1 ao Olhanense, no ano em que nasceu o meu filho, há 35 anos e 9-0 ao Beira-Mar, em 1966.

Por isso, goleadas, hoje em dia, só em sonhos.

Então, o sonho era assim:

O primeiro golo era do Reyes, de penalti. Depois, na sequência de um canto, Katsouranis desviava ao primeiro poste e Suazo marcava, ao segundo. Também na sequência de um canto, Luisão encostava o pé na bola e fazia o terceiro. Mais tarde, de fora da área, Suazo rematava à Eusébio e marcava o quarto. Para acabar, Nuno Gomes marcava dois: o quinto, a passe de Balboa e o sexto, a passe de David Luiz.

Foi um sonho tão agradável que decidi não acordar, por enquanto…