cromos
O que é a recessão?
Políticas internacionais
Finalmente, novos valores na política!
Fartos dos velhos políticos portugueses?
Not anymore!
O PSD anunciou ontem o seu candidato í Câmara de Lisboa: trata-se de Pedro Santana Lopes, um jovem e talentoso político que começa, agora, a dar os primeiros passos na cena portuguesa, e logo como candidato a um cargo tão importante como este.
A escolha de Pedro Santana Lopes foi uma decisão unânime de todos os membros da comissão política nacional, portanto não se pode falar em insanidade temporária de Manuela Ferreira Leite, quanto muito, poderá dizer-se que toda a comissão política está passada dos cornos por escolher um rapaz tão novo e tão verde (sim, é do Sporting… não se pode ser perfeito…)
Claro que este Santana Lopes não tem nada a ver com o outro Santana Lopes, o do túnel, aquele que abandonou a presidência da Câmara de Lisboa para ir fazer figuras tristes como primeiro-ministro e, depois, voltou para a Câmara, com o rabinho entre as pernas, desalojando o outro senhor de óculos, cujo nome já nem me lembro (Carmona? Craveiro Lopes?).
Não – este Santana Lopes é novo e não tem nada a ver com o outro Santana Lopes, que pagou 2,5 milhões de euros ao Frank Gehry para o gajo fazer um orçamento para o Parque Mayer e vir comer uns almoços ao Bairro Alto.
Este Santana Lopes é muito diferente, como se pode comprovar pelas imagens em baixo. í€ direita, o jovem Pedro Santana Lopes, agora candidato í Câmara de Lisboa; í esquerda, o outro Pedro Santana Lopes, o que deixou um buraco formidável nos cofres da Câmara. As diferenças são notórias…
Parabéns PSD!
Afinal, os deputados são humanos
Contextualizemos: na sexta-feira passada, dia 6, 40% dos deputados do PSD faltaram. Muitos deles assinaram a folha de ponto e puseram-se na alheta, para um fim de semana prolongado.
Acontece que havia uma votação importante. O plenário ia decidir se recomendava ao governo que suspendesse a avaliação dos professores, ou não. Seis deputados do PS votaram contra o governo mas, mesmo assim, a proposta foi chumbada porque 40% dos deputados do PSD fizeram gazeta.
História habitual.
A propósito disto, Almeida Santos disse que, quando era Presidente da Assembleia, nunca fazia plenários í sexta-feira, por ser véspera de fim-de-semana.
E acrescentou: «Talvez esteja errado é que as votações sejam í sexta-feira, é preciso arranjar horas para a votação que não sejam as horas em que, normalmente, é mais difícil e mais penoso estar na Assembleia da República».
É o que eu digo aos meus doentes: por favor, não adoeçam í sexta-feira, porque é véspera de fim-de-semana.
Almeida Santos tem 82 anos.
Talvez por isso se perceba porque diz mais uma enormidade como esta: “Os deputados são humanos, não são máquinas”.
E eu que pensava que Paulo Portas, com aqueles dentinhos tão brancos e brilhantes, fosse um robot. Só um robot (ou um ditador africano) consegue votações como Portas conseguiu ontem: mais de 95% dos militantes votaram nele e ninguém votou nos outros candidatos que, aliás, não havia. Também é verdade que 65% dos militantes nem se incomodaram em ir votar, mas Almeida Santos veio desfazer esta imagem que eu tinha de Portas. Afinal, não passa de um reles humano!…
E Rangel, o anafado líder do PSD? Não será uma enfardadeira?
E o mal-encarado Alberto Martins, do PS – humano?
E o camarada Jerónimo de Sousa não será apenas um reprodutor de cassetes, perdão, de dvd?
E Louçã não pode ser humano! Tão perfeitinho, tão politicamente correcto, tão resposta na ponta da língua, tão beato – Louçã é definitivamente uma máquina, não é humano!
Dr. Almeida Santos, permita-me discordar: os deputados são máquinas.
O problema é que, í s sextas-feiras, muitas dessas máquinas têm que ir í manutenção para ajustes…
Tens dias, Loureiro…
Por que não ficaste em Aguiar da Beira?
Ficavas a dois passos de Contenças, a terra do teu amigo e sócio, Jorge Coelho. Podias ir í Serra da Estrela, ver a neve. Em pouco mais de uma hora, estavas em Espanha, para comprar caramelos…
Podias ter ficado com o negócio do teu pai, que era latoeiro, em vez de te meteres nesta coisa do Valor Alternativo que, além de cheirar a alterne, tem algo a ver com ferro-velho.
Podias continuar a conviver com a Dona Natividade dos Santos, senhora com a provecta idade de 82 anos e que disse, ao Correio da Manhã, que tu foste para o seminário por influência do teu tio e padre José Fonseca.
A velhota – que te adora – disse ainda que foste “sempre uma flor de menino” e que, sempre que a vês lhe dás dois beijos.
Por que raio te foste meter nestas coisas da política, Manuel?
Não era melhor teres ficado sossegado, mais o teu bigode farfalhudo, em Aguiar da Beira, onde poderias ter tido um grande futuro como latoeiro?
Vieste para Lisboa, meteste-te na política, e acabaste como ministro da Administração Interna do Cavaco. Foste tu o responsavel pela carga policial sobre a malta que estava a bloquear a ponte 25 de Abril.
E sabes quem te sucedeu no cargo, depois do PSD perder as eleições (por causa da ponte e do feriado do Carnaval)? Pois foi o Jorge Coelho – que coincidência!
Ou então, não é coincidência – é a chamada solidariedade beirã…
Mas vê onde chegaste! Conselheiro de Estado, hã?!
E rico, muito rico – não graças aos ordenados de ministro e de deputado, diz o Pacheco Pereira – e digo eu, que sei como são os ordenados dos quadros da Função Pública.
Portanto, ficaste rico graças ao BPN e a negócios como aqueles de Porto Rico?
Ou ganhaste o Totoloto várias vezes?
De qualquer modo, fiquei com pena de ti, quando te vi ontem, na SIC, a seres entrevistado por aquele jornalista de economia, com ar sério. Que carinha tão inocente fizeste, durante toda a entrevista. Fizeste-me lembrar aqueles putos que acabam de fanar os chocolates todos da dispensa e dizem, com carinhas de anjinhos: «não fui eu, mãezinha…»
Mas podes estar tranquilo.
Nada te vai acontecer. A coisa vai engonhar nos tribunais, engonhar, engonhar, até seres bisaví´.
Entretanto, já estarás novamente em Aguiar da Beira, a pí´r flores na campa da Dona Natividade Santos.
Bolsas em baixo
O PSD não tem emenda
Segundo o Expresso, Manuela Ferreira Leite estará inclinada a deixar que Santana Lopes possa ser o candidato do PSD í Câmara de Lisboa.
Este seria o presente envenenado de Manuela ao Sr. Lopes: ao dar-lhe uma nova oportunidade, calaria a oposição dentro do partido. Se Santana ganhasse (ah! ah!), Manuela também ganharia; se Santana perdesse, Manuela não poderia ser acusada de não ter tentado.
Esta baixa política só mostra como se mexem os partidos, o PSD, em particular. No artigo do Expresso, assinado por í‚ngela Silva, não se fala, em lado nenhum, do que poderia ganhar a cidade se Santana Lopes voltasse a ser presidente da Câmara. Não se conhece, da parte de Santana, nenhuma ideia nova sobre Lisboa (ele tinha 3 e já as esgotou: o túnel do Marquês, o Casino de Lisboa e o Parque Mayer). Nada disto interessa. O que interessa são os jogos dentro do partido.
Aliás, no PS, a treta é a mesma. Agora, por exemplo, António Costa e Helena Roseta chegaram a um entendimento, que foi muito saudado pelos comentadores. Então, mas afinal eles não pertencem ao mesmo partido? Não podiam ter chegado a esse acordo antes de concorrerem separadamente í Câmara, evitando meses e meses de decisões adiadas porque não havia maioria nas votações?
Voltando ao Sr. Lopes: será que ele quer a candidatura í Câmara de Lisboa?
Não acredito.
O Sr. Lopes quer a Presidência da República, quando o ciclo de Cavaco acabar.
Lá terei que votar no Mário Soares, outra vez, daqui a 10 anos…