The Closer – 3ª série

—A terceira temporada de The Closer não desilude.

Kyra Sedgwick criou uma personagem com traços bem marcados e que ela continua a explorar, de episódio para episódio.

A deputy sheriff Brenda Leigh Jonhson pode ser desorganizada na sua vida privada, mas sabe conduzir um interrogatório de modo a não largar a presa se não quando ela acaba por confessar.

A galeria de personagens secundários também é suficientemente rica para, de vez em quando, fazer deslocar a narrativa para outros protagonistas.

As histórias são credíveis e variadas e o humor é q. b., até porque a própria Brenda Leigh desperta sempre um sorriso, pelo seu comportameno e pela sua pronúncia “saloia”.

Ah, ela é lésbica? E depois?

Há três ou quatro dias, fiquei surpreendido com este título do Público:

“A Islândia será o primeiro país governado por uma mulher assumidamente lésbica”

A senhora chama-se Johanna Sigurdardottir e, com um nome destes, é mais fácil dizer “aquela lésbica que é primeira-ministra do país que foi í  falência”.

Então, a senhora é lésbica? E depois?

A França é governada por um homem que usa tacões altos para ficar quase da altura da mulher;

A Itália é governada por um homem que pinta o cabelo;

Portugal é governado por um homem que tem um primo em Shaolin, a aprender artes marciais;

Os Estados Unidos são governados por um tipo com carapinha;

A Alemanha é governada por uma mulher feia;

O Zimbabué é governado por um tipo que é doido;

A China é governada por tipo com os olhos em bico;

A Líbia é governada por um gajo que vive numa tenda com ar condicionado;

A Venezuela é governada por um homem que usa camisas vermelhas de muito mau gosto;

O Brasil é governado por um tipo com nome de molusco;

O Reino Unido é governado por um senhor que tem um nome que parece uma canção dos Stranglers;

A Espanha é governada por um sósia do Mr. Bean;

Cuba é governada pelo povo!

A Rússia é governada por dois homens iguais, com nomes diferentes;

A Somália é ingovernável.

Portanto, se a primeira-ministra islandesa é lésbica, que lhe faça muito bom proveito!

Segredo de justiça – definição

Conjunto de suspeitas, declarações, depoimentos, escutas telefónicas, documentos vários, e-mails e outro material informático, denúncias, cartas e dossiers e qualquer outro indício que faça parte de um processo em investigação e que os magistrados estão impedidos, por lei, de revelar publicamente, e por isso mesmo, deixam que alguém os passe para a comunicação social, de modo a serem publicados em todos os órgãos de comunicação social.

Nip/Tuck – 5ª série

—Só esta linha do argumento chega para caracterizar a série mais “kinky” da televisão norte-americana: Matt, o filho do cirurgião plástico Sean McNamara que, afinal, é filho do outro cirurgião, Christian Troy, depois de se ter apaixonado por um(a) transexual, sem saber que ele(ela) o era, apesar de ter tido relações com ele(ela), casou-se com uma das ex-namoradas do seu pai verdadeiro, e ex-actriz porno, de quem teve uma filha mas, como ela voltou í  indústria porno, começou a andar com uma israelita com a cara desfeita por um bombista suicida e, finalmente, com uma miúda gira, com uma hemangioma de nascença e que foi operada com muito sucesso por Christian Troy, mas só depois de a desvirginar descobriu que, afinal, era irmão ela, ao mesmo tempo que o seu pai verdadeiro se divertia na cama com a mãe da miúda, uma diabética amputada a ambas as pernas.

Uf!

As restantes linhas do argumento ainda são mais estranhas.

Levada ao extremo da bizarria, só falta mostrar sexo com animais, mas já não deve faltar muito. Talvez na sexta série…

Lamento socrático

Não me bastavam o Portas
O Louçã e o Rangel
A crise económica
E a falta de papel
O Jerónimo e os Verdes
As trapalhadas na Educação
A Manuela Ferreira Leite
O desemprego e a deflação
O Marcelo Rebelo de Sousa
O Pacheco Pereira
O Manuel Alegre
O Mário Nogueira
A falta de médicos
Os juízes e os tribunais
Os despedimentos colectivos
As parangonas nos jornais
O inverno rigoroso
A chuva e a vaga de frio!

E agora ainda sou lixado
Pelos ingleses e pelo meu tio!

A dissolução de Santiago

Santiago Lopez tem 75 anos e é mexicano.

Preso na passada quinta-feira, confessou publicamente que dissolveu em ácidos corrosivos algumas centenas de elementos de gangues rivais.

Não está bem certo se foram 305 ou 289. Tem pena de não ter escrito o nome deles todos num caderninho. Mas foram cerca de 300.

Santiago não fazia este trabalho í  borla. Era pago por Teodoro Simental, um dos barões da droga.

Santiago recebia cerca de 462 euros por semana para dissolver cadáveres em soda cáustica.

Santiago não os matava – só os dissolvia.

E já fazia este trabalho há 10 anos. Era assim uma espécie de “gancho” após a idade da reforma.

Esses cerca de 300 mexicanos estavam todos envolvidos no narcotráfico e, de um modo ou de outro, tinham-se metido no caminho de Simental, que por isso os matava.

E Santiago, dissolvia-os.

Por mim, está perdoado…

Onde pára a ASAE?

O DN de hoje publica uma notícia assustadora: “Prisão de Coimbra vende canivetes a reclusos na cantina”.

Trata-se de uma espécie de canivetes, conhecidos como “chinos”, com uma lâmina de 4 centímetros, que os prisioneiros usam para descascar fruta ou cortar uma carótida.

Estão no seu direito.

Agora, o que não se percebe é como a ASAE não obriga o Estabelecimento Prisional de Coimbra a vender os canivetes noutro local.

Na cantina, perto dos alimentos, não me parece nada higiénico.

O meio tio de Sócrates e os cadilhes de Constâncio

A comunicação social anda, novamente, muito entusiasmada com o “caso Freeport”.

Agora, descobriram que um tal Júlio Monteiro, meio irmão da mãe de Sócrates, poderá ter servido como intermediário, entre a empresa inglesa, dona do outlet, e um ministro do governo de Guterres. Untando as mãos desse ministro com 4 milhões de euros, ele teria dado um jeito, no sentido do projecto ser aprovado, o que veio a acontecer, três dias antes de Guterres deixar o pântano.

Ora, sabendo que o ministro responsável pelo estudo de impacto ambiental era José Sócrates, depreende-se que os 4 milhões foram parar aos seus bolsos, o que explica as gravatas giras.

No entanto, se o Júlio Monteiro é meio irmão da mãe de Sócrates, isto significa que é apenas meio tio do primeiro-ministro – logo, só lhe deve ter dado 2 milhões.

Resta saber onde páram os outros 2 milhões.

Aliás, a malta está a especializar-se em fazer desaparecer milhões. Cada dia que passa, descobre-se que desapareceram mais alguns milhões, e nisso, o BPN é perito.

Ora, segundo a teoria de Cadilhe, a culpa não é de quem rouba os milhões, mas de quem tinha obrigação de montar guarda e não deixar que os milhões fossem roubados.

Constâncio foi ao rubro e só não teve um AVC por causa da recessão, que tem mantido tudo em baixo, mesmo a tensão arterial.

Tem alguma graça ver os banqueiros quererem ser independentes, abominarem o Estado e revoltarem-se contra qualquer intromissão na sua actividade e, depois, quando alguma coisa corre mal, irem todos a correr pedir ajuda e gritarem que a culpa é do Banco de Portugal.

Filhos ingratos!

Mas Constâncio devia saber que quem tem filhos, tem cadilhes…