O que eles me dizem…

Nunca posso dizer que já ouvi tudo porque eles continuam a surpreender-me.

E não falo dos que não querem “genéticos” porque acham que os “genéticos” não fazem nada.

Nem falo daquela velhota que me assegurou ter feito uma “miópse” í  tiróide.

Ou da outra, muito chorosa, porque tem um irmão com “alzaima”.

Falo daquela senhora com cerca de 75 anos, que se queixa de perturbações de memória. Assegurou-me hoje que ficou muito pior da cabeça desde que aconteceu aquele “suname”.

Está bem, aceito “genéticos” em vez de genéricos, “miópse” em vez de biópsia e “alzaima” em vez de Alzheimer – mas “suname”?!

Em vão tentei perceber o significado do termo, sem perguntar directamente í  senhora, para não a melindrar.

Mas ela percebeu pela minha cara que eu estava a leste.

E insistiu: “aquele suname que aconteceu lá no estrangeiro, e que matou aquela gente toda”!

Claro! Afinal, quem mandou por nomes estrangeiros aos maremotos?!

O estilo de Portas

Se me perguntam se eu fico, eu fico. Se me perguntam se vou, vou.

Se me perguntam se gosto, gosto. Se me perguntam se detesto, detesto.

Se me perguntam se engulo, não engulo. Se me perguntam se regurgito, vomito.

Se me perguntam se não posso mais, posso mais. Se me perguntam se aguento, não aguento.

Se me perguntam se tenho um pé fora, tenho um pé dentro. Se me perguntam se apoio, não apoio.

– Certificar as palavras de Portas, a propósito da descida da TSU decidida pelo governo, com o apoio de Portas, embora em desacordo, embora não tenha bloqueado, apesar de estar contra, apesar de nem por isso.

Uma ministra como deve ser!

Karina Bolaí±os era ministra da Cultura e da Juventude da Costa Rica.

E digo era porque, infelizmente, foi demitida em Julho passado pela presidente Laura Chinchilla.

Tudo porque um malandro colocou, na net, um video em que Karina, 39 anos, em cuecas e soutien, diz para alguém “te amo, te amo, mi vida, todo esto que vês aqui es tuyo, ti amo” e outras coisas deste género.

http://videos.sapo.pt/JS7ZMTbai0ZNupei6zI7

Injustiça, claro!

Nós temos ministros e ministras que dizem coisas muito piores e ainda ninguém os demitiu…

É que Karina, como se vê pelo vídeo, tinha tudo para ser uma excelente ministra da Cultura (a poesia das palavras que profere, o enquadramento da filmagem, a lembrar a nouvelle vague…) e uma óptima ministra da Juventude (os 39 aninhos, o rabo de cavalo, a qualidade da lingerie…).

Enfim, não se compreende por que foi demitida!

Mas Karina não se ficou.

—Não se ficou e decidiu posar nua para a revista Interviu, aproveitando para deitar abaixo a presidente da Costa Rica.

Karina diz que Laura Chichilla (que raio de nome!) só protege os corruptos e que utilizou o referido vídeo como forma de ofuscar os negócios escuros em que estará envolvida.

Não sabemos que espécie de negócios são esses, mas lá que o vídeo da Karina ofusca muita coisa, não há dúvida.

Esta tarde pensei, várias vezes, na possibilidade de alguma das nossas ministras fazerem um vídeo semelhante.

Talvez com a divulgação de tais vídeos, Passos Coelho conseguisse desviar a atenção das medidas de austeridade…

Assunção e o ovo

A ministra Assunção Cristas discursava, em Santarém, quando alguém lhe atirou com um ovo.

Acho mal.

Assunção é ministra da Agricultura, do Ambiente, do Mar e do Ordenamento do Território.

Por isso, além do ovo, deviam ter-lhe atirado com um eucalipto, um chicharro e uma placa toponímica.

De qualquer modo, o ovo não atingiu Assunção.

Não foi ela que se mexeu – foi o ovo.

Era um ovo mexido…

Pedro, o medíocre

Tivemos vários Pedros na nossa História: o Cru ou Cruel, que não perdoou aos que assassinaram Inês, foi o Primeiro; D. Pedro II foi o Pacífico e pouco rasto deixou; o terceiro, casado com D. Maria, foi o Edificador; D. Pedro IV foi o Libertador – no Brasil, deu o grito do Ipiranga e foi o primeiro Imperador das terras de Vera Cruz; o quinto Pedro foi o Muito Amado e reinou num curto período, nos anos 1850, lutando contra a escravatura, criando a Faculdade de Letras e o Hospital D. Estefânia.

Agora, temos que aturar Pedro, o Medíocre.

De seu apelido Passos Coelho, Pedro lixa-nos bem lixados e, depois, vem fazer-nos festinhas no Facebook.

Esta noite, já depois da meia-noite, Pedro decidiu ir ao Facebook e “postou” um texto.

Medíocre.

São cinco parágrafos de conversa mole e lugares comuns, dignos de um Nicholas Sparks de Massamá.

O texto, que se pode ler aqui, começa por nos chamar amigos, que é sinal que nos está prestes a saltar-nos para cima.

Triste, Pedro diz que fez “um dos discursos mais ingratos que um Primeiro-Ministro pode fazer – informar os Portugueses, que têm enfrentado com tanta coragem e responsabilidade este período tão difícil da nossa história, que os sacrifícios ainda não terminaram.”

E esses sacrifícios ainda não terminaram porquê? Pedro não explica. Nem explicou, na sua comunicação ao país. Se nos portamos tão bem, se cumprimos tão bem aquilo que a troika manda, por que razão continuamos na mesma?

Continuando com a sua conversa fiada, Pedro acrescenta: “O nosso país é hoje um exemplo de determinação e força, e esse é o resultado directo dos sacrifícios que todos temos feito”.

Ora, se o nosso país é um exemplo, por que carga de água Pedro nos penaliza ainda mais e decide tirar-nos mais um ordenado?

Quer dizer: quanto mais nos baixamos, mais mostramos o cu, não é Pedro?

Mais í  frente, Pedro diz esta frase lapidar, que vai ficar na história: “Queria escrever-vos hoje, nesta página pessoal, não como Primeiro-Ministro mas como cidadão e como pai, para vos dizer apenas isto: esta história não acaba assim”.

A vulgaridade destas palavras até dói. “Esta história não acaba assim”? Ai não?! O que vais fazer, Pedro? Dar uma coça nos gajos da troika? Rasgar o memorando? Torcer o pescoço í  Merkel? Ou, simplesmente, continuar a lixar-nos, dia após dia, até que o déficit chegue aos 3%, dê por onde der, doa a quem doer, desde que continua a doer apenas aos do costume?…

Mas há uma frase que se destaca, deste pobre discurso: “Vejo todos os dias o quanto já estamos a trabalhar para corrigir os erros do passado, e a frustração de não poder poupar-nos a estes sacrifícios é apenas suplantada pelo orgulho que sinto em ver, uma vez mais, do que são feitos os Portugueses”

Conversa de ir ao cu, pura e simples.

Pedro – assim assina este texto o primeiro-ministro de Portugal – diz que sabe “do que são feitos os Portugueses”.

Eu não sei de que são feitos os portugueses, mas sei que Pedro está a conseguir, a pouco e pouco, que os portugueses fiquem feitos em merda!

 

Súplica ao Tribunal Constitucional

Por favor! Peço, imploro, suplico – não se metam mais nas decisões do governo do Sr. Coelho!

A culpa foi vossa!

Foi graças í  vossa decisão tão democrática que a dupla Coelho-Gaspar decidiu, em vez de tirar dois ordenados aos funcionários públicos, tirar um ordenado aos trabalhadores do privado e… dois ao funcionários públicos.

Dispensamos “ajudas” dessas!

Castiguem esse homem!

Ontem, na Festa da Uva, na Madeira, um homem atirou com um copo de cerveja í  cara de Alberto João Jardim.

A polícia reagiu imediatamente e, enquanto Jardim limpava a cara, toda molhada com o precioso líquido, prendeu o criminoso.

Espero bem que seja castigado como deve ser!

O ignorante atirou com cerveja na Festa da Uva!

Wallander – 1ª temporada

Wallander é uma série de 5 estrelas.

—Baseada nas novelas do sueco Henning Mankell, a série, produzida pela BBC, estreou-se em 2008 e já vai na 3ª temporada, sendo que cada temporada tem apenas três episódios. No entanto, cada episódio é um verdadeiro telefilme, com cerca de hora e meia de duração.

Kurt Wallader é um inspector da polícia da cidade sueca de Ystal; recentemente divorciado e pai de uma filha na casa dos 20 anos, Wallander está obviamente deprimido e cada novo caso de assassínio é, para ele, mais um fardo. Demonstra uma fadiga intensa, alimenta-se mal e parece arrastar-se penosamente. No 3º episódio desta temporada percebemos porquê.

Kenneth Branagh compõe um Wallader muito convincente, barba de cinco dias, olhar triste, roupa desalinhada, parece transportar um fardo, mostrando que, apesar da profissão, não consegue habituar-se í  violência dos assassinos.

A série foi filmada em Ystal e a fotografia é óptima, com paisagens lindíssimas e uma luz, digamos, nórdica, muito bem retratada no 3º episódio, que se passa na altura do solstício de verão, quando o sol nunca se põe.

Nunca li nenhuma novela de Mankell, mas esta série despertou-me a curiosidade.

Aconselho vivamente.