Lake Powell, Monument Valley, Grand Canyon, 13 de Maio

Deixámos o Bryce Canyon e vamos ao caminho do Grand Canyon. Serão 480 km. Pelo caminho, haveremos de tomar um avião para sobrevoar os canyons.

De manhã, depois do pequeno-almoço, ainda tirei umas fotos a uns carros abandonados, perdidos entre os arbustos.

Passámos junto ao Zion National Park, onde foram rodados muitos westerns. As montanhas erodidas e os arbustos rasteiros, fazem lembrar, de facto, as paisagens dos filmes de cowboys.

Paragem para chi-chi em Kanab, numa loja chamada Denny’s Wigwam, onde comprámos mais alguns souvenirs e tirámos fotos no backyard, que está transformado numa minúscula cidade de cowboys: o saloon, a prisão, os banhos públicos, uma caravana – tudo isto fez parte dos cenários de diversas cobóiadas.

Acabámos de entrar no Arizona e voltámos a atrasar uma hora nos nossos relógios.

Um pouco mais à frente, parámos junto ao Glen Canyon Dam. Nos anos 60, acabou a construção desta grande barragem no rio Colorado, da qual resultou o Powell Lake, o segundo maior lago artificial dos States. Passeámos sobre a ponte, podendo ver o estreito rio Colorado, no fundo do canyon, de um lado, e a barragem e o lago, do outro lado.

Parámos em Page, uma pequena cidade junto ao Glen Canyon Dam, que surgiu em 1957, na dependência da barragem. Não é mais que uma rua, mas tem 18 hotéis e um supermercado do tamanho de um Jumbo, e ainda um campo de golfe, o que não deixa de ser estranho, já que estamos em pleno deserto.

Preparamo-nos psicologicamente para o passeio de avião e a visita ao Monument Valley, na companhia dos navajos.

Quando as emoções são muitas, umas sobrepõem-se às outras e, no fim, é difícil de dizer o que mais nos entusiasmou.

Ora bem: depois de comermos a nossa sandes, em Page, fomos até ao aeródromo e calhou-nos um Cessna de 10 lugares.

Que posso mais dizer, senão que foi um voo espectacular, por cima do Glen Canyon e do Lake Powell, até ao Monument Valley. Não houve muitos solavancos e o panorama era soberbo.

Ao longo do voo, um senhor com voz tranquila, ia debitando informações nos auscultadores, sobre uma música do fundo, vagamente mexicana.

Lá em baixo, o Lago Powell desenhava-se, como um puzzle, entre as rochas do canyon.

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Aterrámos no Monument Valley e, à nossa espera, estava um navajo pouco falador, com uma carrinha de caixa aberta. Entrámos e o índio arrancou, a uma velocidade alucinante.

Já sabíamos que o Monument Valley faz parte da reserva dos navajos e que são eles que exploram a coisa, no que respeita ao turismo. O que nós não sabíamos é que os índios decidiram vingar-se dos caras-pálidas desta maneira: metem-nos naquelas carrinhas e abanam-nos, ao longo do vale. No fim da viagem, tinha o estômago na testa e a tiróide no tornozelo, tal foram os saltos que a carrinha deu, ao longo da viagem. Atravessámos o vale a grande velocidade, envoltos em poeira, já que a estrada era de terra batida e os saltos eram tantos, que não era possível fotografar coisa nenhuma.

Monument Valley ganhou este nome porque, aqui, as rochas avermelhadas adquiriam formas tais que parecem estátuas esculpidas por mão humana.

Foi nesta paisagem que foram realizados muitos westerns e basta olhar para estas rochas para nos lembrarmos de John Wayne, Montgomery Cliff e, até Clint Eastwood, embora este tenha filmado mais para os lados de Sevilha…

Então, o navajo levou-nos por ali fora, sempre a abrir e só parou junto a umas bancas de artesanato índio.Compreendi-te: first business, then pleasure

Ficámos ali cerca de meia hora, a comprar colares e pulseiras e só depois é que arrancámos para a visita propriamente dita. Parámos, primeiro, no John Ford Point, assim chamado porque foi ali que o referido realizador filmou muitas cenas. O índio deu-nos 10 minutos para fotografarmos As Três Irmãs, um conjunto de três rochas, em forma de chaminé, e que aparecem em 345 filmes de cowboys. Noutra direcção, outro spot ideal para filmes. E lá estava um cowboy, de camisa vermelha e chapéu branco, montado num cavalo, também branco, posando no horizonte, fazendo-se à fotografia.

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E voltámos à corrida louca.

Nova paragem, para vermos outras duas formações rochosas, a que chamam chaleiras. Mais umas fotos e ala que se faz tarde. E o navajo acelerou, em direcção ao aeródromo! O Monument Valley estava visto, na opinião do péle-vermelha – e quem éramos nós para discutir!

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Ainda ficámos por ali mais algum tempo, a admirar as rochas e regressámos ao avião.

Rumámos, então, para o Grand Canyon. Foi quase uma hora de voo, com alguma turbulência. A aproximação aérea ao Grand Canyon é um espectáculo. Depois de quilómetros de planalto, abre-se uma brecha na crosta terrestre. Primeiro, é mesmo só uma brecha mas, de repente, abre-se uma garganta e, no fundo, o Colorado, uma fita estreita, que duvidamos que seja o culpadodaquilo tudo.

Aterrámos sem sobressaltos, quatro horas depois de termos partido de Page.

E partimos para uma caminhada de 4,6 km, ao longo do South Rim do Grande Canyon. Pudemos recordar o que já tínhamos visto em 1996.

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E, finalmente, chegámos ao Quality Inn e saímos logo para jantar.

Estávamos esfomeados. Durante todo o dia, comemos, cada um, cinco bolachas e uma barrita de cereais.

Escolhemos um restaurante chamado Spaghetti Western. A decoração era dominada por motivos do Oeste, a comida e a música de fundo, era italiana; os empregados, eram mexicanos. Ok, estamos nos States…

Comemos um bife óptimo, precedido por uma garden salad, e regado com Budweiser. Fixe.

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