“Parasitas”, de Bong Joon-ho (2019)

Não costumo ligar muito ao facto de um determinado filme ganhar o Óscar; já enfiei alguns barretes com filmes vencedores do prémio do melhor filme.

Desta vez, no entanto, fiquei curioso.

Quando o filme estreou, não lhe dei a devida atenção (aquele preconceito: filme coreano? deve ser uma seca…).

O facto de ter ganho o óscar, no entanto, acabou por me despertar a curiosidade.

Acresce o facto do Pedro ter dito que o viu três vezes – e eu confio no gosto cinematográfico do meu filho.

Mesmo assim, se, por qualquer motivo, eu não tivesse ido ver o filme, o facto do palerma do Trump ter dito, num comício, que não percebia por que raio é que “Parasitas” ganhou o óscar, teria sido suficiente para eu ir a correr vê-lo.

É um grande filme – atrevo-me a dizer, Tarantino style, com as devidas e enormes diferenças, a começar por ser feito por coreanos.

O filme conta-nos a história de uma família de pai, mãe, filho e filha, todos desempregados e a viver numa cave de um bairro muito degradado.

Um amigo do filho arranja-lhe um trabalho: dar explicações de inglês a uma adolescente, filha de um casal bem instalado na vida, com casa desenhada por arquitecto famoso, com governanta e tudo.

O rapaz é um sucesso como explicador e, com manhas e artimanhas, toda a sua família acaba a trabalhar para os ricalhaços: a sua irmã, como professora de arte, o pai, como motorista e a mãe, como governanta.

O filme está cheio de situações hilariantes, diálogos e cenas bizarras. Lembrei-me do Tarantino por causa desses diálogos, digamos, deslocados (o rapaz diz, como alguma frequência, “isto é muito metafórico!”) e por algumas cenas, como aquela em que a governanta e o marido dançam, ao som de um disco de um cantor italiano dos anos 70.

O final, é apoteótico, com quatro mortes e uma lição de moral.

Muito bom!

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