Vulcão Arenal

Do Parque Nacional Tortuguero ao Parque Nacional do Vulcão Arenal, passa-se quase um dia inteiro: primeiro, hora e meia de lancha, até Caño Blanco, depois, autocarro por uma estrada muito estragada, até Guapiles e, finalmente, 2h 30 de estrada em bom estado, mas com muito trânsito de camiões, bicicletas e peões, caminhando nas bermas.

O vulcão Arenal é um cone perfeito, com 1650 metros de altura e o topo quase sempre escondido por nuvens e pelo fumo que sai do próprio vulcão.

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A última grande erupção foi em 1968 e a lava e as rochas incandescentes destruiram uma povoação inteira. Desse lado, a encosta do vulcão é árida. Do outro lado, toda a encosta é verdejante e a povoação que existe no sopé, adoptou o nome de La Fortuna, por razões óbvias.

O Hotel Kioro fica mesmo em frente ao vulcão e tem diversas piscinas com águas termais, que vão arrefecendo, à medida que passam de uma para outra.

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De Valença ao Gerês

Domingo e segunda foram autênticos dias de verão, com direito a manga curta.

Hoje, choveu todo o dia, por vezes com muita intensidade, o que não deixou de ser uma vantagem para cenários tão românticos como os que percorremos hoje.

A primeira paragem foi em Arcos de Valdevez. Foi uma paragem rápida, que a chuva era muita, mas deu para ver alguns edifício feiosos, mas uma imagem bonita para compensar: a ribeira de Vez, passando sob a ponte do século XIX, árvores seculares em ambas as margens e, reflectida nas águas, a torre da igreja de S. Paio.

Tranquilamente, as águas da ribeira vão deslizando, com alguns desníveis que formam minúsculas cascatas. As grossas gotas da chuva quase não conseguem trespassar a folhagem densa das grandes árvores e o conjunto é, ao mesmo tempo, melancólico e tranquilizador.

Logo ali ao lado, fica Ponte da Barca, à beira do Lima. Esta localidade já existiria na Idade Média e o seu nome provém da barca que ligava as duas margens do rio. A ponte foi construída no século XV.

Na vila, destacam-se o Pelourinho e um Mercado, uma construção considerada monumento nacional. Ali perto, o designado Jardim dos Poetas, com árvores enormes e casas solarengas.

A chuva persistia, mas a humidade apenas tornava tudo mais verde e o cenário mais bucólico.

Apesar da chuva, ainda nos aventurámos até Lindoso, para ver o castelo.

Lindoso já fica no Parque Nacional da Peneda e o castelo está em recuperação. Uma enorme grua desfigura a cena toda.

Apesar disso, vale a pena o esticão de cerca de 30 quilómetros.

Perto do castelo, diversos espigueiros que, segundo julgo, formam o conjunto mais numeroso do país.

O almoço foi em Vila Verde. Pescada grelhada.

Debaixo de chuva, prosseguimos, em direcção à Caniçada.

Parámos, ainda, em Caldelas, para ver as termas e em Terras do Bouro.

A Pousada de S. Bento, na Caniçada, pode abordar-se vindo de baixo, do vale do Cávado, e são 5 km de curvas e contra-curvas.

Depois de 188 km à chuva, foi um alívio para o meu pescoço e ombros chegar a este antigo refúgio de caçadores, que já sofreu diversas adaptações e renovações, a última das quais muito recente.

O panorama da Pousada é soberbo, com as curvas do Cávado lá em baixo e as montanhas verdes, mas agrestes, do Gerês, de um lado e do outro.

Como é habitual nestes grandes cenários naturais, as cores e as formas parecem mudar, consoante estamos num dia de chuva, como de hoje, ou ao nascer de um dia de sol, ou ainda, com o sol poente.