“Skyfall”, de Sam Mendes

Só em 1981 vi o meu primeiro 007. Foi o For Your Eyes Only, com o Roger Moore, no S. Jorge.

Antes disso, achava que os filmes do 007 eram mais um produto da decadência da sociedade burguesa, que eram uma patetice pegada, inverosímeis e inúteis.

E não é que são mesmo?

E não é que, por serem isso mesmo, os filmes do 007 são bem divertidos?

Depois daquele meu primeiro 007, vi todos os que ficaram para trás, graças ao dvd, e fui ao cinema ver todos os que vieram depois.

Digamos que é assim uma espécie de tradição, como ir à Feira do Livro – um tipo pode não comprar livro nenhum, mas acha piada ao passeio.

Gosto deste 007 interpretado pelo Daniel Craig. É duro à brava, machão quanto baste, raramente sorri, fala pouco e é mais humano, no sentido de que até chora!

E também gostei deste Skyfall.

A clássica cena de abertura, que é sempre uma perseguição, é bem esgalhada, e a cena final é épica, uma espécie de Home Alone para adultos. O argumento é engenhoso, mas não muito complexo (ninguém quer pensar muito, quando vai ver um 007), e Javier Bardem faz um vilão excelente.

Vale a pena.

“Revolutionary Road”, de Sam Mendes

revolutionaryroadUm grande dramalhão, adaptação de um romance de Richard Yates que foi finalista do National Book Award, em 1962.

Realizado por Sam Mendes e protagonizado por Kate Winslet e Leonardo DiCaprio, conta-nos a história de um casal que vê os seus sonhos de uma vida fantástica se esfumarem na vidinha de todos os dias.

A acção decorre nos anos 50 e o casal Frank e April Wheeler parecem formar o casal perfeito: ele, empregado de escritório, numa firma conceituada, ela, uma dedicada dona de casa e mãe de dois filhos.

No entanto, April não está satisfeita com a rotina do dia-a-dia e acha que Frank pode e deve aspirar a voos mais altos.

De súbito, decidem largar tudo e ir viver para Paris. Mas uma promoção inesperada, na firma de Frank e a gravidez ainda mais inesperada de April, desencadeiam a tragédia final.

Por vezes um pouco dramático de mais, dá a sensação que a adaptação cinematográfica deixa algumas coisas importantes de fora.

A realização não tem surpresas e os actores são bons (já se sabia…)