Henrique, Cimento & Lícito, Lda

O PSD conseguiu que o Parlamento aprovasse uma lei que cria um novo crime: o crime do enriquecimento ilícito.

Quer dizer que, a partir de agora, todo aquele que fique rico í  custa da trapaça, da fuga aos impostos, dos compadrios políticos, do roubo, da especulação fraudulenta, negócios sujos, lenocínio, tráfico de droga e/ou de influências, etc – passa a ser um criminoso.

Acho mal.

Esses gajos deviam até ser incentivados pelo Estado!

Com efeito, os tipos que enriquecem ilicitamente deviam ter direito a receber um Rendimento Máximo Garantido, que lhes permitisse passar a viver í  vontade, sem precisarem de continuar a cometer ilegalidades e, assim, terem tempo e disponibilidade para organizarem palestras, jornadas, congressos, onde nos ensinassem como enriquecer ilicitamente.

Até nas escolas, em vez da palermice da educação sexual, devia haver uma cadeira de enriquecimento ilícito para preparar os nossos jovens para o futuro – já que trabalhar, pagar impostos e ser honesto, nunca enriqueceu ninguém.

Será que um tipo que nasceu lá nas berças, comprou o primeiro par de sapatos quando foi para a instrução primária, aderiu a uma juventude partidária aos 16 anos, foi eleito deputado aos 24, nomeado secretário de Estado aos 32, ministro aos 40 e, agora, aos 50 anos, é administrador de uma empresa pública, vive em Cascais, tem uma casa no Algarve e dois Audis, é um criminoso?

Nesse caso, o PSD que se ponha a pau porque acaba por mandar grande parte dos seus militantes mais destacados para a cadeia.

Pintar a cara de Preto

O Expresso de ontem publica uma notícia que pode passar despercebida e é pena.

Diz a notícia que Virgilio Sobral  de Souza e Jorge Silvério, co-arguidos, com o deputado do PSD, António Preto, no chamado “caso da mala”, apresentaram uma acção no Tribunal Administrativo e Fiscal do Funchal, a requerer a extinção de uma execução fiscal de 347 mil euros de dívidas de IRC, da sua empresa “Serbro”.

E em que se baseiam os chicos-espertos para exigirem que lhes perdoem o facto de não terem pago 347 mil euros de impostos?

Baseiam-se no facto da morada da notificação estar errada. Em vez de figurar “Rua do Castanheiro nºs 1 a 3, 8 – Funchal”, que é a verdadeira morada da tal empresa, da notificação constava “Rua do Castanheiro, nºs 1 a 38”.

Diz o advogado dos dois chicos-espertos, Rui Teixeira: “O sr. carteiro pode ter tentado a entrega do nº4 ao 38”.

Portanto, os dois construtores civis e mais o seu advogado preparam-se para fugir í  Justiça por causa de uma vírgula.

Grandes serbros que eles têm!…

A desfaçatez com que esta malta trata a Justiça merecia, da nossa parte, dos que pagam todos os impostos, uma reacção um pouco mais violenta.

Alcatrão e penas, no mínimo!

Deus é pequeno

deus-com-pinheiroPara quem já não se lembra, este Deus escreve-se com letra grande, mas é pequeno.

Trata-se de um sujeito baixinho, com o cabelo penteado para trás, í  custa de brilhantina e uma pêra que já não se usa desde os tempos da Inquisição (uma pêra, neste caso, é um pedaço de barba que ocupa, apenas, o queixo).

Ao longo dos anos, ocupou diversos cargos públicos, nomeadamente, ministro dos Negócios Estrangeiros e deputado do Parlamento Europeu, pelo PSD.

Notabilizou-se pelo golfe, que praticou antes, depois e durante.

Este ano, a excelente Manuela Ferreira Leite foi desencantá-lo para cabeça de lista do PSD por Braga, ao arrepio dos líderes locais, que meteram o rabinho entre as pernas, mas foram afiando as facas, preparando-se, agora, para as espetar convenientemente, nas costas de Manuela (não sei bem onde, porque a senhora é só ossos…)

Muito provavelmente, Deus terá vendido a alma ao Diabo: “se o PSD ganhar, abdico da minha reforma dourada, em troca de um lugar no Governo”.

O PSD não ganhou, mas Deus foi eleito.

Finalmente, Deus descia a Assembleia da República!

Mas por pouco tempo.

Deus chegou, registou-se  e, meia-hora depois, renunciava ao cargo de deputado.

Abdicar da reforma dourada pela merda de ordenado que um deputado ganha?

Só se Deus fosse parvo!

Mas este Deus não é parvo!

Em compensação é Pinheiro e, como se sabe, o pinheiro está infestado por nemátodo…

O Partido Fuck Them

Estive uns dias de férias, passeando pela Beira interior e só agora arranjei tempo para actualizar o Coiso – e não podia deixar passar em branco mais uma grande tirada de Alberto “Fuck Them” Jardim que, pelos vistos, foi mais ou menos ignorada pela comunicação social.

Para quem estava desatento, recordo que a D. Manuela foi í  Madeira, confraternizar com o Jardim que, em período eleitoral é sempre o maior do mundo, porque levou a Madeira aos píncaros do progresso e tal e coisa.

Claro que nunca é referido o facto de o Governo da Madeira ter um deficit astronómico, de tudo ser feito í  custa da massa que vai do Continente, de ser difícil fazer parte da Oposição porque o Jardim e apaniguados dominam, numa espécie de ditadura democrática, que todos sabem existir, embora façam de conta que não. E, para cúmulo, o Jardim é capaz de insultar tudo e todos, e ninguém faz nada porque é o “estilo” da criatura.

Pois então, a D. Manuela foi í  Madeira e fez-se transportar num carro do Estado. Ora se a D. Manuela ainda não é primeira-ministra (e esperemos que nunca o venha a ser), o que fazia ela num carro do Estado?

Os jornalistas foram perguntar ao Jardim e ele respondeu: “Fuck them!”

O Jardim disse, em relação aos jornalistas, “Que se fodam!”

D. Manuela Ferreira Leite: a senhora, que tem ar de ser uma pessoa polida e bem educada, é capaz, por exemplo, de mandar alguém levar no cu?

Dr. Aguiar Branco, o senhor, que tem uma pose de Estado, já alguma vez mandou alguém pró caralho?

Dr. Pacheco Pereira, o senhor que é tão entendido em tudo e, sobretudo, mesmo em tudo, tem por hábito dizer merda, porra, cagalhão?

Não acredito que o digam, que o façam, que sequer o pensem!

Como podem então permitir que um dos vossos mais destacados líderes, um homem que, na vossa opinião, representa um modelo de governo social-democrata, diga publicamente “Que se fodam!”?

Em qualquer país democrata e civilizado, tal dirigente político seria imediatamente afastado, ostracizado, expulso do partido.

Mas, D. Manuela, a senhora mesmo o diz: o PSD é um Partido da Verdade.

Por isso, que se foda!…

Há Manelas e Manuelas…

A Sra. Dona Manuela Ferreira Leite, actual líder do PSD, não tem nada a ver com uma outra Manela, com o mesmo apelido, que, em tempos, foi Ministra da Educação.

A Sra. Dona Manuela Ferreira Leite é uma Senhora, com ésse grande, muito bem maquilhada, vestida de modo sóbrio mas elegante, com o cabelo irrepreensivelmente arranjado, que nada tem a ver com a tal Manela, a quem um grupo de estudantes mostrou os rabos, onde estava escrita a palavra de ordem: “Não pagamos!”

A Sra. Dona Manuela Ferreira Leite é muito acarinhada pelos jornalistas, que lhe fazem perguntas a propósito, que a fotografam em ângulos favoráveis, que a tratam como se ela já fosse primeira-ministra e não tem nada a ver com a Manela, a que também foi ministra das Finanças e inventou os pagamentos especial por conta, alinhou com a subida do IVA, congelou os salários da função pública  e se obstinou com o déficit.

A Sra. Dona Manuela Ferreira Leite só fala quando acha que tem algo para dizer, é detentora da Verdade e vai fazer-nos, a todos, muito felizes e prósperos, nada tendo a ver com a outra Manela, conservadora, retrógrada que, até no próprio partido, apenas conseguiu um terço dos votos.

Portanto, há que não confundir a Dona Manuela com a Manela e não votar em nenhuma delas!

Quadrilhice

cavaco_baloesEm qualquer país dito civilizado, se houvesse a suspeição de que o Governo estava a espiar o Presidente, instalar-se-ia a crise entre os órgãos de soberania.

Em Portugal, é apenas mais um “fait divers”, uma tontice de verão, uma coisa sem importância – de tal modo que o Presidente, que ameaçou falar ao país se algo de muito grave se passar antes das eleições, até se dá ao luxo de ignorar o assunto.

E, afinal, o que se diz é que os seus assessores (com 5 ésses!) estão a ser espiados por facínoras, a mando de Sócrates.

Conversa de porteiras!

Quadrilheiras!

Está visto que os gajos do PS estão í  rasca: querem conhecer o programa eleitoral do PSD, para poderem contra-atacar e, como a Manela não se descai, eles estão í  brocha.

Pobres coitados!

Será que eles ainda não perceberam como vai ser o programa do PSD?

É que é tão simples. O programa eleitoral do PSD é curto e incisivo e divide-se em dois pontos:

1º A Manela vai ser primeira-ministra;

2º Depois, logo se vê.

Quanto a Cavaco, é vê-lo encher balões, pastar caracóis, encher pneus, pisar ovos, encher chouriços, ver navios, contar carneiros, olhar para o ar e sair de cena como o presidente que menos marcas deixou na História de Portugal, embora tenha conseguido evitar a eminente independência dos Açores…

Zangam-se as comadres…

O eminente político, autarca, ex-inspector da PJ, criminalista, comentador-tipo-nuno-rogeiro-mas-com-bronquite, autor de telenovelas, escritor e tudo, Moita Flores…

(não acham que falta aqui qualquer coisa neste nome? não deveria ser Moita de Flores?…)

…está muito zangado com Manuela Ferreira Leite. A líder do PSD tirou Miguel Relvas do lugar de cabeça de lista por Santarém, em detrimento de Pacheco Pereira.

(Pacheco é aquele senhor barbudo, com elevado perímetro abdominal, corpo de pêra, favorável ao aparecimento de diabetes, com uma biblioteca riquíssima, que já foi militante do MRPP – que quer dizer Movimento Reorganizativo do Partido do Proletariado – ah! ah! ah! -, que escreveu uma biografia não autorizada de ílvaro Cunhal, que participa em debates há décadas, dizendo como os políticos se deviam comportar e que, agora, aceita ser deputado por Santarém, borrifando-se nas distritais do seu partido e esquecendo-se que recebeu um subsídio por já ter sido deputado…)

Enfim, eu diria apenas uma coisa í  Dona Manuela: deixe a política para quem tem jeito para a coisa e dedique-se aos netos; não faça de conta que tem fibra para vir a ser primeira-ministra quando não consegue, sequer, dirigir o seu próprio partido.

manuela_listas

Olhe que o Prof. Cavaco está cheio de vontade de ocupar o seu lugar. Pelo menos, parece…