De Cristas levantadas!

Agora é que vai ser – um grande impulso na nossa Agricultura, graças í  nova ministra!

Assunção Cristas já decidiu: a partir de agora, os funcionários do seu Ministério não deverão usar gravata nos meses de Verão!

E há estudos que comprovam a bondade da medida: não usar gravata permite aumentar, em 2 graus, a temperatura do ar condicionado dos escritórios!

A Sãozinha é danada para poupar dinheiro! 

Grandes estadistas tomam grandes decisões.

D. Dinis mandou plantar o pinhal de Leiria, Assunção Cristas mandou tirar as gravatas aos seus funcionários!

Estamos no bom caminho!

Em breve teremos funcionários públicos em cuecas! (*)

(*) Deve permitir prescindir totalmente do ar condicionado, não?

Moody’s Blues

Alguém se lembra deles?

Alguém sabe quem eles foram?

Oa Moody Blues eram o conjunto (não se chamava banda, naqueles tempos) mais selecto dos anos 60. Quando os Beatles e os Rolling Stones se perdiam em “yeah-yeah” e berravam “twist and shout” ou “get out of my cloud”, os Moody Blues, certinhos, faziam soar o melotron e eram acompanhados por uma orquestra sinfónica.

Em 1967 editaram um álbum (era como se chamava, naqueles tempos, a um conjunto de canções) chamado “Days of Future Passed”, que é muito bom e que está muito esquecido.

Não sei se foi essa a intenção deles, mas sempre traduzi mentalmente o seu nome, Moody Blues, por Humores Deprimidos, tendo em consideração o ar solene das canções, os arranjos vocais vagamente conventuais, e os “slows” monumentais que inventaram, nomeadamente, o “entesoante” “Nights in White Satin”.

Vem isto a propósito da agência de rating Moody’s, a que nos considera lixo.

Sempre que oiço falar nela, lembro-me dos Moody Blues e começo a cantarolar “Nights in White Satin/ Never reaching the end/ letters I’ve written/ never meaning to send”.

Ainda bem que Sócrates se foi embora. Se o homem continuasse por aí, aposto que continuaríamos a deitar-lhe as culpas. Agora, podemos, finalmente, culpabilizar a Moody’s…

Mas também vos digo, quando se olha para este título do DN:

“Todo o País tem média negativa a Físico-Química”

…estamos mesmo a pedir que nos chamem LIXO!

Não há lenha que detenha esta campanha

Passos Coelho, de capa e batina, cantando com a sua voz de tenor, acompanhando uma tuna ou, no Fundão, a apanhar cerejas.

Sócrates, em Vila Real, arrastado por uma velhinha, que o enche de beijinhos repletos de saliva.

Jerónimo de Sousa, acoitado sob um toldo de um café, em Viseu, com as bandeiras ensopadas de granizo.

Louçã, de barrete branco, bata de plástico e galochas, no meio de chicharros e cachuchos, na lota de Sesimbra.

Portas, de camisa aberta, mostrando os pelos suados do peito, provando vinho verde ou dando apertos de mão, capazes de arrancar o braço do cumprimentado.

Cada vez faz menos sentido.

As campanhas eleitorais são uma fantochada, os políticos põem-se a jeito e as televisões aproveitam-se.

Que bocejo!…

Portugal de atestado

No dia em que se conheceu a taxa de juro que vamos pagar pelo empréstimo que nos fizeram o favor de conceder, decidi fazer uma lista dos atestados que me são solicitados:

– atestado de doença

– atestado para tirar e/ou renovar carta de condução

– atestado de uso e porte de arma

– atestado de robustez física para exercer determinada profissão ou para frequentar um curso

– atestado específico para certas faculdades (ausência de problemas de visão, audição, etc)

– atestado em como pode frequentar a creche, infantário e/ou ATL

– atestado para praticar natação ou qualquer outro desporto

– atestado para uso de arma de caça

– atestado para embarcação de recreio e patrão de mar

– atestado em como já não pode assinar o nome para que outra pessoa possa levantar a reforma

– atestado para os professores deixarem a filha ir í  casa de banho mais vezes

– atestado em como precisa de fazer acupunctura por sofrer de deficiência congénita

– atestado para não fazer ginástica quando está menstruada

– atestado em como a mãe está doente para que o filho, que está preso, seja transferido para uma prisão mais perto de casa

– atestado de doença crónica para que o filho receba bolsa de estudo

– atestado de necessidade de acompanhamento psicológico para que a ADSE comparticipe a psicoterapia

– atestado para que a cantina da empresa forneça dieta

– atestado para mudar do 4º andar para o 1º porque sofre de asma

– atestado de doença crónica para a assistente social arranjar creche para a filha

– atestado para o filho não ficar muito atrás na sala de aula porque vê mal

– atestado para não fazer natação e/ou ginásio durante determinado mês, para não perder a inscrição

– atestado para reaver o dinheiro de tratamento estético post-parto

– atestado para reaver o dinheiro já pago para uma viagem que não se realizou por motivo de doença

– atestado para a filha deficiente poder levar um objecto metálico numa viagem de avião

– atestado de deficiente mobilidade para que lhe instalem um poliban

E depois admirem-se que precisemos do FMI!…

25 de Abril, sempre!

Para todos aqueles que dizem que isto está cada vez pior.

Esperança de vida antes do 25 de Abril – 68 anos; agora – 78,9 anos.

Médicos por 100 mil habitantes antes do 25 de Abril – 122; agora – 377.

Taxa de alfabetização antes do 25 de Abril – 72.6%; agora – 95%.

Número de alunos no ensino superior antes do 25 de Abril – 57 000; agora – 383 627.

Taxa de inflação antes do 25 de Abril – 25,1%; agora – 1,3%.

Mortalidade infantil antes do 25 de Abril – 37,9 crianças por mil nascimentos; agora – 3,6.

Isto chega e sobra.

Mas ainda há a liberdade…

 

Polícias educadinhos é o que se quer…

Fazia falta um código de conduta para os polícias portugueses.

Há muito tempo que estávamos fartos de polícias a cuspirem para o chão, a coçarem as partes, com a farda cheia de nódoas e o bigode mal aparado.

O Diário da República já publicou as novas regras pelas quais se devem reger os agentes da ordem.

Mas a coisa tem falhas.

Por exemplo:

Diz o novo código: “ao cruzar com superior em local apertado, (o polícia) facilita-lhe a passagem ou pede-lhe licença para passar se este estiver parado, evitando fazê-lo pela frente”.

Quer dizer que o polícia terá que passar por trás do seu superior. Pergunta-se: poderá dar-lhe um pequeno beliscão nas nádegas?

E se o local for verdadeiramente apertado, poderá o polícia saltar por cima do seu superior ou deverá agachar-se, de modo a que o superior passe por cima dele?

Questões prementes…

Outra regra de ouro: “quando um elemento da PSP acompanhar um superior hierárquico junto a uma parede ou num passeio, o subordinado deve ceder-lhe a posição interior”.

Compreende-se. Se, por acidente, um louco do volante invadir o passeio, terá mais hipóteses de atropelar o polícia, salvando-se o chefe da esquadra…

Claro que, se o passeio for muito estreito, deve seguir-se a regra anterior, isto é, o subordinado deve ir atrás do superior, embora um poucochinho desviado para fora, de modo a que o chefe sinta que vai por dentro.

Percebido?

Agora, quanto í  magna questão de como devem entrar e sair os polícias de um carro…

Esta é, sem dúvida, uma das questões mais polémicas da nossa PSP. Várias vezes os bandidos conseguiram fugir porque os polícias se atabalhoaram a sair do carro, durante a perseguição.

Mas o novo código estabelece a regra: “a entrada em viatura da PSP inicia-se por ordem crescente de categoria ou função, fazendo-se a saída por ordem inversa”.

Simples e claro.

No caso de todos os polícias terem a mesma patente, suponho que devem sair do carro ao mesmo tempo, depois de dizerem em voz alta: “1 – 2 – 3!”

Há mais regras, mas estas três dão uma ideia da grandiosidade deste novo documento que orgulha a PSP e que deverá servir de exemplo a todas as polícias europeias!

O percurso do costume

“Geração í  rasca muda de nome a pensar no futuro”, titula o DN de ontem.

Para que não sejam confundidos com outros movimentos sociais, os jovens que lançaram essa ideia grandiosa, incluindo um tal Labrincha, já adoptaram um novo nome e respectivo acrónimo: Movimento 12 de Março, ou M12M.

No entanto, para que não haja oportunismos, “geração í  rasca” foi registada como marca para impedir “utilizações abusivas, nomeadamente com fins lucrativos”, segundo afirmou o Labrincha.

Fiquei estupefacto.

E se eu fosse registar o “vai í  merda!”?

Evitaria que outros usassem essa expressão tão portuguesa e ainda ganharia uns cobres com a sua utilização abusiva.

Aguardemos, com serenidade, a notícia de que os promotores do M12M são cabeças de lista por um partido qualquer, numas eleições futuras.

Preservativos contra mosquitos

“Mais de um quinto dos estudantes universitários pensam que o vírus da sida pode ser transmitido através da picada de um mosquito. Apesar disso, a larga maioria sabe que o uso do preservativo é uma das melhores formas para evitar as doenças sexualmente transmissíveis”.

Isto são resultados de um inquérito que envolveu mais de três mil universitários portugueses e a notícia vem hoje no DN.

Por outras palavras: sempre que um grupo de cinco estudantes universitários portugueses passeia por locais onde existem águas estagnadas e, portanto, mosquitos, um deles enfia um preservativo na pila, a fim de evitar ser picado e, consequentemente, contrair sida!

Não admira que os finlandeses não nos queiram emprestar dinheiro!…