Lixo!

A Moodys decidiu: Portugal é lixo!

Os PEC não são suficientes, a troika não resolve nada, o corte do subsídio de natal é escasso – nada satisfaz as agências de rating!

Somos lixo e pronto!

Passos Coelho conseguiu, em duas semanas, o que Sócrates não conseguiu em seis anos…

Nota: ah! a culpa não é do Coelho, é da Grécia… pois…

Estado de (des)graça

A Comunicação Social, em peso, está rendida a Passos Coelho ou, melhor dizendo, aos interesses que ele representa.

Tudo o que o homem diz ou faz, tudo o que o seu governo decide, todas os movimentos dos seus ministros – tudo é bem interpretado, tudo é bom, tudo é adequado, tudo é responsável.

Teixeira dos Santos era um cara de pau. O novo ministro das Finanças, aquele com uma camisa dois números acima, é um gajo divertido! Chamou Lopes ao Honório Novo, do PCP e, depois, ripostou “Novo sou eu!”, e logo todos os jornalistas se ajoelharam e o veneraram pelo seu humor. Temos um ministro das Finanças que diz piadas!

O ílvaro da Economia, também continua na senda do humorismo, comparando a economia ao futebol. E pergunta: de que serve ter um bom treinador, se o guarda-redes deixa entrar frangos? E esclarece, logo a seguir, que não é do Benfica. Engraçadinho, não?

As medidas socráticas do PEC IV eram más. As medidas da troika são poucas e ainda é preciso sacar parte do subsídio de natal. Sócrates era aldrabão, Passos Coelho é ponderado.

Sócrates prometeu não aumentar impostos e, assim que subiu ao poder, aumentou o IVA. Era um mentiroso!

Passos Coelho afirmou que, se tivesse que aumentar impostos, seria sempre os de consumo e nunca os do rendimento de trabalho. Assim que subiu ao poder, cria uma taxa extraordinária de IRS. É um político equilibrado…

E até o tom monocórdico e chato do primeiro debate parlamentar deste governo foi louvado na coluna daquele jornalista azougado, Ricardo Costa,  por oposição ao tom conflituoso dos debates em que Sócrates participava.

Conflito é mau, pasmaceira é bom.

Levado ao colo desta maneira, o novo governo só não cumpre o programa do FMI por pura incompetência.

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O disparate como lei

Passos Coelho começou a sua carreira como primeiro-ministro, assumindo um disparate.

Não foi um bom começo.

Vimos na televisão: em abril, questionado por uma jovem, durante uma visita a uma escola, Coelho garantiu que era um disparate. Sócrates andava a dizer que o PSD queria cortar o subsídio de Natal. Coelho garantiu: isso é um disparate!

Hoje, no primeiro debate em que participou como primeiro-ministro, Coelho transformou o disparate em lei.

Vão-nos mesmo cortar o subsídio de Natal!

E eu que já tinha planeado comprar um escafandro para oferecer, no Natal, ao Paulo Portas, para ele poder viajar, em segurança, num dos submarinos que fez o favor de encomendar para eu pagar!…

Olha, Paulo, não te vou dar nada no Natal!

Queixa-te ao Passos…

Eu também só viajo em económica

Cheguei ontem da Noruega e viajei, como sempre, em classe económica.

Sou um homem simples, detesto ostentações.

Por isso, percebo perfeitamente o nosso novo primeiro-ministro, quando decidiu optar pela económica, em vez da classe executiva a que tinha direito.

Também ele é um homem simples…

E, ao fim e ao cabo, daqui a Bruxelas, são pouco mais de duas horas de voo; não dá tempo para que o Pedro fique com as pernas dormentes e, considerando a sua idade, ainda não deve sofrer de espondilose…

Mas penso que deve haver outra razão para Passos Coelho ter escolhido a económica, para as suas viagens de avião. E passo a explicar:

Ontem, antes de embarcar em Oslo, o funcionário do check-in informou-me que o voo estava overbooked, havendo quatro passageiros a mais. Assim, a companhia estava disposta a oferecer-me 400 euros, se eu desistisse daquele voo e optasse por um voo Oslo-Amesterdão e, depois, Amesterdão-Lisboa. E ainda ganharia mais milhas, caso tivesse aderido a algum programa de passageiro frequente.

É este o plano de Passos Coelho: ao escolher a classe económica, quando era suposto viajar em executiva, está a contribuir para o overbooking do voo.

Quando deixar o cargo de primeiro-ministro, terá milhas acumuladas que lhe permitirão viajar até ao fim do mundo.

E, quem sabe, não regressar…

Os calos de Cavaco Silva

Hoje, no Fundão, no dia em que se comemorou o 10 de Junho, Cavaco Silva fez o elogio das cerejas.

Disse, por exemplo, que, na sua juventude, gastava todo o dinheiro do almoço em cerejas, “e depois ficava sem almoço”. Explicou que isso acontecia porque, no Algarve, de onde é oriundo, não havia cerejas. E garantiu que as cerejas fazem bem a tudo – “até aos calos”!

Cavaco disse piadas!

Cavaco está distendido, tranquilo, quase feliz – embora um tipo tão oriundo como Cavaco, raramente se possa sentir feliz.

E o que faz Cavaco tão alegre?

A resposta é óbvia e tem a ver com a saída de cena de Sócrates.

Aliás, a retirada de Sócrates é um dos momentos políticos mais relevantes dos últimos anos.

Nunca tantos se juntaram no ódio a uma só pessoa. A esmagadora maioria dos jornalistas e comentadores da nossa praça nutria um ódio de estimação por Sócrates – o que só pode abonar em seu favor.

De facto, um tipo que foi, ao longo destes seis anos, o alvo das críticas mais ferozes de tipos tão diversos, de Pacheco Pereira a Vasco Pulido Valente, de Manuel Maria Carrilho a Marcelo Rebelo de Sousa, para não citar uns gajos que eu cá sei que, de repente, de transformaram em comentadores, com direito a páginas inteiras no DN – um tipo desses tem que ter algo de especial.

Mais: o que vai ser da primeira página do Sol, agora que Sócrates sai de cena?

Ver, agora, um telejornal da Sic, por exemplo, é uma experiência totalmente nova. Os repórteres, muito simpáticos, planam em redor de Passos Coelho e de Paulo Portas, pedem desculpa por existirem, respeitam os seus silêncios, fazem vénias, põem-se a jeito.

Mesmo assim, Passos Coelho não confiou nos seus compatriotas e contratou uma brasileira (quem mais?!) para organizar a sua campanha eleitoral. Alessandra Augusta, de sua graça, especialista em marketing, assegurou ao Expresso que “Passos foi o primeiro político a ganhar eleições dizendo o que pensa”.

És burra, Alessandra! Ao dizeres isto publicamente, nunca mais vais ser contratada. Então, todos os restantes políticos a quem organizaste campanhas eleitorais, não pensavam o que diziam? Ou não diziam o que pensavam?

Burra, também, foi Ana Gomes, ao dizer que Paulo Portas não devia fazer parte do governo, devido aos seus problemas anteriores (submarinos, cabeleiras postiças…).

Burra porque esse tipo de ataques resultavam com Sócrates, que foi maricas, falso engenheiro e corrupto no Freeport – mas não resultam com Portas, que toda a gente vê que é um estadista, até pelo modo como beija as peixeiras ou aperta firmemente a mão aos agricultores.

E já que estou a falar de burros, voltemos a Cavaco e í  sua devoção pela agricultura.

As lágrimas vieram-me aos olhos quando li o artigo de Cavaco, hoje, no Expresso, incentivando os jovens a dedicarem-se í  agricultura.

É bonito vermos um homem que contribuiu para a destruição da agricultura e das pescas, em troca de dinheiros comunitários para o cimento, enquanto foi primeiro-ministro, render-se, agora, í  Terra e a quem a trabalha.

Uns aninhos a mais, ou umas gotas para o cérebro a menos, e Cavaco adere ao PCP.

O Jerónimo que se cuide!…

Eleições? Para quê?

Segundo a maior parte dos órgãos de comunicação social, o PSD já ganhou as eleições e vai formar governo com o CDS. E é bom que assim seja, porque ninguém percebe (leia-se: os jornalistas não percebem), como foi possível os eleitores terem dado a vitória ao PS em duas eleições sucessivas.

São jornalistas da SIC, da TVI, do Público, do Expresso. Para eles, esta campanha é uma luta do virginal Passos Coelho e do competente Paulo Portas contra o espertalhão, o mentiroso, o tenebroso Sócrates.

As sondagens diárias, que começaram com um empate técnico entre o PS e o PSD, estão, finalmente (!) a mostrar uma ligeira vantagem do PSD, depois da expressiva auscultação de duas mil pessoas!

Os jornalistas respiram de alívio! A estratégia montada há vários anos está, finalmente, a dar frutos. O cabrão do Sócrates está prestes a ir com os porcos!

Mas, pelo sim pelo não, hoje voltaram a aparecer notícias sobre o Freeport. Júlio Castro Caldas garante que Sócrates devia ter sido constituído arguido no caso Freeport. E ficou í  espera todo este tempo, ficou í  espera que faltassem três dias para as eleições para divulgar esta opinião.

Fazer eleições, para quê?

O Cavaco que chame o Passos Coelho e o Portas para formarem governo já amanhã e escusamos de perder tempo, no domingo, a “botar o boto”, como dizia a minha avó.

Confesso: estou tão farto deste jornalismo tendencioso que estou desejoso que o PSD e o CDS subam ao Poder!

Depois, infelizmente, todos os meus receios serão confirmados!

Os pés pela cabeça

Passos Coelho foi visitar a Docapesca.

í€ entrada, deram-lhe algo que é obrigatório usar quando se visitam locais como aquele.

Passos começou a desembrulhar a coisa e, como estava a ser filmado e quer parecer simpático e popular e tal, disse: “vou enfiar a minha primeira touca da campanha”.

Espirituoso, o homem…

Só que, ao desenrolar a coisa, Passos verificou que a coisa, afinal, eram duas!

Duas pantufas para envolver os sapatos, de modo a que o visitante não contamine o chão com as porcarias que traz da rua.

“Ah! Isto é para os pés!” – concluiu, brilhante.

No final da visita, Passos informou:

“Já tenho o governo na cabeça.”

í“ homem, não será nos pés?!…

Medíocres

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Bom conselho, o de Relvas.

Cada vez que Passos Coelho fala, dá um tiro no pé.

Disse que tinha sido informado do PEC-4 por um simples telefonema e, afinal, encontrou-se com Sócrates, a sós, em São Bento.

Não consegue que dirigentes destacados do PSD aceitem fazer parte das listas de candidatos a deputados, caso de Luis Filipe Menezes, António Capucho, Marques Mendes ou Manuela Ferreira Leite.

Volta-se, então, para um senhor que, ainda em fevereiro, dizia que nunca aceitaria candidatar-se a um cargo partidário. “Categoricamente não!”, exclamou Fernando Nobre.

Era tudo a fingir, claro!.

O homem quer é ser presidente!

E já que o povo não o elegeu presidente da República, não se importa de ser eleito deputado pelo PSD, depois ser eleito presidente da Assembleia da República e depois, esperar que dê uma travadinha ao Cavaco (afinal, o homem tem 70 anos…), de modo a que ele, segunda figura da Nação, possa exercer o cargo de presidente da República interinamente.

Passos deve pensar que esta sua decisão foi uma jogada de mestre!

Coitado!…

Mas enfim… pouco podemos esperar de quem tem como mentor esse grande pensador que é… í‚ngelo Correia!…