O pirilampo mágico

O pirilampo mágico é um boneco de peluche que há mais de 25 anos se vende para angariar fundos que são, depois, canalizados para as CERCI.

Objectivo meritório. Nada a dizer. Quase todos os anos contribuo.

Mas ao ver a Sra. D. Maria Cavaco Silva associada ao lançamento da campanha deste ano do pirilampo mágico, não resisto a associar o boneco de peluche ao nosso presidente da República.

Cavaco Silva é, com efeito, um verdadeiro pirilampo mágico!

Primeiro ministro durante 10 anos e presidente da República durante outra década, Silva conseguiu passar entre os pingos da chuva e ser eleito e reeleito como se não tivesse nada a ver com porra nenhuma.

Se isto não é digno de um pirilampo mágico!…

maria cavaco pirilampo

 

Quando Durão era Durinho

Durão Barroso não pretende ser candidato í  presidência da República mas não faz outra coisa se não aparecer nos telejornais por tudo e por nada.

Há uns dias deu uma entrevista í  SIC, que ocupou quase um telejornal inteiro. Um frete do Balsemão, claro…

Nessa entrevista, entre muitas vulgaridades, disse, com aquele ar de cherne cheio de ovas, que tinha chamado o Vitor Constância por três vezes para tentar perceber se o que se dizia sobre o BPN era verdade.

E o Constâncio, moita, disse o Durão.

E o Durão, pergunto eu, o que fez?

Nada, também nada!

Ontem, Durão esteve não sei onde a entregar um cheque chorudo da Comissão Europeia, a fim de ser distribuído por obras sociais.

Escusava de se ter dado ao trabalho, caramba!

Mandava cá um comissário qualquer.

Mas Durão quer aparecer; não é que pretenda ser candidato í  presidência, não senhor!

E então, na entrega do tal cheque, Durão resolveu recordar os velhos tempos em que era aluno do Camões, ou seja, quando ainda era um puto, um Durinho…

E disse esta coisa espantosa: no tempo do Estado Novo «apesar de algumas liberdades cortadas, havia na escola uma cultura de mérito, exigência, rigor, disciplina e trabalho».

Claro que havia, Durão!

O que não havia era escola para todos, pá!

Os liceus em Lisboa contavam-se pelos dedos de uma mão e na província, nem se fala! A taxa de analfabetismo era brutal e poucos miúdos passavam da quarta classe, a Universidade era só para uma minoria e os programas escolares escamoteavam factos da História que não interessavam ao regime.

O menino Durinho portou-se mal desta vez!

E como gosta de uma cultura de exigência, vou-lhe dar umas valentes reguadas e pí´-lo no canto da sala com orelhas de burro!

durao barroso

Eu já desconfiava…

Passos Coelho fez ontem uma revelação inédita.

Durante a visita ao Salão Internacional do Sector de Alimentação e bebidas, o primeiro-ministro disse:

«A coisa mudou tanto, que o bacalhau já é uma coisa que só pode estar í  mesa de gente um bocadinho mais abonada. E o primeiro-ministro não é nada abonado».

Depois da indelével Isabel Banco-Alimentar Jonet ter proscrito os bifes, é a vez de Passos Coelho considerar que só os mais ricos têm direito a comer bacalhau.

Mas o que mais espanta é a afirmação pública que Passos faz, confessando que “não é nada abonado”.

Muita coisa fica explicada com esta revelação!…

passos e mulher

Massagem de Natal de Passos Coelho

Só agora comento a mensagem de Natal do nosso querido primeiro-ministro porque fiquei tão emocionado com ela que tenho passado os dias a chorar e não quis molhar o teclado do portátil.

Hoje, já mais restabelecido da emoção, arranjei coragem para compor estas linhas.

Passos Coelho disse-nos, por exemplo, que «o desemprego tem vindo a descer mês após mês, e em particular, o desemprego jovem».

Claro que os registos do Instituto Nacional de Estatística mostram que, em Dezembro de 2012, os jovens desempregados, entre os 15 e os 24 anos, eram 243 mil e que, este ano, esse número subiu para 260 mil – mas todos nós sabemos o que são estatísticas, não é?

Se dizem que cada dois portugueses comem, em média, um frango, e o outro português não gostar de frango, isso quer dizer que eu como o frango todo – o que não é verdade!

Mas Passos disse mais.

Disse que a nossa «economia começou a crescer e acima do ritmo da Europa».

E vieram logo dizer que a economia portuguesa recuou 2% no primeiro trimestre deste ano, em relação ao período homólogo do ano passado, enquanto que, na União Europa, essa quebra foi apenas de 0,1%.

Francamente, baterem no homem por ninharias!

O que são 1 ou 2% a mais ou a menos se não pentelhinhos?!

Finalmente, o nosso valoroso primeiro-ministro afirmou que «face ao 1º trimestre de 2013 houve 120 mil postos de trabalho criados.»

E vieram logo dizer que era mentira, que, afinal, apenas se tinham criado 22 mil novos postos de trabalho!

É preciso ter espírito de contradição! 120 mil, 20 mil – qual a diferença?

Perguntem aos 20 mil novos empregados se estão satisfeitos ou não?

Dizem também que emigraram mais de 100 mil portugueses este ano?

E depois? Se esses estiverem desempregados, a culpa é dos países para onde foram! O nosso competente primeiro-ministro não tem culpa nenhuma!

Em resumo: Passos não quis estragar-nos o Natal.

Não é nesta altura do ano que se diz í s criancinhas que o Pai Natal não existe.

Nesse sentido, Passos Coelho decidiu que, em vez de nos enviar uma mensagem, seria mais suave dar-nos uma massagem de Natal.

Massajou-nos bem com aquelas palavras doces, para nos poder continuar a lixar por mais dois anos…

passos coelho natal (2)

 

Merkolândia

Merkel e Sarkozy entenderam-se.

Falava-se em Merkozy.

Quando Hollande foi eleito, houve quem sonhasse que ele iria fazer frente í  Merkel.

Engano, claro.

Depois de uma reunião em Paris, Merkel disse: “com esta nova etapa da nossa relação, queremos fazer avançar a Europa e fazer dela o continente mais forte do mundo”.

Uma nova etapa na relação entre Merkel e Hollande?

Hollande é tenrinho demais para Merkel.

Merkel já o papou…

merkel e hollande

Avé César! Morituri te salutant!

Que seria de Portugal sem João César das Neves?

Provavelmente, um país melhor.

Quem é João César das Neves?

Um tipo que foi assessor económico de Cavaco Silva entre 1991 e 1995, é professor, doutor, mestre e tudo.

Aparece muitas vezes a dar opiniões na televisão, sempre encostado a uma prateleira com muitas livros desarrumados, o que dá sempre um ar de génio.

Desta vez, deu uma entrevista ao DN, onde diz coisas muito importantes e definitivas.

Primeira coisa importante e definitiva:

«Subir o salário mínimo é a melhor maneira de destruir a vida aos pobres»

Se dermos mais dinheiro aos pobres, eles vão gastá-lo em putas e vinho e César quer salvar os pobres da perdição. Quem não tem dinheiro, não tem vícios.

Segunda coisa importante e definitiva:

Â«É preciso é criar condições para que as pessoas possam terem os filhos que querem. Em Portugal, por razões ideológicas, promovemos os casamentos homossexuais, o aborto e outras coisas».

Se proibirmos os maricas de se casarem, talvez eles se ponham a fazer filhos. E outras coisas…

Terceira coisa importante e definitiva:

«Estamos a ter, de facto, um movimento de migração e tenho sido das poucas vozes a dizer que acho que isso é bom».

Quando todos os jovens credenciados tiverem emigrado, ficam cá só os velhos, a aturar o César, e isso vai ser bom.

Quarta coisa importante e definitiva:

«A maior parte dos pensionistas não são pobres e estão a fingir que são pobres!»

Ora aqui está um grande verdade! Um pensionista que se preze tem que ser pobre, carago! Por isso, toca a cortar nas pensões!

César diz muitas coisas nesta entrevista.

Se ele tivesse sido ministro durante todos estes anos, de certeza que não estaríamos em crise.

Pena que ele tenha sido só assessor de Cavaco entre 1991 e 1995…

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Machete, então as gotas, pá?

O Diário de Notícias faz eco de um estudo apresentado na conferência anual da Sociedade de Neurociências, nos EUA, em San Diego, que poderia ajudar Passos Coelho a resolver o problema do ministro Machete.

Esse estudo com idosos, que sofriam de demência, mostrou que sessões de canto regulares com músicas populares, como as dos musicais Música no Coração e O Feiticeiro de Oz, ajudam a obter melhores desempenhos cognitivos ao fim de quatro meses.

Aqui fica a sugestão, Passos: põe o Machete a cantar músicas da Julie Andrews e, lá para Fevereiro do ano que vem, o gajo deixa de dar barraca!

portas e machete (2)