“True Grit”, de Ethan and Joel Coen

—Mattie Ross (Hailee Steinefeld) é uma serigaita de 14 anos, cheia de pêlo na venta, cujo pai for recentemente assassinado por um malfeitor do pior, Tom Chaney (Josh Brolin), de seu nome.

Mattie não vai permitir que ele fique impune e procura alguém que tenha “true grit” para enfrentar o bandido.

Acaba por contratar o US Marshall, Rooster Cogburn (Jeff Bridges) que, apesar da pála no olho e do alcoolismo, é dos que não desistem da sua presa. A este par, junta-se um Ranger do Texas, LaBoeuf (Matt Damon), que também anda atrás de Chaney, por outros crimes.

E assim se junta este trio improvável no novo western dos irmãos Cohen, “True Grit” (Indomável, em português, vá-se lá saber porquê…)

Realce para as personagens de Mattie e, sobretudo, de Rooster Cogburn.

Depois de ter composto um histórico Dude, em “The Big Lebowski“, Jeff Bridges torna a brilhar num filme dos irmãos Coen.

“Burn After Reading”, de Ethan e Joel Coen

—“Destruir Depois de Ler” é mais uma daquelas comédias mais ou menos malucas que os irmãos Coen gostam de fazer, de quando em vez. Começaram com “Arizona Junior” e, sazonalmente, chateiam-se do “cinema sério” (“True Blood”, “The ManWho Wasn’t There” e etc) e fazem uma coisa destas (um “objecto cinematográfico com discurso de comédia”, como escreveria um crítico profissional). Nem sempre se saem bem. Se “The Big Lebowski” acabou por se tornar um clássico da comédia, e “O Brother, Where Art Thou?”, embora um pouco pateta, ainda se aguenta, “Intolerable Cruelty”, também com Clooney, é uma seca.

Mas este filme, de 2008, é muito recomendável. O resumo do argumento diz tudo: «a disk containing the memoirs of a CIA agent ends up in the hands of two unscrupulous gym employees who attempt to sell it.»

George Clooney, Frances McDormand, John Malkovich e um surpreendentemente pateta Brad Pitt, são os principais intérpretes e cumprem, com nota alta.

Foi o primeiro filme que vi, através do videoclube do Meo.

Zon down!

Meo rules!

“No Country For Old Men”, de Ethan & Joel Coen

—Já li o livro há uns meses, mas só agora arranjei tempo para ver o filme.

Parece que Cormac McCarthy escreveu este livro a pensar nos irmãos Coen. A adaptação do livro a argumento de filme está estupenda. Feito í  medida. Daí o óscar por melhor argumento adaptado.

Quanto aos restantes óscares:

O de melhor actor secundário, para Javier Bardem era de esperar; para se ganhar um óscar para melhor actor secundário, basta fazer um papel em que se fala pouco e se mantém a mesma carantonha, do princípio ao fim do filme – os tipos da Academia de Hollywood, com complexos-de-cinema-europeu, acham logo que isso é ser um grande actor e dão-lhe um óscar.

Tenho dificuldade em avaliar a justeza do óscar para melhor filme porque vi poucos filmes de 2007.

Quanto ao óscar para melhor realizador, os irmãos Coen merecem-no. O filme é seco, como o texto do livro e retrata bem a América profunda, í spera, cheia de espinhos.

Bardem faz um psicopata convincente, que mata com uma espingarda de matar gado. Inventou aquela cara e aquele penteado e mantém-nos ao longo de todo o filme. Bom. Decide a vida das pessoas com moeda ao ar. No fim, leva com um carro em cima, num cruzamento qualquer. A vida é uma sorte.

Josh Brolin é o caçador que, por acaso, encontra uma mala com 2 milhões de dólares, passando, assim, de caçador a caçado. É o americano convencido. Arrisca e lixa-se. Paciência…

Tommy Lee Jones é o xerife “old timer”, que tem dificuldade em adaptar-se ao novo tipo de crimes, demasiado amorais, para os seus padrões. A personagem do xerife está entre gerações violentas: o seu pai também viveu numa época difícil e selvagem, em que as pessoas não hesitavam em resolver qualquer diferendo ao tiro. Hoje em dia, voltámos ao mesmo.

Este país não é para velhos?

Não há nenhum país para velhos?